sábado, 9 de diciembre de 2017

Kazuyo Sejima: sua visão da arquitetura da arquitetura contemporânea.

Kazuyo Sejima: sua visão da arquitetura da arquitetura contemporânea.
Jorge Villavisencio.

Ao escrever este breve texto sobre arquiteta japonesa Kazuyo Sejima penso que possa ser relevante e inspirador na maneira de ver a arquitetura contemporânea. Mas sem dúvida tem caraterísticas peculiares de ver o espaço designado, onde trataremos de alcançar da maneira como projeta seus edifícios.

Num primeiro momento pensamos que se trata de uma arquitetura onde parece que suas influencias estão dedicadas a este tipo de arquitetura de índole abstrata, mas Sejima explica que a intenção de projetar seus edifícios está relacionado para que o “espaço este aberto para a cidade”.

SJ.01 – Pavilhão Serpentine Gallery (2009) Londres, arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa (SANAA)
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

Para Mohsen Mostafavi explica sobre o trabalho principalmente do escritório de arquitetura: “SANAA não inicia seus projetos como a imagem do edifício, mas bem que pudesse descrever como um período de descobrimento. Se opõe a uma resistência deliberada da imagem visual, e todo seu comprometimento está ligado as preexistências ... o desejo de seus clientes, as caraterísticas e qualidades do lugar, é a seus próprios interesses.”
(Marquez, 2010:90)

Pensamos sobre o dito por Mostafavi, primeiro que existe sim uma procura pela “descoberta” na própria pesquisa e intensão projetual. Segundo que o lugar incide muito na decisão projetual do partido arquitetônico, além que as preexistências tanto urbanas como dos edifícios do entorno imediato ou edificações que estão mais longe advém a essa tão esperada integração com o espaço. Terceiro a atenção esmerada para com seus clientes, que na realidade são as expectativas do que eles querem.

Discorrer sobre o escritório da SANAA é falar sobre os arquitetos japonês Kazuyo Sejima (1956-) e Ryue Nishizawa (1966-), ambos fundam seu escritório no ano de 1995. Mas também participam com outros escritórios de arquitetura de forma individual.

Kazuyo Sejima, nasce em Ibakari, Japão no ano de 1956, no ano de 1981 graduasse na Universidade de Mulheres do Japão, nesse mesmo ano entra a formar parte da equipe do renomado arquiteto japonês Toyo Ito. Foi professora na Universidade de Keio em Tóquio (2001-). Professora convidada da Escola Politécnica Federal de Lausanne na Suíça (2005-2006), e na Universidade de Princeton no Estados Unidos (2005-2008). Através de seus trabalhos teve diversos prêmios, mas destacamos o Prêmio Priztker no de 2010 em conjunto com o arquiteto Ryue Nishizawa.

SJ.02 – Centro Universitario Rolex (2005-2010) Lausanne, Suiça, arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa – SANAA.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

“Diagramas e Energias: Assim Como se anunciava no final da década de 1980 e no princípio dos anos de 1990, uma das linhas contemporâneas que se tornou predominante tem sido da arquitetura de diagramas, teorizada por volta de 1990 por Anthony Vidler, Robert Samol, entre outros, e realiza de modo diverso nas obras dos ateliês como de Kazujo Sejima, Zaha Hadid ou Un Studio. Este novo surgimento dos diagramas de energias foi produzido após a idade de ouro da crítica e da teoria da arquitetura das décadas de 1960 e 1970 e recuperou a linha experimental e vitaliza do expressionismo alemão de Paul Sheerbart e Bruno Taut”.
(Montaner, 2016:86)

Sobro isto, pensamos que Sejima ao ter trabalhado nos anos de 1980 com o arquiteto Toyo Ito (1941-), influencia a Sejima, com o tema da consciência da energia – transparência, translucides, luz natural e deslocamento horizontal e vertical entre outros.
São muitas obras de Sejima e Nishizawa que queríamos dar a conhecer, mas temos adotado três obras que podem ser significativas, como é o Centro Universitário Rolex da EPFL., o Conjunto de Apartamentos Okurayama e o Edifício Toyota Aizuma.


O projeto dos arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa da SANAA do Centro Universitário Rolex da EPFL. (2005-2010), encontra-se na cidade de Lausanne na Suíça, o programa do edifício contempla uma biblioteca, salas de usos multiples, escritórios, cafetarias e um restaurante.

SJ.03 – Centro Universitario Rolex (2005-2010) Lausanne, Suiça, arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa – SANAA.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

Pensamos que este edifício de uma só planta se encontra bem aberta para a cidade – a valorização do vazio, desta forma integra o espaço exterior com o interior. Poderíamos pensar de um edifício do tipo hibrido que dá preferencia aos frequentadores, tanto que os espaços para a conivência se tornam fundamentais, pelos menos é o que indica seu programa, na ocupação dos espaços destinados para de cafetaria e restaurante, claro além do uso especifico da biblioteca e sala de usos multiples.

SJ.04 – Centro Universitario Rolex (2005-2010) Lausanne, Suiça, arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa – SANAA.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

Consideramos importante destacar que todos seus espaços são de uso continuo deixando a planta baixa do térreo de 166 x 121 metros.
Existe uma sutileza nos seus elevados que entregam a essa permeabilidade espacial. Algo sinuoso com uma harmonia que faz que os elementos de luz e sombra sejam valorizados, além da topografia do lugar com inclinações suaves que sobem e descem.

