sábado, 2 de julio de 2016

Montaner e sua condição contemporânea da arquitetura.

Montaner e sua condição contemporânea da arquitetura.
Jorge Villavisencio.

No mês de abril de 2016, foi publicado no Brasil o tão esperado livro de Josep Maria Montaner: “A condição contemporânea da arquitetura”, Editado pela Editora Gustavo Gili, na cidade de São Paulo, 2016. A tradução do livro fica a cargo de Alexandre Salvaterra. O livro contém nove capítulos.

Para nós que interessa saber sobre a arte da arquitetura (parafraseando a Neufert), os escritos de Montaner em especial suas criticas, penso que faz muito sentido, além-claro de seu poder de visão de síntese com os dados e críticas de diversos projetos de arquitetura e de suas cidades, uma espécie de historia da arquitetura moderna e contemporânea.

MONTANER, Josep Maria; A condição contemporânea da arquitetura, Editora Gustavo Gili,São Paulo, 2016.

Montaner não tinha escrito ultimamente, seu último livro de 1997 e atualizado em 2012. “A modernidade Superada: Ensaios sobre a arquitetura contemporânea” da Gustavo Gili Editora. Foi Editada em São Paulo, 2012, e sua tradução ficou a cargo Alicia Duarte Penna.
Penso que no livro A modernidade superada deixa no final do último capitulo “A beleza das arquiteturas ecológicas”, assim permitindo um gostinho em querer saber mais sobre este assunto, tanto assim que Montaner faz referencia ao novo livro que é a continuação do mesmo. Também investigamos neste ultimo livro no capitulo final Arquiteturas do Meio Ambiente, ele expõe o que seriam as “Arquiteturas bioclimáticas, ecológicas, sustentáveis e holísticas”. Que a nossa maneira de ver são este tipo de arquiteturas irão nortear o futuro de fazer edificações e cidades, assunto que abordaremos mais na frente.

No primeiro capitulo “A continuidade do racionalismo e dos princípios modernistas” aborda as evoluções da arquitetura high-tech, o surgimento do minimalismo, a atualidade do Open Building e os suportes de N. John Habranken, Lacaton e Vassal; economia e conveniência do século XXI, arquitetura comercial e metarracionalista e por ultimo a arquitetura digital: cidade global e cidade inteligente. Neste ultima parte faz uma analise do que defendia Mitchell e Eisenman “... na qual as geometrias complexas e sinuosas, criadas no mundo virtual do monitor, sugerem uma pretensa liberação das formas e dos espaços mediante uma arquitetura de redes e correntes, fluidas e transparentes, liquidas e dinâmicas...” (Montaner, 2016:22).

O segundo capitulo “A aceitação do organicismo” aproxima da continuidade do universo de Enric Miralles, Frank O. Gehry: o museu Guggenheim de Bilbao, organicismos contemporâneos, que nesta parte indica “... alguns exemplos de arquitetura contemporânea, que vão desde as formas mais artesanais e serenas de Clorindo Testa ou de Josep Llinas aos experimentos futuristas, dinâmicos e digitais de Dennis Dollens , NOX ou FODA, passando pela herança de Archigram ou de Future Systems.” (Montaner, 2016:35).

Já no capitulo terceiro “Cultura, tipologia e memoria urbana: monumentalidade e domesticidade” fazem a analise a Rafael Moneo: texto, contexto e discípulos, Manuel Solá-Morais: a habitação urbana, Álvaro Siza no seu excelente projeto do Museu Iberê Camargo na cidade de Porto Alegre. A urbanidade das arquitetas vienenses, arquiteturas urbanas, arquiteturas da domesticidade e por ultimo o resgate do valor da arquitetura artesanal.

No quinto capitulo “Arquitetura e Fenomenologia” faz um reconto do realismo e brutalismo, Steven Hall: espaços e percepção, Glenn Marcutt: integração ao meio, Peter Zumthor: a matéria na paisagem, Mauricio Rocha: formas e texturas para os sentidos, Diller Scofidio: o corpo e ação, Williams Tsien: lentidão.

E no sexto capitulo que trata da “Fragmentação caos e iconicidade” aborda o novo pragmatismo, Bernard Tschumi: o Museu de Acrópole, Rem Koolhaas/OMA: a biblioteca pública de Seattle, a escola holandesa contemporânea: MVRDV, Big: a iconicidade da arquitetura, Zaha Hadid: tipologias para o futuro e termina o capitulo com as diversas arquiteturas da complexidade.

No sétimo capitulo “Digramas e Energia” analisa a SANAA: teoria e prática dos diagramas, Junya Ishigami: arquitetura liquida para a ação, os ideogramas de RCR arquitetos, Atelie UM Studio: diagrama em quatro dimensões, e a evolução dos diagramas.

No penúltimo do oitavo capitulo que trata “da crítica radical aos grupos: arquiteturas da informalidade”, observa a busca de novos modos de ensino da arquitetura, arquitetura e arte, arquitetura para prever e melhorar o urbanismo informal, os herdeiros de Cedric Price na América Latina, arquiteturas coletivas e por ultimo moradias com participação.

No ultimo e nono capitulo que trata das “Arquiteturas do meio ambiente”, como tínhamos mencionado no início deste texto, da importância da contemporaneidade em poder conseguir que neste tema que servem para pessoas comuns e professionais interessados ou pesquisadores, tentamos procurar certa felicidade como indica Smuts, através do nosso comportamento e atitude com relação ao meio ambiente, poder fazer melhor é muito bom, isto nos faz além de corretos com os outros, com o povo, com a sociedade de maneira geral, onde podemos sim criar um mundo melhor, e não só pensar no poder capitalista que merma nossos sentimentos e atitudes.

Goiânia, 3 de julho de 2016.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


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