jueves, 27 de enero de 2011

Catedral de Rio de Janeiro e seu lado formalista (1964-1979)

Catedral de Rio de Janeiro e seu lado formalista (1964-1979)
Critica: Arq. Jorge Villavisencio


Tem varias formas de analise desta obra que pode ser considerada como “modernista”, este olhar critico arquitetônico da Catedral poderia se basear nestas quatro áreas: a formalista, a semiótica, a psicanalista e por ultimo a sociológica, pero neste caso nos vamos a referir só no caso do seu lado formal de atitude formalista como obedece ao titulo deste texto, está claro que referimos ao lado formal estamos a raciocinar sobre “forma” que na realidade é a relação da massa com o espaço vazio, e nestes termos se analisará aspectos como: massa, linha, volume, movimento, etc.

Catedral de Rio de Janeiro – vista geral em elevação
Fonte: fotografia Jorge Villavisencio (26-01-2011)

Mais antes faremos uma breve síntese da historia arquitetônica desta edificação, o nome oficial é a “Catedral Metropolitana de São Sebastião de Rio de Janeiro” localizada no centro histórico desta cidade, de propriedade da Arquidiocese de Rio de Janeiro, o autor do projeto de arquitetura foi o Arquiteto Edgar Oliveira da Fonseca, mais também estiveram presentes na obra artistas plásticos como Paulo Lachen Mayer (interiores), Nicola Zenotto (lampadários), Mario Agostinelli (portada), Marli Crespo Azeredo (trabalhos em mármore) e Humberto Cozzi (pia batismal). A obra demorou 15 anos em ser construída de 1964 a 1979, foi inaugurado oficialmente o dia 15 de Agosto de 1979, e tem uma área de construção de 8.000 m2. (aproximadamente), em sua base em forma de circunferência tem 106 m. de diâmetro, e tem uma altura externa de 75 m. e interna de 64 m. tem capacidade para 20.000 pessoas dos quais 5.000 sentadas. Sua estrutura e de concreto armado aparente, os quais forem adoçados entre nervuras no plano vertical os vitrais que em uma altura de 60 m. O Campanário é externa executada posteriormente no ano de 1985 que é de concreto armado.

Catedral de Rio de Janeiro – detalhe da estrutura nervurada externa
Fonte: fotografia Jorge Villavisencio (26-01-2011)

Poderíamos iniciar sobre a sua localização em relação à cidade, é evidente que o edifício numa escala que surge num contexto urbano que não e comum as outras edificações (referencial formal da obra), mais seu recuos laterais liberam certo ar de interdependência – outorga respiro – alem e claro de uma imponência edificatoria, este se basa numa rotina feita através do tempo-espaço pela categoria: tipologia arquitetônica – segundo o arquiteto Edgar Graeff – quando diz: edifícios para o desenvolvimento – atividades religiosas e culturais (Graeff 1986:67-68), mais não só como uma atividade religiosa comum, porque ao final de contas tem a categoria edificatoria da Catedral, de uso netamente religioso, e como é obvio todas as cidades de menor ou maior dimensão tem seu edifício para o culto religioso, penso também que as dimensões (escalas) deste tipo de edifício têm uma relação direta com o desenvolvimento socioeconômico ou no vislumbramento a futuro da cidade que tem influência de suas regiões ou do conglomerado metropolitano. Então podemos resumir que sua organização espacial é central.

Catedral de Rio de Janeiro – implantação
Fonte: Google Earth (2010)

Si bem é certo que seu plano base horizontal e de forma circular, seu campo de força e verticalizada levando o edifício para o céu (em similitude da Catedral de Brasília de Niemeyer), esta relação da massa alem que de fato gera “rotação” – que a minha maneira de ver cria uma sensibilidade e ação de “movimento”, quiçá com a idéia de tirar um pouco o peso da massa volumétrica que nela leva. “... uma interpretação dinâmica do fenômeno nos permite compreender a "altura do céu", como o limite do campo de força decorrentes da arquitetura real, mas não pode ir além de certa distância...” (Arnheim 2001:25).

