domingo, 23 de noviembre de 2014

Arquitetura do tijolo.

Arquitetura do tijolo.
Jorge Villavisencio.

Desde os tempos remotos da humanidade o ser humano está integrado com o uso da terra como elemento fundamental para sua supervivência, e da capacidade de utilização para a construção de seus edifícios de diversos usos, e da suas cidades.

Este texto que trata sobre o uso do tijolo cerâmico e de suas diferentes tipologias tem uma relação direta com a arquitetura, sempre foi assim, talvez neste escrito possamos fazer uma critica de sua capacidade de uso ou da utilidade nas diversas tecnologias que forem aplicadas através do espaço e do tempo. O texto consta de duas partes a primeira algo mais tecnologia dentro do que foi pensado por Milito, Dafico e Hirschfeld, e a segunda parte algo mais reflexiva espacialmente dentre dos pensamentos de Graeff, Montaner e Diez.

F.01 – Mies van der Rohe (1926) – Monumento a Liebknecht e Luxemburgo.
Fonte: Revista Summa+, 2014.

Mais devemos deixar claro, que a o uso do tijolo está aplicado dentro das tecnologias construtivas, está é, que as “condicionantes” que são utilizadas na arquitetura a “tecnologias” faz parte da nossa realidade em fazer arquitetura. Condiciona o uso dos materiais como elemento construtivo, e inclusive hoje, a forma correta e contemporânea de pensamento e de antes de realizar determinado projeto que está em mente, fica a arquitetura muito condicionada na “escolha dos materiais” que serão aplicadas nas suas obras.

No Brasil a alvenaria e de seus fechamentos os “tijolos de barro ainda são muitos utilizados em obras residenciais, e são de boa opção para alicerces, paredes de vedação e pequenas construções com estrutura até cinco pavimentos. Existe o modelo maciço de forma retangular de 5 x 10 x 22 cm., chamado de comum, e de 9 x 9 x 19 cm., com medidas maiores que o comum, mas com vários orifícios, chamado de baiano. Com relação ao isolamento térmico e acústico, os tijolos maciços são mais eficientes, bem como sua durabilidade, o que torna mais resistente”. (Hirschfeld, 2005:50)

F.02 – Eladio Dieste – A sociedade do tijolo.
Fonte: Revista Summa+, 2014.

Para Henrique Hirschfeld que faz de maneira resumida o uso do tijolo cerâmico ou de barro, vemos que trata em primeiro lugar de “pequenas residências”, mais não e assim, o tijolo pode ser utilizado em qualquer tipo de obra seja esta de habitação unifamiliar ou coletiva, como das diferentes tipologias que tem a arquitetura basta só lembrar o livro do “Edifício” de 1986 do emérito arquiteto e professor Edgar Albuquerque Graeff donde trata das diferentes tipologias que pode ter a arquitetura. O segundo ponto do isolamento térmico, isto é importante por quanto o tijolo que é feito de matéria prima o barro da terra, se adrede bem a esta condicionante, ameniza a intensidade da condicionante da isolação, mais devemos dizer que também retém o calor por varias horas, inclusive dependendo do lugar, em especial nos trópicos fica o calor retido ate a noite. E por ultimo o terceiro ponto sobre a acústica por experiência própria em alguns momentos temos utilizado o tijolo maciço até em parede dupla, deixando um vazio (ar) no meio como tratamento acústico, e seu comportamento tanto nas paredes de vedação externa e interna tem dado bons resultados.

Para Dafico o tijolo cerâmico “Tijolos ou blocos vazados são pecas de alvenaria que apresentam furos ou canais paralelos a qualquer um de seus eixos. Bloco de vedação são blocos para paredes de vedação, suportando seu peso próprio em pequenas cargas. Bloco portante ou estrutural é o destinado a execução de alvenaria estrutural. Sua composição: são geralmente fabricados com argilas ricas em ilita (taguá) composta com argilas ricas em montmoritonita. Sua fabricação: a massa é estudada com umidade em torno de 25%. A coluna extrudada passa por um cortador automático (fios de arames fortemente distendidos), obtendo-se a peça na dimensão correspondente perpendicular aos furos. Após a conformação, o produto é secado e a seguir cozido a cerca de 95°C.
No caso dos tijolos cerâmicos maciço são produzidos normalmente com argilas de granulométria fina, com grandes quantidades de matéria orgânica se apresentando com composição de caulinita, ilita e ou montmoritonita, rica em ferro e álcalis. Sua fabricação: o tijolo maciço, ainda predominante no Brasil, é moldado manualmente através de uma massa muito mole (umidade entre 30 e 40%). O produto é seco ao sol e, a seguir, queimado a uma temperatura de 800 a 900°C. Se utilizássemos em procedimento semimecanizado para a produção desse tijolo, sua qualidade atingiria níveis aceitáveis, com resistência mecânica bem elevada. Na moldagem em prensas manuais, podemos trabalhar com massa na umidade máxima de 25%, garantindo maior ganho de resistência e aumento de produtividade, alem de reduzir defeitos provenientes da moldagem manual com massa mole”. (Dafico , 1999:1003-106).

Sem duvida para José Dafico a produção de tijolos cerâmicos maciços ou furados tem um significado muito técnico na sua produção, no qual acho que deva existir um alto controle de qualidade para sua produção, mais ainda hoje que existe uma normatividade em na produção de tijolos.

F.03 – Francisco Cadau e Andrea Lanziani – Vazados e Estriados.
Fonte: Revista Summa+, 2014.

Para Milito diz “que o tijolo comum (maciço, caipira) são blocos de barro comum, moldado com arestas vivas e retilíneas, obtidos após a queima das peças em fornos contínuos ou periódicos com temperaturas da ordem de 900 a 1000°C. O tijolo cerâmico furado (baiano) ou vazado, moldados com arestas vivas e retilíneas. São produzidos a partir da cerâmica vermelha, tendo como conformação obtida através de extrusão. A seção transversal destes tijolos é variável, existindo tijolos com furos cilíndricos e com furos prismáticos”. (Milito, 1998:59-60)

As alternativas na sua produção como explica José Milito, tem uma gama de possibilidades segundo o modelo o tipo de obra, consideramos importante por quanto o poder tipológico da arquitetura onde será aplicado na obra poderá ter a alternativas necessárias, está é, que a modulação prevista para determinada obra poderá ter menos desperdício em sua modulação, é menos desperdício está vinculada ao fato da sustentabilidade.

Tanto, Hirschfeld, Dafico e Milito tem um basto conhecimento tecnológico na produção de tijolos cerâmicos como temos apreciado nas citações, mais considero importante agregar, que hoje no mundo contemporâneo a arquitetura e seus usos de materiais está vinculado a conscientização da natureza como o explica Josef Maria Montaner “Uma arquitetura conciliada com a natureza deve estar associada não somente a processos como reciclagem ou a economia de energia, as também a outras questões –chave ...não há sentido em uma arquitetura pretensamente ecológica que elimine o que já existe no ambiente nem se insere na malha urbana. A chave não está nunca no edifício em si, mas em sua adequada relação com seu entorno, com as camadas do existente” (Montaner, 2013:167).

F.04 – Gabinete de Arquitetura: Solano Benítez, Gloria Cabral, Alberto Marinoni e outros – Centro de Reabilitação Infantil da Teletón.
Fonte: Revista Summa+, 2014.

Para Fernando Diez explica que “... o primeiro ato da arquitetura consiste em cavar um poço de terra, onde o espaço do poço é o primeiro espaço delimitado. Segregando do grande espaço continuo da superfície. Naturalmente que este espaço reclama uma segunda ação: o que fazer com a terra extraída. Na técnica elementar da trincheira, a terra extraída coloca-se como um montículo ao lado do poço, melhorando sua altura do lado desejado. Porem este montículo pode ter inclinação natural do talude da terra. A tradição construtiva foi encontrada maneiras de melhorar o uso da terra, que pode ser compactada ou socada, porém em transformar em adobes em peças empilhadas... Essa pequena historia imaginária sobre a origem do muro serve para voltar a refletir sobre a proximidade entre o solo e o tijolo. O segredo da forma do tijolo encontra-se em sua regularidade geométrica e sua maleabilidade. Pequeno, pode ser transportado e colocado com facilidade. Caso lhe seja adicionado paciência, a pequena peça pode dar forma a enormes massa”. (Diez, 2014:78).

F.05 – Ventura Virzi arquitetos – Encaixado.
Fonte: Revista Summa+, 2014.

