martes, 24 de mayo de 2011

Circuitos da Arquitetura Moderna Brasileira na cidade de Goiânia. (30-31/Maio/2011)

Circuitos da Arquitetura Moderna Brasileira na cidade de Goiânia. (30-31/Maio/2011)


A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás – FAU/UFG apresenta uma serie de palestras relacionadas com arquitetura moderna. Destaco a presencia do palestrante o arquiteto Roberto Segre (polemico, e conhecedor da arquitetura Latinoamerica). Entendo do esforço da nova escola da FAU/UFG em trazer estes renomados palestrantes para o Estado de Goiás, mais é pertinente e oportuno dizer que a arquitetura de Goiás está na procura de novas formas de pensamentos que nos permitam ter novas “percepções” mais contemporâneas das nossas realidades. Talvez neste evento possa abrir discussões que sejam mais inspiradoras das formas de entender a arquitetura e urbanismo de Goiás, do Brasil e de Latinoamerica.

Goiânia, 24 de Maio de 2011
Arq. Jorge Villavisencio



Palestras (30-31/05/2011)


Arquitetura, patrimônio, espaço público e sociedade na América Latina
Roberto Segre (UFRJ)


O sentido moderno no contemporâneo
Edson Mahfuz (UFRGS)


Cidade moderna e patrimônio cultural: projeto e preservação
Marcelo Ferraz (Brasil Arquitetura)


Critérios de conservação e desafios da preservação do patrimônio recente
Marcos Carrilho (IPHAN-SP)


Brasília, cidade moderna: polêmicas e desafios da preservação
Eduardo Rossetti (IPHAN - DF)


sábado, 14 de mayo de 2011

Pampulha: o pensamento de visão moderna da arquitetura de Oscar Niemeyer

Pampulha: o pensamento de visão moderna da arquitetura de Oscar Niemeyer
Ensaio: Arq. Jorge Villavisencio



O projeto da Pampulha (1942-1944) pode ser considerado uma obra prima da arquitetura moderna brasileira, e seu primeiro projeto individual (com força internacional) do arquiteto Oscar Niemeyer, em efeito muitos se têm escrito de seus edifícios, mais com o intuito de buscar novas fontes inspiradoras que possam achar novas percepções. Além que já faz parte da arquitetura de pensamento moderno no só do Brasil, mais esta é expandida como parte do movimento moderno da arquitetura internacional.


É evidente que o momento político era especial e pertinente – de origem de vanguarda para apresentar novas propostas em todas as formas de pensar, claro de pensamento moderno, a procura pelo avance (prospecção) tinha esse elemento do dinamismo que extrai como fundamento sócio-político visão e percepção do Juscelino Kubitschek (1900-1900), Prefeito de Belo Horizonte, sem duvidas esta obra deu destaque para sua carreira presidencial.
A obra da Pampulha previa cinco edifícios: um salão de dança popular, o cassino, um clube de destaque social, uma igreja e por ultimo um Hotel (esta ultima obra não se concretizou).

F.1 – Obra do Cassino (1942) – Niemeyer visualizado a marquise – Pampulha
Fonte: site oficial Oscar Niemeyer


Os edifícios da obra da Pampulha ficam na margem do lago artificial, “...o prefeito Kubitschek procura ao arquiteto Oscar Niemeyer já conhecido nacional e internacionalmente Kubistchek, cujo dinamismo e ação empreendedora promoveram sua carreira política, decidiu seu primeiro contato com ele, valer-se de seu talento do arquiteto. “Confiou-lhe a tarefa de projetar um conjunto de edifícios... (Bruand 2008:109).


