martes, 10 de noviembre de 2015

Percepções contemporâneas sobre a sustentabilidade ambiental.

Percepções contemporâneas sobre a sustentabilidade ambiental.
Jorge Villavisencio.

Com o passar do tempo temos percebido sobre a necessidade de tomar mais “consciência” sobre a preservação e sustentabilidade ambiental.

Mais já existem certos conceitos que fazem parte da sustentabilidade.
Que é desenvolvimento sustentável?

“O desenvolvimento sustentável: é que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras, em satisfazer suas próprias necessidades.” (Edwars 2008:20)

Mais onde se inicia a politica mundial sobre a sustentabilidade ambiental?

Para poder entender os possíveis caminhos a seguir, é necessário conhecer um pouco da historia sobre este tema. Consideramos que uma historia sobre este tema é recente, foi no ano de 1968 – no Clube de Roma que se fala sobre a sustentabilidade ambiental. No ano 1972 se inicia a Primeira Conferencia nas Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento na cidade de Estocolmo. E no ano 1987 no Conselho Mundial de Meio Ambiente (CMMAD) onde se adota o “conceito e desenvolvimento” sustentável no Relatório de Brundtland. Que esta de acordo ao que citamos no inicio conceitual deste texto dito por Brian Edwars.

Tanto assim que na Constituição Federal do Brasil no Art. 225 indica: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como o uso comum equilibrado e essencialmente sadio com qualidade de vida...”.

Desta forma pensamos em algumas considerações básicas em que a sustentabilidade se da se pelas exigências culturais, sociais e econômicas das regiões, para isto é necessário que as estruturas ambientais existentes, o a ser implantadas, tenha a seguintes considerações básicas:

1. Implantação e manutenção para que estas gastem menos energia.
2. Gerar o mínimo de impacto ecológico.
3. Gerar o conjugar consenso na população das necessidades de proteção aos temas ambientais.

Para Gouvêa indica que se devem abordar estes três pontos dentro dos pensamentos urbanos que são a: Orientabilidade, Centralidade e Diversidade, consideramos fazer algumas reflexões sobre isto.

Orientabilidade

“Construir arranjos espaciais que facilitem a orientação e acessibilidade aos principais pontos da malha urbana. Procurar na historia ambiental ecológica urbana local e regional, elementos para compor o sistema de orientação urbana “vegetação, edifícios históricos, relevo, traçado monumentos” (Gouvêa 2008:80-84)
Pensamos que na arquitetura e urbanismo esta baseada nas questões espaciais o de cognição do espaço, sempre foi assim, porque a historia da arquitetura é, antes de mais nada e essencialmente, a historia da concepções espaciais. (Zevi. 27:2009 {1984}), claro não poderia ser de outra maneira, porque nas questões ambientalistas e mãe natureza da base a o dito na Carta de Atenas 1933, “sol, espaço e vegetação”.

Centralidade

“Organizar a cidade de forma que possua uma hierarquia de centros, tendo um o mais como principal (Gouvêa 2008:82), restringindo o uso do automóvel em favor do transporte coletivo e dos transportes limpos: bicicleta, veículos elétricos, e o caminhar pela cidade”.

A organização espacial e a pedra angular para o desenvolvimento correto da cidade pareceria que o ser humano vai encontra desta corrente, para desorganizar, a vida em si dos seres, que é: nascer, crescer, reproduzir e morrer, e desta maneira que somos, e desta forma nos organizamos (a vida) numa sequência ate lógica que nos da à natureza.
E evidente que a cidades de grande porte não seguram mais este desconforto da mobilidade da cidade, que é um principio da modernidade por isso os urbanista temos que estar a favor do transporte de massa e dos “transportes limpos” como sinala Gouvêia.

“Evitar o abandono os centros antigos, renovando, revitalizando e/ou seus espaços, inclusive para o espaço residencial”.

Penso que o abandono gera decadência, é o arquiteto e urbanista como conhecedores do espaço, tem que ser implacável contra o abandono, já que uma das maiores ferramentas que tem esta profissão é a “criatividade”. Por isso renovando e revitalizando estamos resgatando nossa historia (elementos primários), como também nossa identidade local e regional.

Diversidade

“Criar uma malha urbana o mais diversificada possível. Incentivar o uso residencial, procurar conjugar a moradia térrea, geminada, de um o mais pavimentos, com a habitação coletiva sobreposta ou de media ou grande altura, criando variedade forma e estética”

Penso no primeiro lugar que o urbanismo contemporâneo não fixa um só Centro Urbano ( a menos que seja o Centro Histórico – como identidade histórica urbanística, que claro deve ser preservada), ele tem vários centros criados pela mesma população – sociedade, e saber conjugar estes vários “Centros” como as questões residenciais no e uma tarefa fácil, porque a arquitetura e o urbanismo e “complexa” – e penso que sempre será assim – entender ou re-entender as questiones espaciais nos diferentes graus de influencia.

Sem lugar a duvida este tema sobre a “sustentabilidade ambiental” tem muitos outros pontos a colocar, como desafios e de suas ações praticas. Que são assuntos que abordaremos posteriormente.

Goiânia, 10 de Novembro de 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografias

EDWARS, Brian; Guía Básica de Sostenibilidad, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2008.

GOUVÊA, Luis Alberto; Cidade Viva: Curso de desenho ambiental urbano, Editora Novel, São Paulo, 2008.

ZEVI, Bruno; Saber ver a arquitetura, Editora Martins Fontes S.A., São Paulo, 2009.

http://jvillavisencio.blogspot.com.br/2010/04/sustentabilidade-urbana.html



miércoles, 14 de octubre de 2015

A visão da arquitetura contemporânea da UNSTUDIO.

A visão da arquitetura contemporânea da UNSTUDIO.
Jorge Villavisencio.

Neste breve texto faremos algumas reflexões sobre a produção do ateliê de arquitetura da UNSTUDIO. Este escritório de arquitetura tem sido nomeado por vários outros escritórios e arquitetos como importante pela forma de projetação (método de trabalho) de seus edifícios e das propostas que achamos pertinentes pela percepção com a contemporaneidade.

Sem duvida um de seus projetos importantes foi o edifício do Museu da Mercedes Bens (2001-2006) na Alemanha, assim como Pavilhão Living Tomorrow (2000-2003) na cidade de Amsterdam, nos países baixos, entre outros.

A001 - Museu da Mercedes Bens (2001-2006) – Stuttgart.
Fonte: Betsky, 2009:73.

O escritório de arquitetura da UNSTUDIO se encontra nos países baixos na Holanda e tem escritórios em China e Japão, é tem com arquiteto principal Ben van Berkel que deu origem ao escritório. Sua sócia-fundadora é a arquiteta Caroline Bos, assim como seus colaboradores sênior Harm Wassink, Gerard Loozekoot, Astrid Piber entre outros.

Chamou-me a atenção que no livro de Aaron Betsky onde diz: “A posição da arquitetura no início do século XXI é controverso e, por consequência, a forma dos edifícios que pretendem exprimir um significado é com frequência afetada. Se se pretende que um edifício seja bem sucedido, tem que ser um monstro: algo impossível de reconhecer, animalesco, e, no entanto vagamente familiar, como se tivesse emergido do mais profundo do nosso inconsciente”. (Betsky, 2009:7)

A002 – Pavilhão Living Tomorrow (2000-2003) – Amsterdam.
Fonte: Betsky, 2009:61.

A arquitetura contemporânea de por sim, sempre será controversa, até porque está aderida na “teoria do caos” (visão contemporânea), que é muito diferente da arquitetura moderna, que era algo que foi reconhecida por efeito no que foi construído no espaço-tempo, o racionalismo sempre esteve presente na maneira de projetar seus edifícios e cidades.

Mais consideramos que a arquitetura contemporânea tem muita espacialidade (em parte) que vem da arquitetura moderna. Alguns pensam que esta terminada, que é uma época do passado, mais nos pensamos que “ainda” levamos muitos assuntos em comum. É mais, na arquitetura nada é descartável a menos que sejam produtos mal feitos. Por isso estamos de acordo com Niemeyer ao dizer: que a arquitetura é boa o é ruim, isso não tem nada ver com a época que foi construída.