Penso agora no Tratado neste conceito vitruviano da “solides” serve como aprimoramento das essências da arquitetura em dar-lhe a “seguridade” na obra, a sua vez dar lhe maleabilidade espacial, que algo nossos arquitetos nos seus projetos procuram, uma constância que está na procura de uma forma que permita a sua vez ter seguridade construtiva na forma em que foi pensado, mais na sua vez ter capacidade espacial de reflexão.

Goiânia, 23 de Novembro de 2013
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

MILITO, de José Antonio; Técnicas de construção civil e construções de edifícios, Ed. PUC-Campinas, São Paulo, 1998.

HIRSCHFELD, Henrique; A construção civil fundamental: Modernas tecnologias, Ed. Atlas, São Paulo, 2005.

MONTANER, Josef Maria; A modernidade superada: Ensaios sobre arquitetura contemporânea, Ed. Gustavo Gili, São Paulo, 2012.

DAFICO, Alves José; Materiais de construção, Ed. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1999.

GRAEFF, Albuquerque Edgar; Edifício, Ed. Projeto, São Paulo, 1986.

Revista SUMMA+, Edição No. 137 (em português), DIEZ, Fernando; Tecido e Solidez, pp.78-80, São Paulo, 2014.


sábado, 20 de septiembre de 2014

A arquitetura contextualizada com o meio ambiente.

A arquitetura contextualizada com o meio ambiente.
Jorge Villavisencio

Desde os primórdios da humanidade está relacionada com o meio ambiente, os seres humanos tem-se servido da natureza. Segundo Josep Maria Montaner diz que “a busca da integração a natureza marca a maior parte de evolução histórica da arquitetura”. É correto pensar que desde os Dez livros de Vitrúvio no século I DC. em que se analisa vários de seus capítulos deste primeiro Tratado da Arquitetura das necessidades da boa convivência com a natureza, e principalmente de como se poderia aproveitar esta relação com medidas conexas com a forma de como se projeta edifícios e cidades.

A proposta deste texto é de ver a relação si existiu uma boa relação com a natureza, e de como na contemporaneidade vai evolucionando na arquitetura destas relações.

F.01 – Edifício Aqua Tower – arquitetos Jeanne Gang + Studio Gang Firm – Chicago, USA.

Penso que deste o inicio do tratado de Vitrúvio e possivelmente anterior a estes livros, o homem se serve da própria natureza. Mais hoje como veremos mais na frente teve um inicio de um bom contexto que levo as melhorias dos edifícios e suas cidades em especial ao que trata da salubridade urbana. Como sabemos esta relação da arquitetura com natureza foi (penso que até hoje não foi superada) e com os adventos da Revolução Industrial do século XIX esta relação foi quebrada e banalizada com uma desmesurada apropriação do meio ambiente.

Mais na contemporaneidade está relação tem melhorado, até porque já é de necessidade extrema a boa convivência com a natureza, penso que sim temos avances neste século XXI, que como sabemos já tem passado 15 anos deste século e algumas medidas se tem tomado ate de forma urgente. Penso que a arquitetura e o urbanismo não se exime das produções e das responsabilidades, mais bem hoje temos mais consciência (não todos) mais uma forte maioria está sensível a este fato.

F.02 – Edifício Turning Torso – arquiteto Santiago Calatrava – Mälmo, Suécia.

Algumas cidades em especial mega-cidades tem ditado normas ate de forma corretiva e punitiva para que as novas edificações cumpram com esta nova normatividade na realização de novos projetos. Mais na minha maneira de ver na arquitetura moderna em especial o dito na Carta de Atenas de 1933 no CIAM, que trata das novas necessidades do homem moderno, e dita certa formas de projetar edifícios e cidades. Sem duvida tem passado mais de 85 anos deste Congresso Moderno é de necessidade atualizar alguns assuntos, mais queda uma base solida para que hoje possamos repensar o dito.

Mais temos que esclarecer que a arquitetura moderna foi um projeto “claro e definido” e a contemporaneidade está na busca de um novo projeto que possa ser claro como foi na arquitetura moderna. Penso que este tema da “boa convivência com meio ambiente” que em muitos escritos se fala da sustentabilidade, mais este fato de sustentar não é uma novidade, porque nas academias de arquitetura sempre tocamos temas importantes desta boa relação com a natureza exemplos claros como melhor aproveitamento dos ventos, a iluminação natural, o uso correto da topografia, das águas entre outros.

F.03 – Edifício Shard London Brigde – arquiteto Renzo Piano – Londres, Inglaterra.

Como temos explicado da boa relação com o meio ambiente, está dependente do correto estudo das “condicionantes” que fazem parte na toma de decisões para a “apropriação” do espaço onde será inserido determinado projeto. Penso que no fundo esta colocação faz a diferença entre a boa arquitetura e uma arquitetura ruim como vemos todo dia. A desmesurada voracidade do capitalismo exacerbado faz que se produzam edificações que não tenham a qualidade esperada. Penso que está situação deve ir mudando com uso de nova normatividade por vias da força se vai consolidando. Assunto que não deveria ser assim, porque penso que nas maiorias a consciência social toma mais incremento dia a dia.

Desde dos anos 60 o uso incorreto dos panos de vidro nas edificações com um desrespeito da condicionante da orientação solar fazem que estes edifícios consumam energia desnecessária e só se pensa em climatização artificial. Como expressa Montaner a repetição de edifícios que só se pensa no lucro das construtoras tem criado mais caos na forma de projetar edificações. Todo este perfil terá que ir mudando. Até porque as pessoas são hoje mais esclarecidas (ou pelo menos mais informadas com uso das mídias – internet) onde existem expressões importantes nos meios de comunicação social, onde deva existir mais consciência de respeito com a boa convivência com o meio ambiente.

É importante e necessário que a arquitetura com pensamento ecológico recupere espaços e territórios que se encontrem degradado, e que tenham uma condução mais esmerada com as novas demandas – o respeito ao meio ambiente – espaços e edifícios que retomem seu verdadeiro objetivo de servir de forma digna as pessoas. Demonstrar que socialmente possa acontecer uma nova forma de pensar, mais equilibrada, mais consciente, mais solidaria com os outros.

F.04 – Edifício Nexus - arquitetos Oppenheim Architecture + Design – Miami, Florida, USA.

Penso que esta passando da hora de agir de outra maneira. De mudar radicalmente na maneira de construir edifícios e cidades. É tempo de mudar, durante muitos anos o homem se serviu da própria natureza, agora é diferente, pelo menos penso eu (é também muitas pessoas) desta maneira no dever dos homens “servir a própria natureza”, o meio ambiente está em crise, consideramos que é possível. Na arquitetura existe uma sinergia com adaptação social que foi consolidada com o tempo e o espaço, muitos de nos temos consciência das verdadeiras necessidades do homem e suas famílias, de seus trabalhos, de seu lazer, sabemos que é possível conviver de forma mais harmônica a construção de cidades e seus edifícios, sem ter que servir-se, podemos de forma clara poder servir de forma consciente ao meio ambiente, a natureza.

Goiânia, 20 de setembro de 2014.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


sábado, 13 de septiembre de 2014

Percepções do Memorial “Darcy Ribeiro” da Universidade Nacional de Brasília.

Percepções do Memorial “Darcy Ribeiro” da Universidade Nacional de Brasília.
Jorge Villavisencio.

No ano de 2010 o arquiteto João Filgueiras Lima – Lelé projeta o memorial “Darcy Ribeiro” dentro do Campus da Universidade Nacional de Brasília. Quem conheceu ao Lelé (recentemente falecido em 2014) pode entender diversas qualidades não só como arquiteto e urbanista, mais também como “humanista” que através de seus trabalhos refletem essa qualidade.

Seus principais trabalhos forem à rede de Hospitais Sarah Kubitschek nas cidades de Brasília, Fortaleza, Curitiba, Recife, Belo Horizonte entre outros. Mais na área de hospitais seu primeiro trabalho que data do ano 1968 do Hospital de Taguatinga no Distrito Federal.
Nessa efervescência da arquitetura moderna no translado da capital do Brasil para Brasília, se consolida uma arquitetura que fazem parte da historia moderna no só do Brasil, mais sim de outras partes do mundo.













Foto 001 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista Exterior.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Consolida-se como consciência social o que foi revisado na Carta de Atenas no ano de 1933. Brasília assim como uma cidade nova com condições modernas materializa pensamentos vindos pelo Dr. Lucio Costa, de Oscar Niemeyer, de João Filgueiras e tantos outros que colaborarem na construção de seus projetos modernos na cidade de Brasília.

Como podemos apreciar na imagem F.001 sua forma externa trata-se de uma circunferência perfeitamente reconhecida a distancia. Si bem é certo o material leve no seu do ferro inspira ao contemporâneo mais também a uma certa forma no passado das antigas casas dos indígenas desta parte do continente, algo que vem e pode ter um lado historicista.


