Considero que a proposta foi interessante no sentido de levar para foras da cidade (poucos km. de Belo Horizonte) outra proposta urbana que saia do convencionalismo urbano da época. Talvez como o intuito de duas medidas: a primeira uma maior participação da sociedade em tais edifícios, mais principalmente nas áreas publicas (espaços livres) na busca de uma troca, poderia definir de inter-relações sociais e culturais, este cambio de experiências traz estímulos que são questões culturais regionais, mais também extrapolam intercambio local, tantos assim, que a obra da Pampulha a posteriori toma dimensões internacionais através de sua arquitetura e do próprio Oscar Niemeyer. Tenho lido em alguns textos que se referem nesta obra só como efeito de Kubistchek, mais devemos lembra que a percepção na busca de uma arquitetura de vanguarda de Niemeyer teve considerações mais amplas, sem ele não tive-se chegado a ter as dimensões nacionais e internacionais, e isso já faz parte da historia da arquitetura modera.

A idéia de desenvolver uma zona suburbana predominantemente de Lazer tinha fundamento: o gosto pelo jogo, profundamente enraizado, assegurava rentabilidade do cassino, e o lago constituía um quadro magnífico para a prática de esportes náuticos e das atividades mundanas, tão importantes aos olhos da alta sociedade brasileira. (Bruand 2008:109)


F.2 – Implantação da Pampulha – Belo Horizonte
Fonte: Google Earth (2011)


Niemeyer (de pensamento político de esquerda) ... desde seu ponto de vista, sempre se identifico a tarefa de arquiteto com os problemas coletivos e com os grandes problemas sociais, mais nunca se constrangeu em projetos individuais ate mesmo suntuosos, destinado para as classes abastadas. (Bruand 2008:110) Mais penso que a visão de Niemeyer tinha aquele “espírito amplo”, no sentido, que através de sua arquitetura ele poderia atingir outras visões formais com clareza e versatilidade, porque em minha opinião a arquitetura “é para todos”, todo tipo de preconceitos ficaria para trás é não cria nada, gera regresso (retrocesso) em isso não nada moderno. Sem sombra de duvida Niemeyer procurava algo novo “inovador”, algo que pude-se ser transmitido pela sua arquitetura, uma reflexão que desse para Niemeyer um novo “espírito prospectivo” que possam ser contemplado em alguns casos ate admirado, e a vezes copiado, não nos referimos na questão formal, mais sim no espírito amplo de ver, analisar, imbuir neste tipo de arquitetura. “Mais alguns contra a Pampulha se insurgiam, incapazes de acompanhar nas formas mais livre que propúnhamos.” (Niemeyer 1978:30)


Mais como o define Kenneth Frampton “o gênio Niemeyer atingiu seu ponto culminante em 1942, quando, aos 35 anos de idade, criou sua primeira obra prima, o Cassino da Pampulha.” (Frampton 2008:311). Vejamos que ate hoje com seu mais de cem anos de idade “ainda ele surpreende” que é o que Niemeyer faz de sua arquitetura: “criar surpresa”. ...uma criação inteiramente nova, que surpreende pelo aspecto inesperado de sua linhas oblíquas, mas que conserva ao mesmo tempo uma clareza geométrica, digna e uma pureza própria das grandes realizações clássicas. (Bruand 2008:111-112)


Sua reinterpretação das bases que tinha de Le Corbusier teve um efeito de preponderância nas propostas de Niemeyer, sua vivencia na execução da obra do Ministério de Educação e Saúde (1936) na cidade de Rio de Janeiro, derem para ele os frutos esperados, em especial nos aspetos da “promenade”, este recorrido faz que suas obras possam ser olhadas baixo diferentes pontos de vistas, claro dentro da proposta do recorrido de Niemeyer, talvez no sentido da mesma contemplação de sua arquitetura, nada comum para a época. “Nem todos sorriam. Para os mais dotados, Pampulha era uma opção atraente, permitindo a liberdade que o funcionalismo recusava. Para outros um caminho difícil de seguir.” (Niemeyer 1998:30)


F.3 – Projeto de Arquitetura do Cassino (1942) – planta baixa
Fonte: Bruand (2008)


F.4 – Projeto de Arquitetura do Cassino (1942) – vista
Fonte: site oficial Oscar Niemeyer
.