Outro assunto colocado na citação de Betsky, ao dizer que a obra “exprime um significado”, nem sempre é assim, não necessariamente a obra tem que ter um significado. Em alguns casos poder ter, outras vezes não. Si pensamos na forma visual da arquitetura “Desde o exterior, a arquitetura nunca está só. Está rodeada por outros edifícios, paisagem e espaço desocupado, uma obra arquitetônica depende de um todo, de suas dimensões visuais – tamanho, forma, textura, cor, orientação espacial, etc. – seu meio”. (Arnheim, 2001:76)

A003 – Subestação Elétrica (1997-2002) – Innsbruck.
Fonte: Betsky, 2009:49.

“Para criarem estes edifícios, van Berkel e Bos dependem da tecnologia da informática e de construção que permite que suas formas apresentem fenômenos complexos que se erguem para além da simples representação de forma, função ou contexto”. (Betsky, 2009:7)

Hoje a tecnologia esta cada vez mais presente na maneira de projetar e construir. Analisemos o primeiro ponto na citação de acima. A tecnologia da informática ou uso do computador se torna indispensável, mais ainda com formas complexas, mais devemos entender que é uma importante “ferramenta” e nada mais, o uso desta ferramenta auxilia ao arquiteto na maneira de entender melhor suas propostas. Mais de nenhuma maneira esta ferramenta projeta por si só. Deve existir pensamentos (ideias e ideais) estes podem ser em um simples croqui ou maquete de estudo, onde está em todos estes elementos de projetação que se baseiam nos conceitos/partido arquitetônico em atenção nas condicionantes que todo bom projeto deve ter como mínimo.

A004 – Tea and Coffee Towers (2001) – Alessi.
Fonte: Betsky, 2009:13.

Sobre o segundo ponto que trata da tecnologia construtiva, hoje em dia os adiantamentos sobre a forma construtiva e da extensa quantidade de materiais disponíveis tem colaborado, é muito, “...uma importante contribuição a sociedade – principal cliente da área tecnológica –, a medida que orienta os profissionais, docentes, estudantes na prática da boa tecnologia, levando mais qualidade de vida a população”. (Hirschfeld, 2005:13).

A005 – Escritórios La Defense (1999-2004) – Almere, Paises Baixos.
Fonte: Betsky, 2009:13.

Segundo Betsky sobre a forma de projetar da UNSTUDIO, onde diz “O outro efeito obtido pela abordagem da UNSTUDIO foi o de desenterrar forças que estão latentes ou escondidas no nosso mundo e transformá-las em forças reconhecíveis”. (Betsky, 2009:11)

Entendemos que é um pensamento que vem de Platão ou platônico, onde explica que as “formas puras” são reconhecíveis desde nossa infância, o cubo, o cilindro, a pirâmide, a esfera, facilita nossa percepção sobre algo ou artefato, nossa mente faz a leitura, porque reconhecemos essas formas.

A006 – Villas na Água (1999-2001) – Almere, Países Baixos.
Fonte: Betsky, 2009:53.

Estas formas forem muito utilizadas por grandes arquitetos modernos como Frank Lloyd W., Mies van der Rohe, Paulo Mendes da Rocha, Vilanova Artigas, Niemeyer, Le Corbusier. Mais no presente temos Jaques Herzog e Pierre de Meuron com sua estética da simplicidade, Álvaro Siza, Dani Karavan que transforma a sua arquitetura em escultura, Alessandro Mendini de pensamento desconstrutivista, Wiel Arets com a força das regiões, Werner Sobek e seus high-tech ecológicos, de Francisco e Manuel Aires Mateus com seus cubos simples e brancos ofuscantes, de Rick Joy com uso de materiais e personalidade local, e tantos outros arquitetos contemporâneos.

A007 – Casa de Chá sobre um Bunker (2004-2006) – Vreeland, Países Baixos – vista lateral.
Fonte: Betsky, 2009:53.

“Em um futuro próximo, a cidade sofrerá por certo transformações maiores e mais rápidas do aquelas ocorridas no passado. Pode acontecer que os métodos até agora experimentados permitam manter o passo com os acontecimentos e inverter o processo de desintegração do nosso ambiente, como conseguiu parcialmente até agora” (Benevolo, 2009:790)

A008 – Casa de Chá sobre um Bunker (2004-2006) – Vreeland, Países Baixos – vista frontal.
Fonte: Betsky, 2009:53.

Para finalizar o processo da arquitetura contemporânea ainda se encontra em processo de construção, não temos nada definido, mais sem duvida temos que acompanhar nosso tempo, assim como nos indico o mestre do século XX – Le Corbusier.

Mais estamos de acordo “Técnicas e materiais mais avançados, se bem empregados, podem contribuir para tornar a arquitetura mais sustentável” (Montaner, 2013:163), penso que na citação de Montaner pode-se tornar em uma “quinta dimensão” de uma arquitetura/urbanismo com visão sustentável, ambientalista e mais humana.

Goiânia, 14 de Outubro de 2015
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

BETSKY, Aaron; UNSTUDIO, Ed. Taschen, Köln, 2009.

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Ed. Gustavo Gili {1978), Barcelona, 2001.

HIRSCHFELD, Henrique; A construção civil fundamental: modernas tecnologias, Ed. Atlas, São Paulo, 2005.

BENEVOLO, Leonardo; História da Arquitetura Moderna, Ed. Perspectiva, São Paulo, 2009.

MONTANER, Josep; A modernidade superada: Ensaios sobre arquitetura contemporânea, Ed. Gustavo Gili, Barcelona, 2013.


lunes, 5 de octubre de 2015

Os paradoxos conceituais da arquitetura contemporânea.

Os paradoxos conceituais da arquitetura contemporânea.
Jorge Villavisencio.

Esta ideia dos contrários se pensa que está presente na forma contemporânea na maneira de fazer arquitetura. Queremos dizer, que através deste texto veremos, é faremos, algumas reflexões sobre este tema que poderá ou não apresentar algumas sugestões na maneira de fazer arquitetura.

O termo “paradoxos” definimos: que é o oposto do que alguém pensa ser a verdade ou o contrário a uma opinião admitida como válida. Um paradoxo consiste em uma ideia incrível, contrária do que se espera. Também pode representar a ausência de nexo ou lógica.

Para Montaner “O pressuposto moderno e produtivista segundo o qual – toda obra deve ser nova” (Montaner, 2013:145) – sem duvida na maneira que projetamos nos nossos desenhos queremos fazer diferente, ou inovar algo novo de maneira que não se repita (no possível) as formas de produção tectônica, mais consideramos ter alguma “sutileza” espacial para poder fazer esse diferente, mais como ficam seus conceitos? Eles mudam também?

Penso que não, porque determinados conceitos são arraigados desde nos inicios da vida profissional algo abstrato tantas vezes confirmado nas nossas mentes que são difícil de desvincular, a menos que sejam conceitos que não derem certo, é por necessidade tem que fazer descarte, das nossas ideias.

A procura por algo novo existe sim, mais conceitos que são latentes de forma projetual não se desvinculam – assim por assim, mais bem se aprimoram com o passar do tempo e do espaço.

Lembramos muito bem da palestra (2013) que assistimos do arquiteto brasileiro Álvaro Puntoni, onde dizia que alguns conceitos que estão presentes nos seus projetos “é de tentar levar algumas gentilezas urbanas nas suas edificações”. Então, estes conceitos não são sempre abstratos, são sensíveis a nossa percepção. Mais não podemos descartar nada – pensar de maneira abstrata e utópica pode ser esse diferente como temos enunciado no inicio deste texto, são ferramentas que colaboram com o espírito criativo dos arquitetos.

Na semântica da palavra “paradoxo” vem do latim (paradoxum) e do grego (paradoxos). O prefixo “para” quer dizer contrário a, ou oposto de, e o sufixo “doxa” quer dizer opinião. O paradoxo muitas vezes depende de uma suposição da linguagem falada, “visual” (que é o caso da arquitetura) ou matemática, porque modela a realidade descrita.

O conceito de “doxa” – uma opinião formada sobre determinado espaço pode criar um sentimento visual como o explica Arnheim: “...mais tem algo que se pode ou deve contar como condição constante. Esta posição produtiva de SER contra CHEGAR a ser é particularmente valiosa para a vida de um ambiente criado pelo homem.” (Arnheim, 2001:116)

Este estado filosófico da frase de Arnheim deixa certos conceitos – a pensar “o qué este edifício queira ser”, qual é seu vinculo espacial de esse chegar, como poderemos explicar isso?
Sem duvida não é uma tarefa fácil, filosoficamente não tem uma resposta concreta, mais vislumbramos vários e certos caminhos de possibilidades infinitas. Na minha maneira de ver estes campos infinitos de possibilidades que são e vem das “artes” de projetar espaços.

