Jorge Villavisencio.
A cidade de São Francisco do Sul, pensamos que cumprem de certa forma com o compromisso de seus cidadãos. Estes são alguns pontos que serão discutidos neste texto. Primeiro porque cumpre com seu compromisso cultural e social da população que mora não só na cidade, mais também atinge as cidades adjacentes como Joinville e poderíamos com o Estado de Santa Catarina. No segundo lugar que a afiança a vida dos seus moradores com a “preservação de sua historia” na cidade e seus edificações, assim seu lado turístico fomenta a sua própria cultura.
F.001 – Vista da Bahia de Babitonga.
Fonte: Jorge Villavisencio
A cidade de São Francisco do Sul está situada ao norte do Estado de Santa Catarina na região sul do Brasil. Sua população de aproximadamente de 42 mil habitantes (censo 2010), tem uma área de 493 km 2. Fica nas margens da Bahia de Babitonga.
F.002 – Vista das ruas que dão margem na orla.
Fonte: Jorge Villavisencio
Si bem não é certo que sua fundação é do ano de 1504, que poderia ser a terceira cidade mais antiga do Brasil. Mais no ano de 1553 era habitada por espanhóis por um corto tempo. Também existe que seu descobrimento seja por franceses mais não foi comprovado, então existe uma serie de mistérios desde sua fundação, mais podemos perceber que a cidade como porto que é, ocupa um lugar estratégico entre a capital de Santa Catarina a cidade de Florianópolis com a maior cidade em população do Estado a cidade de Joinville.
F.003 – Imagem do Mercado Municipal.
Fonte: Jorge Villavisencio
O sentido da existência cultural que neste caso São Francisco do Sul, foi provocado pelos sentimentos do povo, e claro das políticas em querer preservar seu espaço. Queremos dizer que sem uma politica coerente para preservar o lugar histórico que afiança seu compromisso, desta forma “A crescente busca de uma arquitetura que tenha resposta nas maiorias postergadas, que seja utilizado de forma inteligente seus recursos tecnológicos para que sejam adequados sem consumismo e de desperdiçar que desta forma se consolide suas manifestações de patrimônio cultural histórico e potencialize respostas aos requerimentos contemporâneos” (Gutiérrez 1998:118).
F.004 – Imagem dos cidadãos, precursores da cidade de São Francisco do Sul.
Fonte: Museu Histórico no Mercado Municipal de São Francisco do Sul.
“Se se pesquisa arte, ligada diretamente a historia e as necessidades anímicas e progresso sentimental, surge-nos como marco zero a sequencia posterior a série de pequenas igrejas, capelas e conventos do mesmo século XVIII, mostrando a evidencia que (quanto ao esforço arquitetônico especialmente), se tira o que foi feito entre 1720 a 1770, nada mais restará que mereça a atenção. Das tentativas de tombamento de grandes notáveis obras que estivessem exigindo defesa contra os estragos do tempo – de parte do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – que pudessem e merecessem ser defendidas...” (in Dantas, 2011:43 – IPHAN/RJ, correspondência a David Carneiro e Rodrigo Melo Franco, 1937).
F.005 – Imagem da Igreja Matriz de São Francisco do Sul.
Fonte: Jorge Villavisencio
Na citação de acima nos parece importante, primeiro que a pesquisa ligada a arte da arquitetura deve ser “exaustiva” desta forma encontra-se a partes ligada a cultura como passado histórico. Segundo entendemos que na época iluminista do século XVIII traz consequências importantes para o resgate da própria cultura dos povos, estes ilustradores dão certo ordem à semântica da palavra desta forma chegamos a um consenso dos acontecimentos. Terceiro o tombamento de diversas obras arquitetônicas – segundo o que explicam “que nada mais restará” – tem extensas considerações que a cada dia redescobrimos seu passado, e talvez nos inspirem na forma de um novo olhar.
F.006 – Imagem das ruas internas da cidade de São Francisco do Sul.
Fonte: Jorge Villavisencio
“Se o bem integrante do patrimônio cultural, assim defendido pela norma constitucional, está em perigo, com risco de destruição, é dever do poder público interferir e protegê-lo [...] Por outro lado, se não há risco atual que ameace o bem, o poder público pode escolher o momento de tombar...” (Dantas, 2011:45).
Aqui podemos estar de acordo com a primeira premissa de que o patrimônio esta dentro a norma de Proteção “constitucionalmente”, mais o momento de tombar seria uma estratégia no controle do patrimônio em especial dos edifícios arquitetônicos, mais de forma lamentável às vezes não funciona, porque temos reparado que edifícios importantes que em sua grande maioria – estão cadastrados mais não tombados, quando se quer tomar as providencias termina sendo muito tarde, dando passo na voracidade de exploração imobiliária.
F.007 – Imagem das ruas com vista na Bahia de Babitonga.
Fonte: Jorge Villavisencio
“Ao tratar a preservação a nível regional, pode-se pensar numa noção mais ampliada do patrimônio edificado, a qual deve permitir explicar e preservar as relações diretamente associadas com seu meio cultural e histórico, bem com seu entorno natural” (Dantas, 2011:147).
