miércoles, 14 de octubre de 2015

A visão da arquitetura contemporânea da UNSTUDIO.

A visão da arquitetura contemporânea da UNSTUDIO.
Jorge Villavisencio.

Neste breve texto faremos algumas reflexões sobre a produção do ateliê de arquitetura da UNSTUDIO. Este escritório de arquitetura tem sido nomeado por vários outros escritórios e arquitetos como importante pela forma de projetação (método de trabalho) de seus edifícios e das propostas que achamos pertinentes pela percepção com a contemporaneidade.

Sem duvida um de seus projetos importantes foi o edifício do Museu da Mercedes Bens (2001-2006) na Alemanha, assim como Pavilhão Living Tomorrow (2000-2003) na cidade de Amsterdam, nos países baixos, entre outros.

A001 - Museu da Mercedes Bens (2001-2006) – Stuttgart.
Fonte: Betsky, 2009:73.

O escritório de arquitetura da UNSTUDIO se encontra nos países baixos na Holanda e tem escritórios em China e Japão, é tem com arquiteto principal Ben van Berkel que deu origem ao escritório. Sua sócia-fundadora é a arquiteta Caroline Bos, assim como seus colaboradores sênior Harm Wassink, Gerard Loozekoot, Astrid Piber entre outros.

Chamou-me a atenção que no livro de Aaron Betsky onde diz: “A posição da arquitetura no início do século XXI é controverso e, por consequência, a forma dos edifícios que pretendem exprimir um significado é com frequência afetada. Se se pretende que um edifício seja bem sucedido, tem que ser um monstro: algo impossível de reconhecer, animalesco, e, no entanto vagamente familiar, como se tivesse emergido do mais profundo do nosso inconsciente”. (Betsky, 2009:7)

A002 – Pavilhão Living Tomorrow (2000-2003) – Amsterdam.
Fonte: Betsky, 2009:61.

A arquitetura contemporânea de por sim, sempre será controversa, até porque está aderida na “teoria do caos” (visão contemporânea), que é muito diferente da arquitetura moderna, que era algo que foi reconhecida por efeito no que foi construído no espaço-tempo, o racionalismo sempre esteve presente na maneira de projetar seus edifícios e cidades.

Mais consideramos que a arquitetura contemporânea tem muita espacialidade (em parte) que vem da arquitetura moderna. Alguns pensam que esta terminada, que é uma época do passado, mais nos pensamos que “ainda” levamos muitos assuntos em comum. É mais, na arquitetura nada é descartável a menos que sejam produtos mal feitos. Por isso estamos de acordo com Niemeyer ao dizer: que a arquitetura é boa o é ruim, isso não tem nada ver com a época que foi construída.

Outro assunto colocado na citação de Betsky, ao dizer que a obra “exprime um significado”, nem sempre é assim, não necessariamente a obra tem que ter um significado. Em alguns casos poder ter, outras vezes não. Si pensamos na forma visual da arquitetura “Desde o exterior, a arquitetura nunca está só. Está rodeada por outros edifícios, paisagem e espaço desocupado, uma obra arquitetônica depende de um todo, de suas dimensões visuais – tamanho, forma, textura, cor, orientação espacial, etc. – seu meio”. (Arnheim, 2001:76)

A003 – Subestação Elétrica (1997-2002) – Innsbruck.
Fonte: Betsky, 2009:49.

“Para criarem estes edifícios, van Berkel e Bos dependem da tecnologia da informática e de construção que permite que suas formas apresentem fenômenos complexos que se erguem para além da simples representação de forma, função ou contexto”. (Betsky, 2009:7)

Hoje a tecnologia esta cada vez mais presente na maneira de projetar e construir. Analisemos o primeiro ponto na citação de acima. A tecnologia da informática ou uso do computador se torna indispensável, mais ainda com formas complexas, mais devemos entender que é uma importante “ferramenta” e nada mais, o uso desta ferramenta auxilia ao arquiteto na maneira de entender melhor suas propostas. Mais de nenhuma maneira esta ferramenta projeta por si só. Deve existir pensamentos (ideias e ideais) estes podem ser em um simples croqui ou maquete de estudo, onde está em todos estes elementos de projetação que se baseiam nos conceitos/partido arquitetônico em atenção nas condicionantes que todo bom projeto deve ter como mínimo.

A004 – Tea and Coffee Towers (2001) – Alessi.
Fonte: Betsky, 2009:13.

Sobre o segundo ponto que trata da tecnologia construtiva, hoje em dia os adiantamentos sobre a forma construtiva e da extensa quantidade de materiais disponíveis tem colaborado, é muito, “...uma importante contribuição a sociedade – principal cliente da área tecnológica –, a medida que orienta os profissionais, docentes, estudantes na prática da boa tecnologia, levando mais qualidade de vida a população”. (Hirschfeld, 2005:13).

