Jorge Villavisencio.
Quando nos referimos aos frutos que são produzidos com uma adequada e correta “ventilação” dentro e fora dos espaços na arquitetura com suas edificações, ou nas suas cidades, temos que dar-lhe a devida importância, porque eles interferem na forma viver das pessoas. Temos percebido que esta “condicionante” está atrelada a uma boa captação do ar e iluminação. Mais nossas pesquisas indicam que o ar/ventilação/iluminação é as partes que condicionam para que esta se converta que seja boa a arquitetura.
Para a realização de esta investigação temos tomado referentes importantes, claro segundo nosso ponto de vista e da nossa percepção, no qual discorreremos ao longo deste texto. Entre eles está o filosofo francês Michel Foucault, ao professor e pesquisador Luiz Alberto Gouvêa da FAU/UNB.; a arquiteta Maria Elena Merege Vieira da FAU/Mackenzie; ao teórico e pesquisador Francis D. K. Ching; a professora e arquiteta Inés Claux Carriquiry da FAU/San Martin de Porres; o trabalho de mestrado (publicado) pelo arquiteto Armando de Holanda; e por último ao extenso trabalho que foi organizado pela pesquisadora e professora a arquiteta PhD. Marta Adriana Bustos Romero da FAU/UNB entre outros pesquisadores. Sem duvida cada um destes pesquisadores tem uma larga experiência nesta importante condicionante. Aproveitaremos através das suas pesquisas para fazer nossas reflexões.
Toda investigação com valor cientifica se inicia com a pergunta que da base e indica a problemática a ser pesquisada que daremos a conhecer da nossa inquietude: Qual é a importância da “ventilação” para a arquitetura e urbanismo?
Sem duvida, ao largo da historia da arquitetura desde o Tratado de Vitruvio (século I d.C.) indica da importância da “ventilação”, este preceitos forem ditos em seus “Dez Livros”, especificamente no seu Primeiro Livro, no Capitulo Segundo: que trata dos elementos que devem constar na arquitetura; Capitulo Terceiro : que trata dos elementos participantes da arquitetura; no Capitulo Quarto: donde indica que a ventilação é um assunto de salubridade, e da maneira correta da implantação dos edifícios ; e no Capitulo Sétimo: dos lugares dos edifícios de uso comum. Também no seu Sexto Livro no Capitulo primeiro: que fala das condições climáticas e na disposição dos edifícios; no Capitulo Segundo: que trata das proporciones dos edifícios; no Capitulo Quarto: que trata dos aspectos pertinentes das distintas salas. Com isto queremos dizer que Vitruvio em todo momento faz referencia da importância desta condicionante, que através do espaço-tempo se torna fundamental para “poder” perceber de forma clara e transparente si o projeto tem uma boa arquitetura.
“Se define el viento como uma agitación del aire que sopla com los movimentos variables. El viento surge cuando el calor choca contra la humendad y el golpe de su acción hace salir com fuerza y violência del aire”.
(Vitruvio, 1997:81)
Pensamos que ate nossos dias queda muito claro si a proposta arquitetônica a ser construída, como sabemos que é sua “finalidade” de ver a obra construída parafraseando ao mestre João Filgueiras Lima – Lelé (1932-2004), mais quando o outro mestre da arquitetura moderna brasileira ao dizer: “A Arquitetura é antes de tudo construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando determinada intenção” – Lúcio Costa (1902-1998). Então como devemos apropriar da área/terreno ou da cidade o da região, apropriando do lugar com determinada “intenção”, desta forma outorgamos a Vitruvio (com vigência atual), não por ser o primeiro Tratado da Arquitetura, porque ele teve a percepção da importância do significado do que o “ar” representa na criação de edifícios e cidades.
Nos pensamentos contemporâneos de Gouvêa ao dizer: “A ideia central é construir um sistema de espaços livres (caminhos, vias, praças, superquadras, parques, reservas), que gere baixo gasto de energia, baixo impacto ambiental (ecológico) e uma situação de sustentabilidade econômica e social, baseada nas normas internacionais (de transito, no caso de vias) e nos padrões locais e regionais de necessidades e comportamento. Estes espaços, quando relacionados e interligados visualmente, tornam fácil a orientação da malha urbana.” (Gouvêa, 2008:117).
Como podemos apreciar os espaços livres a que se refere Gouvêa se criam através de um “sistema” estes diferentes sistemas se unificam na ideia de preservar e obter mais ventilação, ou ar. Em que se torna fundamental para a ação de construir os espaços, mais com certa visão de necessidades, ou de comportamento de menos consumo de energia faz que a ambientação ou a ambientabilidade se torne mais frutífera, pelo tanto se torna mais sustentável. Mais devemos indicar que este conceito de “sustentabilidade” é um assunto que se torna ou vem tona mais recente, mais no passado sempre esteve presente na melhora desta ambientabilidade que faz parte do processo de construir de forma correta cidades e seus edifícios.