Foto 002 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista do jardim interno parte central do eixo da circunferência.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Mais o Lelé era muito preocupado pelo seu lado no uso das estruturas de seus projetos, até em alguns momentos fazia ele mesmo o calculo estruturais. Decisões que em alguns momentos os arquitetos que não só somos de prancheta (hoje o uso do computador).

Teve a sorte que diversas vezes que teve com ele falamos deste assunto, na realização do projeto se concretiza na execução da obra. O canteiro de obra para Lelé é processo mais digno da arquitetura “a concretização do espaço criado”.
Como tinhas comentado no início Lelé seu lado humanista que é palpável na parte interna central (ver imagem F.002 e F.006), o jardim interno a nossa maneira de ver é centralidade de seu projeto, a relação do espectador com o objeto – a edificação.













Foto 003 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista do eixo da circunferência.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Muitos dos projetos de Lelé utilizaram recursos de ambientação (ver imagem F.003) que cria uma sustentabilidade dos seus edifícios, como podemos apreciar esta sucção do ar quente através desta cúpula que direciona e canaliza em forma de cone invertido, além claro que cria uma estética que ate mais leigos na área de arquitetura fazem ser sensíveis ao que Lelé quer dizer.













Foto 004 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista externa do espelho de água.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Como se sabe a cidade de Brasília é um lugar muito seco, em épocas do ano (na seca) se torna a cidade difícil de viver e respirar. Então Lelé cria no espaço exterior (ver imagem F.004) um espelho de água que condiciona ao ambiente interno da edificação para torna-lha mais amena, deixando que o calor e a secura, desta forma melhoram as condições dos que freqüenta o Memorial, alem claro desta reflexão da estética do edifício.













Foto 005 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista interna do pé direito duplo.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

É previsível que o edifício como memorial, como objeto dedicado para a cultura tenha uma biblioteca, e também um auditório. Penso que o primeiro trata de levar a cultura através de seus livros e escritos como consulta freqüente proposta dentro dos lindeiros da Universidade Nacional de Brasília, e o segundo deste espaço dedicado para as exposições e debates que são tão importantes para a vida cultural da edificação. Ambos os produtos tão necessários dentro dos pensamentos do professor Darcy Ribeiro.













Foto 006 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista interna do restaurante.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

A convivência é lugar predominante dentro do interior do edifício, assim como da ambientação humanista do jardim interno, este espaço de convivência trata de levar aos freqüentadores para o objeto a ser parte do espectador – considero que a passividade da contemplação está inserida dentro da edificação, originada principalmente pelo jardim interno – mais também o serviço que oferece o restaurante deste ambiente.













Foto 007 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Vista interna do auditório.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Quando estamos no interior desta parte do edifício (ver imagem F.007) não só sé se torna interessante dentro deste espaço – com uma forma que caracteriza as obras de Lelé, mais também os fatores climatológicos criado com seus ventos cruzados fazem parte de uma exigência programática na proposta do auditório.













Foto 008 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Detalhes das escadarias do auditório.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Os detalhes que caracteriza as obras do Lelé no uso das cores, assim como os detalhes da escadeira (ver imagem F.008) que estão perfeitamente sincronizados como as necessidades de uma antropométrica estudada, que fazem em que se sente mais leve em sua proposta técnico-construtiva.













Foto 009 – Memorial Darcy Ribeiro (2010) do Arq. João Filgueiras Lima – Lelé.
Placa da inauguração oficial do memorial Darcy Ribeiro.
Fonte. Jorge Villavisencio (2014)

Sem duvida toda obra do arquiteto João Filgueiras Lima – Lelé, tem qualidades que podem ser explicadas como as percepções que tivemos ao longo deste texto, mais sempre ficará o gostinho que querer explicar algo a mais, é desta forma que nossos escritos relacionados com suas obras, e de sua própria vida do Lelé termina como si pudéssemos o quiséssemos explicar a síntese deste grande poeta da arquitetura.

Goiânia, 14 de Setembro de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



domingo, 24 de agosto de 2014

Percepções da nova arquitetura para o século XXI.

Percepções da nova arquitetura para o século XXI.
Jorge Villavisencio.

A arquitetura no tempo e espaço guarda em sim a qualidade. Uma permanência que se torna necessária, podemos perceber que desde a antiguidade até os dias da modernidade as obras importantes tem deixado legados para o futuro.

Sem duvida a tecnologia construtiva tem facilitado nossas vidas em especial para os arquitetos e engenheiros que concretizamos as obras. Exemplo claro com aparecimento do betão armado, o uso do elevador, a massificação dos elementos pré-fabricados que diminuem o preço das obras.

Mais devemos deixar claro o do que o proeminente arquiteto Lucio Costa, assim como o mestre Lelé (João Filgueiras Lima - recentemente falecido neste ano de 2014) ao dizer que a “finalidade da arquitetura é a obra construída” – entendemos isto porque vários projetos (sem desmerecer suas teorias) ficam em projetos e não são construídos. Isto é uma pena porque diversos concursos que vão aparecendo no tempo não chegam a ser construídos por um ou outro motivo.

Um dos mais importantes assuntos do inicio do século XXI é o tema das “dimensões ecológicas” que deixam claro a sobre vida do planeta terra, ou pelo menos minimizar de forma atenuada o dano que foi feito desde a revolução industrial. Falamos também em “contemporizar” algo que não foi visto com a devida necessidade. Porque ao final nos referimos a “saúde da vida urbana”.

O uso dos adequados dos recursos naturais, mais não só nos referimos ao uso de combustíveis não renovais que destroem a vida do planeta, mais em termos o uso de outras formas de conseguir energias limpas como as eólicas, ou das mares do mar ou rios entre outros. Um responsabilidade que se torna a cada vês mais usados em países com responsabilidade, ou por própria necessidade do mesmo.

Atualmente um dos problemas mais ressaltantes na America Latina em especial ao Brasil, é a solução dos transportes massivos públicos. Que de fato tem um descaso das autoridades pertinentes em não querer solucionar estes problemas, que são tantas vezes apontados nos Congressos, Seminários ou eventos em geral que tratam da mobilidade urbana. Sabemos claramente que é uma dos grandes problemas que deixam muitos que a desejar, tão necessários como a saúde e a educação.

Si lembramos as soluções que forem implantadas na cidade de Curitiba nos anos 70, pelo prefeito de turno o arquiteto Jaime Lerner, que como sabemos não foi feito em pouco tempo, o projeto se tornava necessário tanto assim que outros prefeitos que sucederem, acolherem como se fossem deles, é uma forma correta de dar continuidade aos bons projetos urbanos. Ate que pelas próprias demandas sociais, que se tornam com o tempo “qualidade de vida”.

As respostas que se dão na própria arquitetura como respostas ate simples de isolamento térmico, para que não consumam alto consumo de desperdiço de energias. Em especial obras de grande porte de uso multifuncional. Temos percebido que algumas cidades se tornam Lei, como o reuso de águas utilizadas nestes edifícios. Tudo isto se torna indispensável, mais pelo rigor da Lei, tem que ser atendidas gostem ou não, tem que ser assim.
Os custos financeiros em aparelhar a estes edifícios de estas novas tecnologias, podem que ser hoje que tenha um custo elevado, mais entendemos que é alto por agora.

Lembro muito bem que nos anos 90 quando fazíamos um projeto na cidade de Goiânia, um dos requerimentos era a utilização do aproveitamento da energia solar. Foi bastante difícil porque as placas coletoras e outros equipamentos não se produziam nesta cidade, só era encontrado nas grandes urbes tipo São Paulo, além do problema da mão de obra qualificada. Apresentamos aos proprietários os custos mais vimos que não se tratava só de dinheiro, era a resposta correta, “era uma questão de responsabilidade ambiental” que se torna também responsabilidade social. Hoje em dia o custo destes equipamentos de aproveitamento de energia solar, é comum, tanto assim que neste processo de 20 anos, os custos são baixos, é são utilizados em vivendas populares. Mais nada de este seria possível si não “acreditáramos no uso destas energias”, pela própria demanda social responsável, é claro pela produção em serie destes equipamentos que diminuem os custos de produção.

A organização espacial da arquitetura nos permite realizar a propostas pertinentes de todas condicionantes que deve ter um projeto: como as de isolação, predominância dos ventos, a topografia, entre outros, isto para nos é uma arquitetura responsável, que não tem nada de mais, só seguir o que aprendemos nas nossas escolas de arquitetura e urbanismo. O que acontece nas diferenças do o que Niemeyer dizia “a arquitetura não tem nada de estilos ela é boa, ou rum” essa é a diferença.