Mais temos que ter cuidado de não esquecer o passado a “memoria” a “identidade” que são elementos constantes da vida correta e sensata de fazer edifícios e lugares urbanos. “Isso gera algumas perversões, como a modernidade socialmente congelada em Brasília, a modernidade tecnologicamente remendada da Unité d´Habitation de Marselha de Le Corbusier...” (Montaner, 2013:145).

Este sentido de “pertinência” está intimamente ligado ao espaço, são elementos promissores de relações do passado-presente, “... o sentido de pertinência tem uma profunda relação com o homem, e seu entorno. Este sentido pertinência tem dimensão social e coletiva. Por tanto transcende o homem no seu individual... O sentido de pertinência pode-se manifestar em testemunhos culturais tangíveis (materiais) ou intangíveis (espirituais). (Gutiérrez, 1996:110)

Também no sentido epistêmico – que é a própria filosofia ou teoria do conhecimento tem percepções variadas, a arquitetura está dentro das ciências sociais aplicadas, “Não tem sido fácil levar a ciência sociais pelos caminhos das ciências, estes estão localizadas entre a filosofia e ideologia. (Bunge, 2004:145).

Pensamos que ao ser paradoxo – percebemos de forma diferenciada nossas formas filosóficas de percepção dos objetos, ao longo da historia da arquitetura, desde o primeiro tratado da arquitetura do século I de Vitruvio, temos tentado entender na maneira correta de fazer arquitetura, mais como dizia Le Corbusier “a arquitetura tem que ter o espirito do nosso tempo” talvez esse conceito do paradoxo, penso que colabora em entender o contrario dos objetos sejam edifícios ou lugares.

“A toma do partido por uma eterna criatividade, que surge a cada dia e a cada instante está ligada a própria arte.” (Venturi, 2004:) Pesamos que a arte detenha constâncias e inconstâncias, assuntos que se pode explicar de forma clara como é das “condicionantes” que levam a criar uma espacialidade correta e clara, ao final tem que ser atendidas a contento. Mais “ser” paradoxo contribui para a formação de ideias incríveis, contrária do que se espera.

Goiânia, 5 de Outubro 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

MONTANER, Josep Maria; A modernidade superada: Ensaios sobre arquitetura contemporânea, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2013.

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili, {1978}, Barcelona, 2001.

GUTIÉRREZ, Ramón; Arquitectura Latinoamericana en el siglo XX, Editoriale Jaca Book, Milano, 1996.

BUNGE, Mario; Epistemología, Editora siglo XXI, Barcelona, 2004.

VENTURI, Lionello; Historia de la crítica de arte, Random House Mondadori S. A., Barcelona, 2004.



domingo, 31 de mayo de 2015

Orientações do TCC/TFG em arquitetura e urbanismo.

Orientações do TCC/TFG em arquitetura e urbanismo.
Jorge Villavisencio.

O presente texto tratará de explicar alguns fatos sobre o tema das orientações do TCC acadêmicas das faculdades de arquitetura e urbanismo, Temos tomado como referencia alguns Anais da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura – ABEA.

Sem duvida as discussões realizadas nos diversos Seminários Locais e Nacionais assim como dos Cadastros de projetos de pesquisa e dos projetos de extensão de professores, ate os Encontros Nacionais sobre Ensino de Arquitetura – ENSEA, nas Amostras de Produção de Alunos de Arquitetura e Urbanismo, como das Praticas Pedagógicas no Ensino de Arquitetura e Urbanismo, dentro das Diretrizes Curriculares e da experiência das praticas em ambiente profissional e técnicas retrospectivas servem como base de apoio para poder abrir certas prováveis reflexões sobre esta temática que ao final trataremos de abrir certas discussões e pensamentos que poderá (assim pensamos) de levar para seus locais acadêmicos pontos de vista para abrir novos espaços dissertativos em suas comunas.

Mais devemos explicar que o texto matéria destes pensamentos são apenas uma pequena parte da complexidade do que é a academia da arquitetura e urbanismo.

Vamos a discorrer mais sobre os trabalhos acadêmicos sobre os trabalhos de conclusão do curso de arquitetura e urbanismo. Muito dos trabalhos que forem pesquisados para a redação deste texto foi do arquiteto e professor Joao Whitaker Ferreira (UNITAU), que trata do “Trabalho Final de Graduação Coletiva”.

Como sabemos o Trabalho de Conclusão do Curso alguns chama de TCC outro de TFG, que na realidade é uma atividade exigida aos alunos de arquitetura e urbanismo (neste caso os bacharelandos) que é um acordo das diretrizes curriculares promulgada pelo Ministério de Educação.

Achamos muito interessante a proposta de Whitaker para que orientação se torne “coletiva” onde analisa dois aspectos a “obrigatoriedade e a integralização” do curso, assim como das problemáticas dos professores que integram a banca examinadora que venha de outras escolas/lugares para cumprir como a obrigatoriedade que às vezes não se conta com os meios econômicos suficientes para realização deste ato.

Mais devemos ressaltar que na academia da arquitetura e urbanismo em muitos casos são muito diferentes de outros cursos/profissões, que na maioria são trabalhos de pesquisa pura que terminam sendo “artigos científicos”. Assunto muito diferente do que é arquitetura e urbanismo, já que estes trabalhos de TCC ou TFG têm claramente duas partes, a primeira que trata do “caderno teórico” que é o embasamento para a segunda parte que é os projetos arquitetônicos ou urbanos, claro entendemos que este demanda muito mais tempo que em outros cursos, porque não são é a própria discussão das teorias do caderno mais que se conclui em um projeto arquitetônico ou urbanismo que passa a ser realizado em forma concreta, pelos menos é nossa experiência que temos percebido, claro entendemos que são trabalhos acadêmicos para cumprir como a vida do estudante, mais a banca examinadora deve perceber que o projeto de arquitetura poderá ser realizável – como convicção finalizadora do próprio trabalho.

Outro dos pontos que faz Whitaker é que comumente o aluno escolhe seu professor/orientador para seu TCC, “Com orientação individual, é forte a identificação criada entre o orientador e o trabalho de seus orientandos” (Whitaker, 1998:83). Sobre isto gostaria de colocar o que achamos, e ate certo ponto concordamos com Whitaker, já que se pensa que o professor/orientador se sente responsável sobre seus orientandos, e que em certa forma pode ate interferir nas decisões de como será o projeto. Mais pensamos quem realiza o trabalho é o acadêmico, e não pode ser responsabilizado o orientador. Mais muitos dos orientadores se sentem como si fosse eles fizerem o projetos, isto e ate uma pratica de pensamento comum dentro da vida acadêmica. Mais devemos ressaltar de quem é responsabilidade e do aluno e não do orientador.

Mais hoje na pratica é diferente já que na maioria das escolas de arquitetura e urbanismo, um (1) professor/orientador se designam ou solicitados por vários alunos de TCC para que estes sejam orientados, ate consideramos que é uma pratica não muito eficiente por dois motivos.

O primeiro e que a quantidade de alunos que tem o orientador/professor para orientar os trabalhos de TCC, em alunos casos pode ser ate exagerado essa quantidade que dificulta por um prazo curto ate menos de um ano para realizar seus trabalhos, si pensamos que é um tempo considerável, mais o que se designa na sua maioria poucas horas semanal para poder orientar, e não só e o tempo/prazo e a quantidade de horas, e a quantidade de alunos. Pensamos que uma das alternativas poderia ser por “temáticas” – sejam estes pela própria experiência do professor na sua área de atuação, seja esta acadêmica, ou na vida profissional, desta forma poderia ser mais solicita a orientação, que pode ser concebida pela “dinâmica” acadêmica, assim desta forma as propostas poderão ser absorvidas pelo grupo de acadêmicos pela temática que é comum a todos, ate uma forma de intercambio de ideais e opiniões sobre o tema/projeto a ser desenvolvido.

O segundo motivo é pela falta de entendimento de como se prepara um trabalho de TCC em arquitetura e urbanismo, como tínhamos explicado anteriormente não só e um trabalho teórico que deve ter o caderno, como sustentação da segunda parte que é o projeto arquitetônico ou urbanístico.

Na proposta de Whitaker seria que para cada aluno teria 10 professores/orientadores, como pratica pedagógica. Desta forma esses alunos passariam pelas diferentes visões/percepções de cada professor, claro como propõe ele num tempo determinado de 30 minutos: Achei interessante porque esse acadêmico poderá absorver maior/melhor conhecimento pela experiência desta quantidade de orientadores. Mais também poderá tirar o peso do único professor/orientador. Porque temos que entender que o único responsável pelo trabalho acadêmico e o próprio aluno e não o professor.