“Também vale notar que a ênfase contemporânea em membranas leves, texturadas disponibilizadas pela produção digital teve o efeito de – estetizar – completamente a membrana”. (Frampton, 2000:455)


Os Apartamentos Okurayama (2006-2008) em Yokohama, Japão da arquiteta Kazuyo Sejima, está perto da Estação de trem de Okurayama. O edifício abriga nove apartamentos de aproximadamente 50 m2.

Tem uma área central como espaço integrador de 450 m2. Pensamos que este espaço seja o integrador das pessoas a própria convivência, espaços desta natureza faz que a humanização prevaleça, consideramos que a arquitetura contemporânea procure isso.

SJ.05 – Apartamentos Okurayama (2006-2008) Yokohama, Japão, arquiteta Kazuyo Sejima.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

“A ideia é de criar uma serie de lares superpostos. Jardins e habitações se misturam de forma confortável ...a atmosfera das unidades habitacionais seja aberta e luminosa, onde se conecta com as áreas verdes, o que amplia o campo de ação dos moradores em toda sua implantação”. (Marquez, 2010:90)

É importante ressaltar que os apartamentos variam em seus diversos níveis deixando espaços abertos com pequenas áreas verdes nas plantas superiores, além dessa valorização dos cheios e vazios assim com a continuidade espacial que formam parte caraterística de Sejima.

SJ.06 – Apartamentos Okurayama (2006-2008) Yokohama, Japão, arquiteta Kazuyo Sejima.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

“Contudo, em geral, quando o planejamento urbano é posto em causa, as considerações estéticas são relegadas para o segundo plano”.
(Tietz, 2008:67)

Pensamos que o projeto de Okurayama, tem essa caraterística indicada por Tietz, o importante não é o edifício mais sim o espaço exterior que o circunda (paisagem urbana), é isso só se consegue com a permeabilidade espacial que o edifício cria diálogo com o urbano.


O Edifício Toyota Aizuma (2006-2010) em Aichi, Japão da arquiteta Kazuyo Sejima, na realidade o uso do edifício é um centro comunitário para a cidade de Aichi, devemos indicar que a geografia de Aichi prevalece nos seus arredores de montanhas e arrozais.

SJ.07 – Edifício Toyota Aizuma (2006-2010) Aichi, Japão, arquiteta Kazuyo Sejima.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

O edifício tem varias plantas, e cria em certos pontos balanços e terraços. O programa inclui generosos espaços multiusos, divididos em sua maioria por vidros em forma ondulada, penso que desta forma os ambientes ficam mais suaves, algo assim, como de dar continuidade espacial no seu interior.

Também existe uma relação do edifício que estar em todo momento com o espaço exterior, como tínhamos dito, “a relação com a cidade”, o dialogo com o espaço da cidade.

SJ.08 – Edifício Toyota Aizuma (2006-2010) Aichi, Japão, arquiteta Kazuyo Sejima.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki.

Por último pensamos que a uma intenção de celebrar o espaço vazio, o relacionamento do dialogo espacial com a cidade e o edifício, uma preferência nas questões do objeto abstrato, as experiências com o diagramas e energias, a valorização dos elementos de luz e sombra, permeabilidade espacial e as conexões com as áreas verdes, são algumas das características na maneira de projetar a arquitetura de seus edifícios.


Goiânia, 9 de dezembro de 2017.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

MONTANER, Josep Maria; A condição contemporânea da arquitetura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2016.

MARQUEZ, Cecilia Fernando; Revista El Croquis: SANAA 2008-2011, Número 155, El Croquis Editorial, Madrid, 2010.

FRAMPTON, Kenneth; História da Crítica da Arquitetura Moderna, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2015.

TIETZ, Jürgen; História da Arquitetura Contemporânea, Ed. H.F.Ullmann, Tandem Verlag GmbH, 2008.




viernes, 1 de diciembre de 2017

Smiljan Radic: o refugio da arquitetura contemporânea.

Smiljan Radic: o refugio da arquitetura contemporânea.
Jorge Villavisencio.

Pensamos neste breve texto que trata do arquiteto chileno Smiljan Radic, pode ter conotações e inspirações que podem ser uteis para os que investigamos a arquitetura contemporânea, mais ainda tratando-se da arquitetura sul-americana, onde temos muitas coisas em comum, como são aspectos sociais, econômicos e culturais. Claro, guardando sua identidade histórica cultural, mais o dinamismo que faz parte da vida contemporânea:

“A identidade e arquitetura não é um valor congelado no tempo, mas que constituí um dinamismo, onde o homem personalizado socialmente deve atuar como protagonista na configuração da identidade de sua comunidade. Na medida em que a identidade é coletiva e abrangente, é exige a sua vez uma harmonia de expressões diversas, numa manifestação pluralista”. (Gutierrez, 1998:110)

S.01 – A ampliação da casa do carvoeiro (1998-1999), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis (2013).

Smiljan Radic Clarke (1965-), arquiteto nascido na cidade de Santiago de Chile, formado em arquitetura pela Universidade Católica de Chile, realiza seus estudos de pós-graduação no Instituto Universitário de Arquitetura em Venécia, no ano de 1995 abre seu escritório de arquitetura em Santiago de Chile.

O trabalho de Radic é muito conhecido pelo projeto do Gallery Serpentine de 2014, mas neste texto veremos algumas de suas obras como é a Casa de Cobre 2, o Restaurante Mestizo, a Bodega de vinhos Vik, e da Casa Pite entre outras.