A linguagem formal se da na vista, lembremos de projetos importantes como foi o primeiro projeto moderno no Brasil, o edifício do Ministério de Educação e Saúde no Rio de Janeiro nos anos 30 e 40, como o uso do brice solei que tanto é utilizado ate hoje, então não se trata de só uma implementação da forma ou da própria estética , mais sim por uma necessidade das condicionantes que fazem parte para que um projeto seja de boa qualidade.

Para terminar, considero que o tema não se esgota, temos muito mais a dizer, mais nossas percepções para a arquitetura e no urbanismo vai nestes lineamentos, “o tema ambiental” será e é o grande tema deste século XXI.

Goiânia, 24 de Agosto de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


miércoles, 4 de junio de 2014

A importância da “ventilação e do ar” na arquitetura e urbanismo.

A importância da “ventilação e do ar” na arquitetura e urbanismo.
Jorge Villavisencio.

Quando nos referimos aos frutos que são produzidos com uma adequada e correta “ventilação” dentro e fora dos espaços na arquitetura com suas edificações, ou nas suas cidades, temos que dar-lhe a devida importância, porque eles interferem na forma viver das pessoas. Temos percebido que esta “condicionante” está atrelada a uma boa captação do ar e iluminação. Mais nossas pesquisas indicam que o ar/ventilação/iluminação é as partes que condicionam para que esta se converta que seja boa a arquitetura.

Para a realização de esta investigação temos tomado referentes importantes, claro segundo nosso ponto de vista e da nossa percepção, no qual discorreremos ao longo deste texto. Entre eles está o filosofo francês Michel Foucault, ao professor e pesquisador Luiz Alberto Gouvêa da FAU/UNB.; a arquiteta Maria Elena Merege Vieira da FAU/Mackenzie; ao teórico e pesquisador Francis D. K. Ching; a professora e arquiteta Inés Claux Carriquiry da FAU/San Martin de Porres; o trabalho de mestrado (publicado) pelo arquiteto Armando de Holanda; e por último ao extenso trabalho que foi organizado pela pesquisadora e professora a arquiteta PhD. Marta Adriana Bustos Romero da FAU/UNB entre outros pesquisadores. Sem duvida cada um destes pesquisadores tem uma larga experiência nesta importante condicionante. Aproveitaremos através das suas pesquisas para fazer nossas reflexões.

Toda investigação com valor cientifica se inicia com a pergunta que da base e indica a problemática a ser pesquisada que daremos a conhecer da nossa inquietude: Qual é a importância da “ventilação” para a arquitetura e urbanismo?

Sem duvida, ao largo da historia da arquitetura desde o Tratado de Vitruvio (século I d.C.) indica da importância da “ventilação”, este preceitos forem ditos em seus “Dez Livros”, especificamente no seu Primeiro Livro, no Capitulo Segundo: que trata dos elementos que devem constar na arquitetura; Capitulo Terceiro : que trata dos elementos participantes da arquitetura; no Capitulo Quarto: donde indica que a ventilação é um assunto de salubridade, e da maneira correta da implantação dos edifícios ; e no Capitulo Sétimo: dos lugares dos edifícios de uso comum. Também no seu Sexto Livro no Capitulo primeiro: que fala das condições climáticas e na disposição dos edifícios; no Capitulo Segundo: que trata das proporciones dos edifícios; no Capitulo Quarto: que trata dos aspectos pertinentes das distintas salas. Com isto queremos dizer que Vitruvio em todo momento faz referencia da importância desta condicionante, que através do espaço-tempo se torna fundamental para “poder” perceber de forma clara e transparente si o projeto tem uma boa arquitetura.

“Se define el viento como uma agitación del aire que sopla com los movimentos variables. El viento surge cuando el calor choca contra la humendad y el golpe de su acción hace salir com fuerza y violência del aire”.
(Vitruvio, 1997:81)

Pensamos que ate nossos dias queda muito claro si a proposta arquitetônica a ser construída, como sabemos que é sua “finalidade” de ver a obra construída parafraseando ao mestre João Filgueiras Lima – Lelé (1932-2004), mais quando o outro mestre da arquitetura moderna brasileira ao dizer: “A Arquitetura é antes de tudo construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando determinada intenção” – Lúcio Costa (1902-1998). Então como devemos apropriar da área/terreno ou da cidade o da região, apropriando do lugar com determinada “intenção”, desta forma outorgamos a Vitruvio (com vigência atual), não por ser o primeiro Tratado da Arquitetura, porque ele teve a percepção da importância do significado do que o “ar” representa na criação de edifícios e cidades.

Nos pensamentos contemporâneos de Gouvêa ao dizer: “A ideia central é construir um sistema de espaços livres (caminhos, vias, praças, superquadras, parques, reservas), que gere baixo gasto de energia, baixo impacto ambiental (ecológico) e uma situação de sustentabilidade econômica e social, baseada nas normas internacionais (de transito, no caso de vias) e nos padrões locais e regionais de necessidades e comportamento. Estes espaços, quando relacionados e interligados visualmente, tornam fácil a orientação da malha urbana.” (Gouvêa, 2008:117).

Como podemos apreciar os espaços livres a que se refere Gouvêa se criam através de um “sistema” estes diferentes sistemas se unificam na ideia de preservar e obter mais ventilação, ou ar. Em que se torna fundamental para a ação de construir os espaços, mais com certa visão de necessidades, ou de comportamento de menos consumo de energia faz que a ambientação ou a ambientabilidade se torne mais frutífera, pelo tanto se torna mais sustentável. Mais devemos indicar que este conceito de “sustentabilidade” é um assunto que se torna ou vem tona mais recente, mais no passado sempre esteve presente na melhora desta ambientabilidade que faz parte do processo de construir de forma correta cidades e seus edifícios.

Para Inés Claux define que a “Ventilação é e renovação do ar viciado ao ser substituído por um ar puro e que está em movimento. Um lugar mal ventilado e aquele em que o ar tem diminuído a quantidade oxigênio e tem aumentado à quantidade de carbono.” (Claux, 2005:102). Se determinado lugar ou espaço, além da falta de ventilação os espaços projetados os cheiros ternam insuportáveis e a temperatura aumenta, esto faz que além do mau cheiro, o consumo de energia vai contra dos conceitos contemporâneos de não consumir energia, sem as verdadeiras necessidades. Vai contra dos sistemas de acondicionamento de espaços como também indica Gouvêa.

Holanda (1976) talvez o indique de forma mais clara ao alertar e dizer: “Tentemos apreender a fluência entre a paisagem e a habitação, entre o exterior e interior, para desenharmos portas que sejam um convite aos contatos entre os mundos coletivo e individual”. (Holanda, 1976:27)

A relação espacial entre o exterior e um interior se torna hoje uma maneira de projetar (neste caso os edifícios) de forma mais clara, a visibilidade através destes panos enormes de vidros fazem que se obtenha uma melhor iluminação, mais uma forte maioria se pensa pouco na ventilação e a captação de ar. Em alguns casos são edifícios estancados e ventilados por sistemas de ar condicionado, isto vai contra das novas formas de atuar e de pensar do que é uma arquitetura. Holanda nos indica que temos ter um maior contato entre o individual e o coletivo, não tem como no ser assim, porque a gente ao construir edifícios para uma cidade, uma região, um território, é influencia ao todo, queremos dizer a “todos”, ambiente coletivo tem que ser concordante com as necessidades de todos e não de alguns, que prejudicam o bem-estar dos espaços coletivos.

No extenso livro de Marta Bustos Romero - REABILITA, no capitulo V – que trata da Infra-estrutura para salubridade ambiental o Ph.D Ricardo Silveira Bernardes indica que nas “formas de participação” e articula: “Obviamente, a participação da sociedade não pode ocorrer de um modo descontrolado, e que só conduziria a frustrações desnecessárias... Participação direta da comunidade por meio de apresentações, debates, pesquisas ou qualquer forma de expressar opiniões individuais e coletivas”. (Bustos, 309:2009).

