Jorge Villavisencio.
Quando nos referimos aos espaços de cultura, neste caso o Museu de Pachacamac, localizado na parte sul (Distrito de Lurín) da cidade de Lima Metropolitana, pensamos que tem conotações importantes, não só como o edifício museu, mais sim como espaço da “memoria urbana” da cidade. Que com o passar do tempo torna-se parte importante da cultura desse povo.
M.01 – Vista externa do edifício museu.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
Mas para o resgate do espaço da “memoria histórica” é necessário politicas governamentais que cumpram com seu legado que a própria historia nos dá. Para Milanesi o edifício cultural “Por meio de uma decisão política, um administrador público decide investir recursos numa grande obra cultural, arquitetura avançada, serviços modernos, contemporaneidade.” (Milanesi, 2003:60)
Sem duvida ter bondade politica, além que Pachacamac está dentro do patrimônio cultura de uns pais (Perú) que tenta preservar sua memoria, seu passado (ver imagem M.03), penso que ainda incipiente. Mas com a construção do Edifício-Museu de Pachacamac cria avance em conquistar e preservar sua historia.
M.02 – Maquete do Santuário Arqueológico de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
O projeto arquitetônico do Museu de Pachacamac, nome em espanhol “Museo de Sitio de Pachacamac” foi elaborado pelos arquitetos Patrícia Llosa e Rodolfo Cortegana, com colaboração de Angélica Piazza, Daniela Chang , Llona/Zamora entre os anos de 2015 e 2016.
O nome Pachacamac (significado: “alma da terra que anima o mundo”), que na realidade são vários edifícios que forem construídos desde as épocas pré-inca e inca poderíamos dizer entre os séculos VIII e XIV. O Santuário Arqueológico de Pachacamac (ver imagem M.02) foi um grande centro cerimonial de sucessivas sociedades pré-hispânicas. Estiveram conformadas por templos, praças, palácios e outros. Seus templos principais forem “Templo Velho”, “Templo Pintado” e “Templo do Sol”, estes construídos em diferentes épocas.
M.03 – Vista parcial do Santuário Arqueológico de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
Para o arquiteto e historiador peruano José Canziani Amico diz: “O primeiro em registar estes indícios em Pachacamac foi o arqueólogo e pesquisador alemão Max Uhle (1856-1944), quem finais do século XIX achou em níveis inferiores uma sequencia estratigráfica que culminava com a ocupação Inca onde encontravam materiais culturais que os antecediam, onde incluíam estruturas com típicos pequenos adobes Lima.” (Canziani, 2009:290).
“As evidencias arqueológicas reunidas desde os trabalhos pioneiros de Max Uhle indicam que o antigo Centro Cerimonial da época Lima adquire um Horizonte Médio uma extraordinária relevância em toda a costa central, ode sua influencias culturais se perceve dentro da costa norte. Por tanto, é de supor que desde seu passado estabelecer um notável prestigio onde Pachacamac acrescentaria em épocas tardias, convertendo em uns dos Santuarios e oráculos mais reconhecidos nos Andes centrais” (Rostworowski 1992:1999; in Canziani, 2009:404).
M.04 – Vista externa do Museu de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
Então, poderíamos dizer que a importância do “lugar” não é de agora mais como explica Canziani, tem uma importância relevante no contexto pré-hispânico. Talvez este novo Museu de Pachacamac, assevera a importância, é-claro da continuidade espacial ao lugar, é faz parte da sua historia. (ver imagem M. 06).
Porque, pensamos que os edifícios de índole cultural tem essa virtude de despertar essa curiosidade já que a arquitetura é arte e cultura. “Dentro deste campo das praxes alternativas, há um campo muito amplo de todas as experiências nas quais, além do espaço do museu, a arte e a arquitetura andam juntas a fim de realizar intervenções no espaço público...” (Montaner, 2016:100).
M.05 – Vista da rampa exterior.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
Com o passar do tempo este tipo de edifícios torna-se talvez menos importantes, mais seus reflexo no contexto urbano, histórico e da própria “memoria” traz em si um apocalítico de essência espacial, claro dentro do pensamento figurativo do incompreensível e do misterioso, como é o todo do Santuário Arqueológico de Pachacamac.