Para terminar consideramos que as propostas apresentadas neste texto, não são as únicas, a verdade que teria que ter outras varias propostas, para uma melhor percepção acadêmica, que nem sempre poderia seria a melhor. A ideia e levar a discussão este tema tão importante na vida acadêmica dos estudantes, dos professores, e claro a Instituição de Ensino, porque estamos de acordo que é importante levar a qualidade máxima necessária para que na pratica profissional esse novo arquiteto e urbanista possa levar seu trabalho com a qualidade esperada para a qual se preparou. Talvez muitos dos nossos leitores não concordem com as propostas, mais para nos consideramos levar novos pensamentos, que provoque certa reflexão, esse é a nossa intenção.

Goiânia, 31 de Maio de 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio


Bibliografia

Vários Autores; Anais do XV Encontro Nacional sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo, Volume 20, Editado pelo ASBEA, Campo Grande, 1998.

PINHEIRO, Ferrari Antônio Lucio; Como pensar, como fazer o ensino na criação do espaço na arquitetura, Monografia – PUC-Goiás, Goiânia, 1999.

GIL, Antônio Carlos; Didática do Ensino Superior, Editora Atlas, São Paulo, 2007.

PIMENTA, Garrido Selma, ANASTASIO, Camargo, Léa das Graças; Docência Universitária, Cortez Editora, São Paulo 2002.

CARRIQUIRI, Claux Inés: La Arquitectura y el proceso de diseño, Ed. Universidad San Martin de Porres, Lima, 2005.

VILLAZÓN, Rafael (org.); La forma del proyecto: Enseñar y Aprender a Proyectar, Volumen 05, Ed. Universidad de los Andes, Bogotá, 2011.

UNWIN, Simon; Exercícios de Arquitetura: Aprendendo a pensar como arquiteto, Editora Bookman, Porto Alegre 2013.

FARRELLY, Lorraine; Fundamentos da Arquitetura, Editora Bookman, Porto Alegre, 2014.




martes, 21 de abril de 2015

A escolha da temática: trabalho de conclusão do curso em arquitetura e urbanismo.

A escolha da temática: trabalho de conclusão do curso em arquitetura e urbanismo.
Jorge Villavisencio

A através do tempo temos percebido das dificuldades por parte dos estudantes de bacharelado em arquitetura e urbanismo na escolha da temática que serão desenvolvidos para o Trabalho de Conclusão do Curso, devemos indicar que é um pré-requisito das faculdades de arquitetura e urbanismo para obtenção do titulo de Arquiteto e Urbanista que posteriormente será registrado no Conselho de Arquitetura e urbanismo – CAU.

Sem lugar a duvidas falar deste tema tão importante para os futuros arquitetos e urbanista poderá de alguma forma de facilitar alguns assuntos que são pertinentes para a escolha do tema.
Temos tomado algumas referencia bibliográfica para poder escrever sobre este assunto, como de Juan Antonio Ramírez – no seu livro “Cómo escribir sobre arte e arquitectura”; José Paulo Pietrafesa e Odiones de Fátima Borba – “Do contexto ao texto: desafio da linguagem cientifica”; do mestre Le Corbusier – “Mensagem aos estudantes de arquitetura”; Luis Piscoya Hermosa – “El processo de la Investigación Científica”; Claus Moller – “O lado humano da qualidade”; entre outras referencias que penso que são importantes para o desenvolvimento do presente texto, com caráter cientifica.

A primeira pregunta que vem na mente: Que temática se deve escolher?

Esta pregunta termina sendo muito personal, já que cada um tem uma livre escolha para o processo da pesquisa e posteriormente a entrega de seu projeto. Mais ao longo deste texto poderá ajudar para a escolha do tema.

Algumas perguntas iniciais que cada um se deve fazer: Quem escreve?; Que pensam do assunto a ser tratado?; Quais são seus sentimentos globais sobre a vida, e da disciplina em particular?; A que publico se dirige seu trabalho?
(Ramírez, 1996:13)

É ate fácil de responder as preguntas feitas por Ramírez, mais não é assim, primeiro porque se deve ter o cuidado na seleção das respostas, uma vez feitas às escolhas na pode se dar marcha ré, já que poderia comprometer toda a pesquisa e sua intenção de seu projeto. Sabemos que a arquitetura e urbanismo esta cheia de “intenções” – que na realidade é a parte de seu ser, de seu sentimento, como o explica Le Corbusier:

“Ela é desenhada por valores espirituais originários de um estado particular da consciência e por fatores técnicos que asseguram a materialização da idéia, a resistência da obra, sua eficácia, sua duração”.
Consciência=razão de viver= o homem.
Técnica=tomada de contato do homem com seu meio.
Produto de estudo: a técnica.
(Le Corbusier {1943}, 2005:35)

Pensamos, que este estado “particular da consciência” está relacionado à própria escolha do tema, primeiro porque em nossa opinião o tema eleito tem a ver com seu estado de espirito, algo que está aderido a nossa própria personalidade, uma sensação de uma dialética de familiaridade com o tema, algo que nos põe no nosso próprio interior – poderíamos definir: algo que gostamos, é que gostaríamos de desenvolver, neste caso o tema de arquitetura e urbanismo.

Segundo, as Escolas de Arquitetura e Urbanismo deixam claro que a escolha do tema deve ser por parte dos alunos, algumas escolas tem algumas linhas de investigação: como exemplo na área de arquitetura escolar, área relacionada à cultura: bibliotecas, centro de cultura, teatros, cinemas, centros de arte e outros, edificações habitacionais ou multifuncionais, centros administrativos de diversos tipos, hospitais ou unidade de saúde, projetos de intervenção de edifícios históricos, requalificação de projetos urbanos e paisagísticos, projetos de tecnologia e esportes, na área de edifícios e espaços urbanos com visão de sustentabilidade, projetos de arquitetura de interiores Luminotécnico e de sonorização, e tantos outros que poderão ser desenvolvidos.

Mais sem duvida a escolha do tema a ser desenvolvido no seu projeto tem uma relação de “empatia” com seu próprio espirito (inteligência emocional), sua própria sensação de querer saber mais sobre o tema de sua eleição. Também se exige um conhecimento básico sobre o tema de eleição, pode ser inclusive um tema que foi desenvolvido ao longo da vida acadêmica, em especial das disciplinas de projeto arquitetônico e de projeto urbanístico.

Mais estamos de acordo com classificação das diferentes tipologias de edifícios ou edificações penso que o arquiteto e professor Edgar Albuquerque Graeff como os define em quatro esferas: “a primeira de Edifícios para a Sobrevivência; segundo Edifícios para a Produção; terceiro Edifícios para a Organização; e quarto Edifícios para o desenvolvimento”. (Graeff, 1986:67-68)

Também, influi muito a escolha do professor/orientador para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão do Curso, existem orientadores que conhecem mais determinados temas, pode ser na área de edificações, o na área urbana. Considero por conveniente que antes da eleição de seu orientador, tenham uma conversão sobre o tema de sua eleição, em alguns casos que alguns professores abrem mão da orientação, já que conhecem pouco do tema, é talvez indiquem outros professor que tenha mais domínio do tema, seja este por sua própria experiência vivida, ou por os trabalhos desenvolvidos nos seus mestrados, especializações ou doutorados. Uma boa comunicação entre aluno/orientador deve ser fluida e de bom trato por ambas as partes, é fundamental para o bom desenvolvimento do trabalho.

Algumas sugestões que faz Moller para o bom desenvolvimento do trabalho e de as relações interpessoais: “Devolva as coisas no mínimo nas mesmas condições em que forem emprestadas, tenha ordem em seu trabalho planifique bem seus caminhos a seguir; Comunique-se sempre com a pessoa ou ligação dos seguintes defeitos, deficiências ou outras circunstancia especiais que forem percebidas; Reabasteça qualquer item que poderá utilizar depois, não espere que se termine dificultará seu trabalho e seu tempo perdido; coloque as coisas onde se possam achar... Sempre verifique a qualidade de seu trabalho, antes de passa-lo adiante – seja uma pessoa do tipo *faz/verifica*”.
(Muller, 1992:65-69)

Para os futuros arquitetos e urbanistas, nesta face do seu trabalho de Conclusão do Curso é bastante exigente que em outras faculdades/profissões. Já que além do projeto arquitetônico ou urbanístico, se tem que apresentar o caderno teórico que fundamenta o trabalho, não se trata de apresentar um determinado projeto, sem uma base solida que seja determinante para uma boa qualidade de seu projeto, que em resume, é tudo o que foi aprendido ao longo do curso, aspectos que são necessários é importantes que forem percebidos. Como exemplo nos estudos de caso, onde a disciplina de história da arquitetura ou urbanismo podem ter influído no seu pensamento ou na sua forma de pensar, assim desta maneira facilitará seu trabalho.