Catedral de Rio de Janeiro – detalhe da vista interna
Fonte: fotografia Jorge Villavisencio (26-01-2011)

Sobre sua forma se diz que vem de inspirações Mayas ou Astecas (México), mais tanto nas pirâmides egípcias o as mexicanas tem forma de “pirâmide” (estes tem arestas nas quinas), só para lembrar faço a minha critica de índole “formalista” – é minha busca e a representação da forma – então mais bem posso dizer que são sua “influencia platônica” da forma pura simples (este tipo de formas são muito interessantes como intuição – pareceria que a obra já fosse conhecida sem ter vista anteriormente), os sólidos platônicos tem essa virtude. A forma “cônica” da Catedral tem uma sustração em seu ápice (corte final). “O cone e o fruto do giro de um triangulo eqüilátero arredor de seu eixo vertical. Como o cilindro, quantos nos cones são apoiados numa base circular que é uma forma estável...” (Ching 2002:43). Assunto bem logrado porque entrega uma estabilidade que não só e no aspecto formalista, mais também de estabilidade de culto mágico-religioso.

Catedral de Rio de Janeiro – Escultura Marli Crespo Azeredo
Fonte: fotografia Jorge Villavisencio (26-01-2011)

Seus planos verticais são inclinados em forma arredondada dados pela forma cônica, este entrega à sua impressão de “continuidade” que são atributos das formas esféricas (cantos arredondados). Poderia se referir também à obra nos contextos históricos da arquitetura de atitudes de forma circular como as obras de Vila do Teatro Marítimo. Vila de Adriano, Tivoli, Itália (118-125 d.C.) ou a Planta para uma cidade ideal de Vicenzo Scamozzi (1615), ou no Hospital de Bernard Poyet (1786), ou na Catedral de Brasília de Niemeyer (1970), ou o Museu Northrhine-Wesfalia, Dussendorf na Alemanha projeto de James Stirling e Michael Wilford de 1975; são tantas obras que tem seus referentes platônicos circulares, alem que a forma cônica que gera rotação na Catedral irradia atração de dentro para afora, que e um efeito importante nos edifícios religiosos.

Catedral de Rio de Janeiro – detalhe interior
Fonte: fotografia Arq. Jorge Villavisencio (26-01-2011)

Na interpretação filosófico-religiosa “A arquitetura é o aspecto visual da historia... o neoplatonismo, formulado pelo conceito do infinito, rompe com a visão isolada do ser. Essa direção filosófica reflete-se na arquitetura da época helenística, e explica sua revolta contra a determinação volumétrica e plástica do templo grego o novo acento cenográfico” (Zevi 2009:142).
Si bem é certo como aprecia Zevi na busca de outras soluções arquitetônicas, que e o diferencial nesta obra da Catedral, a penso que a busca do mágico-religioso esta presente, que da evidencia no contexto da relação sujeito-objeto. Sem duvida esta foi logrado, tem como premissa este objetivo, e só passar pelos arredores do edifício e pareceria que tem como ímã que se chama a ver na sua essência visual da forma.

Catedral de Rio de Janeiro – na época da construção

Sem duvidas a obra da Catedral Metropolitana de São Sebastião de Rio de Janeiro nos imbui a uma reflexão sobre a arquitetura moderna no Brasil, considero que sua análise formal se sustenta na sua própria formalidade edificatoria – essência dos aspectos da sua espacialidade – alem que cria em si uma reflexão entre o significante que e o homem em relação aos aspectos funcionais de uso religioso, a escala utilizada na obra foi premeditada, mais concordo quando o mestre Oscar Niemeyer diz: “que obra tem que surpreender”, que neste caso o edifício cumpre sim esta expectativa, além que é relevante para a cidade de Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro, 27 de Janeiro de 2011.
Arq. Jorge Villavisencio

Bibliografia

GRAEFF, Edgar; Edifício, Projeto Editores Associados: Vol.7, São Paulo, 1986.
CHING, Francis; Arquitectura: Forma, Espacio y Orden, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2002.
ARNHEIM, Rudolf; La forma visiual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2001.
ZEVI, Bruno; Saber ver a arquitetura, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.


jueves, 13 de enero de 2011

Desastres naturais: historia urbana de Lima do século XVIII

Processo de reconstrução ante os desastres naturais das cidades de Lima e Callao do século XVIII.
Critica: Arq. Jorge Villavisencio


