martes, 29 de mayo de 2012

Mindlin: na procura do equilíbrio moderno da arquitetura brasileira

Mindlin: na procura do equilíbrio moderno da arquitetura brasileira
Arq. Jorge Villavisencio

Henrique Ephim Mindlin, nasceu na cidade as São Paulo (1911), graduado na Universidade Mackenzie (1932), Foi um dos promotores do Movimento Moderno no Brasil. Participo nas realizações das exposições no Museu de Arte Moderno em New York em 1943 e 1955.
Edito o prólogo do livro de Sigfried Gideon uma das principais obras do modernismo brasileiro estas previas na construção de Brasília. Penso em retribuição a esto Gideon fez o prefacio do livro de Henrique Mindlin – Modern Architecture in Brasil (1956). Fez dissertações da arquitetura brasileira na Inglaterra e nos Estados Unidos. Foi um dos maiores difusores desse movimento.

F.1 – Edificio Avenida Central (1958-1961) – São Paulo
Fonte: Mindlin (1956)

Mindlin se associo com Giancarlo Palanti e participarem em vários concursos, mais muitos deles ficarem em projetos. Fez varias obras, lembrando o edifício dos três leões na cidade da São Paulo, como também vários de apartamentos a partir de 1951 na cidade de Rio de Janeiro. Morre em Guanabara no ano de 1971. (a)
Sem duvida Mindlin teve influencias de Mies van Rohe, mais tenta encontrar um equilíbrio com a arquitetura moderna brasileira.

Alias Mindlin compreendeu que era interessante evitar uma semelhança muito grande com a arquitetura de Mies van der Rohe e que valia mais procurar um caminho intermediário entre a tradição brasileira contemporânea. (Bruand, 2003:257)

O processo da industrialização nas construções no Brasil, frente da influencia da tecnologia de Norte América com o uso da estrutura em aço e concreto, como sabemos esta iniciada na cidade de Chicago. O uso de grandes panos de vidros em suas obras certifica a influencia mesiana, mais com jogos de tonalidades nos vidro em formas diferentes, onde estes cobriam a ossatura estrutura de seus edifícios, também alguns casos com uso do brise-solei, claro este pensados para minimizar a orientação solar, estes pensados por Le Corbusier – quando “o jogo sábio correto e magnífico dos volumes sob efeito da Luz”. Muitos de seus edifícios nos seus aspectos formais forem utilizados as formas platônicas, dando certo ar de pureza nos seus prismas. Inclusive Mindlin no seu livro afirma sobre as tecnologias aplicas nas suas estruturas em concreto armado, que sem duvida resolve definitivamente em forma e função a verticalidade nas edificações, levando a arquitetura moderna a ser internacional.

O segundo fator foi o desenvolvimento da uma técnica avançada de uso do concreto armado, que resultou no só em estruturas mais leves e elegantes, mais também em uma economia significativa em comparação com custo de construção em outros paises. (Mindlin, 1999:33)

Muitas de suas obras participaram o mestre paisagista Roberto Burle Mark que da este toque especial na suas obras, que completa a imaginação da paisagem brasileira, como sabemos também utilizados em obras importantes de Oscar Niemeyer, em especial na construção na nova capital Brasília.

F.2 – Edificio dos Tres Leoes (1951) – São Paulo – vista
Fonte: Mindlin (1956)



F.3 – Edificio dos Tres Leoes (1951) – São Paulo – planta
Fonte: Mindlin (1956)


F.4 – Edificio dos Tres Leoes (1951) – São Paulo – corte 
Fonte: Mindlin (1956)

Por ultimo no livro de Mindlin apresenta obras de Lucio Costa, Gregori Warchavchik, Rino Levi, Lina Bo Bardi, Sergio Bernardes, Affonso Eduardo Reidy, Oswaldo Artur Bratke, Oscar Niemeyer, João Vilanova Artigas, Jorge Moreira Machado, Eduardo Kneese de Melo, Attilio Correa Lima, Roberto Burle Mark, entre outros, e do próprio Mindlin. Sem duvida todos estes arquitetos que fizerem parte da importante historia da arquitetura moderna brasileira. Deixo claro que o livro de Henrique Mindlin é um importante documento no só para os estudantes e profissionais da arquitetura no Brasil, mais também em outras partes do mundo, em especial para América do Sul.