Mas consideramos que a arquitetura do Chile de maneira geral tem tomado mais impulso nestas ultimas décadas, uma espécie de reinvenção desta nova geração:

“Para Fernando Pérez Oyarzun, um dos fatos de ter progresso à arquitetura do Chile (é seus representantes arquitetos chilenos) foi levar a seus arquitetos a diferentes partes do mundo como China, Alemanha, Estados Unidos, Suíça, Argentina entre outros principalmente com trabalhos de Mathias Klotz, Smiljan Radic, Alejandro Aravena, José Cruz e Sebastian Irrázaval”.
(Villavisencio, 2016)

Alejandro Crispiani lembra: “E comum indicar da importância e consideração da paisagem natural onde tem uma importância na moderna arquitetura do Chile, de forma particular a mais recente. Tudo isto resulta compreensível dada à nova sensibilidade frente ao tema de desapego com toda a cultura arquitetônica no final do século XX...” (Marquez, 2013:36)

Mais sem duvida, vale a pena dizer que: “O paisagem e contexto urbano – Que na realidade a paisagem e força da natureza que são do Chile o mais de significativo que a oferta cultural que há constituído uma convicção relativamente difundida.” (Pérez, 2010:271, in Fernandez Galiano).

No projeto da Casa de Cobre 2 (2004-2005), encontra-se na cidade de Talca no Chile, num terreno de 5.000 m2., e tem uma área construída de 165 m2. Nesta obra de forma prismática irregular, penso que tem pontos importantes, primeiro que se assemelham a construções típicas do lugar, assim também a materialidade é um ponto forte no processo construtivo.

S.02 – Casa de Cobre 2 (2004-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Guy Sinclaire.

“Sempre acho que as fachadas, ou melhor, dito, a pele que envolve a construção, deva entregar uma clara informação de suas vizinhanças. Talvez devam ser uma espécie de escudo frente aos olhares das vizinhanças”. (Marquez, 2013:90)

Poderíamos dizer que nesta obra se encontra permeada baixo a espacialidade da mesma materialidade, além uma espécie de resgate das formas simples das antigas casas da cidade de Talca. Também existe em lugares estratégicos da edificação uma permeabilidade espacial (horizontalmente) que esta relacionada à própria paisagem do lugar, assim de uma introspeção que valoriza o espaço interno com o vazio no meio da casa em forma vertical.

S.03 – Casa de Cobre 2 (2004-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Guy Sinclaire.

O projeto do Restaurante Mestizo (2005-2007), está localizado em Santiago de Chile, com uma área construída de 652 m2., a obra tem a colaboração da escultora Marcela Correa.

S.04 – Restaurante Mestizo (2005-2007), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki e Gonzalo Puga.

“A primeira ideia do restaurante criamos a sensação de imaginários diferentes na arquitetura”.
(Marquez, 2013:160)

A arquitetura está regada de ideias e conceitos espaciais que podem estar ligados ao imaginário, talvez neste caso a forma construtiva e dos materiais empregados tem essa sensação, como as pedras que são levadas como suporte de seus pilares, e dos grandes vãos em suas vigas de concreto armado que entrega a esse conceito de industrialização.

S.05 – Restaurante Mestizo (2005-2007), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki e Gonzalo Puga.

A proposta de criar um parque no lugar valoriza a espacialidade, porque a forma espacial está totalmente aberta à paisagem criada, e também a paisagem natural como são as montanhas que estão ao redor. Existe também uma permeabilidade espacial tanto como é na cobertura com transparência, além-claro a abertura de toda a edificação em todos seus contextos (lados) do espaço onde cria um vinculo do exterior ao interior ou vice-versa.

A obra da Adega de vinhos Vik (2008-2013), localizada em Milahue no Chile, tem um terreno de 4.400 hectares, sua construção é de 302 m2.

“Cada um dos âmbitos produtivos responde a essas variáveis, as quais muitas vezes e chamado – o mundo do vinho – que se presenta como se fora sem concilio, e levam a emascarar ou a esconder aos olhos do visitante, a escala real do processo industrial”. (Marquez, 2013:78)

S.06 – Maquete da Adega de Vinhos Vik (2008-2013), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia e Maquete de Hisao Susuki.

Como nos sabemos Chile tem demostrado a varias décadas que é um grande produtor de vinhos no mundo todo. A verdadeira vontade de todo um pais em permanecer como legitimo ante essas demanda. Pensamos que a valorização da arquitetura em este tipo de projetos valoriza ainda mais essa tese, de um panorama global de necessidades.

S.07 – Adega de Vinhos Vik (2008-2013), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia e Maquete de Hisao Susuki.

A ideia de fazer que o edifício seja semienterrado, penso que tem dois pontos importantes, a primeira de não figurar o edifício como elemento fundamental do processo produtivo da adega. O segundo está pensado como processo de climatização para preservação dos vinhos, como sabemos ao estarem enterradas as adegas o clima interno do espaço favorece.
A forma lineal que abre as cordilheiras refrigera ainda mais, e valoriza o fator climatológico do espaço interno da edificação.
Mas também, podemos pensar dentro da ideia do imaginário das antigas construções pré-hispânicas. Exemplo claro da obra do Museu no deserto de Atacama, Antofagasta (2009) de Coz, Polidura e Volante – arquitetos, ou do Museu de Pachacamac (2015) no distrito de Lurín na cidade de Lima dos arquitetos Patrícia Llosa e Rodolfo Cortegana.

A Casa Pite (2003-2005), situado em Papudo no Chile, tem um terreno de 15.000 m2., e uma área construída de 400 m2.

S.08 – Casa Pite (2003-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Suzuki, Erieta Attali e Gonzalo Puga.