A005 – Escritórios La Defense (1999-2004) – Almere, Paises Baixos.
Fonte: Betsky, 2009:13.

Segundo Betsky sobre a forma de projetar da UNSTUDIO, onde diz “O outro efeito obtido pela abordagem da UNSTUDIO foi o de desenterrar forças que estão latentes ou escondidas no nosso mundo e transformá-las em forças reconhecíveis”. (Betsky, 2009:11)

Entendemos que é um pensamento que vem de Platão ou platônico, onde explica que as “formas puras” são reconhecíveis desde nossa infância, o cubo, o cilindro, a pirâmide, a esfera, facilita nossa percepção sobre algo ou artefato, nossa mente faz a leitura, porque reconhecemos essas formas.

A006 – Villas na Água (1999-2001) – Almere, Países Baixos.
Fonte: Betsky, 2009:53.

Estas formas forem muito utilizadas por grandes arquitetos modernos como Frank Lloyd W., Mies van der Rohe, Paulo Mendes da Rocha, Vilanova Artigas, Niemeyer, Le Corbusier. Mais no presente temos Jaques Herzog e Pierre de Meuron com sua estética da simplicidade, Álvaro Siza, Dani Karavan que transforma a sua arquitetura em escultura, Alessandro Mendini de pensamento desconstrutivista, Wiel Arets com a força das regiões, Werner Sobek e seus high-tech ecológicos, de Francisco e Manuel Aires Mateus com seus cubos simples e brancos ofuscantes, de Rick Joy com uso de materiais e personalidade local, e tantos outros arquitetos contemporâneos.

A007 – Casa de Chá sobre um Bunker (2004-2006) – Vreeland, Países Baixos – vista lateral.
Fonte: Betsky, 2009:53.

“Em um futuro próximo, a cidade sofrerá por certo transformações maiores e mais rápidas do aquelas ocorridas no passado. Pode acontecer que os métodos até agora experimentados permitam manter o passo com os acontecimentos e inverter o processo de desintegração do nosso ambiente, como conseguiu parcialmente até agora” (Benevolo, 2009:790)

A008 – Casa de Chá sobre um Bunker (2004-2006) – Vreeland, Países Baixos – vista frontal.
Fonte: Betsky, 2009:53.

Para finalizar o processo da arquitetura contemporânea ainda se encontra em processo de construção, não temos nada definido, mais sem duvida temos que acompanhar nosso tempo, assim como nos indico o mestre do século XX – Le Corbusier.

Mais estamos de acordo “Técnicas e materiais mais avançados, se bem empregados, podem contribuir para tornar a arquitetura mais sustentável” (Montaner, 2013:163), penso que na citação de Montaner pode-se tornar em uma “quinta dimensão” de uma arquitetura/urbanismo com visão sustentável, ambientalista e mais humana.

Goiânia, 14 de Outubro de 2015
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

BETSKY, Aaron; UNSTUDIO, Ed. Taschen, Köln, 2009.

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Ed. Gustavo Gili {1978), Barcelona, 2001.

HIRSCHFELD, Henrique; A construção civil fundamental: modernas tecnologias, Ed. Atlas, São Paulo, 2005.

BENEVOLO, Leonardo; História da Arquitetura Moderna, Ed. Perspectiva, São Paulo, 2009.

MONTANER, Josep; A modernidade superada: Ensaios sobre arquitetura contemporânea, Ed. Gustavo Gili, Barcelona, 2013.


lunes, 5 de octubre de 2015

Os paradoxos conceituais da arquitetura contemporânea.

Os paradoxos conceituais da arquitetura contemporânea.
Jorge Villavisencio.

Esta ideia dos contrários se pensa que está presente na forma contemporânea na maneira de fazer arquitetura. Queremos dizer, que através deste texto veremos, é faremos, algumas reflexões sobre este tema que poderá ou não apresentar algumas sugestões na maneira de fazer arquitetura.

O termo “paradoxos” definimos: que é o oposto do que alguém pensa ser a verdade ou o contrário a uma opinião admitida como válida. Um paradoxo consiste em uma ideia incrível, contrária do que se espera. Também pode representar a ausência de nexo ou lógica.

Para Montaner “O pressuposto moderno e produtivista segundo o qual – toda obra deve ser nova” (Montaner, 2013:145) – sem duvida na maneira que projetamos nos nossos desenhos queremos fazer diferente, ou inovar algo novo de maneira que não se repita (no possível) as formas de produção tectônica, mais consideramos ter alguma “sutileza” espacial para poder fazer esse diferente, mais como ficam seus conceitos? Eles mudam também?