Pensamos que a sociedade não pode estar à margem das necessidades em espaciais “coletivas”, Silveira indica que podem ocorrer “frustrações”. Sem duvida o debate se torna indispensável para poder entender as necessidades espaciais.
A pesquisa se dá em base estes intercambio de opiniões, mais hoje em dia pela falta de credibilidade politica, em querer fazer as coisas com esmeradas e corretas proporções, se tornam ineficazes em sua maioria, talvez seja pelo mesmo desgaste políticos e de credibilidade dos que tratam deste tema, assim como de “falsas promessas” que são vem à tona nas campanhas politicas para a sucessão de politicagem. Credibilidade seria a palavra de ordem, e justamente se dá na base da pirâmide, o debate com as verdades do povo são “supremas”, por que são reais, e são necessidades reais, às vezes de extrema urgência. Pesquisar em base as verdadeiras necessidades dá fundamento social e politico e não a politicagem. Pensamos que teríamos que criar um sistema ou vários sistemas, que sejam mais corretos, para obter condições mínimas de credibilidade social e politica para que podassem consolidar os verdadeiros ganhos a futuro.

Talvez tentando tiver praticidade tecnológica ao nosso tema de investigação, temos a Ching, ao dizer: “A continuidade espacial ou visual entre os espaços adjacentes e algo de todo impossível de não existir aberturas nos planos de fechamentos de um campo espacial” (Ching, 2002: 158).
A técnica ou a tecnologia ao largo do tempo tem tomado mais incremento nas formas de pensar, a forma de projetar pensando mais nos usos dos materiais, e das tecnologias disponíveis se tornam necessárias, isto pode criar mais conforto aos problemas que surgem nas condicionantes que são exigidos no ato projetual. Mais pensamos que poderia ser paliativa, a verdadeira organização espacial se dá ao indicado por Ching, a continuidade de aberturas criando fluxos contínuos de ar e ventilação. Para-nos que vivemos do ato projetual como arquitetos e urbanistas, em alguns casos que não só fatos folclóricos, mais sim reais. Em alguns casos os proprietários das edificações dos nossos projetos, temos escutado, que fica claro a corrente de ar e ventilação que ocorrem nos seus imóveis, e que ficam batendo as portas por excesso deste fato (do ar gerando boa ventilação), pensamos que temos pelo menos preenchido em parte desta importante condicionante ao projetar e construir edificações.

Para o filosofo e pensador Michel Foucault alude que: “E aqui se encontra um velho procedimento arquitetônico e religioso: o cárcere dos conventos. Incluso os compartimentos que se dá a lugar chegam a serem puramente ideais, os espaços das disciplinas é sempre o fundo celular. Soledade necessária do corpo e da alma, de dizia com certo ascetismo, devem ao menos por momentos afrontar só a tentação e a severidade de Deus”. (Foucault, 2009:166).
Foucault toma como referencia analogicamente ao claustro, o claustro em si, nos remete ao ambiente fechado, sem aberturas para o exterior, uma espécie de figuração que tem sentido ao aparte-se do mundo real. Claro, utilizamos este pensamento base filosófica o conceito do “claustro”, onde apartam das realidades. Vejamos quando no ato projetual se afasta o exterior do interior cria certo espaço escuro mau ventilado e iluminado. É como não me importa-se a vida exterior, se só seria forte dentre do claustro. Mais se viver em comunidade é fundamental para o desenvolvimento social, cultural, econômico e politico. Criar espaços que fortaleçam a vida da comunidade – com certo “ar” de boa convivência – favorece a todos. Às vezes se considera necessário tomar certas referencias filosófica que considero importantes como das de Foucault, para chegar a consolidar alguma ideia que se torne permissível e pertinente ao mesmo tempo permeável para pode adjudicar importância. A metáfora sempre esteve presenta na arquitetura, como relação de semelhança do estado ou de possível solução ao determinado problema. O poder da filosofia em poder discorrer e discutir determinadas situações entre o real e o irreal se tornam autossuficientes na comparação, de possíveis novas ideias o de ideais que possam ter correlação a futuro.

No articulo de Maria Merege Vieira – Espaço, Arte e Lugar; indica que: “A arquitetura é uma arte especifica com significado real; ela necessita, na medida do possível, de uma linguagem definida, que serva ao criador e usuário da obra (Merege, 1997:93). A sucessão de experiências adquiridas através do tempo, fazem parte do cotidiano da arquitetura, a historia da arquitetura tem esse poder, é só pensar o indicado nesta primeira parte deste texto é o indicado por Vitruvio. A observação atenta dos nossos projetos ou dos outros, faz que tenhamos experiência projetual, não só nos desacertos ou erros, mais os significados teóricos e projetuais com acertos verdadeiros, o que chamamos desde o inicio da boa arquitetura.

Mais ainda, ao dizer Merege: “Caminhamos aceleradamente para o futuro que também nos espera ansioso e, quase por encanto, já é o presente e o passado, Essa formação de nossa memoria, acúmulo de experiência e contradições em sucessão ininterrupta, precisa ser analisada e relacionada.” (Merege, 1997:97).

O analise na arquitetura através do espaço-tempo é produto da nossa própria historia, uma historia de produtividade espacial, muitos pesquisadores desta arte têm dado para nos, advertências profundas, nas maneiras de projetar e construir edifícios e cidades.

Ser “assertivo” nas produções espaciais e construtivas depende do conhecimento e também da nossa própria experiência adquirida através do tempo. As teorias de arquitetura tem se esmerado em propiciar reflexões que tenham inquietação, pensamos que deve coexistir a arquitetura com esta inquietação, a relação entre a teoria e pratica deve ser cada vez mais analisada como o indica Merege. O futuro é agora, depende de nos acertar nossos canais sensoriais, e também do conhecimento para que tenha a validade “prospectiva” desta forma concretizaremos mais ideais, para que tenham profundeza espacial. As condicionantes na arquitetura e no urbanismo devem ser cada vez mais estudadas, mais pesquisadas, temos até uma obrigação de continuidade espacial de melhora, para o bem dos comuns.

Goiânia, 4 de junho de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia

FOUCAULT, Michel; Vigilar y Castigar: nacimiento de la prisíon, Editora Siglo XXI, México, 2009.

GOUVÊA, Luiz Alberto; Cidade Viva, Editora Nobel, São Paulo, 2008.

HOLANDA, Armando de; Roteiro para construir no nordeste: Arquitetura como lugar ameno nos trópicos ensolarados, Ed. Universidade Federal de Pernambuco, 1976.

CLAUX, Carriquiry Inés; La arquitectura y el processo de diseño; Ed. Universidad San Marin de Porres, Lima, 2005.

CHING, D. K. Francis; Arquitectura Forma Espacio y Orden, Editora Gustavo Gili S. A., Barcelona, 2002.

MEREGE, Vieira Maria Elena; Espaço, Arte, Lugar, Ed. Universidade Mackenzie, São Paulo, 1997. (pp. 93-97).

BUSTOS, Romero Marta Adriana (Org.); Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística - REABILITA, Ed. Fundação Universidade de Brasília, 2009. Ricardo Silveira Bernardes (pp. 289-343).

VITRUVIO; Los Diez Libros de Arquitectura, (Titulo original: De Architectura), Alianza Editorial, Madrid, 1997.



domingo, 25 de mayo de 2014

Arquitetos modernos brasileiros seguem para outro espaço.

Arquitetos modernos brasileiros seguem para outro espaço.
Jorge Villavisencio.

No mês de maio de 2014 foi marcado pela morte de dois grandes mestres modernos da arquitetura brasileira. Os arquitetos João da Gama Filgueiras Lima – Lelé e Miguel Alves Pereira ambos nascidos no mesmo ano de 1932. Gostaria de fazer uma homenagem estes dois arquitetos que derem tanto para seu país nas áreas da politica e da arquitetura, tanto nos seus projetos de arquitetura assim como de seus legados nas teorias da arquitetura.

Pareceria que o ciclo dos grandes pensadores modernos na nossa arte de projetar e construir estivessem terminados, mais não e assim. Claro que na pratica a nostalgia para que conhecessem ao Lelé como a Miguel, fica como se fosse um vazio “interminável”: Lelé com virtude pessoal sem igual, humanista e muito preocupado para seu trabalho da arquitetura social. Miguel homem com uma gentileza e de uma altíssima reflexão na área da teoria, da pratica, e do ensino da arquitetura.

No inicio explicamos que ambos os arquitetos derem legados importantes para o Brasil, sem duvida que foi assim. Mais também ambos arquitetos tiverem alcances internacionais.

Miguel Alves Pereira (1932-2014) que foi participe em diferentes cargos tanto na Federação Panamericana dos Arquitetos – FPAA e da União Internacional dos Arquitetos – UIA. Homem que esteve muito perto das relações com os estudantes e pesquisadores da arquitetura. Talvez que nos anos dos anos 60 e 70 o Brasil vivia um momento muito difícil com a ditatura militar. Mais ele assume o cargo de Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nacional de Brasília – UNB. Sem duvida ao estar mais perto das necessidades dos estudantes, fez como ele tivesse reflexões profundas sobre o ensino. Além, claro da mudança da capital e do momento politico que se vivia por esta parte do continente.