“A Casa se entende em diversas e claras situações de uma geografia que colaboram em caracterizar casa um dos ambientes interiores. A parte central flutua sobre o mar, os dormitórios dos hospedes são pequenas grutas sobre a paisagem, o volume das crianças encontra-se afastada na parte baixa do terreno ao lado do barulho permanente das ondas do mar”. (Marquez, 2013:124)

Não temos duvida que a topografia do lugar tenha colaborado muito com a espacialidade formal da edificação. A contemplação se da por inteiro na solução dos espaços criados, além que cria em seus terraços da cobertura espaços adequados para a convivência e contemplação do lugar.

S.09 – Casa Pite (2003-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Suzuki, Erieta Attali e Gonzalo Puga.

Queremos finalizar o texto e dizer: primeiro que existe um dinamismo que faz parte da vida contemporânea, segundo temos uma espécie de reinvenção desta nova geração, terceiro que a paisagem é força da natureza, quarto que no Chile existe uma verdadeira vontade de todo um pais em permanecer como legitimo ante essas demanda, e por ultimo que arquitetura está regada de ideias e conceitos espaciais que podem estar ligados ao imaginário.

Goiânia, 1 de dezembro de 2017.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

GUTIERREZ, Ramón; Arquitectura Latinoamericana em el siglo XX, Lunwerg Editores, Barcelona, 1998.

MARQUEZ, Cecilia Fernando; Revista El Croquis: Smiljan Radic 2003-2013, Numero 167, Croquis Editorial, Madrid, 2013.

FERNÁNDEZ-GALIANO, Luis (coordinador); Atlas del siglo XXI – América, Ed. Fundación BBVA, Bilbao, 2010.

VILLAVISENCIO, Jorge; Arquitetura contemporânea do Chile, Goiânia, 2016.
http://jvillavisencio.blogspot.com.br/2016/03/arquitetura-contemporanea-do-chile.html




miércoles, 22 de noviembre de 2017

A transcendência dos princípios universais na arquitetura.

A transcendência dos princípios universais da arquitetura.
Jorge Villavisencio.

Com o passar do tempo temos tomando mais ênfase nos princípios universais claro baixo a ótica da geometria, a forma, e o percurso na arquitetura e urbanismo, assunto que trataremos neste breve ensaio.

Pensamos que o princípio universal está vinculado à própria ideia conceitual do pacto global em querer entender ou visualizar princípios básicos que sejam comuns a todos, que nem sempre se consegue, porque temos pontos de vista diferentes, que não são comuns a todos, mas sem duvida isto acontece na vida comum, mas na arquitetura o assunto é diferente, temos fatores da causa e efeito que está vinculado a Lei do Retorno (ação e reação) – o que queremos fazer ou qual é a nossa intensão.

“Existem ideias e conceitos universais que transcendem os estilos e épocas, afetando a arquitetura de diversas maneiras... podem descrever a arquitetura ou definir a maior parte da arquitetura”. (Farrelly, 2014:138)

Sempre é de bom tom lembrar o dito pelo arquiteto Oscar Niemeyer, ao dizer: “que a arquitetura não e questão de estilos, o ela é boa o ela é ruim” é isto tem relação direta com a citação de Lorraine Farrelly, o tempo tem demostrado que a arquitetura e suas obras podem sim ter elementos importantes de estudo, de pesquisa para outros projetos como estudo de caso, porque são projetos que através do tempo fazem parte da vida cotidiana dos acadêmicos da arquitetura e urbanismo.

Existe também um poder filosófico muito intenso, para o arquiteto e pesquisador Wiley Ludeña (2009) indica que os “Referentes” são importantes para na toma de decisões na conceptualização do partido arquitetônico, e fixa uma Matriz Filosófica que se baseiam em quatro pontos: Referente Biológico: humano ou animal; Referente Inorgânico: cavernas, pedras, mundo das tecnologias, mecânicas e outros; Referente Cultural: artes – pintura, escultura, poesia, literatura e outros; e o Referente da Arquitetura: como forma e imagem.

“Compensando o movimento da imagem projetada na retina do olho, existe um feedback que proporciona a informação dos impulsos motores que controlam o musculo dos olhos até os centros cerebrais que controlam a visão.” (Arnheim, 2001:103)

Com isto podemos pensar que a imagem e a própria forma conduzem a uma nova experiência visual, um retorno que vem a nossa mente que nos dá emoção seja esta positiva ou negativa, o retorno dessa experiência visual como referente da arquitetura tem esse valor agregado, que influenciam nossa forma de pensar.

O primeiro ponto se baseia na “geometria”, nesse contexto existe um ordem na organização do espaço, que é um sistema que organizam nossa maneira de pensar como é a simetria, como eixos onde dividem espaços de um lado para outro, podemos pensar que o referente humano, como exemplo si dividimos nosso corpos no eixo central (no meio), no sentido vertical temos dois olhos, duas orelhas, dois barcos, duas pernas e assim vai. Mas existem outras como e a proporção, a escala visual e humana, eixos, hierarquias, ritmo repetição, transformação entre outros.

“A proporção se refere a relação entre as partes e o todo. No caso da arquitetura, a proporção representa a relação da escala com a hierarquia de uma edificação ou de seus elementos em relação a forma total.” (Farrelly, 2014:138)

A através do tempo a abstração tem colaborado, é muito, com a arquitetura vejamos como o arquiteto e professor Elio Martuccelli o explica:

“... assim como uma geometria imbuída em uma abstração Às obras abstratas constitui um suposto mundo melhor, não reproduzem o que tem, inventam um novo. Escapolem da imitação do belo do natural, para reproduzir uma verdade artística, pura e autônoma. Se a abstração e parte da modernidade então devem ter características: universal, impessoal, racional, objetiva, sistemática”. (Martuccelli 2000:39)

O segundo ponto está relacionado com a “forma”, penso que usando termos simples podemos ter caraterísticas sobre a forma ou volume, mais existem formas que são mais dinâmicas como as formas orgânicas, outras talvez mais escultóricas que estão vinculadas a própria aparência externa na edificação.