A idéia de barroco se impõe na obra de Niemeyer e nos painéis de Candido Portinari e também nas formas de realização de sua arquitetura. “E as palavras barrocas e fotogênicas se repetiam, vazias e gratuitas, pois os que nos contestavam nada de novo. A idéia do barroco, que Herbert Reed tão bem compreendiam, resumia-se para eles num termo pejorativo, cujas nuanças e significado desconhecer. "A própria curva, que tanto os perturbava, era por eles desenhada de forma frouxa e desfibrada, não a sentido, como nos, estrutura, feitas com curvas e retas.” (Niemeyer 1978 32)


Esta afirmação tinha antecedentes na historia da arte de projetar, lembremos que antes do nascimento da palavra “Estética” (o alemão Baumgarten foi que deu o nome século XVIII), se falava da “beleza”, e foi o inglês William Hogarth (1697-1764)que reivindicava a discussão da questão da beleza e dizia: ...os princípios da natureza são chamados a formas belas a forma de certos corpos feias as outras (...), fazendo uma consideração mais minuciosa do que tem feito a natureza ate hoje nas diferentes combinações das linhas, que fazem de surgir na nossa mente idéias de toda variedade de formas imaginais. (Hogarth, 1753; 1997:13), talvez a proposta da utilização das linhas curvas e retas propostas por Niemeyer, ditas como barroquismo, tem considerações mais amplas, claro como primeira medida da questão de gosto estético, mais também das condições das estruturas dos edifício, tal qual o define o mesmo Niemeyer.
Como nasce a arquitetura segundo Niemeyer: De um traço nasce à arquitetura. E quando é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arre. Mas essa fase inicial exige por antecipação que o arquiteto se integre nos problemas tão variados do trabalho a executar. (Czajkowski 1998:37)


F.5 – Projeto de Arquitetura da Igreja (1942) – vista posterior
Fonte: site oficial Oscar Niemeyer.

F.6 – Projeto de Arquitetura da Igreja (1942) – perspectiva
Fonte: Hugo Segawa.


Inspirados pelo racionalismo de Le Corbusier, os arquitetos tomarem como premissa a estrutura independente aditada por quase todos, que permitia toda liberdade no tratamento das fachadas (Bruand 2008:114) Mais alem da questão formal, têm considerações das formas tecnológicas construtivas, “...ousadia execução para uma época em que o calculo e a técnica estruturais eram bastante eram bastante simples. No entanto, a ousadia como um todo teve conseqüências: a direção eclesiástica. Por exemplo demorou quase 20 anos para autorizar o uso da igreja” (Othake 2007:15) o uso de “concreto armado” tem essa maleabilidade de poder colocar as formas agradáveis na vista, bem sobre isso para alguns pode- se tornar desagradável o simplesmente não gostar, mais aí se encontra a valoração da critica da arquitetura nem sempre “agrada a todos” em minha opinião a arquitetura tem que buscar a polemica, discutir todas as partes que nela compõe, desta maneira podemos entender o “todo” que é o conjunto da obra, mais sem duvidas a arquitetura da Pampulha reflexa bem o modernismo brasileiro.
“O conjunto da obra da Pampulha viria a ser considerado um dos pontos fundadores do modernismo Brasileiro”. (Othake 2007:16)


Existe por tanto uma unidade nessa arquitetura brasileira que se desenvolveu de só uma vez, pouco antes e durante a Segunda Guerra Mundial, chegando à maturidade no final desta. (Bruand 2008:115) Como todo processo que se vai construindo ao longo da arquitetura brasileira, talvez Niemeyer tenha chegado o mais perto possível da realização deste cambio “um processo de construção de idéias modernas que se transformam no espaço-tempo em ideal de arquitetura”.


F.7 – Projeto da Pampulha – croquis de Oscar Niemeyer
Fonte: Jorge Czajkowsk


A ruptura que o funcionalismo havia determinado em relação ao passado encontrava em Niemeyer um arquiteto que, tomando todas as características dessa nova arquitetura, conseguia ainda – e daí sua grande originalidade – trazer elementos históricos da cultura de seus pais. (Othake 2007:16).