O caderno teórico deve seguir certa normatização e caraterização de um trabalho cientifico, sumários, bibliografias, fontes primarias e segundarias, citações, referencias, fotografias, e outros assuntos que faram parte de seu projeto.

“A escolha do tema do projeto de pesquisa precisa ser bem pensado, de forma de permitir um bom envolvimento com o objeto de estudo. Para tanto, é necessário fazer uma leitura exploratória de artigos científicos na temática que for de interesse do pesquisador. Sugere-se que o tema, a ser desenvolvido na pesquisa, seja envolvente do ponto de vista pessoal e que esteja relacionado com a formação profissional. É necessário observar, também, se a proposta é viável cientificamente, ou seja, se tem literatura disponível e o orientador com experiência naquela temática. Observe se haverá disponibilidade de recursos técnicos, tecnológicos e financeiros.”
(Pietrafesa/Borba, 2006:77)

Outro assunto a ser destacado é a relação com contemporaneidade, o estudo/projeto pode ser histórico mais é conveniente que a relação com o passado/presente este em todo momento, a percepção é importante, a relação com o passado é importante, mais deve ser visto como ponto contemporâneo, como é de hoje, quais suas influencias com o contemporâneo.

“A apertura de interesse historiográfico tem o todo, quanto há sucedido, por outro lado dirige a atenção nas vertentes da realidade ate agora, por outro lado basta definir e valorizar o campo denso de seus eventos, reservando uma indagação cuidadosa...”.
(Pizza, 2000:65)

Como tínhamos explicado anteriormente, se exige além do projeto de arquitetura ou urbano, o “caderno teórico” com uma metodologia que servirá para uma maior apreciação do trabalho completo, apressar que na maioria dos trabalhos científicos tem uma metodologia, que por si devem chegar algumas conclusões, uma espécie de analise dos resultados, mais no caso da arquitetura e urbanismo o resultado é o próprio projeto de arquitetura ou urbanismo.

“O analise dos resultados devem ser praticados na própria luz dos critérios lógicos e epistemológicos. Os primeiros se referem principalmente à correção formal dos razoamentos ou deduções que se realiza o pesquisador, e o grau de assertividade das conclusões obtidas. Os segundos estão conectados com a própria capacidade explicativa das hipóteses estabelecidas, e de seu caráter preditivo...”
(Piscoya, 2007:95)

Considero que todo projeto de arquitetura ou urbanismo tem dois momentos primordiais, o primeiro onde trata de “justificar” determinado projeto arquitetônico ou urbanístico, e num segundo momento é a “explicação” do projeto uma espécie de memorial descritivo. Tenho reparado que muitos dos trabalhos de conclusão não têm estas duas partes, e se fazem confusões. Considero que é muito mais difícil justificar que descrever. A primeira trata de entender o “porque” de tudo, e a segunda descreve os fatos (projetos) de como acontecem.

Escrever como modo de pensar – “Os conceitos e o desenvolvimento argumental estão semielaborados na mente do autor. Sabemos que aproximadamente o que queremos dizer, e temos alguma forma de ordem expositivo, assim como os ingredientes eruditos a utilizar, mais não estão decididos em alguns de seus desenvolvimentos, nem os *golpes de efeito*. Podem faltar informações complementarias que procuramos no desenvolvimento do trabalho. Escrever neste caso e dar forma a um pensamento, que não existia com anterioridade, nem as emoções do escritor, eventualmente exaltados pelos seus descobrimento...”
(Ramírez, 1996:42-43)

Para terminar, todo trabalho tem que ter uma pesquisa previa, um entendimento do espaço a ser criado e projetado, como sabemos não são simples desenhos de um determinado projeto, tem muita teoria e pesquisa/investigação acima deste.
Consideramos que o apresentado neste texto nos abre a uma provável “sistematização” de um conjunto de escritos sobre a importância de um Trabalho de Conclusão do Curso. Assunto que pensamos que abordaremos posteriormente, como exemplo sobre a “escolha do lugar” onde estará inserido determinado projeto, se pensa que desta forma poderemos contribuir para um melhor resultado. Consideramos de suma importância de abordar este importante tema (pouco tocado) desta poderemos (o não) elucidar alguns assuntos de pertinência dos estudantes de arquitetura e urbanismo. Mais devemos deixar claro, não existe uma formula precisa de como devemos realizar um trabalho de conclusão do curso, o que podemos fazer dar algumas pautas desta forma podamos (provavelmente) ter mais coerência e consistência para um determinado trabalho.

Goiânia, 21 de abril de 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

RAMÍREZ, Juan Antonio; Cómo escribir sobre arte e arquitectura, Ediciones del Serval, Barcelona, 2005.

PIETRAFESA, Paulo; Borba Odiones (organizadores); Do texto ao contexto: desafios da Linguagem Cientifica, Ed. Centro Universitário da UniEvangélica - KELPS, Anápolis/Goiânia, 2006.

LE CORBUSIER; Mensagem aos Estudantes de Arquitetura {1943}, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2005.

GRAEFF, Albuquerque Edgar; Edifício, Editora Projeto, São Paulo, 1986.

PISCOYA, Hermoza Luis; El processo de la Investigación Científica, Editora Fondo da la Universidad Inca Garcilaso de la Vega, Lima, 2007.

MOLLER, Claus; O lado humano da qualidade, Livreira Pioneira Editora, São Paulo, 1992.

PIZZA, Antonio, La construción del pasado, Celeste Ediciones/Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas, Madrid, 2000.



domingo, 15 de marzo de 2015

Estratégias e percepção do espaço da arquitetura contemporânea

Estratégias e percepção do espaço da arquitetura contemporânea
Jorge Villavisencio

O presente texto trata de oferecer algumas estratégias que provocam percepções no espaço da arquitetura contemporânea. Nós, que tentamos entender como é a motivação projetual da arquitetura, traçamos alguns eixos que nos permitem visualizar de forma mais clara as estratégias nas propostas projetuais de hoje.

“As variadas formas de um edifício dentro da paisagem urbana têm como certa linguagem visual que neste proporciona uma – palavra – diferente de cada tipo de estrutura.”
(Arnheim, 2001:162)

Entendemos que essas formas variadas obedecem à tipologia da edificação proposta, além, é claro, do entorno urbano onde ela será inserida. Pensamos que as cidades absorvem seus edifícios com determinada naturalidade, mais ainda se eles provocam debate espacial, já que são percebidos não só pelos arquitetos e urbanistas, mas também pela população comum, que é a grande maioria.

Sem dúvida, a arquitetura e seus edifícios são criados com determinada “intenção” palavra repetida tantas vezes pelo Dr. Lucio Costa, entre outros da época da arquitetura moderna. Mas esta intenção obedece as várias “condicionantes” devem ser analisadas e depois diagnosticadas, que servirão posteriormente para ter as diretrizes projetuais para a realização de determinado projeto.

“A arquitetura está além das coisas utilitárias.
A arquitetura é assunto de plástica.
Espírito de ordem, unidade e intenção.
A arquitetura deve ter o espírito de seu tempo”.
(Le Corbusier, XXXI:2009)

Para Mario Biselli, o momento projetual tem que existir com certa “inquietação”, como processo criativo da arquitetura, que obedece a certas formatações, metodologias que poderão dar início a uma “inovação” que é o espírito dos tempos. Esta antecipação das tendências é a revisão de paradigmas que acontecem no espaço e no tempo.

Mas devemos deixar claro que o processo projetual não é um acontecimento de fórmulas precisas, ele pode e deve seguir certas metodologias que estão inseridas dentro da análise e dos diagnósticos, vistos e revistos dentro das condicionantes que fazem parte das pesquisas prévias ao projeto. Condicionantes como: pré-dimensionamento, legislação, isolação, ventos, topografia e outros que são as partes da análise. Sem essa análise, e sem diagnostico é pouco provável que sejam atendidas as exigências de um determinado projeto com qualidade esperada.