O mapa conceitual apresentado embaixo, representa a síntese do pensamento político cultural da cidade de Lima e Callao no século XVIII, este baseado nos acontecimentos do “desastre natural” do grande terremoto no dia 28 de Outubro de 1746 que desbasto as cidades, como é evidente as incertezas corre nas veiais nas estruturas das cidades ante tais eventos dos “riscos e desastres” que se produzem de forma natural. A cidade não estava preparada ante tais eventos, e o sofrimento e o terror campeia nas esferas de ação do ser humano. Acho firmemente que umas das formas de olhar para as cidades e suas regiões são através de tais eventos, si bem e certo que estes acontecimentos na maioria das cidades não estão preparados, mais a historia da arquitetura e o urbanismo tenta entender estes fatos, porque ao final de contas somos os arquitetos e urbanista que projetamos e construímos edifícios e cidades, mais de jeito maneira não nos excluímos das nossas responsabilidades o que acontece “é que teríamos que reformular toda a concepção de fazer cidades começando deste o planejamento urbano e regional, ate a forma de construção ou reconstrução do ambiente urbano”, que é uma tarefa que deve ser vista de forma “multidisciplinar”. Na minha maneira de ver si nos utilizamos de forma analógica os acontecimentos na Lima do século XVIII, podemos ver que a forma de fazer “reconstrução” do ambiente urbano, além que nasce dentro das esferas políticas “quiçá como desespero”, mais também se cria uma consciência cultural, que isso tem um “valor agregado”, porque pareceria que todas as discórdias sumissem antes tais eventos, é só existe uma corrente direta e consensual que é a “reconstrução”.

Mapa Conceitual sobre a reconstrução de Lima e Callao do século XVIII – Arq. Jorge Villavisencio Lima FAUA/UNI/2008

Goiânia, 13 de Janeiro de 2011
Arq. Jorge Villavisencio.

martes, 4 de enero de 2011

Sustentabilidade é a busca da XI Conferencia das Cidades em Brasília DF.

Sustentabilidade é a busca da XI Conferencia das Cidades em Brasília (7-8/12/2010)
Articulo: Arq. Jorge Villavisencio

Recentemente no Congresso Nacional em Brasília se realizo o XI Conferencias das Cidades – “O futuro das cidades no novo contexto socioambiental”, foi muito significativo a idéia de analise desta Conferencia, não só nos contextos tradicionais sociais e econômicos, mais neste importante olhar sobre a questão “ambiental”, este assunto do “sustinere” (1)tem uma questão que relata com os contextos culturais, que a ao final qualifica o “ideal de cuidar e preservar”.

Imagem – Folder da XI Conferencia das Cidades na cidade de Brasília DF.

E evidente que as cidades dialogam com o clima – as poucas reservas o pulmões verdes das cidades cada vez são mais esmagadas, é os fatores climatológicos atrelados ao micro-clima das cidades estão cada vez mais vulneráveis, alem e claro da emigração das pessoas das áreas rurais para as cidades. O palestrante o Dr. Alain Grimard – Membro da Divisão de Monitoramento e Pesquisa do ONU-HABITAT, explica que o êxodo rural a nível Mundial numericamente se expressa que nos anos 1970 era rural o 63% e urbano 37%; nos anos 2000 o rural e de 53% e urbano 47%; e as projeções para o ano de 2030 seriam de rural com 40% e do urbano com 60%. Mais em termos Latinoamericanos a situação atual e mais gritante porque a área rural ocupada e de 21% e a malha urbana esta em 79%, aqui podemos analisar dois assuntos.
Primeiro faço a seguinte pergunta: Como vai sustentar as áreas rurais sem pessoas que habitem e sem que trabalhem a terra? Com está quero dizer que as áreas de plantio – alimento do povo – se vai reduzir, ou serão todas mecanizadas? Como é obvio os custos operacionais serão tão altos que chegara o momento que os alimentos não estarão à mesa do povo. Serão economicamente inviáveis? Trará como conseqüências alem da desnutrição, uma alta considerável de doenças – neste caso nos referimos a Latinoamerica – as problemáticas deste tipo já eram quase erradicadas, mais na primeira década do século XXI doenças como a tuberculose, dengue, vírus de altas resistências, estão aparecendo, lembremos que para tratar um paciente enfermo traz como conseqüências um custo elevado para os Governos, quando sabemos segundo o explica o arquiteto Jarbas Karman que “a melhor maneira de atenuar esta problemática e a prevenção”, pensar e atuar preditivamente e um ato ético e moral, não pensar desta maneira só levara ao colapso. Também sou da impressão que as áreas rurais também cumprem a missão de “pulmão” que interatuam e interferem na malha urbana, alem e claro da vida natural que evidentemente deve ser preservada, é certo que atualmente tem atitudes que tem evolucionado como o eco-turismo (poderia se pensar de maneira geral em visão ampla de um eco-comportamento humano) que é um importante pensamento e médio de expressão cultural, fazer também uso das áreas rurais e das reservas florestais (evidentemente de forma monitorada) é uma forma consciente e correta de participar da natureza, porque sempre penso que as essências e soluções para o ser humano encontra-se na própria natureza. Considero interessante a proposta da Dra. Samanta Pineda – PUC-PR, quando explica “tirar o código das florestas dos códigos das cidades” esta seria uma forma analise diferenciada – porque segundo entendo a formas de comportamento são diferentes, uma não pode estar atrelada politicamente (códigos diferenciados) a outra, mais sim uma depende da outra – as políticas e seus códigos podem ser diferentes, pero devem ser vistas de forma multidisciplinar “partes do todo”.