Penso que nesta frase sintetiza bem o pensamento de Niemeyer, tanto assim que ate hoje depois de transcorridos mais de 60 anos desta obra, ainda gera polemica. Mais a obra da Pampulha e o mesmo Niemeyer deixam como ensinamento que o processo de criação da arquitetura brasileira, está relacionado aos conceitos amplos da cultura, assunto que vem sendo discutido. Mais também tem outras discussões, porque ao final de contas o arquiteto vive nas dicotomias que faz parte da vivencia e experiência da arquitetura si a “forma segue a função” ou inversamente, Esso faz parte do convívio do arquiteto, talvez ao longo da historia da critica da arquitetura tem-se focado neste tema entre a arquitetura formalista e a funcionalista. Gerar discussão, para criar debate é muito importante para a construção da arquitetura e o urbanismo, sem essa importante ferramenta de trabalho, a nossa percepção desta arte se imbui nas nossas diferencias, ser não homogêneos nos entrega essa virtude na concepção de criação de espaços.

Goiânia, 14 de Maio de 2011
Arq. Jorge Villavisencio

BRUAND, Yves; Arquitetura contemporânea no Brasil, Editora Perspectiva, São Paulo, 2008.
FRAMPTON, Kenneth; Historia crítica da arquitetura moderna, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2008.
NIEMEYER, Oscar; A forma na arquitetura, Avenir Editora, Rio de Janeiro, 1978.
OHTAKE, Ricardo; Oscar Niemeyer, Editora Publifolha, São Paulo, 2007.
CZAJKOWKI, Jorge; Uma homenagem a Oscar Niemeyer, Ed. Unidesign, Rio de Janeiro, 1998.
HOGARTH, William; Análisis de la Belleza, {Analysis of Beauty, 1753}, Editora Visor Libros, Madrid, 1997.


viernes, 6 de mayo de 2011

Edifício Martinelli: o processo de verticalização da arquitetura de São Paulo

Edifício Martinelli: o processo de verticalização da arquitetura de São Paulo
Critica: Arq. Jorge Villavisencio



Quando nos referimos ao edifício Martinelli, que está localizado no centro histórico da cidade de São Paulo, o primeiro que se nos vem na mente, e a soluções arquitetônicas que se dão da verticalização dos espaços a ser projetados. E evidente que a historia deste importante edifício tem uma relação conotativa para a cidade de São Paulo. Mais pensamos que tem outras muitas considerações que são relevantes no conjunto da obra.


Como e de práxis faremos algumas perguntas iniciais: Qual e a importância deste edifício para a cidade de São Paulo e Latinoamerica?; Qual e a relação espacial do edifício Martinelli no contexto da cidade?; Porque e importante este edifício para a arquitetura? São muitas questões que podem ser levantadas entorno este edifício, mais a nossa proposta e de achar certa relação da arquitetura dos contextos do passado e do presente, com isso queremos dizer: das interpretações que esta imbuída na mesma essência da arquitetura, que em síntese, como diz Bruno Zevi: “a historia das concepções espaciais”.


F.01 – Edifício Martinelli – Vista Frontal
Fonte: J. Villavisencio (2010)


A historia do edifício Martinelli data entre os anos de (1924-1929), o empreendimento foi do empresário italiano Giuseppe Martinelli (1870-1946) [com recursos próprios], o projeto arquitetônico foi efetuado pelo arquiteto William Fillinger (de origem da Hungria), talvez seja emblemático este edifício para a cidade de São Paulo por ser uns dos edifícios “arranha céus” mais altos na aquela época – com 25 andares, e uma altura de 105.65 metros. (Segawa 1998:63)
E evidente que aquele tempo não existia edifícios de essa altura, neste tipo de obra tem como marca o desenvolvimento da cidade de São Paulo, o espírito de da boa bonança estava explícita neste empreendimento, sendo um edifício feito pela empresa privada.