Goiânia, 29 de Maio de 2012.
Arq. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

GUTIÉRREZ, Ramón (org.); Arquitectura Latinoamericana em el siglo XX , Editorial Jaca Book, Milão, 1996 (p.367-368) (a) Versão em espanhol, Ludwerg Editores, Barcelona, 1998. Texto em espanhol Ramón Gutiérrez. Tradução e Interpretação (espanhol - português) Jorge Villavisencio.

BRUAND, Yves; Arquitetura Contemporânea no Brasil, Editora Perspectiva S. A., São Paulo, 2003.

MINDLIN, Henrique; Arquitetura Moderna no Brasil, Aeroplano Editora, Rio de Janeiro, 1999. {tradução de Paulo Pedreira do livro original: Modern Architeture in Brasil, New York, Reinhold Publishing Corporation, 1956}.

jueves, 3 de mayo de 2012

Arquitetura moderna e contemporânea brasileira: esta pode ser vista desde o exterior.

Arquitetura moderna e contemporânea brasileira: esta pode ser vista desde o exterior.
Critica: Arq. Jorge Villavisencio

No ano de 2004, a Embaixada do Brasil na Colômbia, promove uma exposição da “arquitetura moderna e contemporânea brasileira” na cidade de Bogotá, esta com a participação da Escola de Arquitetura – Escola da Cidade de São Paulo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade dos Andes da Colômbia, esta exposição foi realizada entre o 6 a 24 de Setembro de 2004.


Sem duvida o esforço de levar ao outros paises, em especial na América do Sul, os trabalhos projetuais dentre de alguns renomados arquitetos como Oscar Niemeyer, Paulo Medes da Rocha, Lina Bo Bardi, os irmãos Roberto, claro entre ouros. Mais consideramos importante ressaltar que forem expostas obras contemporâneas como o Edifício Beira Rio (2004) em Recife de Avellar Fernandes Montesuma, o de o Circo Voador (2004) em Rio de Janeiro de DDG arquitetura, da Casa BR (2004) em Rio de Janeiro de Marcio Kogan, o do Terminal da Lapa (2003) em São Paulo do Núcleo de Arquitetura, o do Memorial à Republica em Piracicaba-SP (2002) de Álvaro Puntoni, Ângelo Bucci, Eduardo Ferroni, Pablo Hereñu e Paula Cardoso, o da Estação das Docas (2000) em Belém de Paulo Chaves e Rosário Lima, o do Pólo de Cultura (2001) em Rio Grande do Sul de César Dorfman Arquitetos Associados, o do Edificio Natura (2001) em Cajamar-SP de Roberto Loeb, esto são alguns dos projetos que forem apresentados em painéis, contendo as partes gráficas do projeto, um breve memorial descritivo, e algumas imagens.

Sesc – Pompeia de Lina Bo Bardi (1977-1986)
Fonte: Quadro da Arquitetura Brasileira (2004)

Nos da à impressão ao fazer a seleção destes projetos, teve em conta do que veio acontecendo na arquitetura brasileira nos finais do século XX e inícios do século XXI, nos parece importante, que a apresar que a arquitetura contemporânea é um projeto que se vem consolidando no tempo, muito diferente do que a arquitetura moderna que como sabemos já é um projeto que está consolidado. E mais, nas teorias da arquitetura contemporânea que em alguns livros estas imbuídas às teorias do caos, mais na nossa maneira de ver o grande projeto moderno esta ainda em construção, mais isso é nossa opinião.

Sesc – Edificio Natura de Roberto Loeb (2001)
Fonte: Quadro da Arquitetura Brasileira (2004)

De esta exposição foi editada uma Revista cujo titulo em português e: “Quadro da Arquitetura Brasileira”, em espanhol e: “Panorama de la Arquitectura Brasileña, que na verdade foi a impressão dos painéis da exposição.