Para Inés Claux define que a “Ventilação é e renovação do ar viciado ao ser substituído por um ar puro e que está em movimento. Um lugar mal ventilado e aquele em que o ar tem diminuído a quantidade oxigênio e tem aumentado à quantidade de carbono.” (Claux, 2005:102). Se determinado lugar ou espaço, além da falta de ventilação os espaços projetados os cheiros ternam insuportáveis e a temperatura aumenta, esto faz que além do mau cheiro, o consumo de energia vai contra dos conceitos contemporâneos de não consumir energia, sem as verdadeiras necessidades. Vai contra dos sistemas de acondicionamento de espaços como também indica Gouvêa.
Holanda (1976) talvez o indique de forma mais clara ao alertar e dizer: “Tentemos apreender a fluência entre a paisagem e a habitação, entre o exterior e interior, para desenharmos portas que sejam um convite aos contatos entre os mundos coletivo e individual”. (Holanda, 1976:27)
A relação espacial entre o exterior e um interior se torna hoje uma maneira de projetar (neste caso os edifícios) de forma mais clara, a visibilidade através destes panos enormes de vidros fazem que se obtenha uma melhor iluminação, mais uma forte maioria se pensa pouco na ventilação e a captação de ar. Em alguns casos são edifícios estancados e ventilados por sistemas de ar condicionado, isto vai contra das novas formas de atuar e de pensar do que é uma arquitetura. Holanda nos indica que temos ter um maior contato entre o individual e o coletivo, não tem como no ser assim, porque a gente ao construir edifícios para uma cidade, uma região, um território, é influencia ao todo, queremos dizer a “todos”, ambiente coletivo tem que ser concordante com as necessidades de todos e não de alguns, que prejudicam o bem-estar dos espaços coletivos.
No extenso livro de Marta Bustos Romero - REABILITA, no capitulo V – que trata da Infra-estrutura para salubridade ambiental o Ph.D Ricardo Silveira Bernardes indica que nas “formas de participação” e articula: “Obviamente, a participação da sociedade não pode ocorrer de um modo descontrolado, e que só conduziria a frustrações desnecessárias... Participação direta da comunidade por meio de apresentações, debates, pesquisas ou qualquer forma de expressar opiniões individuais e coletivas”. (Bustos, 309:2009).
Pensamos que a sociedade não pode estar à margem das necessidades em espaciais “coletivas”, Silveira indica que podem ocorrer “frustrações”. Sem duvida o debate se torna indispensável para poder entender as necessidades espaciais.
A pesquisa se dá em base estes intercambio de opiniões, mais hoje em dia pela falta de credibilidade politica, em querer fazer as coisas com esmeradas e corretas proporções, se tornam ineficazes em sua maioria, talvez seja pelo mesmo desgaste políticos e de credibilidade dos que tratam deste tema, assim como de “falsas promessas” que são vem à tona nas campanhas politicas para a sucessão de politicagem. Credibilidade seria a palavra de ordem, e justamente se dá na base da pirâmide, o debate com as verdades do povo são “supremas”, por que são reais, e são necessidades reais, às vezes de extrema urgência. Pesquisar em base as verdadeiras necessidades dá fundamento social e politico e não a politicagem. Pensamos que teríamos que criar um sistema ou vários sistemas, que sejam mais corretos, para obter condições mínimas de credibilidade social e politica para que podassem consolidar os verdadeiros ganhos a futuro.
Talvez tentando tiver praticidade tecnológica ao nosso tema de investigação, temos a Ching, ao dizer: “A continuidade espacial ou visual entre os espaços adjacentes e algo de todo impossível de não existir aberturas nos planos de fechamentos de um campo espacial” (Ching, 2002: 158).
A técnica ou a tecnologia ao largo do tempo tem tomado mais incremento nas formas de pensar, a forma de projetar pensando mais nos usos dos materiais, e das tecnologias disponíveis se tornam necessárias, isto pode criar mais conforto aos problemas que surgem nas condicionantes que são exigidos no ato projetual. Mais pensamos que poderia ser paliativa, a verdadeira organização espacial se dá ao indicado por Ching, a continuidade de aberturas criando fluxos contínuos de ar e ventilação. Para-nos que vivemos do ato projetual como arquitetos e urbanistas, em alguns casos que não só fatos folclóricos, mais sim reais. Em alguns casos os proprietários das edificações dos nossos projetos, temos escutado, que fica claro a corrente de ar e ventilação que ocorrem nos seus imóveis, e que ficam batendo as portas por excesso deste fato (do ar gerando boa ventilação), pensamos que temos pelo menos preenchido em parte desta importante condicionante ao projetar e construir edificações.