F.02 – Edifício Martinelli – Vista Lateral
Fonte: J. Villavisencio (2010)


A historia dos skycraper nasce na cidade de Chicago, especificamente com o arquiteto Williams Le Baron Jenney (1832-1907), a importante Escola de Chicago nasce depois do grande incêndio de 1871, que devastou a cidade de Chicago, em aquele tempo as construções eram de madeira, material extremamente inflamável, mais como sabemos “depois de um grande desastre – as cidades se levantam, talvez com outros pensamentos”, se criam novas formas, que atingem mais nas áreas tecnológicas construtivas, e claro dos novos conceitos espaciais. Le Baron Jenney talvez fosse o primeiro deste pensamento artístico e tecnológico arquitetônico, também a minha maneira de ver o enigmático e controvertido Louis Sulllivan (1856-1924) reforça nesta ideal do que é arquitetura moderna. Uma nova maneira de ver o ambiente urbano, mais o temor na segurança depois do incêndio fazem conceituar uma nova forma tecnológica construtiva baseada no uso de estruturas em aço e do concreto armado. Penso que todo isso teve influencias diretas na forma de percepção de Martinelli, porque como tínhamos dito no inicio não existiam arranha céus.



F.03 – Edifício Martinelli – Acesso Principal – Av. São João No.35.
Fonte: J. Villavisencio (2010)


Mais esta concepção critica de este tipo de obra no Brasil de Luigi Pirandello (1927), onde diz: O arranha céus no Brasil, provem de um erro profundo. É injustificável e lamentável numa terra rica em espaço esse sistema de construções que em outras cidades, em Nova York, por exemplo, tem sua explicação de ser. (Luigi Pirandello, 1927 in Segawa 1998:63)
Em feito o Brasil com seu basto espaço livre, se apresenta este tipo de soluções verticalizadas, penso num primeiro momento na localização do edifício Martinelli Av. São João, no triangulo das ruas Libero Baradó e São Bento, lembremos no passado que esta área urbana alem de ser centro, tinha como importância o ponto econômico financeiro da cidade que depois a meados do século XX se translada para a suntuosa Av. Paulista.



F.04 – Entorno Urbano da Avenida São João – Centro de São Paulo
Fonte: J. Villavisencio (2010)


No caso de America Latina não se apresentavam este tipo de soluções de arranha céus, por isso tem esse despertar como um monstro adormecido (ate aquela época não conhecido), onde morfologicamente a cidade se converte em forma “verticalizada”, devemos explicar que era inovador na época, e desta forma cria-se uma nova forma social, econômica e cultural de viver, varias outras cidade nos Estados Unidos de Norte America assumem este valores, posteriormente em outras partes do mundo também adotam estes valores urbanísticos e arquitetônicos.
“... era igualmente uma tentativa de conseguir a liberação ante as convenções e compulsões às vezes estéreis de uma sociedade urbana: um esforço, dados necessários meios financeiros, no sentido de viver a vida em seus próprios termos, mesmo isso significasse vive-la sozinho; o anarquismo da bolsa recheada, a heresia do individuo privado a procurar conter dentro dos limites de uma família particular as funções de uma comunidade inteira. (Mumford 2008:579)


F.05 – Entorno Urbano da Avenida São João – Centro de São Paulo
Fonte: J. Villavisencio (2010)


Com relação a sua estética formal, o edifício Martinelli pode ser definido de estilo “eclético”, mais lembremos que nos inícios do século XX, a arquitetura no Brasil sofre uma boa influência da arquitetura Art Déco, cidades que recém forem planejadas como Goiânia, tinham o estilo do Art Déco, mais também cidades como Bahia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e no próprio São Paulo se apresentava este tipo de estilo. Já no Edifício Martinelli tem alguns resquícios de uma arquitetura que relembram do tipo barroco, claro baseado num eclecticismo conceitual do Art Nouveau, esta condição do Art and Craft forem questões muito bem estudadas na “historia das conceições espaciais” (afirmação imbuída de Bruno Zevi), o que chama a atenção e seu coroamento, um estilo claro definido com eclético, mais com uma harmonia de conceitos “amplos”, como si fosse a desvincular das partes que compõe o edifício, um barroquismo desprendido dos conceitos de configuração do todo arquitetônico, uma conceição atribuída a Giuseppe Martinelli como agregação de “poder”.


