martes, 26 de abril de 2016

A beleza exterior e a forma abstrata segundo Georg Friedrich Hegel.

A beleza exterior e a forma abstrata segundo Georg Friedrich Hegel.
Jorge Villavisencio.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasce na Alemanha, na cidade de Stuttgart no ano de 1770, cidade do reino de Wurtemberg. Estuda filosofia e teologia no seminário protestante de Tübingen, onde tem amizade com o filosofo Friedrich Joseph Schelling e do poeta Friedrich Hölderlin. Entre os anos de 1796 e 1800 trabalha como preceptor em Frankfurt , mais em 1801 em Jena – lugar de concentração de vários intelectuais da Alemanha é de uma cidade muito perto de Weimar de Goethe, onde optem seu primeiro trabalho de professor universitário.

Forem vários textos e livros editados por Hegel, como da Fenomenologia do Espirito, e Ciência da Logica no ano 1816. Também colabora na obra da Enciclopédia das ciências filosóficas. E no ano de 1821 escreve o livro A filosofia do direito. Morre na cidade de Berlim em novembro de 1831.

Considero que vários de seus escritos por Hegel são importantes não só para a filosofia pura, mais também para a arquitetura. Sem duvida a arquitetura tem vários referentes na arte de projetar. Um dos maiores e importantes livros sobre este tema da relação com a estética e a arquitetura no seu livro “Lições sobre a Estética” que corresponde a varias palestras que realizo em Berlim entre os anos 1828 e 1829, o livro foi publicado após sua morte.

Devemos dizer que o livro “Lições sobre a Estética” faz referencia sobre “A beleza exterior e a forma abstrata”, onde consideramos importante fazer algumas reflexões, porque é de direito da arquitetura criar a “forma”, e através do espaço-tempo temos muito interesse (assim penso) porque se produz essa forma?, de onde vem seus referentes?, que faz para que o arquiteto crie a forma desta maneira?. Talvez Hegel tenha algumas respostas, intuito da nossa pesquisa e do nosso ensaio que temos titulado “A beleza exterior e a forma abstrata segundo Georg Friedrich Hegel”.

F.1 – Museu do Amanha (2015), Rio de janeiro – Santiago Calatrava – vista exterior.
Fonte: Revista AU – No. 262.

Para começar Hegel explica que a beleza da forma está relacionada com três aspectos: a primeira com a regularidade, a segunda com a simetria de conformidade a uma Lei (Gesetzmässigkeit) e por ultimo a terceira com a harmonia. Abordaremos cada uma delas no nosso ensaio.

A primeira com a REGULARIDADE, “...que em geral consiste em uma forma igual o de repetição de uma forma única, sempre a mesma” (Hegel, 2003:57)

A causa de sua forma simples e abstrata, tal unidade e do que mais fica afastada da verdadeira unidade, é se concretiza o que segundo Hegel diz “sobre a faculdade superior do espírito e da razão” (Vernunft).

F.2 – Museu do Amanha (2015), Rio de janeiro – Santiago Calatrava – vista exterior.
Fonte: Revista AU – No. 262.

A beleza dessa forma pertence à razão abstrata e lógica. A reta e a mais regular das linhas, porque sua direção e sempre semelhante à mesma. O cubo de igual modo é um corpo inteiramente regular. As linhas, as superfícies, os ângulos são iguais.

A regularidade se une a simetria, com uma forma mais avançada. Em ela a igualdade se soma a desigualdade, em uma identidade mais pura e simples, é aparece à diferença que a rompe. Desta forma se cria a simetria. Esta consiste que não tenha repetição igual a si mesma, mais bem uma combinação de essa forma da mesma espécie, igual a ela, e a mesma simetria entra também no tamanho, a posição, a cor, o som com outras propriedades, mais sempre deve conhecera-la em ela da sua semelhança da forma.

F.3 – Casa Bitxo (2002-2013), Barcelona – Lagula Arquitectes – vista exterior.
Fonte: Revista SUMA+ – No. 237.

A segunda com a SIMETRIA de conformidade a uma Lei (Gesetzmässigkeit), está “se distingue das formas precedentes” (Hegel, 2003:60)
Marca um grau mais alto e serve para a transição a liberdade de um ser vivo. Ainda não é uma unidade subjetiva a liberdade da mesma. Mais é um conjunto de elementos que se distinguem em um só. Diferenças e oposições, mais com um acordo “real e profundo”. Desde já vislumbrar uma relação de qualidade entre os termos distintos: “não só a repetição pura e simples de uma forma idêntica nem de uma combinação igual, ao que é desigual, alternando de modo uniforme mais em concordância de elementos essencialmente diferentes” (Hegel, 2003:60).

Mais a “descrição nos lembra de que o visitante no só experimenta a uma sequencia de vistas, mais bem uma constante transformação gradual que ela é criada pela mesma perspectiva e iluminação de cada superfície ou constelação de elementos... o arquiteto tem contribuído a traduzir o movimento puramente físico do visitante que ele é correspondido” (Arnheim, 2001:124).

F.4 – Casa Bitxo (2002-2013), Barcelona – Lagula Arquitectes – vista interior.
Fonte: Revista SUMA+ – No. 237.

Vale dizer que si os elementos que constituem a forma do objeto conforme o explica Hegel “de uma combinação igual, ao que é desigual” tem um valor mais profundo quando esse visitante que observa o objeto sente que ele é “correspondido”. E claro entendemos que isso depende das propriedades da forma, é de como o sujeito procura certa identidade para que seja correspondido.

A terceira e ultima que trata da “HARMONIA” que ocupa um grau superior. “A harmonia é uma relação de elementos diversos que formam uma totalidade, e suas diferenças que são qualidades tem em seu principio a essência da mesma coisa” (Hegel, 2003:61).

Essa relação que tem como conformidade de uma Lei que deixa pra atrás uma simples igualdade ou de repetição alternativa, mais bem estão formando uma unidade, em termos, que todos concordam no seu interior. Estes acordos se constituem em uma harmonia, que por uma parte são elementos diferentes um por outro. Mais essa destruição da oposição, por onde se manifesta sua oposição reciproca no sentido da fala da harmonia das formas, das cores, dos sons, etc.

F.5 – Posto de Combustível YPF Nordelta (2010-2011), Buenos Aires – Hampton+Rivoira arquitectos – vista exterior.
Fonte: Revista SUMA+ – No. 125.

Penso que no texto de Hegel de alguma forma, temos feitos algumas valorações das “formas” que em forma definitiva tem causado muito interessem não só para os arquitetos e urbanistas – “em querer criar melhor” em forma contemporânea, mais de distintas pessoas que querem que estes edifícios e cidades estejam mais presentes no convívio do dia das pessoas comuns. É que sejam “correspondidos” conforme o explico Rudolf Arnheim. Agradecemos de forma especial aos editores das revistas SUMA+ e AU, que nos tem servido para as ilustrações do nosso ensaio.

Goiânia, 26 de Abril de 2016.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

HEGEL, Georg W. F.; Lecciones sobre la Estética {Vorlesungen über die Aethetik, 1834}, Ediciones Escolares S. L., Madrid, 2003.

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Ed. Gustavo Gili, Barcelona, 2001.

Revista SUMA+, Numero 125, Buenos Aires, Noviembre 2012.

Revista SUMA+, Numero 137, Buenos Aires, Agosto 2014.

Revista AU, Numero 252, São Paulo, Janeiro 2016.