martes, 10 de marzo de 2020

O imaginário e a inovação na arquitetura.

O imaginário e a inovação na arquitetura.
Jorge Villavisencio

No presente texto tentaremos ver a estratégia de como seria possível projetar edifícios dentro destes dois parâmetros entre o “imaginário e a inovação” da arquitetura.

“O arquiteto livre para projetar edifícios únicos, limitados apenas pela imaginação e pela tolerância dos clientes à inovação”. (Jodidio, 2013:14)

Nesta frase poderá ser uma síntese dos novos pensamentos contemporâneos da arquitetura.
É muito difícil na vida profissional dos arquitetos ter essa liberdade, até porque que nos condicionam com a questão dos custos, assim como também a forma desmesurada da exploração imobiliária que só visam o lucro, por isso deve existir um vínculo com os clientes em que a arquitetura como forma e imagem podam permear uma relação de êxito entre a cidade e seus edifícios, razão principal na conexão espacial, e não edifícios sem que tenham vínculo com a cidade.

Mas é necessário pensar que existe uma superficialidade e pela rutina de grandes edificações só com o intuito de marcar presença no espaço urbano, fazer por fazer, sem fundamento, quando pensamos que seja por necessário ou necessidade ter “pertinência” dentro desse espaço urbano.

Mas devemos deixar claro, que não é legitimo afirmar que os arquitetos abandonem toda relação das ligações com o passado e o futuro. Com o transcurso do tempo-espaço muitos dos projetos tem ligação direta com a contemporaneidade, esquecer do passado da arquitetura seria um grande error, o passado nos ensina a enxergar melhor o futuro, nos serve de referencia dos acertos ou desacertos, a experiencia tectônica é fundamental.

O tempo presente está a moldar uma nova arquitetura intimamente ligada ao computador e sua capacidade de criação de componentes específicos, exemplos claros só para citar alguns: Renzo Piano, Herzog e de Meuron, Frank Gehry, Zaha Hadid, Peter Cook e Colin Fournier, e tantos outros.

Mas devemos dizer que o uso do computador é uma ferramenta facilitadora de poder enxergar melhor aspectos (componentes) que possam ser importantes nos projetos, mas a intenção do conceito/partido vem de nossas mentes, assim das experiencias adquiridas ou produzidas no tempo.

Mas que é o imaginário?

Tomaremos como exemplo a figura do “cyborg” que representa no cinema especificamente na ciência-ficção, em que não é um automata ou robô, mais bem é uma criação sofisticada no que parece ao mesmo tempo entender, mas ameaça nossa compreensão do que significa o ser humano.

Si tivéramos que procurar o cyborg como ideia, poderíamos dizer que claramente está relacionada com as fantásticas combinações de “corpos e maquinas”, mas obstante é uma forma de pensar no mundo, em outras palavras, é uma estratégia de ampliar o ontológico nos limites do conhecimento humano, assim como uma oportuna forma de descrever os fenômenos que residem fora dos marcos convencionais do entendimento.

No cyborg existe uma sensibilidade que é explorada no contexto da cidade contemporânea, onde encontra-se um desenvolvimento a partir de interconexões do pensamento, como si fosse uma metáfora da crítica, talvez uma reflexão que revela uma serie de anomalias, as fraturas, e as tensões que estão no entorno dos modos dominantes do pensamento urbano e arquitetônico.

Mas que é inovação na arquitetura?

O significado de inovação está ligado as palavras: renovar inventar, criar. A semântica destas palavras tem relação direta com o pensamento cotidiano da arquitetura.

Ao renovar estamos dando novos espaços ou usos de algo que existe ou existia, mas o aspecto cultural é tão forte que relembra ou volta a nossas mentes a necessidade de dar continuidade espacial aquele edifício, ou aquele espaço urbano.
É aqui está o verdadeiro significado: dar continuidade espacial do passado a contemporaneidade, desta forma estaríamos aplicando de forma correta o modus vivendi do entendimento profundo do que é renovar.

Ao fazer inovação estaríamos dizendo a fazer algo novo, algo que possa fundamentar uma ideia que possa tornar-se em um “ideal”. O novo de um determinado objeto arquitetônico pode despertar a curiosidade, perguntas frequentes como: Como será que foi feito? Qual foi o intuito dessa determinada obra? Como se fundamenta aquele edifício ou aquele espaço urbano? Que tecnologia foi utilizada?

Mas de qualquer maneira gera curiosidade, e de pôr sim o ser humano é muito curioso, em querer entender as coisas. Difícil ou mal aplicado séria que aquele edifício ou espaço urbano não gere nada, simplesmente não está vinculado a nada, e nada é nada, não gera convicção de necessidade, algo inerte, sem sentido.

Criar é um aspecto relevante na arquitetura, criar edifícios ou espaços urbanos que criem sentimento a pertinência dá relevância e todos, sem questões do que é o edifício publico ou privado, todos são iguais – todos participam da vida urbana da mesma maneira sem perder a qualidade espacial.

Sobre isto Steven Holl projeta em base ao hibrido, onde dentro de cada edifício podem permanecer ou ter diversas formas ou usos, seja habitação, trabalho, saúde, lazer ou outras atividades da vida, em que podem estar no mesmo lugar, mas cada uma tem sua própria gestão, sua particularidade, sua forma de ser.

Goiânia, 10 de março de 2020.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

TIETZ, Jurgen; História da arquitetura contemporânea, Ed. H.F. Ullmann, Tandem Verlag GmbH, 2008.

JODIDIO, Philip; Architecture Now 5, Ed. Julia Krumhauer – Taschen GMBH, Volume 5, Colônia, 2013.

GANDY, Matthew; Cyborg Urbanization: Complexity and Monstrosity in the Contemporary City, Volume 29.1 March (26–49), International Journal of Urban and Regional Research, Joint Editors and Blackwell Publishing Ltd, London, 2004.

VILLAVISENCIO, Jorge; https://jvillavisencio.blogspot.com/2010/01/cyborg-urbanizacion-complejidad-y.html (extraído em 19/09/2018)