A tecnologia construtiva do edifício baseado no uso do betom armado e alvenaria, da uma nova visibilidade de prospecção do “modernismo”, como tinha dito anteriormente, de pensamentos e ações da Escola de Chicago, alem e claro do produto e processo da industrialização no Brasil.



F.06 – Edifício Martinelli – Vista
Fonte: J. Villavisencio (2010)


Emilio Cecchi escreveu acuradamente: O arranha-céu não é uma sinfonia de linhas e de massas, de cheios e vazios, de forcas e resistências; é, antes, uma operação aritmética, uma multiplicação (Benévolo 2009:236)
Nesta frase penso que se pode considerar como uma ação de multiplicação destes conjuntos idéias em verticalizar a cidade, as soluções ante uma sociedade que procura um certo equilíbrio das necessidades indulgentes de propostas de rever o espaço a ser projetado, considerações de um maximo aproveitamentos (seja certo o errado?) dos terrenos disponíveis, alem e claro das novas condições financeiras das bonança econômicas que teve a cidade de São Paulo.
Traduzidos nos edifícios arranha-céus como objetos contundentes de “poder”.


Para finalizar, o emblemático edifício Martinelli foi adquirido no ano de 1979 pela Prefeitura de São Paulo pelo prefeito Olavo Setúval, que nos espaços interiores alem das lojas de uso comercial que existem no pavimento térreo, nos pavimentos superior tem escritórios como da Cohab-SP, Emurb, as Secretarias de Planejamento e de Habitação da cidade de São Paulo.


Si bem e certo a arquitetura pode ser vista de diferentes olhares de relações sujeito-objeto, que são considerações às vezes formais, às vezes sociais, às vezes visto dentro das questões urbanas, etc., mais sem duvida o tempo transcorrera e os olhares poderão cambiar, mais queda como premissa que a arquitetura do Martinelli esta “viva”, por isso tem que “conservar, cuidar” porque neste edifício está registrada a memória arquitetônica e urbana da cidade de São Paulo e de America Latina.

Goiânia, 6 de Maio de 2011.
Arq. Jorge Villavisencio

Bibliografia
SEGAWA, Hugo; Arquiteturas no Brasil 1900-1990, Ed Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
ZEVI, Bruno; Saber ver a arquitetura, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.
MUMFORD, Lewis; A Cidade na Historia, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2008.
BENEVOLO, Leonardo; Historia da arquitetura moderna, Editora Perspectiva, São Paulo, 2009.


domingo, 1 de mayo de 2011

Estatísticas, arquitetura, urbanismo e textos: algumas reflexões sobre a vida cotidiana virtual.

Estatísticas, arquitetura, urbanismo e textos: algumas reflexões sobre a vida cotidiana virtual.


Por: Arq. Jorge Villavisencio.

O titulo deste documento “Estatísticas, arquitetura, urbanismo e textos: algumas reflexões sobre a vida cotidiana virtual” têm uma relação direta com o trabalho realizado neste blog: “arquitecturavillavisencio”, porque no final de contas a idéia que se transforma no tempo em “ideal” das formas de trabalho feito ou a fazer do analise da arquitetura e urbanismo, dentro do espaço de um ano. (Abril-2010 a Abril-2011)


As primeiras perguntas que se nos vem: Para que serve a estatística?; Qual é a utilidade na aplicação de textos?; Porque a estatística são importantes para a arquitetura e urbanismo?; Qual é valor cientifico das estatísticas?; Como pode ser aplicada a estatística na vida cotidiana virtual? Em fim, são muitas perguntas que podem ser formuladas em relação à valoração da “estatística”.



