lunes, 16 de julio de 2012

O parque das Oliveiras de San Isidro – Lima: num passado que está presente.

O parque das Oliveiras de San Isidro – Lima: num passado que está presente.
Arq. Jorge Villavisencio

O parque das Oliveiras (El Olivar) esta localizado no distrito de San Isidro na cidade de Lima esta importante área verde da cidade cumpre vários aspectos importantes que no transcurso do texto faremos a conhecer.
F.001 – Parque El Olivar (1920-1922) – vista geral
Fonte: J. Villavisencio (2012)

Esta área foi projeta pelo artista plástico espanhol Manuel Piqueras Cotolí, devemos indicar que este artista foi importante para a cultura em especial na arquitetura da cidade de Lima, entre eles participou de projetos com os arquitetos Jaxa Malachowki, no projeto do edifício do Palácio do Governo no Perú.

F.002 – Parque El Olivar (1920-1922) – é considerado “monumento histórico” (1959)
Fonte: J. Villavisencio (2012)

Mais desde o século XVIII existia uma fazenda de oliveiras de aproximadamente de 27 hectares, sendo seu proprietários Isidro Cortazar y Abarca e de sua esposa Micaela de la Puente, como era obvio derem seu nome ao distrito de San Isidro, mais a cidade de Lima vem-se a modernizar suas urbanizações em especial os distritos de Miraflores e San Isidro no inicio de século XX, quando seu Presidente da Republica Augusto B. Leguia onde foi eleito de forma democrática em duas oportunidades, onde propôs o alagamento das ruas em avenidas, sendo a primeira a avenida Leguia, hoje Avenida Arequipa com 57 quarteirões, posteriormente forem ampliadas as avenidas da Marinha, Javier Prado, Salaverry entre outras, todas estas avenidas ate hoje tem um importante papel de vias artérias ou coletoras da cidade.

F.003 – Parque El Olivar (1920-1922) – vista interna
Fonte: J. Villavisencio (2012)

E foi justamente entre os anos de 1920-1922, quando Piqueras Cotolí encarregam o desenho do parque das Oliveiras onde tem uma área de 265.518 m2. Como nos sabemos que por Resolução Suprema da Presidência da Republica do Perú no ano de 1959 a tornam “área intangível” esto quer dizer que não pode ser dado outros usos que não sejam os já existentes, alem de parque tem algumas casas unifamiliares que também são conhecidas como “chalets”, ou de uso do próprio exclusivo de parque, porque ao final de contas é uso de todos.

F.004 – Parque El Olivar (1920-1922) – área reflorestada
Fonte: J. Villavisencio (2012)

Sem sombra de duvidas o distrito de San Isidro se sente orgulho de contar com uma área verde que alem de ser um dos poucos “pulmões” que conta da cidade, cumpre papel importante como área de Lazer passiva, e inclusive oferecendo “cultura ambiental” nas condições da paisagem da cidade. Também a exploração imobiliária se faz presente no sentido do alto valor econômico que conta os terrenos que estão ao redor do parque, em especial edifícios de escritórios e hotéis, alem claro pela vista privilegiada que o parque oferece.
Mais é uma pena que a escala destes edifícios alguns de grande altura (ver embaixo) tenham modificado o skyline da configuração urbana existente num passado resente. Mais às vezes a prefeitura deste distrito, considero alguns poucos prefeitos que tem demonstrado interes em preservar uma escala visual, mais sendo San Isidro o maior polo financeiro da cidade de Lima, analogicamente na Avenida Paulista com seu parque “Trianon” na cidade de São Paulo.

F.005 – Parque El Olivar (1920-1922) – edifício fora da escala predominante
Fonte: J. Villavisencio (2012)

Mais no inicio do século XX, existiam este chalets que eram de pessoas que quiserem sair do centro da Lima Virreinal ou Monumental para se localizar em bairros como San Isidro e Miraflores desta forma a expansão urbana da cidade foi tomando outra configuração, muitos de seus moradores entrono ao parque das Oliveiras eram pessoas com alto poder econômico que permitiram que arquitetos importantes e conhecidos da época como: Emilio Harth-Terré, Manuel Piqueras Cotolí, Jaxa Malachowki, José Álvares Calderón entre outros puderem apresentar outros tipos de propostas arquitetônicas que as neocoloniais, ou das neoclássicas que predominavam na época, uma arquitetura que apresentam a ideia tipológica de “modernidade” como vemos embaixo, algumas delas guardam concordância na escala e com os materiais que são utilizadas na estética das edificações.

F.006 – Parque El Olivar (1920-1922) – residência unifamiliar: uso de tijolo aparente
Fonte: J. Villavisencio (2012)

F.007 – Parque El Olivar (1920-1922) – residência unifamiliar: uso da madeira
Fonte: J. Villavisencio (2012)

F.008 – Parque El Olivar (1920-1922) – residência unifamilia: um conceito de modernidade
Fonte: J. Villavisencio (2012)

Penso que o parque das Oliveiras representa de forma harmônica a importância com conotações “ambientalista” das necessidades urbanística de forma consciente de fazer uma cidade que cumpra com suas obrigações corretas e sustentáveis de “preservar e cuidar” que são temas contemporâneos de fazer um urbanismo mais relevante com as “verdadeiras” necessidades do que as pessoas precisam.


F.009 – Parque El Olivar (1920-1922) – vista das oliveiras de mais de 3 séculos 
Fonte: J. Villavisencio (2012)

Criar áreas verdes como o parque das Oliveiras de San Isidro, alem claro que preserva a “memória” arquitetônica da urbanística obtém percepções que são importantes para o desenvolvimento da cidade como um todo, a cultura ambiental é percebida de forma integra, penso que é um belo exemplo a seguir em gerações futuras, hoje o profissional arquiteto e urbanista tem a obrigação de perseverar em atitudes mais presentes com as necessidades das aspirações dos povos, desta maneira se cria consciência ambiental, e claro uma paisagem que tem uma estética urbana mais presente e concordante, a historia da arquitetura e do urbanismo dos nossos povos em especial da America do Sul está para ser resgatada e para ser vista, a percepção deste tipo de projetos tem essa virtude, metapensamentos são importantes para que possam-nos levar a projetar com realidades ate mais complexas, mais sem esquecer o passado – a memória das nossas cidades estão ainda presentes e vivas, são de todos, e não de alguns como se pensa, a gentileza urbana tem a virtude mais aprimorada de todas, e necessário continuar assim “preservando e cuidando”.

Lima, 16 de Julho de 2012
Arq. Jorge Villavisencio

Bibliografía
BONILLA DI TOLA, Enrique (org.); Lima y el Callao – Guía de Arquitectura y Paisaje, Ed. Bilingüe (1 ed.), Sevilla, España; Consejería de Vivienda y Ordenación del Territorio de Lima; Universidad Ricardo Palma, Lima, 2009.