“A forma – Percebemos com claridade cada edifício, porque cada um tem sua própria forma. A forma é uma figura ou determinação exterior de algo. Como Aristóteles planteia que é aquilo que determina que seja algo o que é”.
(CLAUX, 2005: 44)

Uma boa alternativa seria decidir qual são suas vantagens e suas desvantagens, claro dentro de uma gama de possibilidades. Sem dúvida, ao fazer essas alternativas surgem novas ideias, de como se poderia fazer o objeto num determinado lugar, qual seria a relação espacial entre o sujeito e o objeto, neste caso o projeto arquitetônico de uma tipologia para determinada edificação.

F.001 – Museu das Artes do Século XXI, em Roma da arquiteta Zaha Hadid – 1998-2009.
“As formas externas do prédio são escultóricas e dinâmicas, e podem ser lidas como se une uma parede estrutural estivesse equilibrando um enorme volume em balanço.”
Fonte: Fundamentos da Arquitetura, 2014.

“... as ideias contemporâneas em arquitetura se referem àquelas que surgiram durante o século XX e XXI. A arquitetura é bastante influenciada pelo Zeitgeist (o espírito da época), mas quando comparada a outras manifestações culturais, como a arte, desenho de produtos ou tecnologia, suas relações são muito lentas. Não é raro, edificações ou monumentos públicos grandes demoram uma década ou mais para serem concebidos, desenvolvidos e construídos.”
(Farrely, 2014:136)

Dentro de algumas destas estratégias projetuais analisaremos estes sete pontos: lugar, programa, circulação, estrutura, matéria, espaço e volume. Mas, sem dúvida, cada um destes pontos tem uma conceptualização vivida pela própria semântica da palavra e de seu próprio significado, assim terá uma relação mais firme para a tomada de decisões para que se produza o “partido arquitetônico”. Consideramos que não é uma tarefa fácil, mas pensamos que depois de analisados os pontos com imagens de projetos que ilustrarão a percepção da cada significado, desta forma cada leitor poderá ter seu próprio diagnóstico.

O “lugar” onde estará inserido o projeto. O lugar, como espaço além das dimensiones físicas necessárias, faz parte das recordações e tem mudanças com o passar do tempo. Nestes espaços acontecem atividades, eventos e ocasiões. Um lugar tem um senso de identidade e de memória.

F.002 – Concurso Grande Museu do Egito, Héctor Vigliecca, 2002-2003.
Fonte: vigliecca.com.br

O “programa”, uma vez que conhecemos o lugar onde será construída a obra, listamos e diagramamos espaços/ambientes que é o pré-dimensionamento espacial, estes são os requerimentos dos futuros usuários, desta forma saberemos das suas atividades que serão realizadas na edificação, assim poderemos estabelecer espaços e subespaços que precisam de certas caraterísticas.

F.003 – Concurso Instituto Moreira Sales, Andrade Morettin, 2011.
“Estratégias programáticas”
Fonte: andrademorettin.com.br/projetos/instituto-moreira-salles

F.004 – Concurso Instituto Moreira Sales, Andrade Morettin, 2011.
“maquete”
Fonte: andrademorettin.com.br/projetos/instituto-moreira-salles

F.005 – Concurso Instituto Moreira Sales, Andrade Morettin, 2011.
Fonte: andrademorettin.com.br/projetos/instituto-moreira-salles

A “circulação” ou percurso é o caminho até a porta de entrada, que será a primeira impressão que o visitante terá da arquitetura. Depois, a maneira como o percurso continua dentro dos espaços funcionais dentro da edificação, as relações entre o exterior e o interior e os diferentes níveis do piso também contribuirão para a arquitetura da edificação. Estas relações dos espaços onde funcionam as diversas atividades devem satisfazer aos usuários.

F.006 – Embaixada da Holanda em Berlim, Rem Koolhaas / OMA, 2003.
“Maquete”
Fonte: elmaxilab.com

F.007 – Embaixada da Holanda em Berlim, Rem Koolhaas / OMA, 2003.
Fonte: elmaxilab.com

A “estrutura” é um conjunto de elementos que suportam e transmitem as cargas desde o subsolo. Um sistema estrutural é um conjunto de elementos resistentes que são capazes de manter a “forma” de uma edificação ao longo do tempo, sob a ação de cargas nos quais serão submetidos.
O arquiteto estrutura os espaços para que habitem os seres humanos, e estrutura também os diferentes elementos que delimitam espaços.

F.008 – Swiss Re Next, Suíça, Christian Kerez, 2008.
“Maquete”
Fonte: kerez.ch/

F.009 – Escola Leutschenbach, Christian Kerez, Suíça, 2002-2009.
Fonte: kerez.ch/

A “matéria” são os materiais empregados dentro de um sistema estrutural que respondem as forças, inerentes ao próprio material (que dependem de sua resistência, seu comportamento, suas propriedades e sua qualidade) como as forças externas em que se apresentam segundo a posição estrutural, a translação de forças que ele recebe, suportam seu apoio, o clima, a umidade, etc.

F.010 – Museu Kolumba, Peter Zumthor, Colônia, Alemanha, 2005-2007.
Fonte: archdaily

F.011 – Museu Kolumba, Peter Zumthor, Colônia, Alemanha, 2005-2007.
“matéria”
Fonte: archdaily

O “volume” é um conjunto de medidas geométricas que sustentam a “forma” da edificação. Há uma importante ligação entre a arquitetura e a geometria. É possível expressar conceitos de arquitetura usando termos simples que caracterizam a forma ou volume da edificação. Algumas formas são dinâmicas, escultóricas e fortemente influenciadas pela aparência externa do prédio.
Percebemos as formas porque existem contrastes, só percebemos as formas quando temos contraste no campo visual. A ideia de figura-fundo é a estrutura básica das nossas percepções.

F.012 – Torre Siamesa, Alejandro Aravena, Santiago, 2003-2005.
Fonte: alejandroaravena

F.013 – Torre Siamesa, Alejandro Aravena, Santiago, 2003-2005.
“diálogo da forma exterior e interior”
Fonte: alejandroaravena

O importante da arquitetura é reconhecer o “espaço”. A arquitetura é um produto dos seres humanos que consta de espaços dentro das quais as pessoas desenvolvem suas atividades. Estes espaços cumprem determinadas funções e neles são delimitados por diferentes elementos que se estruturam entre si. Criar e estruturar a forma de espaços arquitetônicos para que sejam úteis e agradáveis, poderíamos definir, que é a dialética entre a forma, a função e a estrutura de espaços arquitetônicos. Para Bruno Zevi – o espaço e a essência da arquitetura.

F.014 – Museu Iberê Camargo, Alvaro Siza, Porto Alegre, 1998-2008.
“o espaço exterior”
Fonte: revistas unisinos

F.015 – Museu Iberê Camargo, Alvaro Siza, Porto Alegre, 1998-2008.
“o espaço interior”
Fonte: revistas unisinos

Pensamos que neste breve texto analisamos estes pontos que consideramos importantes da arquitetura contemporânea. Acreditamos que servirão para fazer seus diagnósticos das relações com o espaço a ser projetado. Não existe uma fórmula precisa para fazer arquitetura, mais bem existem métodos de análise que foram descritos ao longo do texto. Para finalizar, estamos de acordo com o dito por Zevi “Mais o espaço em si – a essência da arquitetura – transcende os limites da quarta dimensão”.


Goiânia, 15 de março de 2015
Arq. MSc. Jorge Villavisencio



Bibliografia

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2001.

MONTANER, Josep Maria; A modernidade superada: Ensaios sobre arquitetura contemporânea, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2013.

CLAUX, Inés; La arquitectura y el proceso de diseño, Editado Universidad de San Martin de Porres, Lima, 2005.

FARRELY, Lorraine; Fundamentos de Arquitetura, [Fundamentals of Arcuiteture-2° edition trad. Alexandre Salvaterra], Editora Bookman, Porto Alegre, 2014.

ZEVI, Bruno; Saber ver a arquitetura, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.

TIETZ, Jürgen; História da arquitetura contemporânea, Editora H.F. Ullmann, Colônia, 2008.

UNWIN, Simon; Exercícios de arquitetura, Editora Bookman, Porto Alegre, 2013.

TINEM, Nelci; O alvo do olhar estrangeiro: O Brasil na historiografia da arquitetura moderna, Editora Manufatura, João Pessoa, 2002.

LE CORBUSIER; Por uma arquitetura [Vers une architeture-1923], Editora Perspectiva, São Paulo, 2009.




domingo, 8 de febrero de 2015

A nova percepção da arquitetura escolar.