F.1 – Estatística do blog: arquitecturavillavisencio (Abril. 2011) – pagina principal
Fonte: Histats.com


Como primeira medida, a palavra estatística vem do grego statizei, em alguns dicionários é definida: Ramo das matemáticas aplicadas cujos princípios derivam da teoria das probabilidades, que tem por objeto o agrupamento metódico, assim como o estudo de séries de fatos ou de dados numéricos. Estão quando se diz “probabilidades” estão indicando de certas incertezas que no final de “comprovados”, o seja ao termino das estatísticas se transforma em “fatos numéricos comprovados”, pelo tanto confirmam a probabilidade e se tornam irrefutáveis (conclusões indiscutíveis), de fato quando um inicia algum trabalho relacionado com as estatísticas inicialmente são “projeções” que levariam a indicadores.
Mais a estatísticas que são confirmações de fatos numéricos, tem um manejo de “interpretação”, assunto que não pode ser desvinculado, porque dependendo da interpretação podem ser “manipulados” estes valores/indicadores.



F.2 – Estatística do blog: arquitecturavillavisencio (Abril. 2011) – de Abril-2010 a Abril 2011
Fonte: Histats.com



Na antiguidade, especificamente o grego Heródoto (A.C. 484-420) explica para os Faraós egípcios que através das estatísticas poderia recopilar dados sobre a riqueza da população e seus domínios.
Para o historiador romano Tático (D.C. 55-125) pega do Evangelho de São Lucas, onde o imperador romano Augusto ordena a elaboração de diversos censos.
Na estatística cientifica Hünster publica na Alemanha no ano de 1540 a Cosmographia Universailis, que é um Tratado geográfico com diversos mapas e dados estatísticos. A palavra estatística em alemão e statistik, que pode ser definido como conjunto de dados estatísticos sobre um país em geral, ou sobre qualquer ramo da sua atividade.

F.3 – Capa de um Volume com conteúdos estatísticos (Alemanha-1768)
Fonte: Salvat (2004:5572)



Lembremos que no século XVIII, época do “Iluminismo” se cria as primeiras Enciclopédias que dão significado universal das palavras, claro isto dentro do pensamento ocidental. Penso que a partir de esse momento o poder da investigação/pesquisa cientifica tem um significado “amplo, de fatos comprováveis”, talvez seu poder esteja na própria condução formal da pesquisa cientifica, que nos tempos contemporâneos são “universalizados”, em minha opinião, e de fato a forma correta de “integração” de pensamentos de diversas culturas. Um formalismo talvez seja exacerbante, mais é necessário, não pode ser de outra maneira, o poder cientifico tem essa condição moderna baseadas nas formas de conduções que são apresentados nas problemáticas a ser pesquisados, e como e lógico gera “avance” que é um principio da vida modera.


F.4 – Estatística do blog: arquitecturavillavisencio (Abril. 2011) – a globalização da estatística
Fonte: Histats.com


Em resumo, ao longo de sua historia a estatística é uma importante ferramenta, utilizada pelos governantes no mundo todo, esta informação detalhada das muitas variáveis econômicas, demográficas de todo tipo que ajudam a tomar decisões, claro isso como conceito básico, mais como todos sabemos, nos simples mortais também utilizamos a estatística na toma das nossas decisões, com isto quero dizer que a estatística e utilizada por “todos” sem diferença de raça, credo ou cor, ela tem imbuído esse valor amplo, “a estatística é colaborativa”. Agora como nos tínhamos dito no inicio as estatísticas podem ser manipuladas, isso claro dentro do paradigma “interpretativo”, mais em termos da matemática pura entrega um valor numérico, é isso não pode ser mudado, seria uma farsa, a mudança desse valor numérico, só nos queda a interpretação do rumo que queira ter essa colocação conotativa.


No caso da arquitetura e urbanismo tem também diversas aplicações e utilidades, vejamos algumas. As estatísticas no estudo do urbano têm ajudado muito para visualizar os caminhos a seguir, quando nos referimos aos “caminhos”, estamos interpretando as “necessidades do povo”, porque entendemos que o estudo da cidade (urbanismo) tem como principio alimentar o que a sociedade precisa.
Vamos a colocar um exemplo concreto: os locais de risco onde forem implantados equivocadamente (por decisão unilateral do povo de necessidade habitacional), claro sabem do risco que os moradores têm, mais suponhamos que nos últimos anos a estadística tem dito que alem dos riscos, tem levado a desastres com perdas de vidas, então neste caso a “estatística prevalece”, esse valores numéricos são levados em conta, pelo tanto a mudança de essa área de risco, é decisória, e cabe aos poderes públicos tomar as devidas providencia, nem sempre sucede, mais termos “positivistas” (ciências observáveis) aplicadas nas estatísticas isso teria que mudar radicalmente.