Sua participação como Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB. Como recentemente como Conselheiro Federal do Conselho de Arquitetos do Brasil – CAU/BR. Um ponto importante por sua historia de vida e de luta de mais de 50 anos, em querer concretizar-se, e que por fim se consolide uma representação a nível Nacional por parte de todos os arquitetos do Brasil. Penso que para Miguel ter vivido esse momento foi fundamental, por sua mesma historia de luta em pró das demandas da sociedade, assim como dos arquitetos que somam mais de 100.000. Uma expressão profissional significativa. E incalculável a quantidade de escritos por parte deste mestre da arquitetura, mais sempre como uma crítica que sempre foi aceita pela sociedade e dos arquitetos, às vezes muito duras com nossa profissão, mais era importante que alguém de seu calibre pudesse expressar em forma concreta as realidades. Que não é uma tarefa fácil, porque penso que a ideia dele era de fazer ver com “luz própria” suas percepções e dos possíveis caminhos que a arquitetura poderia ter.


F.01 – Miguel Alves Pereira.
Fonte: Imagem de seu libro Arquitetura: cultura, formação, pratica e politica profissional, Editora Pini, São Paulo, 2005. (pag. 11).

Um fato que marcou nossa amizade, penso eu, que foi por ter obtido Miguel o Premio e Titulo Honorifico do Peruano“Juan Torres Higuieras” pela FPAA. Perú lugar que conhecia muito bem, e teve grandes amizades, sempre comentávamos deste assunto, muitas vezes que ele publicava algo sobre arquitetura, é claro sabendo de meu interesse, me fazia chegar em casa seus livros, seus escritos, suas publicações, seus pontos de vista, tantas coisas que guardo na memoria do mestre Miguel Alves Pereira. Grande amigo, muito sincero, de uma gentileza imensurável.

João da Gama Filgueiras Lima (1932-2014) foi fundador da mudança da capital Brasília, em conjunto com seus amigos o Dr. Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Talvez injustiçado por não promover seu saber de sua extensa obra, mais tenho certeza que depois de sua morte muitos de nos comentaremos e daremos a conhecer de sua obra. É lamentável que despois do desaparecimento da terra, recém se publique sobre o trabalho deste grande mestre da arquitetura moderna. Mais quem conhecemos a Lelé é uma de suas virtudes de simplicidade extrema, que era de não fazer ostentação de seu trabalho, era uma característica dele. Um carisma sem tamanho, em querer explicar não só seu trabalho, mais como deveria ser a arquitetura e urbanismo. Um legado arquitetural que deixa para nos simples mortais, seu digno trabalho. Pesquisemos mais deste grande homem.

Lelé cumpria com o ciclo completo da arquitetura, queremos dizer: que desde o fato de fazer os projetos de arquitetura, assim como de estar presente na concretização da obra, e participar ativamente no canteiro de obra. Que de fato os arquitetos têm perdido através do tempo. Meu maior legado (que em diversas falamos pessoalmente deste assunto), e de como é importante que o arquiteto participe no canteiro de obra. Desta maneira tomei consciência do legado do Lelé.

Gostaria de fazer três prevês comentários sobre o Lelé. Primeiro que no ano de 1991 quando fomos encarregados pela ampliação e reformas do Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás. Lembrava-se de Oscar Niemeyer no seu Livro da “Forma na Arquitetura” (1977), onde dizia: “que si você tem que projetar e construir um hospital necessariamente deveria consultar com Lelé”. Foi consultar com ele, fomos recebidos no seu escritório do Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, e por diversas vezes consultei com ele sobre as necessidades deste importante hospital publico que cumpre na cidade de Goiânia. Lelé fez esta consultoria de forma desinteressada, sem custo algum. Digno da característica dele em querer ajudar aos outros, mais ainda tratando-se de um hospital publico, no qual seu domínio nesta esfera da arquitetura tinha um farto conhecimento. O segundo fato é foi quando estava fazendo meu mestrado em arquitetura (2008-2010) na Faculdade de Arquitetura, Urbanimo e Artes da Universidad Nacional de Ingeniería em Lima-Perú. Cujo tema foi “A Arquitetura Hospitalar”, novamente peço orientações ao Lelé, senti no começo duras críticas para minha Tese, assim como de meu orientador em Lima do Dr. Elio Martuccelli Casanova, teve que redirecionar meu trabalho de dar mais ênfase na parte da humanização e da sustentabilidade do edifício hospital. Novamente com muita inteligência do Lelé me deu oportunidade de conhecer a bela pessoa e tão humana que ele foi.



F.02 – João da Gama Filgueiras – Lelé.
Coloquei esta bela imagem por reflexa bem o significado que é o trabalho do arquiteto, não só e no escritório, mais também é no “canteiro de obra”.
Fonte: desconhecida (Internet, 2014)

Por ultimo, em ter conhecido ao mestre Lelé a mais de 25 anos, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Secção Goiás, estava realizando a única obra em Goiânia (Sede do IAB/GO.) projeto de Lelé, como conselheiro superior na época deste instituto, e a pedido dos arquitetos Renato Rocha e Haroldo Pinheiro (ambos muito amigos de Lelé) e de John Mivaldo presidente do IAB, solicitarem para colaborar com a obra do Lelé, claro sabendo da importância da amizade e do significado desta obra, colaborei com imenso prazer desta obra (devo esclarecer sem custo para o Instituto), desta forma muitos outros arquitetos de Goiás como Renato Rocha, Luciano Caixeta, Luís Mendoza, souberem colaborar em forma desinteressada do significado desta obra. Lamentavelmente ate hoje a obra não foi concluída, mais por problemas burocráticos, sem prever da importância e do significado desta obra para a cidade de Goiânia. Peso que este se deve resolver logo.
Desta maneira achei (seja de forma superficial) por conveniente fazer de conhecimento publico estes assuntos e de minhas reflexões: relações pessoais e professionais com Lelé.

Sem lugar a duvida, posteriormente faremos outros escritos pormenorizados de suas obras destes dois grandes mestres da arquitetura moderna Miguel Alves Pereira e João da Gama Filgueiras Lima - Lelé, mais está é minha sincera homenagem, e fica registrado para o publico tomar suas conclusões destes singelos fatos, talvez não tenham maior significado para os outros, mais através do espaço e do tempo tenho me preocupado em expressar neste blog, que é publico, em explicar, e de fazer a conhecer os assuntos que fazem parte do conhecimento da arquitetura e urbanismo. Essa é a finalidade.

Goiana, 25 de Maio de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


sábado, 5 de abril de 2014

El Lissitzky: uma figura de vanguarda.

El Lissitzky: uma figura de vanguarda.
Jorge Villavisencio

Quando pensamos na extinta URSS, hoje a Republica da Rússia, e os que investigamos sobre a arte de projetar na arquitetura nos parece importante conhecer deste importante arquiteto, pintor, grafista, fotografo e tipografo. Penso que sua multiplicidade nas diversas áreas das artes nos fazem vivenciar sua extensa produção sem duvida uma figura de vanguarda.

R01. El Lissitzky – Projeto Estribanubes 1924.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

Lazar Markovich Lissitzky mais conhecido como El Lissitzky nascido na Rússia (1890-1941) influencio a importante Escola de artes e ofícios da Bauhaus como do Movimento de De Stijl ambos fazem parte do movimento moderno. Nas suas particularidades de Lissitzky esta atrelada ao “ésprit de géometric” que tem na sua historia a cultura artística das entre guerras mundiais, especificamente o fato nasce nos inicios dos anos 1915 ate 1945.

R02. El Lissitzky – Proun (cidade) 1920.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

O cenário da época de recessão e temeridade mundial, mais ao mesmo tempo os artistas de maneira geral pensam-nos outros modelos de expressão, reflexão, e vanguarda em se colocar diante de um novo tempo, uma forma diferente do que vinha acontecendo do passado. Desta forma nos CIAM´S nos Congresso Internacionais da Arquitetura Moderna e dos extensos debates podem ate hoje historicamente explicar do sucedido na época conturbada socialmente e economicamente, mais na sua vez penso que “motivo” na busca de outros ideais que forem reflexos concretos apresentados na arquitetura moderna.

R03. Irmãos Vesnin – Sede de um Jornal 1923.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

R04. Irmãos Vesnin – Sede de um Jornal 1923.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

“El Lissitzky vive na Alemanha de 1922 a 1928, colabora com Theo Van Doesburg (Movimento de De Stijl) e Mies Van der Rohe (Escola da Bauhaus), depois retorna para sua pátria e prepara seu livro sobre a Rússia publicado em 1930, que faz que ocidente conheça a nova arquitetura soviética...” (Benevolo, 2009:520.