Para o filosofo e pensador Michel Foucault alude que: “E aqui se encontra um velho procedimento arquitetônico e religioso: o cárcere dos conventos. Incluso os compartimentos que se dá a lugar chegam a serem puramente ideais, os espaços das disciplinas é sempre o fundo celular. Soledade necessária do corpo e da alma, de dizia com certo ascetismo, devem ao menos por momentos afrontar só a tentação e a severidade de Deus”. (Foucault, 2009:166).
Foucault toma como referencia analogicamente ao claustro, o claustro em si, nos remete ao ambiente fechado, sem aberturas para o exterior, uma espécie de figuração que tem sentido ao aparte-se do mundo real. Claro, utilizamos este pensamento base filosófica o conceito do “claustro”, onde apartam das realidades. Vejamos quando no ato projetual se afasta o exterior do interior cria certo espaço escuro mau ventilado e iluminado. É como não me importa-se a vida exterior, se só seria forte dentre do claustro. Mais se viver em comunidade é fundamental para o desenvolvimento social, cultural, econômico e politico. Criar espaços que fortaleçam a vida da comunidade – com certo “ar” de boa convivência – favorece a todos. Às vezes se considera necessário tomar certas referencias filosófica que considero importantes como das de Foucault, para chegar a consolidar alguma ideia que se torne permissível e pertinente ao mesmo tempo permeável para pode adjudicar importância. A metáfora sempre esteve presenta na arquitetura, como relação de semelhança do estado ou de possível solução ao determinado problema. O poder da filosofia em poder discorrer e discutir determinadas situações entre o real e o irreal se tornam autossuficientes na comparação, de possíveis novas ideias o de ideais que possam ter correlação a futuro.
No articulo de Maria Merege Vieira – Espaço, Arte e Lugar; indica que: “A arquitetura é uma arte especifica com significado real; ela necessita, na medida do possível, de uma linguagem definida, que serva ao criador e usuário da obra (Merege, 1997:93). A sucessão de experiências adquiridas através do tempo, fazem parte do cotidiano da arquitetura, a historia da arquitetura tem esse poder, é só pensar o indicado nesta primeira parte deste texto é o indicado por Vitruvio. A observação atenta dos nossos projetos ou dos outros, faz que tenhamos experiência projetual, não só nos desacertos ou erros, mais os significados teóricos e projetuais com acertos verdadeiros, o que chamamos desde o inicio da boa arquitetura.
Mais ainda, ao dizer Merege: “Caminhamos aceleradamente para o futuro que também nos espera ansioso e, quase por encanto, já é o presente e o passado, Essa formação de nossa memoria, acúmulo de experiência e contradições em sucessão ininterrupta, precisa ser analisada e relacionada.” (Merege, 1997:97).
O analise na arquitetura através do espaço-tempo é produto da nossa própria historia, uma historia de produtividade espacial, muitos pesquisadores desta arte têm dado para nos, advertências profundas, nas maneiras de projetar e construir edifícios e cidades.
Ser “assertivo” nas produções espaciais e construtivas depende do conhecimento e também da nossa própria experiência adquirida através do tempo. As teorias de arquitetura tem se esmerado em propiciar reflexões que tenham inquietação, pensamos que deve coexistir a arquitetura com esta inquietação, a relação entre a teoria e pratica deve ser cada vez mais analisada como o indica Merege. O futuro é agora, depende de nos acertar nossos canais sensoriais, e também do conhecimento para que tenha a validade “prospectiva” desta forma concretizaremos mais ideais, para que tenham profundeza espacial. As condicionantes na arquitetura e no urbanismo devem ser cada vez mais estudadas, mais pesquisadas, temos até uma obrigação de continuidade espacial de melhora, para o bem dos comuns.
Goiânia, 4 de junho de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.
Bibliografia
FOUCAULT, Michel; Vigilar y Castigar: nacimiento de la prisíon, Editora Siglo XXI, México, 2009.
GOUVÊA, Luiz Alberto; Cidade Viva, Editora Nobel, São Paulo, 2008.
HOLANDA, Armando de; Roteiro para construir no nordeste: Arquitetura como lugar ameno nos trópicos ensolarados, Ed. Universidade Federal de Pernambuco, 1976.
CLAUX, Carriquiry Inés; La arquitectura y el processo de diseño; Ed. Universidad San Marin de Porres, Lima, 2005.
CHING, D. K. Francis; Arquitectura Forma Espacio y Orden, Editora Gustavo Gili S. A., Barcelona, 2002.
MEREGE, Vieira Maria Elena; Espaço, Arte, Lugar, Ed. Universidade Mackenzie, São Paulo, 1997. (pp. 93-97).
BUSTOS, Romero Marta Adriana (Org.); Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística - REABILITA, Ed. Fundação Universidade de Brasília, 2009. Ricardo Silveira Bernardes (pp. 289-343).
VITRUVIO; Los Diez Libros de Arquitectura, (Titulo original: De Architectura), Alianza Editorial, Madrid, 1997.
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