Mas consideramos importante o vinculo que se faz a Senhora Maria de Azevedo Rodrigues – Embaixadora do Brasil na Colômbia onde diz “que o Brasil e a Colômbia tem em comum uma das mais importantes modernistas do século – Lê Corbusier...”, sem duvida o mestre Lê Corbusier plasmaria sua obra emblemática no Brasil com os jovens arquitetos brasileiros (Costa, Niemeyer, Reidy, Moreira, Vasconcelos, Leão) e claro do artista plástico Candido Portinari e do memorável paisagista Burle Marx que é a obra do Ministério de Educação e Saúde (1938-1947) de Rio de janeiro, hoje Palácio Capanema, in memoriam ao Ministro Gustavo Capanema da época de Getulio Vargas.

Também o arquiteto Ciro Pirondi da Escola da Cidade-SP onde diz “... que a intenção e levar uma mostra itinerante que possa percorrer as capitais de América Latina”, esto nos parece importante não só pela mostra, mais creia um vinculo “fraternal” com a cultura, que como sabemos a arquitetura também é cultura.
O arquiteto Willy Drews – Decano da Faculdade de Arquitetura da Universidade dos Andes da Colômbia diz: “Mas o outro olho que nos fazia sonhar era o que olhava o Brasil. Os nomes de Costa, Niemeyer, Reidy e os Roberto nos eram familiares e sinônimos de uma arquitetura orgulhosamente formal e descaradamente poética”, mais neste caso hoje queda a duvida “fazia sonhar”, por isso que a arquitetura contemporânea ainda e um provável projeto, que lamentavelmente por agora não faz sonhar.

 
Sesc – Polo de Cultura no Rio Grande do Sul de Cesar Dorfman (2001)
Fonte: Quadro da Arquitetura Brasileira (2004)

Por ultimo Rosa Artigas que em forma brilhante apresenta a poesia de Chico Buarque de Holanda:

“O meu pai era paulista,
Meu avô, pernambucano,
O meu bisavó mineiro,
Meu tataravô baiano,
Estou na estada há muitos anos
Sou um artista brasileiro”

Não queda duvida que a frase seja de poesia pura, nos entrega a nossas mentes a diversidade que o Brasil tem, não tem como unificar um só pensamento – temos diversidade, essa diversidade se da muitos nos projetos arquitetônicos, como podemos apreciar nas obras apresentadas, tanto no passado como no presente, talvez esse opacamente tivesse um desconcerto na ditadura militar (1964-1984), como bem expressa Rosa Artigas, “descontinuidade nos planos brasileiros”.
Mais também devo esclarecer, ou colocar meu ponto de vista, si bem é certo que teve descontinuidade na arquitetura, mais teve em pensamento (sou dessa época) de “espiritu de luta”, esse não conformismo ditos Chico Buarque, Candido Portinari, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Rita Lee entre outros, puderem nos imbuir a novos pensamentos, em que a mudança é necessária.

Como podemos apreciar hoje – momento contemporâneo, que para mi seria a 5ta. dimensão (das outras 4ta. dimensões já conhecidas), que poderia ser o tema “ambientalista na arquitetura”, hoje projetar e construir obras nos canteiros, sem pensar nos problemas ambientais seria também “descontinuidade” na arquitetura e no urbanismo, a sustentabilidade se da no “preservar e cuidar para as gerações futuras” e de essa forma que a arquitetura preservará a memória do nossos povos, penso que a exposição feita “o a fazer tem que ter essa conotação”, pelo bem da sustentabilidade da arquitetura e na forma de fazer cidades, podemos citar como belo exemplo o Edificio Natura (2001) do arquiteto Roberto Loeb, penso que seja fruto destes conceitos.

Goiânia, 3 de Maio de 2012.
Arq. Jorge Villavisencio.

Bibliografia

PIRONDI, Ciro (org.); OTERO, Ruben; PUTONI, Álvaro; RESTREPO, Fabio; Quadro da Arquitetura Brasileira, (titulo em espanhol: Panorama de la Arquitectura Brasileña) Elograf Ltda., Escala, Bogota, 2004.