Nos novos tempos da arquitetura: apófise nos espaços hospitalares.
Jorge Villavisencio.
Ao escrever sobre a importância dos espaços arquitetônicos
dentro dos hospitais, estes têm uma relação direta com a vida das pessoas, não só
das pessoas que estão enfermas, mas de todas as pessoas que trabalham nesse nosocômio,
como médicos, enfermeiras, nutricionistas fisioterapeutas, pessoal auxiliar
entre outros. A verdade que passam muitas horas nesses espaços, é tem que ter
boas condições físicas para que possam fazer seu trabalho de forma adequada.
Temos colocado no nome deste escrito a palavra “apófise” lembrando
que é uma palavra utilizada na anatomia que quer dizer: parte saliente de um osso.
Utilizaremos a palavra apófise de forma metafórica para vários assuntos. Como
da apófise que faz da parte de uma estrutura de um determinado corpo o da extensão
da mesma.
Como sabemos a estrutura de um
determinado edifício faz parte fundamental para suporte da massa desse corpo. Para
“Wölffin sustenta a teoria da expressão da perspectiva na sua afirmação dê que –
a organização dos nossos corpos é a forma que se determina nossa apreensão de
todos os corpos físicos”. (in Arnheim, 2001:167). O
mesmo acontece quando Le Corbusier diz: “O homem e seu mundo que nele construí são
uma unidade indivisível”.
O mesmo que o homem é resultado da natureza, é também do edifício,
os moveis, as maquinas, a pintura, a escultura são consequências do homem. O
homem aumenta seu âmbito de ação, e de sua influência por meio de suas obras, é
das obras a partir do uso, que o homem faz uso delas. Nessa visão romântica deduze
que o homem e sua criação devem ser concebidos como um organismo integrado.
No caso do edifício-hospital os
seres humanos, os enfermos, ou trabalhadores, devem atuar de forma conjunta com
o edifício, como uma forma não só visual, mas também funcional, não interessa a
dimensão (tamanho) do edifício-hospital onde pode estar em contato com o
visitante proporcionando uma limitação de tamanhos, alguns pequenos como para
ser diretamente relacionáveis com o corpo humano.
“Os elementos arquitetônicos de tamanho humano servem de laços
de conexão entre o habitante orgânico e a habitação inorgânica”. (Arnheim,
2001:107).
A apófise da estrutura de um
determinado edifício se refere a como o edifício é sustentado, o que geralmente
(não em todos os casos) assuma a forma da edificação de uma estrutura maciça,
com paredes portantes, ou também com uma estrutura independentes (nas quais o arcabouço
estrutural independe das paredes ou piso da edificação). Sem duvida está
estrutura dá a rigidez ao edifício, é dá a seguridade necessária da própria sustentação.
(Farrelly, 2014:72)
Mas esta apófise representada como a parte alongada de um
determinado corpo, assim como da estrutura que nela sustenta pode criar formas diferentes,
na arquitetura contemporânea se solicita, é muito, a “flexibilidade”, espaços flexíveis
dão a esse corpo uma melhor distribuição, porque notemos que na arquitetura de hospitais
(é também de outras tipologia de edifícios) são cambiantes, poderíamos dizer
que são corpos vivos com vida própria, que através do tempo-espaço vão mudando,
pelas próprias formas de tratamento que nesses espaços de hospitais o
solicitam. A ciência avança a passos agigantados, os processos mudam, para melhorar
a vida dos usuários.
Em uma visão das “Novas Perspectivas de Inovação e Adequação
de Hospitais” que se inicia nos anos de 1984 até 2005 onde fizemos o corte na
linha de tempo da nossa tese sobre hospitais, vimos que ao inovar estamos modificando
alguns patrões, que baixo nosso ponto de vista em que seja factível de superação,
na procura de outras alternativas que permitam programar edifícios de
hospitais. A qualidade de atenção médica, a humanização espacial da arquitetura
proporcionando mais conforto aos pacientes, como também ao pessoal médico,
pensamos que desta forma nos dá “novas perspectivas”, mas com os avanços da
tecnificação, o uso de novos equipamentos médicos de ponta faz que o pessoal
seja altamente qualificado, mas a sua vez torna-se mais competitivo.
Com relação da nova tendencia de “adequação” da arquitetura
de hospitais, pensamos que está mais dirigida a humanização. Lembrando dos diferentes
projetos no Brasil todo com Rede de Hospitais Sarah Kubistchek do arquiteto João
Filgueiras Lima – Lelé (1932-2014), penso que tudo isto tenha uma correlação
médico-paciente.
Também pensamos que tem uma acercamento entre os hospitais
publico e privado na forma de fazer hospitais, é do comportamento dos mesmos,
como estamos vendo, com flagelo do COVID-19, vimos como é necessário contar com
espaços adequados para o controle da infecção intra-hospitaria, porque como
sabemos o controle se dá no combate de espaços e fluxos dentro hospitais, e da
luta constante das Comissões de Controle de Infecção de Hospitais. (VILLAVISENCIO,
2013-102).
Goiânia, 19 de outubro de 2021.
Arq. Msc. Jorge Villavisencio.
Bibliografia:
ARNHEIM, Rudolf: La forma visual de la arquitectura,
Editora Gustavo Gili, Bracelona, 2001.
FARRELLY, Lorraine: Fundamentos da arquitetura,
Editora Bookman, Porto Alegre, 2014.
VILLAVISENCIO, Jorge: La Arquitectura Hospitalaria y su
Evolución Programatica. Tesis de Maestria en Arquitectura: mención História,
Teoria e Crítica, FAUA – Universidad Nacional de Ingenieria, Lima, 2013.
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