Para os ideais de Lissitzky suas convicções e conceitos relativos de forma especial à arquitetura e os problemas da cidade, conforme o indica na versão italiana da Vallecchi Editore na cidade da Florencia. Mais o livro original é dos anos de 1930 pela Velag Anton Schroll & Co. Viena. Já nos anos de 1970 a editorial Gustavo Gili S. A. publica “1929 La Reconstrucción de la Arquitectura em la U.R.S.S. – El Lissitzky”.

R05. K. Malevitch – Maquete do Suprematismo 1923.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

Como se explica o nascimento da “maquina” da inicio na revolução técnica, que destruí o artesanato e resulta para a grande indústria moderna, como sabemos em base aos novos sistemas de produção, que não só trata do desenvolvimento social e econômico, mais também no seu lado estético. Queremos dizer como filosofia da arte. Desta forma na Europa Ocidental, e na América a revolução fundamenta a nova arte de construir.

R06. K. Melnikov – Circulo de Moscou.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

O cliente individual passa a ser substituído por o destinatário social, o seja a arquitetura individual passa a ser coletiva. Que é uma razão importante para analise dos espaços criados em espacial a espacialidade da vida urbana. O edifício ou as edificações passam a ser vistas como elementos importantes da vida cotidiana mais de forma pluralista. No cabe duvida que os edifícios não sejam elementos “isolados” tem conotações de interferência da vida social e econômica das cidades.

R07. Ateliê N. Ladovskij – projeto de um restaurante.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

Para o analise de El Lissitzky temo-nos “abstraído” no possível dos elementos políticos, que não é uma tarefa fácil. Repito no “possível”. Desta forma a arquitetura deve ser medida de outro modo ao fazer julgamento. Queremos dizer uma crítica que tenha certa independência de valorização, e não julgar como elemento isolado. A arquitetura sempre será difícil de entender faz parte da vida desta arte, pelo tanto se torna problemática sua percepção visual, mais a sua vez torna-se como importante elemento visionário, que faz parte da técnica, da arte e da própria experiência.

As primeiras experiências se iniciam por volta dos anos 1923 na Rússia com os irmãos Vesnin que era a sede de um jornal (ver figura R03 e R04) como uma nova forma de atividade social, que tinha como base tão só 6 x 6 m. mais que poderia abrigar mais de 8.000 pessoas. Os materiais empregados são de vidro, ferro e concreto armado. Toda a estrutura e seus ornamentos (carteis, relógios, elevadores entre outros) convergem a uma unidade. É importante dizer esto porque a unidade espacial é necessária para uma boa percepção de uma arquitetura, que podem ser feitas por partes, mais o conjunto do todo (a unidade) torna-se indispensável.

O conceito do “suprematismo” idealizado pelo pintor Kazimir Malevich que a define como “a supremacia do puro sentimento” que é a sua independência do meio e sua origem, vem à tona para Lissitzky. Mais devemos indicar que tanto o Suprematismo de Malevich e o Construtivismo de Vladimir Evgrafovic Tatlin (1885-1953) forem importantes para a cultura da Rússia, além claro do seu estado de vanguarda, um conceito que se torna artístico mais também de forma revolucionaria.

R08. M. Turkus (Wchutein), Ateliê N. Ladovskij – “ritmo e dinâmica”.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

Outros historiadores da arquitetura moderna têm estudado a Lissitzky com profundidade ao dizer “El Lizzitzky que na época estava na Alemanha para os preparativos da Exposição Russa de 1922. Esse encontro incentivou-o a perseguir suas próprias tendências construtivistas, e, a partir de então, suas pinturas passarem a conter elementos suprematistas...” (Frampton, 2008:150)

R09. J. Volodiko (Wchutein), Ateliê V. Krinski – Mercado.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

“A maquina não tem afastado da natureza. Através dela temos descoberto uma nova natureza, que não teve suposições anteriores. A arte moderna tem-se incorporado de forma intuitiva e autônoma, e seu mesmo resultado tem chegado a as ciências modernas. Como a ciência tem feito análise sobre a forma ate seus componentes fundamentais para reconstruir segundo as leis universais da natureza. Em que ciência e a arte têm chegado à mesma formula – Cada forma e ima imagem rígida no momento de seu processo. Por isso a obra tem uma pausa de desenvolvimento e não uma meta rígida”. (El Lissitzky)

R10. V. Tatlin – Modelo do Monumento da Terceira Internacional 1920.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

Penso que Lissitzky em menor grado não queria romper com a natureza, mais serviria como meio de seu próprio desenvolvimento, como ele o explica “...que tem chegado a realidade através de sua produção”. Analogicamente quando Lissitzky explica sobre o espaço perspectivo é diz: “...o aparelho fotográfico trabalha em perspectiva, mais tudo mundo esquece que construí o objeto as lentes côncavas, e a sua vês as convexas como as nossas obtém a representação do mundo...”

R11. Lopatin (Wchutein), Atelie N. Ladovskij – Edifício Arranha-céus 1923.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

No cabe duvida que Lissitzky é um pensador com uma filosofia progressista para a época, além claro de artista e arquiteto, sua teorias sobre o espaço planimétrico, perspectivo, irracional, e imaginário produz a sensação de suas teorias de mobilidade espacial, que nem todos são adeptos, mais penso que o próprio movimento cria percepções espaciais diferentes, “Num sentido mais generalista – podemos descrever que estes efeitos projetivos como nos casos do observador atribui uma situação visual, objetivamente dado pelas qualidades que deriva de sua própria posição e perspectiva” (Arnheim, 2001:92)

R12. V. Balichin (Wchutein) – Projeto de um Aeroporto 1924.
Fonte: El Lissitzky {1930} – 1970.

Lissitzky abre as portas do conhecimento tectônico Russo para o ocidente, desta forma poder reconhecer o valor da arquitetura Russa, assim se destacam outros arquitetos importantes da época: irmãos Vesnin, Tatlin, Volodiko, Turkus, Ladovkij, Wchuin, Balichin, Lopatin, Melnikov, Leonidov e tantos outros arquitetos que abrangem as teorias de suprematismo.

Goiânia, 5 de Abril de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

EL LISSITZKY; 1929, La recosntrucción de la arquitectura em Rusia, {Original 1930, Viena} Editora Gustavo Gili S. A., Barcelona, 1970.

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili S. A., (GG Reprints), Barcelona, 2001.

FRAMPTON, Kenneth; História crítica da arquitetura moderna, Ed. Martin Fontes, São Paulo, 2008.

BENEVOLO, Leonardo; Historia da Arquitetura Moderna; Editora Perspectiva, São Paulo, 2009.













lunes, 3 de marzo de 2014

A cidade histórica de São Francisco do Sul.

A cidade histórica de São Francisco do Sul.
Jorge Villavisencio.

A cidade de São Francisco do Sul, pensamos que cumprem de certa forma com o compromisso de seus cidadãos. Estes são alguns pontos que serão discutidos neste texto. Primeiro porque cumpre com seu compromisso cultural e social da população que mora não só na cidade, mais também atinge as cidades adjacentes como Joinville e poderíamos com o Estado de Santa Catarina. No segundo lugar que a afiança a vida dos seus moradores com a “preservação de sua historia” na cidade e seus edificações, assim seu lado turístico fomenta a sua própria cultura.

F.001 – Vista da Bahia de Babitonga.
Fonte: Jorge Villavisencio

A cidade de São Francisco do Sul está situada ao norte do Estado de Santa Catarina na região sul do Brasil. Sua população de aproximadamente de 42 mil habitantes (censo 2010), tem uma área de 493 km 2. Fica nas margens da Bahia de Babitonga.

F.002 – Vista das ruas que dão margem na orla.
Fonte: Jorge Villavisencio

Si bem não é certo que sua fundação é do ano de 1504, que poderia ser a terceira cidade mais antiga do Brasil. Mais no ano de 1553 era habitada por espanhóis por um corto tempo. Também existe que seu descobrimento seja por franceses mais não foi comprovado, então existe uma serie de mistérios desde sua fundação, mais podemos perceber que a cidade como porto que é, ocupa um lugar estratégico entre a capital de Santa Catarina a cidade de Florianópolis com a maior cidade em população do Estado a cidade de Joinville.

