Jorge Villavisencio.
No mês de maio de 2014 foi marcado pela morte de dois grandes mestres modernos da arquitetura brasileira. Os arquitetos João da Gama Filgueiras Lima – Lelé e Miguel Alves Pereira ambos nascidos no mesmo ano de 1932. Gostaria de fazer uma homenagem estes dois arquitetos que derem tanto para seu país nas áreas da politica e da arquitetura, tanto nos seus projetos de arquitetura assim como de seus legados nas teorias da arquitetura.
Pareceria que o ciclo dos grandes pensadores modernos na nossa arte de projetar e construir estivessem terminados, mais não e assim. Claro que na pratica a nostalgia para que conhecessem ao Lelé como a Miguel, fica como se fosse um vazio “interminável”: Lelé com virtude pessoal sem igual, humanista e muito preocupado para seu trabalho da arquitetura social. Miguel homem com uma gentileza e de uma altíssima reflexão na área da teoria, da pratica, e do ensino da arquitetura.
No inicio explicamos que ambos os arquitetos derem legados importantes para o Brasil, sem duvida que foi assim. Mais também ambos arquitetos tiverem alcances internacionais.
Miguel Alves Pereira (1932-2014) que foi participe em diferentes cargos tanto na Federação Panamericana dos Arquitetos – FPAA e da União Internacional dos Arquitetos – UIA. Homem que esteve muito perto das relações com os estudantes e pesquisadores da arquitetura. Talvez que nos anos dos anos 60 e 70 o Brasil vivia um momento muito difícil com a ditatura militar. Mais ele assume o cargo de Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nacional de Brasília – UNB. Sem duvida ao estar mais perto das necessidades dos estudantes, fez como ele tivesse reflexões profundas sobre o ensino. Além, claro da mudança da capital e do momento politico que se vivia por esta parte do continente.
Sua participação como Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB. Como recentemente como Conselheiro Federal do Conselho de Arquitetos do Brasil – CAU/BR. Um ponto importante por sua historia de vida e de luta de mais de 50 anos, em querer concretizar-se, e que por fim se consolide uma representação a nível Nacional por parte de todos os arquitetos do Brasil. Penso que para Miguel ter vivido esse momento foi fundamental, por sua mesma historia de luta em pró das demandas da sociedade, assim como dos arquitetos que somam mais de 100.000. Uma expressão profissional significativa. E incalculável a quantidade de escritos por parte deste mestre da arquitetura, mais sempre como uma crítica que sempre foi aceita pela sociedade e dos arquitetos, às vezes muito duras com nossa profissão, mais era importante que alguém de seu calibre pudesse expressar em forma concreta as realidades. Que não é uma tarefa fácil, porque penso que a ideia dele era de fazer ver com “luz própria” suas percepções e dos possíveis caminhos que a arquitetura poderia ter.
Fonte: Imagem de seu libro Arquitetura: cultura, formação, pratica e politica profissional, Editora Pini, São Paulo, 2005. (pag. 11).
Um fato que marcou nossa amizade, penso eu, que foi por ter obtido Miguel o Premio e Titulo Honorifico do Peruano“Juan Torres Higuieras” pela FPAA. Perú lugar que conhecia muito bem, e teve grandes amizades, sempre comentávamos deste assunto, muitas vezes que ele publicava algo sobre arquitetura, é claro sabendo de meu interesse, me fazia chegar em casa seus livros, seus escritos, suas publicações, seus pontos de vista, tantas coisas que guardo na memoria do mestre Miguel Alves Pereira. Grande amigo, muito sincero, de uma gentileza imensurável.
João da Gama Filgueiras Lima (1932-2014) foi fundador da mudança da capital Brasília, em conjunto com seus amigos o Dr. Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Talvez injustiçado por não promover seu saber de sua extensa obra, mais tenho certeza que depois de sua morte muitos de nos comentaremos e daremos a conhecer de sua obra. É lamentável que despois do desaparecimento da terra, recém se publique sobre o trabalho deste grande mestre da arquitetura moderna. Mais quem conhecemos a Lelé é uma de suas virtudes de simplicidade extrema, que era de não fazer ostentação de seu trabalho, era uma característica dele. Um carisma sem tamanho, em querer explicar não só seu trabalho, mais como deveria ser a arquitetura e urbanismo. Um legado arquitetural que deixa para nos simples mortais, seu digno trabalho. Pesquisemos mais deste grande homem.
