sábado, 20 de septiembre de 2014

A arquitetura contextualizada com o meio ambiente.

A arquitetura contextualizada com o meio ambiente.
Jorge Villavisencio

Desde os primórdios da humanidade está relacionada com o meio ambiente, os seres humanos tem-se servido da natureza. Segundo Josep Maria Montaner diz que “a busca da integração a natureza marca a maior parte de evolução histórica da arquitetura”. É correto pensar que desde os Dez livros de Vitrúvio no século I DC. em que se analisa vários de seus capítulos deste primeiro Tratado da Arquitetura das necessidades da boa convivência com a natureza, e principalmente de como se poderia aproveitar esta relação com medidas conexas com a forma de como se projeta edifícios e cidades.

A proposta deste texto é de ver a relação si existiu uma boa relação com a natureza, e de como na contemporaneidade vai evolucionando na arquitetura destas relações.

F.01 – Edifício Aqua Tower – arquitetos Jeanne Gang + Studio Gang Firm – Chicago, USA.

Penso que deste o inicio do tratado de Vitrúvio e possivelmente anterior a estes livros, o homem se serve da própria natureza. Mais hoje como veremos mais na frente teve um inicio de um bom contexto que levo as melhorias dos edifícios e suas cidades em especial ao que trata da salubridade urbana. Como sabemos esta relação da arquitetura com natureza foi (penso que até hoje não foi superada) e com os adventos da Revolução Industrial do século XIX esta relação foi quebrada e banalizada com uma desmesurada apropriação do meio ambiente.

Mais na contemporaneidade está relação tem melhorado, até porque já é de necessidade extrema a boa convivência com a natureza, penso que sim temos avances neste século XXI, que como sabemos já tem passado 15 anos deste século e algumas medidas se tem tomado ate de forma urgente. Penso que a arquitetura e o urbanismo não se exime das produções e das responsabilidades, mais bem hoje temos mais consciência (não todos) mais uma forte maioria está sensível a este fato.

F.02 – Edifício Turning Torso – arquiteto Santiago Calatrava – Mälmo, Suécia.

Algumas cidades em especial mega-cidades tem ditado normas ate de forma corretiva e punitiva para que as novas edificações cumpram com esta nova normatividade na realização de novos projetos. Mais na minha maneira de ver na arquitetura moderna em especial o dito na Carta de Atenas de 1933 no CIAM, que trata das novas necessidades do homem moderno, e dita certa formas de projetar edifícios e cidades. Sem duvida tem passado mais de 85 anos deste Congresso Moderno é de necessidade atualizar alguns assuntos, mais queda uma base solida para que hoje possamos repensar o dito.

Mais temos que esclarecer que a arquitetura moderna foi um projeto “claro e definido” e a contemporaneidade está na busca de um novo projeto que possa ser claro como foi na arquitetura moderna. Penso que este tema da “boa convivência com meio ambiente” que em muitos escritos se fala da sustentabilidade, mais este fato de sustentar não é uma novidade, porque nas academias de arquitetura sempre tocamos temas importantes desta boa relação com a natureza exemplos claros como melhor aproveitamento dos ventos, a iluminação natural, o uso correto da topografia, das águas entre outros.

F.03 – Edifício Shard London Brigde – arquiteto Renzo Piano – Londres, Inglaterra.

Como temos explicado da boa relação com o meio ambiente, está dependente do correto estudo das “condicionantes” que fazem parte na toma de decisões para a “apropriação” do espaço onde será inserido determinado projeto. Penso que no fundo esta colocação faz a diferença entre a boa arquitetura e uma arquitetura ruim como vemos todo dia. A desmesurada voracidade do capitalismo exacerbado faz que se produzam edificações que não tenham a qualidade esperada. Penso que está situação deve ir mudando com uso de nova normatividade por vias da força se vai consolidando. Assunto que não deveria ser assim, porque penso que nas maiorias a consciência social toma mais incremento dia a dia.