A nova percepção da arquitetura escolar.
Jorge Villavisencio

A idéia deste texto e de ter uma percepção contemporânea sobre a arquitetura escolar, dentro da arquitetura as edificações de tipologia educacional através do tempo tem demonstrado que existe uma preocupação constante para uma demanda que na atualidade se torna crescente. Pensamos que se deva a uma certa necessidade de procura do mercado por uma qualificação mais aprimorada das diferentes áreas da educação. Mais devemos deixar claro que a arquitetura publica de tipologia educacional está bem ramificada, só como exemplos temos grandes áreas: educação superior, educação tecnologia e educação escolar. Neste texto deveremos abordar esta ultima sobre seus significantes e seus significados.

Para esto temos tomado como referencia básica a Arquitetura Escolar Paulista dos inícios do século XXI, especificamente sobre os trabalhos realizados sobre o Fundo de Desenvolvimento da Educação – FDE. Mais também temos tomado outras experiências não só do Brasil, mais também da Colômbia, Croácia e dos Estados Unidos.

F.1 – Escola Prof° Irene Caporali de Souza/Antonio Marmora Filho, de Paulo Sophia Arquiteto & Associados, Mogi das Cruzes, São Paulo.
Fonte: FDE, 2004.

Um dos pontos que achou importante ressaltar e que: “A pesar dos conceitos de quantidade e qualidade não serem excludentes, a historia da arquitetura demonstra que nem sempre isto ocorre. Normalmente, quando se aumenta a quantidade, há redução da qualidade produzida. Ao se falar de obra publica, a coincidências desses conceitos depende de determinação e decisão dos dirigentes envolvidos, porém equacioná-los não é uma tarefa fácil em vista de inúmeras limitações existentes de prazo, recursos disponíveis e legislação a cumprir. Resolver apenas a quantidade atende o objetivo de minorar o problema de vagas, no entanto, deixa-se de produzir bens culturais que contribuam para a melhoria das nossas cidades com espaços mais apropriados ao convívio dos cidadãos”. (FDE, 2006:19)

Pensamos que os efeitos de quantidade não reflexa a má qualidade espacial da arquitetura caso do FDE, que forem na realidade modelos de uma estrutura pré-fabricada em forma “modular” forem previsões para o acumulo espacial, desta maneira reduz os custos das obras, que será o centro da discussão do projeto de FDE.

F.2 – Escola EE Jardim Luiza/Vila dos Comerciários, de Ferro & Talaat Arquitetos, São Paulo.
Fonte: FDE, 2004.

Outro dos pontos importantes e onde será implantada a Escola, lugares como foi implantado as escolas em São Paulo (ver imagem F.3) se apresentam com uma alta responsabilidade social, queremos dizer que às vezes podem ser localizadas as Escolas em lugares menos privilegiados social e economicamente, então pode ser sim a diferença. E não só pensar que uma escola de qualidade poderia estar nos setores urbanos mais privilegiados.

É correto pensar o que Milanesi diz: “que a idéia precede na forma”, cada um de nos temos uma experiência com relação ao que é uma Escola, e claro o que acontece dentro e fora dos espaços escolares, é uma vivencia adquirida nestes edifícios educacionais (em todos os níveis) e dos projetos culturais que também se produzem através do espaço e do tempo.

F.3 – Escola EE Ataliba Leonel/Pedro de Morais Victor, de SPBR Arquitetos, São Paulo.
Fonte: FDE, 2004.

“A idéia precede na forma. Quando uma instituição se propõe criar um espaço cultural, primeiramente deve estabelecer os objetivos e dimensioná-los em função ao meio. Se isso não for delineado com clareza, provavelmente o resultado, por mais bela que seja a construção, será frustrante. E, como tal, um desperdiço de recursos – quase sempre públicos...” (Milanesi, 2003:197)

Sem duvida todos os projetos de arquitetura devem ser dimensionados ao meio, seria como negar ao entorno urbano e sua cidade. Mais ainda tratando-se de um projeto educacional. Está reflexão que faz Milanesi tem uma percepção profunda (assim pensamos), mais devemos esclarecer que sejam as edificações chamadas de publicas o privadas, tem uma mesma conotação, se deve a que é de levar um ensino de qualidade.

F.4 – Escola de Briam Kim (2004), New Jersey.
Fonte: Arcoweb, 2012.

Um exemplo claro ao dimensionar o meio onde está relacionado à própria memória da cidade, como na Escola de Briam Kim em New Jersey e sua ampliação do ano de 2004, onde existe esta escola desde o século XIX. Como proposta foi à ampliação desta escola, guardando a sua memória arquitetônica, um desafio para Kim, porque não poderia perder sua identidade tectônica (ver imagem F-4). Não e questão de uma simples ampliação a idéia é de preservação espacial e dos usos dos materiais “do lugar” e da tecnologia utilizada em forma contemporânea.

Outro exemplo foi a Escola de Randick & Turatto do ano de 2003 na Croácia (ver imagem F-5), apesar que e lugar se torna difícil na inserção de uma escola mais ao mesmo tempo cheia de historia pra contar. Sem duvida a memória deste espaço guarda uma percepção diferenciada devido a sua uma visão que é percebida pelos moradores. Na implantação desta escola num lugar (topografia) bem acidentada faz que se tome partido desta importante condicionante para a arquitetura. Podemos dizer que espaços urbanos antigos têm comunicação com a contemporaneidade, muito disto se deve a boa proposta arquitetônica.

F.5 – Escola de Randick & Turatto (2003), Croácia.
Fonte: Arcoweb, 2012.

Nesta escola de Mazzanti tem conotações importantes, primeiro o país de Colômbia teve uma revolução na procura de minimizar os problemas políticos que vivia o país durante décadas. Uma forma correta de dar uma melhor relação com a população foi ao inserir nos espaços urbanos edifícios públicos de tipo cultural como bibliotecas, centros de cultura, escolas entre outros que derem uma nova dimensão na nova sócio-política desse país.

F.6 – Escola de Giancarlo Mazzanti, Medellín.
Fonte: Arcoweb, 2012.

Então, não se trata de fazer simples edifícios públicos na Colômbia, mais sim mudar a estrutura urbana das diferentes cidades como Bogotá, Santa Marta, Medellín e assim por diante, desta maneira a população tenha educação e cultura, e através destas Escolas foi modificando os novos pensamentos de uma nova escola mais contemporânea e mais perto da realidade atual.

Pensamos que estes edifícios educacionais, a “Escola”, levam novos modos de vida, uma forma de chegar mais perto do povo, das necessidades reais e atuais, onde sabemos que as pessoas mudam seus pensamentos através do conhecimento, alem claro da mudança social é também do mercado atual globalizado, onde a concorrência e cada vez mais acirrada, e se torna fundamental ter o conhecimento suficiente para preencher a esse necessitado mercado, onde a qualificação dentro das escolas agora faz parte da convivência do dia a dia, as necessidades espaciais da nova Escola é percebida por seus alunos com conforto, segurança, além claro dos professores e funcionários é tudo seu entorno urbano.

Goiânia, 08 de fevereiro de 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

FERREIRA, Avany de Francisco; MELLO, Mirela Geiger de; Arquitetura escolar paulista: estruturas pré-fabricadas. Fundo de Desenvolvimento da Educação – FDE, São Paulo, 2006.

MILANESI, Luís; A Casa da Invenção, Ateliê Editorial, São Paulo, 2003.

FERREIRA, Avany de Francisco; MELLO, Mirela Geiger de, Arquitetura escolar paulista: anos 1950 e 1960, Fundo de Desenvolvimento da Educação – FDE, São Paulo, 2006.

http://arcoweb.com.br/projetodesign-assinantes/arquitetura/giancarlo-mazzanti-escola-publica-14-01-2011









miércoles, 28 de enero de 2015

As teorias do medo na arquitetura.

As teorias do medo na arquitetura.
Jorge Villavisencio.

A através do tempo e do espaço a arquitetura e o urbanismo nas cidades tem recolhido várias formas de percepção dos comportamentos das sociedades. Dentre destes o “medo” influi no só os comportamentos das pessoas, mais também na maneira que os arquitetos projetam suas cidades e seus edifícios.

O jornalista e cientista político norte-americano Corey Robin no seu livro (2004) “Fear: The History of Political Ideas” – traduzido em espanhol por Guillermina Cuevas Mesa com titulo “El miedo: Historia de una idea política” feito na cidade de México pela editora do Fondo de Cultura Economica de 2009.