Congresso Nacional de Brasília – Local da XI Conferencia das Cidades.
Imagem: Jorge Villavisencio (Dezembro 2010)

Num segundo termo, as cidades não são elementos isolados, é evidente que o Estatuto das Cidades tem demorado 12 anos para ser aprovado no Brasil, mais atitudes com a execução dos Planos Diretores nas cidades norteiam atitudes, mais de acordo a meu entendimento na exposição da palestrante Dra. Nadia Somekh – FAU/Mackenzie, “existem lagunas nos âmbitos Municipais”, é não e questão de ficar de acordo o desacordo na maneira como e visto os Planos Diretores para os municípios, a problemática radica “rever a questão municipalista” - porque segundo Somekh “os Planos Diretores são mais amplos que os municípios” e de fato é, os Municípios não entes isolados, mas bem tem como facilidades de relações regionais – atuam e interatuam vários municípios, e isso da à ideal de integração, mais se os Planos Diretores miram para seu interior da sua cidade, quando a proposta seria olhar para seu exterior em “interatuar de forma espacial-regional”, mais a problemática radica nas lagunas políticas o seja: Quem poderá tomar conta politicamente da problemática regional?
Questões de habitação, mobilidade, ambiente, violência, emprego, gestão-financiamento, são assuntos que não pertencesse a um só Município, esta visão deveria ser reconciliadora no âmbito da palavra “regionalismo”.

Para a PhD. Maria do Carmo – FAU/UNB, explica que a falta de “autoridade metropolitana” traz como conseqüências um dês-norteamento de atitudes amorfas, e explica que no ordenamento territorial tem diferentes tipologias, mais hoje 50% das pessoas moram nas áreas urbanas, que estão aglomeradas em 12 regiões metropolitanas “sem autoridade política” (concordante ao especificado por Nadia Somekh) muitas destas regiões tem ocupação irregular do solo, 34% da ocupação urbana estão em locais inadequados; 94% tem água potável, pero não tratada; 54% tem esgoto domiciliar mais não é tratado; 30% dos Municípios tem lixões a céu aberto, “prevenção e precaução” são as palavras de ordem para Maria do Carmo, conhecer a fragilidades das dinâmicas sociais nos seus aspectos morfológicos “códigos e estratégias” em especificidade aos Planos Diretores “que estão pouco presentes nos estudos do zoneamento ambiental”. Sobre este assunto gostaria de fazer uma reflexão, na realização dos Planos Diretores nas cidades – que como nos sabemos forem feitos por obrigação de acordo as solicitudes do Ministério das Cidades, claro todos entendemos das necessidades de realização dos Planos Diretores, mais tivesse sido mais interessante que tenham nascido no seu útero originário, como necessidade do povo em relação na sua cidade, isto traz como conseqüências poucas abordagens imbuídas no espírito das consciências culturais que podem ser espelhados nas questões sociais-econômicas, porque penso que os planos vem a idéia de perspectiva (que pode ser ,o não pode acontecer) muito diferente se fosse como “projeto” de ações consensuais, que entrega como referente a vida da própria cidade, analogamente algo assim, como o que ocorre na historia da arquitetura e urbanismo, porque sempre e bom lembrar que a “modernidade foi um projeto, e a posmodernidade é uma perspectiva” (Martuccelli 2009:1-11). (2)

Também lembremos que existe uma dinâmica nas Cidades e suas Regiões que procuram ou pelo menos algumas tentam pensar e atuar em prospecção, por isso a necessidade de atualização constante, para evitar desvirtuar o que foi planejado, em especial ao que se referem ao “uso do solo”, cidades mais novas são mais sensíveis, com o que acontece na inapropriada conduta na exploração imobiliária, criando enormes custos edilícios, alem e claro de um descaso com a questão ambiental, tema central desta XI Conferencia.