Para o filosofo Georg Friedrich Hegel explica que a beleza da forma está relacionada com três aspectos: a primeira com a regularidade, a segunda com a simetria de conformidade a uma Lei (Gesetzmässigkeit) que se distingue pelas formas precedentes, e por ultimo a terceira com a harmonia.

Vale dizer que si os elementos que constituem a forma do objeto conforme o explica Hegel “de uma combinação igual, ao que é desigual” tem um valor mais profundo quando esse visitante que observa o objeto sente que ele é “correspondido”. E claro entendemos que isso depende das propriedades da forma, é de como o sujeito procura certa identidade para que seja correspondido.

O ultimo ponto trata do “percurso”, muitos projetos de arquitetura seu partido arquitetônico se baseiam no percurso, de como essa obra vai tomando apropriação do espaço com relação ao lugar, aonde condicionantes com da topografia vai tomando uma iniciativa espacial na condução do projeto.

Inclusive o termo conceitual da “promenade”, pensamos que é muito próprio da modernidade, a procura da percepção do novo, mais como seria possível conhecer o novo sem entender a promenade (conotação de visão ampla), as diferentes visões e percepções que nos entrega esta ferramenta de visão. Não nos referimos a uma hipótese, mais confirmamos os pensamentos visionários que cada pessoa possa ter com percepções diferentes, não existira pensamento de vanguarda si todos pensássemos igual, o importante são das “diferencias” e o que enriquece os pensamentos na cultura está ligada nas formas como percebemos a arte.

A “promenade” na arquitetura tem essa virtude de ordem qualitativa, mais cada um tem sua própria percepção, essa sensibilidade já depende de cada um – e subjetivo, por isso:
“... é preciso aliar a sensibilidade pessoal do observador, que se torna cada vez mais afiado no próprio exercício da vivencia e observação das obras de arte...” (Canton, 2012:20).

Esta sensibilidade espacial na observação do objeto tem considerações importantes na vida cotidiana das pessoas, e claro influenciam no modus vivendi.


Goiânia, 22 de novembro de 2017.

Arq, MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2001.

FARRELLY, Lorraine; Fundamentos de Arquitetura, Editora Bookman, Porto Alegre, 2014.

LUDEÑA, Urquizo Wiley, Arquitectura. Repensando a Vitruvio y la tradición occidental, Universidad Nacional de Ingeniería, Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Artes – Instituto de Investigaciones, Lima, 2001.

MARTUCCELLI, Elio; Arquitectura para una ciudad fragmentada, Centro de Investigación, Universidad Ricardo Palma, Lima, 2000.

CHING, D. K. Francis; Arquitectura Forma Espacio y Orden, Editora Gustavo Gili S. A., Barcelona, 2002.

CANTON, Katia; Do Moderno ao Contemporâneo, Editora Martins Fontes – terceira tiragem, São Paulo, 2012.

Villavisencio, Jorge: A beleza exterior e a forma abstrata segundo Georg Friedrich Hegel, Goiânia, 2014.
http://jvillavisencio.blogspot.com.br/2016/04/a-beleza-exterior-e-forma-abstrata.html



jueves, 2 de noviembre de 2017

Percepções da Casa de Carapicuíba de Puntoni e Bucchi – São Paulo.

Percepções da Casa de Carapicuíba de Puntoni e Bucchi – São Paulo.
Jorge Villavisencio.

No ano 2007 foi realizado projeto da Casa de Carapicuíba pelos arquitetos Alvaro Puntoni e Angelo Bucci, com colaboração de Fernando Bizarri, Juliana Braga e Ciro Miguel. A área de construção é de 300.00 m2.

C.01 – Maquete – Casa de Carapicuíba (2007) – Alvaro Puntoni e Angelo Bucci arquitetos.
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

Para a realização desde breve texto e a escolha desta obra em que trataremos de encontrar alguns assuntos que possam ser importantes (que é nossa intensão) na maneira de projetar edificações, segundo no nosso ponto de vista com a boa proposta deste projeto do partido arquitetônico, é para facilitar o nosso sistema de analise utilizaremos estes sete pontos: o lugar, o programa, a circulação, estrutura, a materialidade, a espacialidade e por ultimo o volume e seu lado formal.

O Lugar:

A cidade de Carapicuíba se encontra na região metropolitana de São Paulo, tem uma população de 230.355 habitantes (IBGE, 2010), tem uma área de 34,97 km2.
A origem desta cidade foi uma aldeia de índios, e seu nome segundo o professor Carlos Drumond vem do peixe: cará cumprido. No descobrimento do Brasil por volta de 1580 era uma aldeia fundada pelo Pe. José de Anchieta.

C.02 – Planta de Situação.
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

A casa está locada em um terreno bastante inclinado, e sua topografia tem uma diferença de cotas de nível de 6 metros, além que nos fundos existe uma pequena mata, junto a um vale.
Pensamos em primeiro lugar, que a mata termina sendo um ponto importante da valorização do espaço, além-claro que colabora com o fator climatológico da edificação, assim como a contemplação deste espaço natural. A condicionante topográfica faz que o programa possa ser diluído espacialmente na sua setorização.

O Programa:

Como tínhamos indicado anteriormente a setorização está vinculado ao aspecto da sua geografia natural (topografia). No nível térreo (chamaremos de nível 0.00) temos dois setores vinculado quase no meio por uma passarela de aço, que integra, ao mesmo tempo da privacidade na parte dos fundos onde se encontra as circulações verticais (escadas) que dão acesso para os outros níveis, nesta parte comparte bem o espaço do terraço (com base de concreto com pisos elevado em madeira) ser serve como espaço de convivência, além da valorização do ambiente natural que serve de contemplação.

