domingo, 8 de febrero de 2015

A nova percepção da arquitetura escolar.

A nova percepção da arquitetura escolar.
Jorge Villavisencio

A idéia deste texto e de ter uma percepção contemporânea sobre a arquitetura escolar, dentro da arquitetura as edificações de tipologia educacional através do tempo tem demonstrado que existe uma preocupação constante para uma demanda que na atualidade se torna crescente. Pensamos que se deva a uma certa necessidade de procura do mercado por uma qualificação mais aprimorada das diferentes áreas da educação. Mais devemos deixar claro que a arquitetura publica de tipologia educacional está bem ramificada, só como exemplos temos grandes áreas: educação superior, educação tecnologia e educação escolar. Neste texto deveremos abordar esta ultima sobre seus significantes e seus significados.

Para esto temos tomado como referencia básica a Arquitetura Escolar Paulista dos inícios do século XXI, especificamente sobre os trabalhos realizados sobre o Fundo de Desenvolvimento da Educação – FDE. Mais também temos tomado outras experiências não só do Brasil, mais também da Colômbia, Croácia e dos Estados Unidos.

F.1 – Escola Prof° Irene Caporali de Souza/Antonio Marmora Filho, de Paulo Sophia Arquiteto & Associados, Mogi das Cruzes, São Paulo.
Fonte: FDE, 2004.

Um dos pontos que achou importante ressaltar e que: “A pesar dos conceitos de quantidade e qualidade não serem excludentes, a historia da arquitetura demonstra que nem sempre isto ocorre. Normalmente, quando se aumenta a quantidade, há redução da qualidade produzida. Ao se falar de obra publica, a coincidências desses conceitos depende de determinação e decisão dos dirigentes envolvidos, porém equacioná-los não é uma tarefa fácil em vista de inúmeras limitações existentes de prazo, recursos disponíveis e legislação a cumprir. Resolver apenas a quantidade atende o objetivo de minorar o problema de vagas, no entanto, deixa-se de produzir bens culturais que contribuam para a melhoria das nossas cidades com espaços mais apropriados ao convívio dos cidadãos”. (FDE, 2006:19)

Pensamos que os efeitos de quantidade não reflexa a má qualidade espacial da arquitetura caso do FDE, que forem na realidade modelos de uma estrutura pré-fabricada em forma “modular” forem previsões para o acumulo espacial, desta maneira reduz os custos das obras, que será o centro da discussão do projeto de FDE.

F.2 – Escola EE Jardim Luiza/Vila dos Comerciários, de Ferro & Talaat Arquitetos, São Paulo.
Fonte: FDE, 2004.

Outro dos pontos importantes e onde será implantada a Escola, lugares como foi implantado as escolas em São Paulo (ver imagem F.3) se apresentam com uma alta responsabilidade social, queremos dizer que às vezes podem ser localizadas as Escolas em lugares menos privilegiados social e economicamente, então pode ser sim a diferença. E não só pensar que uma escola de qualidade poderia estar nos setores urbanos mais privilegiados.

É correto pensar o que Milanesi diz: “que a idéia precede na forma”, cada um de nos temos uma experiência com relação ao que é uma Escola, e claro o que acontece dentro e fora dos espaços escolares, é uma vivencia adquirida nestes edifícios educacionais (em todos os níveis) e dos projetos culturais que também se produzem através do espaço e do tempo.

F.3 – Escola EE Ataliba Leonel/Pedro de Morais Victor, de SPBR Arquitetos, São Paulo.
Fonte: FDE, 2004.

“A idéia precede na forma. Quando uma instituição se propõe criar um espaço cultural, primeiramente deve estabelecer os objetivos e dimensioná-los em função ao meio. Se isso não for delineado com clareza, provavelmente o resultado, por mais bela que seja a construção, será frustrante. E, como tal, um desperdiço de recursos – quase sempre públicos...” (Milanesi, 2003:197)

Sem duvida todos os projetos de arquitetura devem ser dimensionados ao meio, seria como negar ao entorno urbano e sua cidade. Mais ainda tratando-se de um projeto educacional. Está reflexão que faz Milanesi tem uma percepção profunda (assim pensamos), mais devemos esclarecer que sejam as edificações chamadas de publicas o privadas, tem uma mesma conotação, se deve a que é de levar um ensino de qualidade.