A idéia deste ensaio e de fazer no só e de fazer um analise do explica Corey Robin, mais também alguns aspectos que são pertinentes segundo nosso ponto de vista deste fato atinge diretamente a sociedade, que de alguma forma modifica “intensamente” nossa maneira de pensar e de atuar.

F1. Imagem de N. Andry – A ortopedia e a arte de prevenir e de corrigir aos meninos das deformidades corporais de 1749.
Fonte: Foucault (2009)

Para nos que investigamos a vida arquitetônica dos edifícios-hospitais, o medo esta presente em todo momento, não só pelo fato das enfermidades que atingem aos pacientes, finalidade de cuidar a saúde das pessoas que precisam da medicina.

Mais o hospital deve estar preparado para cumprir com as necessidades espaciais. Penso que devemos deixar de forma mais clara: como isto acontece?

Os enfermos (doentes) vão nestes nosocômios para cuidar da saúde, mas as enfermidades podem acontecer de duas maneiras. A primeira de forma endógena que se produz pela mesma flora do paciente, que é obrigação da medicina e do corpo médico resolver esta problemática. A segunda é de forma exógena que acontece dentro dos espaços dos hospitais, produzido pela contaminação intra-hospitalarias, este é responsabilidade dos arquitetos que projetam esta tipologia de edifícios. Entendemos, sejam de forma endógena ou exógena o medo está presente em todo momento, em especial de poder resolver a “espacialidade” da arquitetura para que não se produzam a contaminação/infecção dos ambientes nos hospitais, ou pelo menos minimizar esta problemática.
(Karman, 1978; Bicalho, 2010; Alatrista, 2008; Góes, 2004)

Penso, que resolver a totalidade da contaminação/infecção dos espaços hospitalares e uma tarefa quase impossível – mais minimizar é sim possível. Tanto assim que as Comissões de Controle dos hospitais de grande porte, tem-se preocupado em poder resolver esta problemática dentro dos ambientes e dos procedimentos para tratar aos pacientes.

Segundo Michel Foucault no conceito do “panotismo” (panóptico) regulamentado no século XVIII as medidas que se tinha que adotar ao se declara a peste de uma cidade. “Em primeiro lugar a divisão espacial do “fechamento” da cidade e a proibição de sair da zona baixo a pena de morte, sacrifício de todos os animais errantes; divisão da cidade em seções diferentes no que estabelece o poder de um intendente – autoridade de um sindico ...este espaço fechado, recortado, vigiado em todos seus pontos os indivíduos encontra-se inserido num lugar fixo, que nos menores movimentos onde estão controlados em todos seus acontecimentos ... Prescreve a cada um seu lugar, a cada um seu corpo, a cada um sua enfermidade e sua morte ...não a mascaras que se colocam e se quitam, a assinação do “verdadeiro”, nome de seu verdadeiro, lugar do seu verdadeiro, corpo de seu verdadeira enfermidade. Más a divisão massiva e binária entre uns e os outros, apela a separação das distribuição individuais, a uma organização em profundidade das vigilâncias e dos controles...” (Foucault, 227-230).

Todo isto que nos explica Foucault nos leva pensar que nas teorias do medo, por quere alcançar certa segurança nas maneiras de desenvolver nossas vidas, suas cidades, seu edifícios com certo controle, convicto pela própria vigilância das organizações pertinentes. O medo relacionado diretamente com a segurança, projetos como os de Bentham nas casa das feras Le Vaux construído em Versalhes. Os sintomas do medo na observação das pessoas e dos animais inspiram a Bentham. Desta forma a geometria determina como instrumento físico da arquitetura e atua diretamente sobre as pessoas “da ao espírito – poder sobre o espírito”.

F2. Projeto de Bentham
Fonte: Foucault (2009)

Sem jerarquia social, sem vínculos genuínos de afeto a contento, homens e mulheres perderem a seguridade neles mesma e no seu entorno urbano “a duvida apodera-se das regiões mais altas da inteligência e paralisa todas as demais” (Robin, 2009:164). Não se encontra nada que controle seus impulsos e desejos; nada de contento, significado e direção de seus atos, mais bem uma planície vasta e aberta a todo e nada é possível.

Do medo ao terror e ansiedade: Em muitos aspectos, o segundo volume de “La democracia en América” de Tocqueville segue os passos de Montesquieu no “Espiritu de la leyes”. Como Montesquieu contra Hobbes, Tocqueville considera o medo como uma inseguridade que flutuava livremente, mais com uma percepção focada no prejudicial, e fora de todo componente moral.

Porque o cambio do medo ao terror? Em parte deste contexto. Criar uma ordem política depois de Luis XIV não era o mesmo reto dos franceses e dos ingleses. Si bem e certo Montesquieu trato de imaginar um estado da natureza, como diz nas primeiras paginas do “Espiritu de las Leyes”, apenas armo oito partes breves ao respeito. Na mesma brevidade na sua explicação sugere a imutabilidade de sua imaginação política de sua época ante o espectro da guerra cível. “Montesquieu recorre ao medo como parte de sua política”. (Robin, 2009:109).

F3. Livro “El miedo: Historia de uma idea política” (2009)
Fonte: Corey Robin

Com a crise nos Estados Unidos de Norte America nos inícios do século XXI, forem unos anos de crise, e para os expertos foi como um alivio bem recebido. Coisa que nos não concordamos. Mais a historia na pesquisa feita de Corey Robin é isso. Si bem os comentaristas acusarem a esquerda radical de aclamar os ataques de 11 de setembro como um caso de “los pollos llegan a casa a rostizarse” (Robin, 2009:294), o quartel principal se sentia em plena euforia nos médios dominantes. Quase imediatamente depois dos seqüestradores derribarem o WTC, jornalistas e escritores aproveitarem os acontecimentos do dia seguinte para comentar o miasma cultural e o materialismo decadente dos Estados Unidos. “Maureen Dowd escreveu que o 11 de setembro colocou ao descoberto a cultura narcisista *eu-nois* dos anos noventa, quando nascidos depois da segunda guerra mundial”. (Robin 2009:295).

Sem duvida Corey Robin argumenta que o medo como repressão política e muitos mais comuns nos Estados Unidos do que gostaria crer; trata-se de um medo nas ameaças contra a seguridade física e o bem estar moral da população frente as elites que se posicionam como protetoras, o bem, o medo, se sentem poderosos ao respeito dos menos poderosos e vice-versa. Estes tipos de medo – o primeiro une a nação – o segundo a divide e se reforçam mutuamente e as elites combinam e coletam as forças. O medo coletivo ao perigo distrai o medo entre as elites e as classes baixas, e dão a estas mais razões para temer as primeiras. “O fim a obediência e a proteção, escreveu Hobbes ao referir na proteção que brindam os estados contra os ataques externos e a anarquia local”. (Robin, 2009:309)

Mais precisamente o medo muda nossas formas de pensar, num primeiro momento pensamos que nos destrói e nos altera nossa forma normal e racional de pensar e atuar. Mais podemos perceber que o medo também nos “motiva” para endireitar nosso pensamento, de uma forma mais racional e moral. A pesquisa de Corey Robin que é mais histórica, nos levam a uma reflexão das possibilidades (assim penso – nem por isso tem que concordar) de ter a favor do “medo” que é nada menos uma forma de defesa e de precaução, antes fatos que podem acontecer.

Na arquitetura dos hospitais, como explicamos na parte inicial deste texto a “prevenção” é uma fonte de defesa ante o “medo”, ante qualquer acontecimento, nos fortalece para que não se perca o controle como o explica Foucault, o medo nos altera emocionalmente, mais nos leva a redirecionar nossos pensamentos, para um “poder” muito maior de repensar nossas atitudes, do o que é relevante para nossas ações do dia a dia.

Goiânia, 28 de Janeiro de 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia:

ROBIN, Corey; El miedo: Historia de una idea política, Editora Fondo de Cultura Económica, México, 2009.

FOUCAULT, Michel; Vigilar y castigar: nacimiento de una prisión, Siglo XXI editores, s.a. de c. v., México, 2009.

BICALHO, Flávo; A arquitetura e a engenharia no controle de infecções, Editora Rio Books, Rio de Janeiro, 2010.

ALATRISTA, Celso & Socorro; Programa Médico Arquitectónico para Diseño de Hopsitales Seguros, SINCO editores, Lima, 2008.

GÓES, Ronald; Manual prático de arquitetura hospitalar, Editora Edgar Blücher Ltda., São Paulo, 2004.