F.5 – Estatística do blog: arquitecturavillavisencio (Abril. 2011) – a localização dos espaços urbanos
Fonte: Histats.com


A arquitetura cria suas próprias estatísticas, às vezes é confundido com questões de “modismos”, considero que não e por ali, mais bem são tendências que aparecem na historia das concepções espaciais da arquitetura, como indica Bruno Zevi. Só para colocar um exemplo concreto: a arquitetura de tendência de estilo Art Decó que se deu no início do século XX, então si em determinada cidade apresentam tal tendência da arquitetura e seu produto arquitetônico e reflexo das vivencias do povo, que são percebidas pelos arquitetos que projetarem dessa maneira. Si em um determinado hospital contemporâneo a tendência atual se da na relação dos conceitos da “sustentabilidade”, então as estatísticas jogam uma serie de números, pelo tanto se cria um conceito interpretativo de projetar ou fazer projetos arquitetônicos, não pensar nos princípios conceituais de sustentabilidade, estaria fora do conceito amplo de fazer boa arquitetura, como diz o mestre Niemeyer “a gente faz boa ou má arquitetura” e hoje fazer arquitetura é pensar nas necessidades de sustentabilidade, em especial do tema ambiental. Como e lógico tem dado dois simples exemplos mais, considero que são questões muito profundas, que poderiam transformar-se em fatos estatísticos.


Para terminar gostaria colocar em pauta a questão deste blog, tenho acompanhado (no tempo de um ano) as estatísticas que forem os dados feitos pelo site do “Histats”, hoje em dia a virtualização faz parte do convívio do ser humano, estar fora deste processo de aprendizado não e coerente, com isso não quero dizer que impossível viver – mais viver analogicamente nestes tempos das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação – NTIC., torna-se demorada, hoje a mobilidade contemporânea que se da no tempo-espaço é principio fundamental do bom viver, já no tempo moderno o “movimento” fazia parte do convívio, em termos arquitetônicos a “promenade” são reflexos do pensamento dos muitos projetos e obras apresentadas de visões e percepções diferenciadas.



F.6 – Estatística do blog: arquitecturavillavisencio (Abril. 2011) – por Títulos visitados.
Fonte: Histats.com


Pessoalmente penso que o convivo do virtual faz parte, mais de jeito maneira é o “todo”, o processo de construção de ideais, se dão das multiplicidades dos conceitos aplicados, e das questões reflexivas e interpretativas de cada um, então é conceito de aplicação é pessoal.
Si analisamos os Títulos dos textos (ver F.6) que forem visitados neste blog, podemos interpretar das pessoas a preferência dos textos de 40.018 leitores, mais as estatísticas (numericamente, em porcentagem) dizem os países, cidades, regiões (ver F.4 e F.5) que tiverem acessos, então poderia interpretar os gostos pelos textos apresentados, e poder fazer zoneamento hemisférico, mais esses gostos são preferências que se dão numericamente nas estatísticas (a soma numérica dos gostos ditas nas estatísticas).



Finalmente penso que nos textos, ensaios, criticas, informações, etc., apresentados neste blog abre prováveis novos caminhos ou simplesmente informação, e tem como conseqüência levar ao leitor a visões e percepções do que penso sobre a profissão de arquiteto, assim como os pensamentos que forem construindo na historia das concepções espaciais da arquitetura e urbanismo.



Goiania, 01 de Maio de 2011
Arq. Jorge Villavisencio

Dados:
Blog: arquiteturavillavisencio
27 de Abril-2010 a 29 de Abril-2011: 40.018 visitantes; paginas visitadas 58.282; (29/04/2011 - Horário de Brasília: 23.18´ horas)
Fonte: site Histats.com