F.003 – Imagem do Mercado Municipal.
Fonte: Jorge Villavisencio

O sentido da existência cultural que neste caso São Francisco do Sul, foi provocado pelos sentimentos do povo, e claro das políticas em querer preservar seu espaço. Queremos dizer que sem uma politica coerente para preservar o lugar histórico que afiança seu compromisso, desta forma “A crescente busca de uma arquitetura que tenha resposta nas maiorias postergadas, que seja utilizado de forma inteligente seus recursos tecnológicos para que sejam adequados sem consumismo e de desperdiçar que desta forma se consolide suas manifestações de patrimônio cultural histórico e potencialize respostas aos requerimentos contemporâneos” (Gutiérrez 1998:118).

F.004 – Imagem dos cidadãos, precursores da cidade de São Francisco do Sul.
Fonte: Museu Histórico no Mercado Municipal de São Francisco do Sul.

“Se se pesquisa arte, ligada diretamente a historia e as necessidades anímicas e progresso sentimental, surge-nos como marco zero a sequencia posterior a série de pequenas igrejas, capelas e conventos do mesmo século XVIII, mostrando a evidencia que (quanto ao esforço arquitetônico especialmente), se tira o que foi feito entre 1720 a 1770, nada mais restará que mereça a atenção. Das tentativas de tombamento de grandes notáveis obras que estivessem exigindo defesa contra os estragos do tempo – de parte do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – que pudessem e merecessem ser defendidas...” (in Dantas, 2011:43 – IPHAN/RJ, correspondência a David Carneiro e Rodrigo Melo Franco, 1937).

F.005 – Imagem da Igreja Matriz de São Francisco do Sul.
Fonte: Jorge Villavisencio

Na citação de acima nos parece importante, primeiro que a pesquisa ligada a arte da arquitetura deve ser “exaustiva” desta forma encontra-se a partes ligada a cultura como passado histórico. Segundo entendemos que na época iluminista do século XVIII traz consequências importantes para o resgate da própria cultura dos povos, estes ilustradores dão certo ordem à semântica da palavra desta forma chegamos a um consenso dos acontecimentos. Terceiro o tombamento de diversas obras arquitetônicas – segundo o que explicam “que nada mais restará” – tem extensas considerações que a cada dia redescobrimos seu passado, e talvez nos inspirem na forma de um novo olhar.

F.006 – Imagem das ruas internas da cidade de São Francisco do Sul.
Fonte: Jorge Villavisencio

“Se o bem integrante do patrimônio cultural, assim defendido pela norma constitucional, está em perigo, com risco de destruição, é dever do poder público interferir e protegê-lo [...] Por outro lado, se não há risco atual que ameace o bem, o poder público pode escolher o momento de tombar...” (Dantas, 2011:45).
Aqui podemos estar de acordo com a primeira premissa de que o patrimônio esta dentro a norma de Proteção “constitucionalmente”, mais o momento de tombar seria uma estratégia no controle do patrimônio em especial dos edifícios arquitetônicos, mais de forma lamentável às vezes não funciona, porque temos reparado que edifícios importantes que em sua grande maioria – estão cadastrados mais não tombados, quando se quer tomar as providencias termina sendo muito tarde, dando passo na voracidade de exploração imobiliária.

F.007 – Imagem das ruas com vista na Bahia de Babitonga.
Fonte: Jorge Villavisencio

“Ao tratar a preservação a nível regional, pode-se pensar numa noção mais ampliada do patrimônio edificado, a qual deve permitir explicar e preservar as relações diretamente associadas com seu meio cultural e histórico, bem com seu entorno natural” (Dantas, 2011:147).

Penso que Dantas Navolar explica de maneira sucinta as expectativas e aspirações do povo ao sentir-se protegido das adversidades, sejam este de ordem politico (poder público) ou do poder privado, porque ao final de contas se trata de preservação não só dos edifícios históricos existentes, mais sim da própria cultura relacionada com as verdadeiras aspirações dos povos, desta forma cumpre com suas expectativas que não podem ficar a margem.

F.008 – Edificações Históricas da cidade de São Francisco do Sul.
Fonte: Jorge Villavisencio

Os trabalhos realizados por arquitetos especializados na preservação do patrimônio são de muita importância para a vivencia das experiências passadas, da própria historia que se transforma na cultura do objeto de estudo. Que na realidade estes estudos sobre o patrimônio cultural não só pertencem a um arquiteto, são varias pessoas que se transforma em verdadeiras equipes, onde existe a troca de experiências, ao ter estes intercâmbios geram cognição arquitetônica, pesquisas duradouras que influem nas decisões do futuro promissor. “Talvez essa seja a maneira mais palpável de multiplicar ideias e dividir responsabilidades no enfrentamento de situações que nos chegam, desde o emaranhado mundo das cogitações brasileiras de arquitetura. Senão por isso, pelo menos para afastar-se da imagem do arquiteto solitário, da palavra isolada e sem eco”. (Pereira, 2005:157)

F.009 – Imagem das ruas internas – reparem as calçadas em pedra natural.
Fonte: Jorge Villavisencio

Existe uma diversificação das camadas urbanas que estão relacionadas com seu poder aquisitivo “É claro que as mudanças sociais não ocorrem apenas ao nível da origem da nova aristocracia cafeeira e das suas divergências com a velha aristocracia. Na medida em que se diversificavam a economia, iam ocorrendo também diversificações nas camadas urbanas” (Assis Silva; Assis Bastos, 1976:149).

Esta relação com o poder socioeconômico da população traz consigo uma mudança nos elementos constitutivos das cidades, mudanças nos objetos que são atenuantes nas suas edificações, que marcam o progresso das cidades, emissões que podem ser vistas e valoradas na conformação das cidades. Mais também não queremos dizer que si determinada cidade com carência socioeconômica não se deve ser preservado seu patrimônio cultural, todos os objetos (edificações) do passado deveriam ser preservados sempre quando exista essência cultural, por isso o significado das investigações profundas por parte das organizações que procuram preservar seu patrimônio edificado, que como sabemos que é a cultura, a história das cidades.

F.010 – Vista das ruas internas da cidade.
Fonte: Jorge Villavisencio

Para terminar nos parece importante nas conclusões do encontro do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB sobre: Planejamento, urbanismo e apropriação social na preservação do patrimônio, este foi realizado na cidade de Salvador, Bahia entre o 14 a 17 de maio de 2013 – ARQUIMEMÓRIA 4 ao dizer: “As relações entre gestão, planejamento urbano e preservação do patrimônio. Os instrumentos de política urbana e sua aplicação na preservação do patrimônio. Dinâmica urbana, obsolescência e valorização imobiliária de sítios de importância cultural. Parcerias público-privadas na preservação e gestão do patrimônio edificado. Os megaeventos e seus impactos nos sítios de valor cultural. As políticas habitacionais e a preservação do patrimônio edificado. As relações simbólicas e funcionais estabelecidas entre os diversos grupos sociais e o patrimônio edificado. A participação da comunidade na identificação, conservação e gestão do patrimônio edificado. O papel da sensibilização patrimonial na preservação do patrimônio cultural” (IAB, Salvador, 2013).

F.011 – Detalhe do passeio turístico na cidade de São Francisco do Sul – Santa Catarina.
Fonte: Jorge Villavisencio

Sem duvidas estes pontos que forem selecionados na ARQUIMEMÓRIA 4 nos dão as pautas de como pode-se fazer gestão com eficiência, mais penso que devemos deixar claro que a preservação do patrimônio cultural edificado não só e uma gestão do aparato publico, a participação da gestão privada torna-se fundamental para um melhor equilíbrio nos próprios pensamentos é seu destinos, que nem sempre são valores só econômicos do privado como se pensa, existe uma valorização proeminente do ordem privado, a problemática se da no sentido de como pode-se canalizar estes esforços, pensamos que aos poucos a regras deverão ser mais claras para que estes possam ser trabalhos equilibrados e equitativos com a vida do patrimônio cultural edificado.

Goiânia, 3 de Março de 2014.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia

GUTIÉRREZ, Ramón; Arquitectura Latinoamericana en el siglo XX, Lunwerg Editores, Barcelona, 1998.

DANTAS, Navolar, Jefferson; A arquitetura resultante da preservação do patrimônio edificado em Curitiba, Factum Editora, Curitiba, 2011.

PEREIRA, Miguel; Arquitetura: cultura, formação, prática e politica profissional, Editora Pini, São Paulo, 2005.

ASSIS Silva de, Francisco; ASSIS Bastos, Pedro Ivo; História do Brasil, Editora Moderna Ltda., São Paulo, 1976.

ARQUIMEMÓRIA 4 - Encontro Internacional sobre Preservação do Patrimônio Edificado
Tema central: A dimensão urbana do patrimônio, Salvador – Bahia – Brasil, 14 a 17 de maio de 2013. Instituto de Arquitetos do Brasil. IAB/BA.
www.iab-ba.org.br/arquimemoria4