Penso que Dantas Navolar explica de maneira sucinta as expectativas e aspirações do povo ao sentir-se protegido das adversidades, sejam este de ordem politico (poder público) ou do poder privado, porque ao final de contas se trata de preservação não só dos edifícios históricos existentes, mais sim da própria cultura relacionada com as verdadeiras aspirações dos povos, desta forma cumpre com suas expectativas que não podem ficar a margem.
F.008 – Edificações Históricas da cidade de São Francisco do Sul.
Fonte: Jorge Villavisencio
Os trabalhos realizados por arquitetos especializados na preservação do patrimônio são de muita importância para a vivencia das experiências passadas, da própria historia que se transforma na cultura do objeto de estudo. Que na realidade estes estudos sobre o patrimônio cultural não só pertencem a um arquiteto, são varias pessoas que se transforma em verdadeiras equipes, onde existe a troca de experiências, ao ter estes intercâmbios geram cognição arquitetônica, pesquisas duradouras que influem nas decisões do futuro promissor. “Talvez essa seja a maneira mais palpável de multiplicar ideias e dividir responsabilidades no enfrentamento de situações que nos chegam, desde o emaranhado mundo das cogitações brasileiras de arquitetura. Senão por isso, pelo menos para afastar-se da imagem do arquiteto solitário, da palavra isolada e sem eco”. (Pereira, 2005:157)
F.009 – Imagem das ruas internas – reparem as calçadas em pedra natural.
Fonte: Jorge Villavisencio
Existe uma diversificação das camadas urbanas que estão relacionadas com seu poder aquisitivo “É claro que as mudanças sociais não ocorrem apenas ao nível da origem da nova aristocracia cafeeira e das suas divergências com a velha aristocracia. Na medida em que se diversificavam a economia, iam ocorrendo também diversificações nas camadas urbanas” (Assis Silva; Assis Bastos, 1976:149).
Esta relação com o poder socioeconômico da população traz consigo uma mudança nos elementos constitutivos das cidades, mudanças nos objetos que são atenuantes nas suas edificações, que marcam o progresso das cidades, emissões que podem ser vistas e valoradas na conformação das cidades. Mais também não queremos dizer que si determinada cidade com carência socioeconômica não se deve ser preservado seu patrimônio cultural, todos os objetos (edificações) do passado deveriam ser preservados sempre quando exista essência cultural, por isso o significado das investigações profundas por parte das organizações que procuram preservar seu patrimônio edificado, que como sabemos que é a cultura, a história das cidades.
F.010 – Vista das ruas internas da cidade.
Fonte: Jorge Villavisencio
Para terminar nos parece importante nas conclusões do encontro do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB sobre: Planejamento, urbanismo e apropriação social na preservação do patrimônio, este foi realizado na cidade de Salvador, Bahia entre o 14 a 17 de maio de 2013 – ARQUIMEMÓRIA 4 ao dizer: “As relações entre gestão, planejamento urbano e preservação do patrimônio. Os instrumentos de política urbana e sua aplicação na preservação do patrimônio. Dinâmica urbana, obsolescência e valorização imobiliária de sítios de importância cultural. Parcerias público-privadas na preservação e gestão do patrimônio edificado. Os megaeventos e seus impactos nos sítios de valor cultural. As políticas habitacionais e a preservação do patrimônio edificado. As relações simbólicas e funcionais estabelecidas entre os diversos grupos sociais e o patrimônio edificado. A participação da comunidade na identificação, conservação e gestão do patrimônio edificado. O papel da sensibilização patrimonial na preservação do patrimônio cultural” (IAB, Salvador, 2013).
F.011 – Detalhe do passeio turístico na cidade de São Francisco do Sul – Santa Catarina.
Fonte: Jorge Villavisencio
Sem duvidas estes pontos que forem selecionados na ARQUIMEMÓRIA 4 nos dão as pautas de como pode-se fazer gestão com eficiência, mais penso que devemos deixar claro que a preservação do patrimônio cultural edificado não só e uma gestão do aparato publico, a participação da gestão privada torna-se fundamental para um melhor equilíbrio nos próprios pensamentos é seu destinos, que nem sempre são valores só econômicos do privado como se pensa, existe uma valorização proeminente do ordem privado, a problemática se da no sentido de como pode-se canalizar estes esforços, pensamos que aos poucos a regras deverão ser mais claras para que estes possam ser trabalhos equilibrados e equitativos com a vida do patrimônio cultural edificado.
Goiânia, 3 de Março de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.
Bibliografia
GUTIÉRREZ, Ramón; Arquitectura Latinoamericana en el siglo XX, Lunwerg Editores, Barcelona, 1998.
DANTAS, Navolar, Jefferson; A arquitetura resultante da preservação do patrimônio edificado em Curitiba, Factum Editora, Curitiba, 2011.
PEREIRA, Miguel; Arquitetura: cultura, formação, prática e politica profissional, Editora Pini, São Paulo, 2005.
ASSIS Silva de, Francisco; ASSIS Bastos, Pedro Ivo; História do Brasil, Editora Moderna Ltda., São Paulo, 1976.
ARQUIMEMÓRIA 4 - Encontro Internacional sobre Preservação do Patrimônio Edificado
Tema central: A dimensão urbana do patrimônio, Salvador – Bahia – Brasil, 14 a 17 de maio de 2013. Instituto de Arquitetos do Brasil. IAB/BA.
www.iab-ba.org.br/arquimemoria4
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