Considero importante entender que no processo da nossa historia urbanística Latinoamericana que já nasce em forma tardia, estas que se iniciam nas primeiras décadas do século XX, ações e introdução imbuídas pela escola francesa pelo Barão Haussmann, estes modelos acadêmicos que procuram vislumbrar a “higiene urbana”, o sonho do utópico da Carte d´Athenes (3) de 1933 que veio como reflexão das exposições de Le Corbusier nos CIAM´s, que se concreta na construção de Chandigarh ou de Brasília de Kubitschek, Lucio Costa e Niemeyer, na segunda metade da década dos anos 50.

Perspectiva de Brasília – Setor dos Ministérios.
Imagem: Jorge Villavisencio (Dezembro 2010)

Em Latinoamerica a presença passada deste academismo Frances de urbanistas e paisagistas como Bouvard em Buenos Aires e São Paulo; Forestier em Buenos Aires, La Havana; Agache no Rio de Janeiro; Rotival em Caracas; André em Montevidéu, penso que abriu novos horizontes no espaço-tempo, o respeito nas questões ambientais, traduzidas na higiene urbana ou salubridade urbana, tem correlações no importante tema “ambiental” assunto de reflexão desta Conferencia das Cidades. Mais poderíamos ir alem como das políticas que se vem aplicando na Amazônia, que caberia tomar atitudes hemisféricas que não só concernem ao Brasil, mais tem influencias diretas em Latinoamerica no Perú, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, são considerações mais amplas, análogas aos componentes das metrópoles nas propostas de decisão política da “regionalização” (em similitude nas expressões de Nadia Somekh e Maria do Carmo). Para Ramón Gutiérrez (4) explica: “que o regionalismo Latinoamericano expressa diversos regionalismos, mais sempre esta vigente o componente do – ambiente -, a paisagem, a historia, os materiais, e o modo de vida local, como dados básicos do desenho” (Gutiérrez 1996:112).

Para o palestrante Dr. Carlos Nobre (INPE) explica que o uso do solo aplicado nas cidades não e adequado, pela falta de estudo da mancha urbana, em alguns locais as edificações estão totalmente fora de contexto com um alto risco, como sucede nas encostas donde há deslizamento (desmoronamento), e inclusive com risco nos aspectos da “salubridade urbana”, pela falta de ar aspectos básicos urbanos sobre a “ventilação”.
O que me chamo muito à atenção foi quando colocou que “a cidade não se adapto – a cidade se acomodou” e as cataloga em dois tempos: a primeira entre os 1950-1980 em uma “acomodação invertida”; segundo nos anos de 1980-2010 em “acomodação inconseqüente” e agora? Como adaptação “planejada e de conflito”, em efeito o planejamento em situações emergenciais tipologicamente “tapa buraco”, e nos sabemos que não e assim, o estado do estudo do urbanismo tenta visualizar as áreas de conflito, mais geralmente as possíveis soluções se dão a médio e longo prazo, refazer o que foi mal planejado, o sem planejamento, “O processo de produção e apropriação do espaço urbano dado-se dentro da economia de mercado... Quando a demanda do espaço urbano, convém caracterizar desde logo duas categorias de agentes, definidas por diferentes níveis de poder na disputa do espaço...agentes capazes de disputar, condiciones corrente de mercado...agentes de menor capacidade econômica – hiposufientes ante as condições de mercado...“ (Pompeu de Toledo 1978:85) (5), a maneira de reflexão dos componentes socioeconômicos que fluem nos espaços urbanos, por isso as condições se dão de forma multi- direcional, afirmando a idéia das complexidades do espaço urbano.

Para concluir o texto faremos uma reflexão em relação às duas Prefeituras que estiverem presentes nas exposições; a primeira da Sra. Francisca Alves Ribeiro (Chica do PT. Prefeita de Carinhanha – Bahia) que teve um lado emotivo nas questões e soluções que se apresentam no seu município (acho que também em muitos municípios brasileiros) a falta de assessoramento técnico no espaço a ser criado, e falta de uma economia que permita realizar seus trabalhos que a minha maneira de ver são sustentáveis, em harmonia com as condicionantes “ambientais e culturais” relacionadas com o modus vivedi do Povo, que se transformam idéias, mais com considerações de “ideais” que são as formas corretas imbuídas nos paradigmas da sustentabilidade.