C.03 – Corte longitudinal – projeto executivo.
Fonte: Site escritório de arquitetura Bucci e Puntoni.

Outro ponto importante está vinculado na parte da frente (ao lado da calçada e da rua) onde se dá importância a um pequeno espaço de vinculo espacial, poderíamos dizer como uma “gentileza urbana” com bancos de concreto que não só podem ser utilizado pelos moradores, mas também pelas pessoas que transitam nesse lugar.

C.04 – Vista do escritório e do pavimento térreo (nível 0.00).
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

Na parte ao nível – 3.00, encontra-se ambientes que são de uso de convívio social como a sala de estar, e espaços de serviço como é a cozinha e escadas de serviço que vai para o pavimento inferior (nível – 6.00), assim como os dois terraços em ambos extremos de deste nível.

No nível – 6.00 que é o mais baixo nível, temos o setor intimo com três dormitórios, dois deste podem se juntar com uma divisória pivotante que dá mais flexibilidade e estes ambientes. Temos um banheiro comum com uma bancada de lavatórios, tanto os ambientes destinados para chuveiro e a bacia (wc), penso que pode ser útil na medida que vários usuários podem utilizar o banheiro ao mesmo tempo.

C.05 – Vista do nível mais baixo (nível – 6.00).
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

Neste nível se encontra uma sala de TV com varanda coberta dando a uma piscina do tipo raia. No lado extremo temos a área de serviço.
Penso que a locação da sala de TV para a varanda coberta e a piscina dá prioridade ao espaço intimo da casa, priorizando desta forma aos proprietários.

Já no nível + 3.00 que é o nível mais alto está o espaço destinado ao escritório, que esta dividido pelo lavabo criando assim dois ambientes, que em uma delas tem uma pequena varanda coberta. Este é espaço é importante no sentido de dar privacidade ao trabalho, que, ao mesmo tempo dá um formalismo na casa, abordaremos este assunto na parte correspondente ao aspeto formal, à volumetria.

A Circulação:

Como sabemos esta parte da circulação é importante neste projeto, no sentido que como se trata de quatro níveis a vencer, criando desta forma uma verticalidade na mesma circulação. As demais partes da casa se vê uma circulação horizontal de cada nível, dando um ar de flexibilidade como temos indicado no programa.

C.06 – Vista do nível mais baixo (nível – 6.00).
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

Estrutura:

Sua estrutura é bastante “intrigante” por encontrar uma palavra que possamos dizer (ver imagem C.04). Com duas pilastras que são notadas em todos os níveis. Mas em especial no nível 0.00 que é o térreo, que de alguma forma cria leveza, apesar de que a casa se caracteriza sua estrutura de concreto armado. Na laje que suporta ao nível – 3.00 tem uns tirantes em aço em que se da um equilíbrio estrutural aos terraços, estes criam balanços que dão cobertura não só ao nível – 3.00 mais também ao nível – 6.00. Vale notar que algumas destas escadas são de estrutura em aço. Não poderíamos de deixar de falar dos muros de arrimo, que são elementos fundamentais no processo do partido da casa, já que dois níveis deste estão debaixo do nível térreo.

C.07 – Vista parcial da estrutura diferentes níveis.
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

Consideramos importante lembrar que no nível mais baixo (nível – 6.00) existem três paneis de concreto armado que sustentam o nível superior (nível – 3.00).

Materialidade:

Podemos verificar que a materialidade da casa de Carapicuíba de Puntoni e Bucchi em questão dos materiais empregados é sem preconceitos com uso do concreto, a pedra, o vidro e o aço, criam sim umas possibilidades de variabilidade, que a nossa maneira de ver agregam valor a seus materiais, que como intuíamos cria sim aquele ar de leveza espacial, apresar do uso do concreto que de por si é bastante denso. Nos chama a atenção da materialidade na parte externa no nível (+ 3.00) mais alto que é o espaço destinado ao escritório onde utilizam umas chapas em aço corrugado, que a nossa maneira de ver reforça a ideia de leveza.

C.08 – Vista parcial da materialidade.
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

Espacialidade:

Os nexos e desconexos, pensamos que estão relacionados ao mesmo programa, é na maneira que foi projetada, a setorização da mesma está vinculada a própria circulação vertical, fazendo estes planos vinculados, mas não ao comum das casas ou residências onde o programa setorizado se da em base ao intimo, ao social, e a de serviços, mais bem vincula estes espaços na maneira de vincular o uso familiar ou intimo, como tínhamos explicado no programa em que vincula espacialmente a área intima com a área social (no mesmo nível – 6.00), supomos que o uso dos mesmos é de uso mais familiar que social, a convivência do núcleo familiar se torna mais fundamental parafraseando ao livro de Neufert – na arte de projetar. Poderíamos definir como uma espacialidade contemporânea.

C.09 – Planta do térreo nível 0.00 – projeto executivo.
Fonte: Site escritório de arquitetura Bucci e Puntoni.

C.10 – Planta do nível – 3.00 – projeto executivo.
Fonte: Site escritório de arquitetura Bucci e Puntoni.

C.11 – Planta do nível – 6.00 – projeto executivo.
Fonte: Site escritório de arquitetura Bucci e Puntoni.