Penso que não, porque determinados conceitos são arraigados desde nos inicios da vida profissional algo abstrato tantas vezes confirmado nas nossas mentes que são difícil de desvincular, a menos que sejam conceitos que não derem certo, é por necessidade tem que fazer descarte, das nossas ideias.

A procura por algo novo existe sim, mais conceitos que são latentes de forma projetual não se desvinculam – assim por assim, mais bem se aprimoram com o passar do tempo e do espaço.

Lembramos muito bem da palestra (2013) que assistimos do arquiteto brasileiro Álvaro Puntoni, onde dizia que alguns conceitos que estão presentes nos seus projetos “é de tentar levar algumas gentilezas urbanas nas suas edificações”. Então, estes conceitos não são sempre abstratos, são sensíveis a nossa percepção. Mais não podemos descartar nada – pensar de maneira abstrata e utópica pode ser esse diferente como temos enunciado no inicio deste texto, são ferramentas que colaboram com o espírito criativo dos arquitetos.

Na semântica da palavra “paradoxo” vem do latim (paradoxum) e do grego (paradoxos). O prefixo “para” quer dizer contrário a, ou oposto de, e o sufixo “doxa” quer dizer opinião. O paradoxo muitas vezes depende de uma suposição da linguagem falada, “visual” (que é o caso da arquitetura) ou matemática, porque modela a realidade descrita.

O conceito de “doxa” – uma opinião formada sobre determinado espaço pode criar um sentimento visual como o explica Arnheim: “...mais tem algo que se pode ou deve contar como condição constante. Esta posição produtiva de SER contra CHEGAR a ser é particularmente valiosa para a vida de um ambiente criado pelo homem.” (Arnheim, 2001:116)

Este estado filosófico da frase de Arnheim deixa certos conceitos – a pensar “o qué este edifício queira ser”, qual é seu vinculo espacial de esse chegar, como poderemos explicar isso?
Sem duvida não é uma tarefa fácil, filosoficamente não tem uma resposta concreta, mais vislumbramos vários e certos caminhos de possibilidades infinitas. Na minha maneira de ver estes campos infinitos de possibilidades que são e vem das “artes” de projetar espaços.

Mais temos que ter cuidado de não esquecer o passado a “memoria” a “identidade” que são elementos constantes da vida correta e sensata de fazer edifícios e lugares urbanos. “Isso gera algumas perversões, como a modernidade socialmente congelada em Brasília, a modernidade tecnologicamente remendada da Unité d´Habitation de Marselha de Le Corbusier...” (Montaner, 2013:145).

Este sentido de “pertinência” está intimamente ligado ao espaço, são elementos promissores de relações do passado-presente, “... o sentido de pertinência tem uma profunda relação com o homem, e seu entorno. Este sentido pertinência tem dimensão social e coletiva. Por tanto transcende o homem no seu individual... O sentido de pertinência pode-se manifestar em testemunhos culturais tangíveis (materiais) ou intangíveis (espirituais). (Gutiérrez, 1996:110)

Também no sentido epistêmico – que é a própria filosofia ou teoria do conhecimento tem percepções variadas, a arquitetura está dentro das ciências sociais aplicadas, “Não tem sido fácil levar a ciência sociais pelos caminhos das ciências, estes estão localizadas entre a filosofia e ideologia. (Bunge, 2004:145).

Pensamos que ao ser paradoxo – percebemos de forma diferenciada nossas formas filosóficas de percepção dos objetos, ao longo da historia da arquitetura, desde o primeiro tratado da arquitetura do século I de Vitruvio, temos tentado entender na maneira correta de fazer arquitetura, mais como dizia Le Corbusier “a arquitetura tem que ter o espirito do nosso tempo” talvez esse conceito do paradoxo, penso que colabora em entender o contrario dos objetos sejam edifícios ou lugares.

“A toma do partido por uma eterna criatividade, que surge a cada dia e a cada instante está ligada a própria arte.” (Venturi, 2004:) Pesamos que a arte detenha constâncias e inconstâncias, assuntos que se pode explicar de forma clara como é das “condicionantes” que levam a criar uma espacialidade correta e clara, ao final tem que ser atendidas a contento. Mais “ser” paradoxo contribui para a formação de ideias incríveis, contrária do que se espera.

Goiânia, 5 de Outubro 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

MONTANER, Josep Maria; A modernidade superada: Ensaios sobre arquitetura contemporânea, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2013.

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili, {1978}, Barcelona, 2001.

GUTIÉRREZ, Ramón; Arquitectura Latinoamericana en el siglo XX, Editoriale Jaca Book, Milano, 1996.

BUNGE, Mario; Epistemología, Editora siglo XXI, Barcelona, 2004.

VENTURI, Lionello; Historia de la crítica de arte, Random House Mondadori S. A., Barcelona, 2004.