Por ultimo o Sr. João Paulo Kleinübing (Prefeito de Blumenau – Santa Catarina) que vem realizando seu trabalho na prefeitura pela segunda vez, do qual vislumbra o espaço urbano em duas tipologias “deficiências e potencialidades” estas condicionantes lhe permitem enxergar seu espaço urbano em forma quiçá antagônica (claro-escuro), mais o contraste tem seu diferencial no sentido de poder enxergar o certo ou no errado, a problemática urbana se faz mais latente quando se vê as deficiências, em especial nas catástrofes naturais (adversidades), citado pelo Prefeito Kleinübing em Blumenau no ano de 2008, “Os desastres ocorrem, de maneira inevitável, no contexto de um patrão histórico de vulnerabilidade, evidenciado pela localização, a infraestrutura, a ideologia, dominante, a organização sociopolítica, e os sistemas de produção e de distribuição existentes. A vulnerabilidade social constitui o elemento central no processo do desastre (García Acosta 2004:130) (6)
Já nas questões das potencialidades penso que são mais complexas em vislumbrar, motivo pela qual prevalecem como primeira medida a paisagem natural existente, e também nos aspectos culturais que estão imbuídas na própria sociedade que habita sua cidade, exemplo tantas vezes citado como no turismo, quer dizer que tem uma concordância de certas vocações culturais, claro melhor ainda si tiver fomento por parte das prefeituras imbuídas nas diretrizes que norteiam nos planos diretores, não só nas questões das relações ambientais que evidentemente melhoram o viver e conviver do povo, estas partituras harmônicas se evidenciam de forma sensível no seus relacionamentos de sustentabilidade que se transformam em sentimentos de ações culturais.

Goiania, 4 de Janeiro de 2011
Arq. Jorge Villavisencio

(1) Sustentabilidade vem da palavra do latim “sustinere”, poderia sintetizar em: “cuidar e preservar”.
(2) Elio Martuccelli; El arquitecto y su obra, Editora Universidad Ricardo Palma, Lima, 2009.
(3) Le Corbusier; Principios del Urbanismo – A Charte D´Athenes, Editora Ariel, Barcelona, 1975.
(4) Ramón Gutiérrez (org.); Arquitectura Latinoamericana en el siglo XX, Editoriale Jaca Book S.p.A., Milão, 1996.
(5) Ana Helena Pompeu de Toledo, Marly Cavalcanti (org.); Planejamento Urbano em Debate, Ed. Cortez & Morais, São Paulo, 1978.
(6) Virginia García Acosta; La perspectiva histórica en la antropología del riesgo, Volumen XXV, Ed. Relaciones Ciesas, México Distrito Federal, 2004.

sábado, 1 de enero de 2011

Blog: arquitecturavillavisencio – Arquiteto Jorge Villavisencio Ordóñez (2° Parte)

Índice – (Setembro 2010 a Dezembro 2010) Blog: arquitecturavillavisencio – Segunda Parte.

Dezembro – 2010
134. Conselho de Arquitetos e Urbanistas do Brasil – CAU. 21/12/10
133. James Stirling e o inquietante mundo dos estilos arquitetônicos. 15/12/10
132. Michel Foucault y sus teorías de la arquitectura hospitalaria: analogías en la busca de nuevos conceptos espaciales. 04/12/10

Novembro – 2010
131. O expressionismo na busca da plasticidade do movimento moderno do estilo “De Sitlj”. 24/11/10
130. Kenzo Tange (丹下健三): arquitetura moderna. 14/11/10
129. Conceitos das teorias da arquitetura moderna de Le Corbusier. 04/11/10

Outubro – 2010
128. Escola de Chicago – entre o lado formal e as novas tecnologias construtivas modernas. 19/10/10
127. Rafael Marquina – visualizando sua arquitetura hospitalar. 13/10/10
126. Mario Vargas Llosa – Premio Nobel na Arte da Literatura. 10/10/10
125. Adolf Loos – arquiteto moderno funcionalista. 03/10/10

Setembro – 2010
124. Arquitetura Hospitalar em Latino America 24/09/10
123. Arquitetura – construção ecológica. 23/09/10
122. Art Nouveau – Arquitetura Moderna 19/09/10
121. Historiografia da arquitetura moderna (1 Parte) 11/09/10
120. Índice (06/03/2009 a 07/09/2010) blog: arquitecturavillavisencio 07/09/10
119. Louis I. Kahn: arquitetura moderna 05/09/10

Nota: Para achar o Índice completo – clique aqui:
http://jvillavisencio.blogspot.com/2010/09/blog-arquitecturavillavisencio.html