Volume:

Seus volumes são prismáticos, com ângulos retos, até certo ponto minimalista, mas claramente definidos pelos seus níveis, a valorização do vazio esta presente em todo momento, tanto no sentido horizontal como vertical. Este faz que o vazio espacial crie leveza, como boa circulação de ar, que são indispensáveis para que seja um bom projeto. Sem duvida o volumem do escritório (ver imagem C.04) está presente na visualização da casa, como procurando um equilíbrio espacial, onde pensamos que se torna interessante, além-claro dos usos de seus materiais.

C.12 – Vista dos níveis – 6.00 e – 3.00.
Fonte: ArchDaily/Brasil – Fotos Nelson Kon.

Por ultimo pensamos que a Casa de Carapicuíba de Bucci e Puntoni pode sim é inspirará para outros projetos como estudo de caso. Agradecemos de forma espacial a ArchDaily Brasil nas belas fotografias de Nelson Kon, que sem duvida colaborou muito para o escrito deste ensaio relacionado com a arquitetura.

Em resume: vitalidade urbana (gentileza urbana) e respeito ao meio ambiente como a valorização da contemplação, flexibilidade espacial, valorização dos vazios espaciais, equilíbrio e pesquisa na estrutura, uso correto dos materiais com variabilidade e formas simples prismáticas, reforçam todo o conceito ainda mais da arquitetura contemporânea.

Goiânia, 02 de novembro de 2017.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



lunes, 23 de octubre de 2017

Museu de Pachacamac – do passado ao presente, espaço de cultura.

Museu de Pachacamac – do passado ao presente, espaço de cultura.
Jorge Villavisencio.

Quando nos referimos aos espaços de cultura, neste caso o Museu de Pachacamac, localizado na parte sul (Distrito de Lurín) da cidade de Lima Metropolitana, pensamos que tem conotações importantes, não só como o edifício museu, mais sim como espaço da “memoria urbana” da cidade. Que com o passar do tempo torna-se parte importante da cultura desse povo.

M.01 – Vista externa do edifício museu.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

Mas para o resgate do espaço da “memoria histórica” é necessário politicas governamentais que cumpram com seu legado que a própria historia nos dá. Para Milanesi o edifício cultural “Por meio de uma decisão política, um administrador público decide investir recursos numa grande obra cultural, arquitetura avançada, serviços modernos, contemporaneidade.” (Milanesi, 2003:60)

Sem duvida ter bondade politica, além que Pachacamac está dentro do patrimônio cultura de uns pais (Perú) que tenta preservar sua memoria, seu passado (ver imagem M.03), penso que ainda incipiente. Mas com a construção do Edifício-Museu de Pachacamac cria avance em conquistar e preservar sua historia.

M.02 – Maquete do Santuário Arqueológico de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

O projeto arquitetônico do Museu de Pachacamac, nome em espanhol “Museo de Sitio de Pachacamac” foi elaborado pelos arquitetos Patrícia Llosa e Rodolfo Cortegana, com colaboração de Angélica Piazza, Daniela Chang , Llona/Zamora entre os anos de 2015 e 2016.

O nome Pachacamac (significado: “alma da terra que anima o mundo”), que na realidade são vários edifícios que forem construídos desde as épocas pré-inca e inca poderíamos dizer entre os séculos VIII e XIV. O Santuário Arqueológico de Pachacamac (ver imagem M.02) foi um grande centro cerimonial de sucessivas sociedades pré-hispânicas. Estiveram conformadas por templos, praças, palácios e outros. Seus templos principais forem “Templo Velho”, “Templo Pintado” e “Templo do Sol”, estes construídos em diferentes épocas.

M.03 – Vista parcial do Santuário Arqueológico de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

Para o arquiteto e historiador peruano José Canziani Amico diz: “O primeiro em registar estes indícios em Pachacamac foi o arqueólogo e pesquisador alemão Max Uhle (1856-1944), quem finais do século XIX achou em níveis inferiores uma sequencia estratigráfica que culminava com a ocupação Inca onde encontravam materiais culturais que os antecediam, onde incluíam estruturas com típicos pequenos adobes Lima.” (Canziani, 2009:290).

“As evidencias arqueológicas reunidas desde os trabalhos pioneiros de Max Uhle indicam que o antigo Centro Cerimonial da época Lima adquire um Horizonte Médio uma extraordinária relevância em toda a costa central, ode sua influencias culturais se perceve dentro da costa norte. Por tanto, é de supor que desde seu passado estabelecer um notável prestigio onde Pachacamac acrescentaria em épocas tardias, convertendo em uns dos Santuarios e oráculos mais reconhecidos nos Andes centrais” (Rostworowski 1992:1999; in Canziani, 2009:404).

M.04 – Vista externa do Museu de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

Então, poderíamos dizer que a importância do “lugar” não é de agora mais como explica Canziani, tem uma importância relevante no contexto pré-hispânico. Talvez este novo Museu de Pachacamac, assevera a importância, é-claro da continuidade espacial ao lugar, é faz parte da sua historia. (ver imagem M. 06).

Porque, pensamos que os edifícios de índole cultural tem essa virtude de despertar essa curiosidade já que a arquitetura é arte e cultura. “Dentro deste campo das praxes alternativas, há um campo muito amplo de todas as experiências nas quais, além do espaço do museu, a arte e a arquitetura andam juntas a fim de realizar intervenções no espaço público...” (Montaner, 2016:100).

M.05 – Vista da rampa exterior.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

Com o passar do tempo este tipo de edifícios torna-se talvez menos importantes, mais seus reflexo no contexto urbano, histórico e da própria “memoria” traz em si um apocalítico de essência espacial, claro dentro do pensamento figurativo do incompreensível e do misterioso, como é o todo do Santuário Arqueológico de Pachacamac.