F.4 – Escola de Briam Kim (2004), New Jersey.
Fonte: Arcoweb, 2012.

Um exemplo claro ao dimensionar o meio onde está relacionado à própria memória da cidade, como na Escola de Briam Kim em New Jersey e sua ampliação do ano de 2004, onde existe esta escola desde o século XIX. Como proposta foi à ampliação desta escola, guardando a sua memória arquitetônica, um desafio para Kim, porque não poderia perder sua identidade tectônica (ver imagem F-4). Não e questão de uma simples ampliação a idéia é de preservação espacial e dos usos dos materiais “do lugar” e da tecnologia utilizada em forma contemporânea.

Outro exemplo foi a Escola de Randick & Turatto do ano de 2003 na Croácia (ver imagem F-5), apesar que e lugar se torna difícil na inserção de uma escola mais ao mesmo tempo cheia de historia pra contar. Sem duvida a memória deste espaço guarda uma percepção diferenciada devido a sua uma visão que é percebida pelos moradores. Na implantação desta escola num lugar (topografia) bem acidentada faz que se tome partido desta importante condicionante para a arquitetura. Podemos dizer que espaços urbanos antigos têm comunicação com a contemporaneidade, muito disto se deve a boa proposta arquitetônica.

F.5 – Escola de Randick & Turatto (2003), Croácia.
Fonte: Arcoweb, 2012.

Nesta escola de Mazzanti tem conotações importantes, primeiro o país de Colômbia teve uma revolução na procura de minimizar os problemas políticos que vivia o país durante décadas. Uma forma correta de dar uma melhor relação com a população foi ao inserir nos espaços urbanos edifícios públicos de tipo cultural como bibliotecas, centros de cultura, escolas entre outros que derem uma nova dimensão na nova sócio-política desse país.

F.6 – Escola de Giancarlo Mazzanti, Medellín.
Fonte: Arcoweb, 2012.

Então, não se trata de fazer simples edifícios públicos na Colômbia, mais sim mudar a estrutura urbana das diferentes cidades como Bogotá, Santa Marta, Medellín e assim por diante, desta maneira a população tenha educação e cultura, e através destas Escolas foi modificando os novos pensamentos de uma nova escola mais contemporânea e mais perto da realidade atual.

Pensamos que estes edifícios educacionais, a “Escola”, levam novos modos de vida, uma forma de chegar mais perto do povo, das necessidades reais e atuais, onde sabemos que as pessoas mudam seus pensamentos através do conhecimento, alem claro da mudança social é também do mercado atual globalizado, onde a concorrência e cada vez mais acirrada, e se torna fundamental ter o conhecimento suficiente para preencher a esse necessitado mercado, onde a qualificação dentro das escolas agora faz parte da convivência do dia a dia, as necessidades espaciais da nova Escola é percebida por seus alunos com conforto, segurança, além claro dos professores e funcionários é tudo seu entorno urbano.

Goiânia, 08 de fevereiro de 2015.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

FERREIRA, Avany de Francisco; MELLO, Mirela Geiger de; Arquitetura escolar paulista: estruturas pré-fabricadas. Fundo de Desenvolvimento da Educação – FDE, São Paulo, 2006.

MILANESI, Luís; A Casa da Invenção, Ateliê Editorial, São Paulo, 2003.

FERREIRA, Avany de Francisco; MELLO, Mirela Geiger de, Arquitetura escolar paulista: anos 1950 e 1960, Fundo de Desenvolvimento da Educação – FDE, São Paulo, 2006.

http://arcoweb.com.br/projetodesign-assinantes/arquitetura/giancarlo-mazzanti-escola-publica-14-01-2011