Lelé cumpria com o ciclo completo da arquitetura, queremos dizer: que desde o fato de fazer os projetos de arquitetura, assim como de estar presente na concretização da obra, e participar ativamente no canteiro de obra. Que de fato os arquitetos têm perdido através do tempo. Meu maior legado (que em diversas falamos pessoalmente deste assunto), e de como é importante que o arquiteto participe no canteiro de obra. Desta maneira tomei consciência do legado do Lelé.
Gostaria de fazer três prevês comentários sobre o Lelé. Primeiro que no ano de 1991 quando fomos encarregados pela ampliação e reformas do Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás. Lembrava-se de Oscar Niemeyer no seu Livro da “Forma na Arquitetura” (1977), onde dizia: “que si você tem que projetar e construir um hospital necessariamente deveria consultar com Lelé”. Foi consultar com ele, fomos recebidos no seu escritório do Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, e por diversas vezes consultei com ele sobre as necessidades deste importante hospital publico que cumpre na cidade de Goiânia. Lelé fez esta consultoria de forma desinteressada, sem custo algum. Digno da característica dele em querer ajudar aos outros, mais ainda tratando-se de um hospital publico, no qual seu domínio nesta esfera da arquitetura tinha um farto conhecimento. O segundo fato é foi quando estava fazendo meu mestrado em arquitetura (2008-2010) na Faculdade de Arquitetura, Urbanimo e Artes da Universidad Nacional de Ingeniería em Lima-Perú. Cujo tema foi “A Arquitetura Hospitalar”, novamente peço orientações ao Lelé, senti no começo duras críticas para minha Tese, assim como de meu orientador em Lima do Dr. Elio Martuccelli Casanova, teve que redirecionar meu trabalho de dar mais ênfase na parte da humanização e da sustentabilidade do edifício hospital. Novamente com muita inteligência do Lelé me deu oportunidade de conhecer a bela pessoa e tão humana que ele foi.
Coloquei esta bela imagem por reflexa bem o significado que é o trabalho do arquiteto, não só e no escritório, mais também é no “canteiro de obra”.
Fonte: desconhecida (Internet, 2014)
Por ultimo, em ter conhecido ao mestre Lelé a mais de 25 anos, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Secção Goiás, estava realizando a única obra em Goiânia (Sede do IAB/GO.) projeto de Lelé, como conselheiro superior na época deste instituto, e a pedido dos arquitetos Renato Rocha e Haroldo Pinheiro (ambos muito amigos de Lelé) e de John Mivaldo presidente do IAB, solicitarem para colaborar com a obra do Lelé, claro sabendo da importância da amizade e do significado desta obra, colaborei com imenso prazer desta obra (devo esclarecer sem custo para o Instituto), desta forma muitos outros arquitetos de Goiás como Renato Rocha, Luciano Caixeta, Luís Mendoza, souberem colaborar em forma desinteressada do significado desta obra. Lamentavelmente ate hoje a obra não foi concluída, mais por problemas burocráticos, sem prever da importância e do significado desta obra para a cidade de Goiânia. Peso que este se deve resolver logo.
Desta maneira achei (seja de forma superficial) por conveniente fazer de conhecimento publico estes assuntos e de minhas reflexões: relações pessoais e professionais com Lelé.
Sem lugar a duvida, posteriormente faremos outros escritos pormenorizados de suas obras destes dois grandes mestres da arquitetura moderna Miguel Alves Pereira e João da Gama Filgueiras Lima - Lelé, mais está é minha sincera homenagem, e fica registrado para o publico tomar suas conclusões destes singelos fatos, talvez não tenham maior significado para os outros, mais através do espaço e do tempo tenho me preocupado em expressar neste blog, que é publico, em explicar, e de fazer a conhecer os assuntos que fazem parte do conhecimento da arquitetura e urbanismo. Essa é a finalidade.
Goiana, 25 de Maio de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.
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