Desde dos anos 60 o uso incorreto dos panos de vidro nas edificações com um desrespeito da condicionante da orientação solar fazem que estes edifícios consumam energia desnecessária e só se pensa em climatização artificial. Como expressa Montaner a repetição de edifícios que só se pensa no lucro das construtoras tem criado mais caos na forma de projetar edificações. Todo este perfil terá que ir mudando. Até porque as pessoas são hoje mais esclarecidas (ou pelo menos mais informadas com uso das mídias – internet) onde existem expressões importantes nos meios de comunicação social, onde deva existir mais consciência de respeito com a boa convivência com o meio ambiente.

É importante e necessário que a arquitetura com pensamento ecológico recupere espaços e territórios que se encontrem degradado, e que tenham uma condução mais esmerada com as novas demandas – o respeito ao meio ambiente – espaços e edifícios que retomem seu verdadeiro objetivo de servir de forma digna as pessoas. Demonstrar que socialmente possa acontecer uma nova forma de pensar, mais equilibrada, mais consciente, mais solidaria com os outros.

F.04 – Edifício Nexus - arquitetos Oppenheim Architecture + Design – Miami, Florida, USA.

Penso que esta passando da hora de agir de outra maneira. De mudar radicalmente na maneira de construir edifícios e cidades. É tempo de mudar, durante muitos anos o homem se serviu da própria natureza, agora é diferente, pelo menos penso eu (é também muitas pessoas) desta maneira no dever dos homens “servir a própria natureza”, o meio ambiente está em crise, consideramos que é possível. Na arquitetura existe uma sinergia com adaptação social que foi consolidada com o tempo e o espaço, muitos de nos temos consciência das verdadeiras necessidades do homem e suas famílias, de seus trabalhos, de seu lazer, sabemos que é possível conviver de forma mais harmônica a construção de cidades e seus edifícios, sem ter que servir-se, podemos de forma clara poder servir de forma consciente ao meio ambiente, a natureza.

Goiânia, 20 de setembro de 2014.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


sábado, 13 de septiembre de 2014

Percepções do Memorial “Darcy Ribeiro” da Universidade Nacional de Brasília.

Percepções do Memorial “Darcy Ribeiro” da Universidade Nacional de Brasília.
Jorge Villavisencio.

No ano de 2010 o arquiteto João Filgueiras Lima – Lelé projeta o memorial “Darcy Ribeiro” dentro do Campus da Universidade Nacional de Brasília. Quem conheceu ao Lelé (recentemente falecido em 2014) pode entender diversas qualidades não só como arquiteto e urbanista, mais também como “humanista” que através de seus trabalhos refletem essa qualidade.

Seus principais trabalhos forem à rede de Hospitais Sarah Kubitschek nas cidades de Brasília, Fortaleza, Curitiba, Recife, Belo Horizonte entre outros. Mais na área de hospitais seu primeiro trabalho que data do ano 1968 do Hospital de Taguatinga no Distrito Federal.
Nessa efervescência da arquitetura moderna no translado da capital do Brasil para Brasília, se consolida uma arquitetura que fazem parte da historia moderna no só do Brasil, mais sim de outras partes do mundo.













Foto 001 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista Exterior.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Consolida-se como consciência social o que foi revisado na Carta de Atenas no ano de 1933. Brasília assim como uma cidade nova com condições modernas materializa pensamentos vindos pelo Dr. Lucio Costa, de Oscar Niemeyer, de João Filgueiras e tantos outros que colaborarem na construção de seus projetos modernos na cidade de Brasília.

Como podemos apreciar na imagem F.001 sua forma externa trata-se de uma circunferência perfeitamente reconhecida a distancia. Si bem é certo o material leve no seu do ferro inspira ao contemporâneo mais também a uma certa forma no passado das antigas casas dos indígenas desta parte do continente, algo que vem e pode ter um lado historicista.


