Dentre do novo Museu de Pachacamac existe uma nova atmosfera cultural, de querer resgatar algo que possa ser não só como historia das épocas passadas, além-claro da preservação do lugar. “Mas, nos nossos dias, o problema muda de aspecto devido aos novos recursos proporcionados aos arquitetos, a fim de enfrentarem, com êxito, os rigores da temperatura atmosférica.” (Warchavchik, 2006:127). Fazemos esta analogia como pensamento figurativo do incompreensível e do misterioso como se indicou anteriormente.
M.06 – A forma do projeto – arquitetos Patrícia Llosa e Rodolfo Cortegana.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
Nossa leitura se vê o edifício do novo museu contemporâneo quatros assuntos, o primeiro esta relacionado com a forma “austera” (ver imagem M.10) em que foi projetada obra, seu lado formal quase enterrado em algumas partes (pela própria topografia existente), dando desta forma continuidade espacial, além de sua materialidade em concreto aparente (ver imagem M.05), fazendo mimese com a própria terra, só com alguns detalhes coloridos em vermelho, outorgando talvez uma visibilidade de ar moderno, mas seu lado formal ate difícil de entender o porquê dessa forma.
M.07 – Flexibilidade no espaço interior.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
“Pelo tanto, quando um arquiteto decide empregar formas muito complexas que são difíceis de reconhecer (ver imagem M.06), não é provável que se faça com o proposito de que o visitante perca-se em um labirinto. Mas organiza-se seu edifício de tal maneira que sua estrutura básica é potencialmente visível...” (Arnheim, 2001:97).
M.08 – O espaço interior.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
A segunda leitura trata-se do lado “cósmico”, pensamos nos escritos de Christian Norberg-Schulz, nos seus arquétipos das paisagens naturais (ver imagem M.04), onde lugares como os de Pachacamac são restringidos ao nosso mundo concreto, onde estas são reduzidas a poucos e simples fenômenos. Onde o céu sem nuvens é o grande espectador, com muita luz sem sombras, como manifesto da uma “ordem eterna e absoluta”.
O terceiro ponto está vinculado a “flexibilidade” (ver imagem M.07 e M.08), neste mundo contemporâneo que é tão cambiante e até em alguns casos até descartável, se incita para que os espaços especialmente os internos sejam mutáveis, mais se tratando de um museu, onde as exposições tem áreas permanentes, mas também tem áreas (espaços) itinerantes, dependendo o que possa ser exposto naquele momento.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
Por ultimo, na nossa ultima e quarta leitura (ou ponto da leitura espacial) está relacionada com a “durabilidade”, os materiais empregados (concreto aparente) resultam em uma boa resistência através do tempo, à materialidade da esse ar de passividade espacial (ver imagem M. 10)com seu tom cinza, preservando sua energia. Lembrando que este tipo de edifícios deve ser de baixa manutenção.
Não podemos deixar de recalcar neste breve texto, da importância do lugar como contexto da memoria histórica, como é o todo do Santuário Arqueológico de Pachacamac, onde este novo edifício do museu ganha talvez uma nova vida, é desperta curiosidade e tensão, definem melhor a questão pública e de cultura que é tão necessário para o desenvolvimento.
M.10 – A materialidade do edifício – Museu de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)
“De imediato, chama atenção para uma serie de questões sobre quem pertence a cidade, que define seus domínios públicos e como diferentes grupos definem a noção do público.” (Ghirardo, 2009:117).
Goiânia, 23 de outubro de 2017.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.
Bibliografia:
MILANESI, Luís; A casa da invenção, Ateliê Editorial, Cotia, São Paulo, 2003.
CANZIANI, José; Ciudad y territorio en los andes: contribuciones a la historia del urbanismo prehispánico, Fondo Editorial Pontificia Universidad Católica del Perú, Lima, 2009.
MONTANER, Josep María; A condição contemporânea da arquitetura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2016.
WARCHAVCHIK, Gregori; Arquitetura do século XX e outros escritos, Editora Cosac Naify, São Paulo, 2006.
ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2001.
GHIRARDO, Diane; Arquitetura Contemporânea: uma história concisa, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.
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