Foto 002 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista do jardim interno parte central do eixo da circunferência.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Mais o Lelé era muito preocupado pelo seu lado no uso das estruturas de seus projetos, até em alguns momentos fazia ele mesmo o calculo estruturais. Decisões que em alguns momentos os arquitetos que não só somos de prancheta (hoje o uso do computador).

Teve a sorte que diversas vezes que teve com ele falamos deste assunto, na realização do projeto se concretiza na execução da obra. O canteiro de obra para Lelé é processo mais digno da arquitetura “a concretização do espaço criado”.
Como tinhas comentado no início Lelé seu lado humanista que é palpável na parte interna central (ver imagem F.002 e F.006), o jardim interno a nossa maneira de ver é centralidade de seu projeto, a relação do espectador com o objeto – a edificação.













Foto 003 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista do eixo da circunferência.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Muitos dos projetos de Lelé utilizaram recursos de ambientação (ver imagem F.003) que cria uma sustentabilidade dos seus edifícios, como podemos apreciar esta sucção do ar quente através desta cúpula que direciona e canaliza em forma de cone invertido, além claro que cria uma estética que ate mais leigos na área de arquitetura fazem ser sensíveis ao que Lelé quer dizer.













Foto 004 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista externa do espelho de água.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Como se sabe a cidade de Brasília é um lugar muito seco, em épocas do ano (na seca) se torna a cidade difícil de viver e respirar. Então Lelé cria no espaço exterior (ver imagem F.004) um espelho de água que condiciona ao ambiente interno da edificação para torna-lha mais amena, deixando que o calor e a secura, desta forma melhoram as condições dos que freqüenta o Memorial, alem claro desta reflexão da estética do edifício.













Foto 005 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista interna do pé direito duplo.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

É previsível que o edifício como memorial, como objeto dedicado para a cultura tenha uma biblioteca, e também um auditório. Penso que o primeiro trata de levar a cultura através de seus livros e escritos como consulta freqüente proposta dentro dos lindeiros da Universidade Nacional de Brasília, e o segundo deste espaço dedicado para as exposições e debates que são tão importantes para a vida cultural da edificação. Ambos os produtos tão necessários dentro dos pensamentos do professor Darcy Ribeiro.













Foto 006 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista interna do restaurante.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

A convivência é lugar predominante dentro do interior do edifício, assim como da ambientação humanista do jardim interno, este espaço de convivência trata de levar aos freqüentadores para o objeto a ser parte do espectador – considero que a passividade da contemplação está inserida dentro da edificação, originada principalmente pelo jardim interno – mais também o serviço que oferece o restaurante deste ambiente.













Foto 007 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista interna do auditório.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Quando estamos no interior desta parte do edifício (ver imagem F.007) não só sé se torna interessante dentro deste espaço – com uma forma que caracteriza as obras de Lelé, mais também os fatores climatológicos criado com seus ventos cruzados fazem parte de uma exigência programática na proposta do auditório.













Foto 008 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Detalhes das escadarias do auditório.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Os detalhes que caracteriza as obras do Lelé no uso das cores, assim como os detalhes da escadeira (ver imagem F.008) que estão perfeitamente sincronizados como as necessidades de uma antropométrica estudada, que fazem em que se sente mais leve em sua proposta técnico-construtiva.













Foto 009 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Placa da inauguração oficial do memorial Darcy Ribeiro.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Sem duvida toda obra do arquiteto João Filgueiras Lima – Lelé, tem qualidades que podem ser explicadas como as percepções que tivemos ao longo deste texto, mais sempre ficará o gostinho que querer explicar algo a mais, é desta forma que nossos escritos relacionados com suas obras, e de sua própria vida do Lelé termina como si pudéssemos o quiséssemos explicar a síntese deste grande poeta da arquitetura.

Goiânia, 14 de Setembro de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.