Dentre do novo Museu de Pachacamac existe uma nova atmosfera cultural, de querer resgatar algo que possa ser não só como historia das épocas passadas, além-claro da preservação do lugar. “Mas, nos nossos dias, o problema muda de aspecto devido aos novos recursos proporcionados aos arquitetos, a fim de enfrentarem, com êxito, os rigores da temperatura atmosférica.” (Warchavchik, 2006:127). Fazemos esta analogia como pensamento figurativo do incompreensível e do misterioso como se indicou anteriormente.

M.06 – A forma do projeto – arquitetos Patrícia Llosa e Rodolfo Cortegana.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

Nossa leitura se vê o edifício do novo museu contemporâneo quatros assuntos, o primeiro esta relacionado com a forma “austera” (ver imagem M.10) em que foi projetada obra, seu lado formal quase enterrado em algumas partes (pela própria topografia existente), dando desta forma continuidade espacial, além de sua materialidade em concreto aparente (ver imagem M.05), fazendo mimese com a própria terra, só com alguns detalhes coloridos em vermelho, outorgando talvez uma visibilidade de ar moderno, mas seu lado formal ate difícil de entender o porquê dessa forma.

M.07 – Flexibilidade no espaço interior.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

“Pelo tanto, quando um arquiteto decide empregar formas muito complexas que são difíceis de reconhecer (ver imagem M.06), não é provável que se faça com o proposito de que o visitante perca-se em um labirinto. Mas organiza-se seu edifício de tal maneira que sua estrutura básica é potencialmente visível...” (Arnheim, 2001:97).

M.08 – O espaço interior.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

A segunda leitura trata-se do lado “cósmico”, pensamos nos escritos de Christian Norberg-Schulz, nos seus arquétipos das paisagens naturais (ver imagem M.04), onde lugares como os de Pachacamac são restringidos ao nosso mundo concreto, onde estas são reduzidas a poucos e simples fenômenos. Onde o céu sem nuvens é o grande espectador, com muita luz sem sombras, como manifesto da uma “ordem eterna e absoluta”.

O terceiro ponto está vinculado a “flexibilidade” (ver imagem M.07 e M.08), neste mundo contemporâneo que é tão cambiante e até em alguns casos até descartável, se incita para que os espaços especialmente os internos sejam mutáveis, mais se tratando de um museu, onde as exposições tem áreas permanentes, mas também tem áreas (espaços) itinerantes, dependendo o que possa ser exposto naquele momento.

M.09 – Vista da rampa interior - os brise-solei.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

Por ultimo, na nossa ultima e quarta leitura (ou ponto da leitura espacial) está relacionada com a “durabilidade”, os materiais empregados (concreto aparente) resultam em uma boa resistência através do tempo, à materialidade da esse ar de passividade espacial (ver imagem M. 10)com seu tom cinza, preservando sua energia. Lembrando que este tipo de edifícios deve ser de baixa manutenção.

Não podemos deixar de recalcar neste breve texto, da importância do lugar como contexto da memoria histórica, como é o todo do Santuário Arqueológico de Pachacamac, onde este novo edifício do museu ganha talvez uma nova vida, é desperta curiosidade e tensão, definem melhor a questão pública e de cultura que é tão necessário para o desenvolvimento.

M.10 – A materialidade do edifício – Museu de Pachacamac.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

“De imediato, chama atenção para uma serie de questões sobre quem pertence a cidade, que define seus domínios públicos e como diferentes grupos definem a noção do público.” (Ghirardo, 2009:117).


Goiânia, 23 de outubro de 2017.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

MILANESI, Luís; A casa da invenção, Ateliê Editorial, Cotia, São Paulo, 2003.

CANZIANI, José; Ciudad y territorio en los andes: contribuciones a la historia del urbanismo prehispánico, Fondo Editorial Pontificia Universidad Católica del Perú, Lima, 2009.

MONTANER, Josep María; A condição contemporânea da arquitetura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2016.

WARCHAVCHIK, Gregori; Arquitetura do século XX e outros escritos, Editora Cosac Naify, São Paulo, 2006.

ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2001.

GHIRARDO, Diane; Arquitetura Contemporânea: uma história concisa, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.


lunes, 18 de septiembre de 2017

Percepções dos lugares naturais, segundo Norberg-Schulz.

Percepções dos lugares naturais, segundo Norberg-Schulz.
Jorge Villavisencio.

Neste breve texto vamos abordaremos os lugares naturais. Quando nos encomendam um determinado projeto de arquitetura o primeiro que se nos vem na mente “como é o lugar” onde estará inserido o projeto?

Si for à paisagem urbana existem vários referentes que podem servir para a projetação, como: o sistema viário, a forma do terreno, a circulação das pessoas, edifícios importantes históricos ou contemporâneos, a forma de como vivem as pessoas, as condicionantes, etc. Estas forças fazem que nossas percepções sejam inseridas no nosso contexto, para isto é necessário fazer uma pesquisa apurada sobre alguns assuntos mencionados. Sem dúvida tomar “conceito-partido” sobre um determinado assunto dará coerência espacial a todo o projeto.

Mas si for o caso que seja num “lugar natural” podem ter percepções bem diferentes, para isto temos tomado como referente o livro Genius Loci do arquiteto e teórico da arquitetura o norueguês Christian Norberg-Schulz (1926-2000), o significado latino de Genius Loci é “o espirito do lugar”, então, que significado pode ter esse lugar natural?

Para Norberg-Schulz em sua discussão sobre os lugares naturais, como forças originais, indica que pode ser vista baixo: a cósmica, a romântica e a clássica, no final faz uma análise das três juntas como paisagem complexa, sem dúvida estes pontos de vista como arquetípicos do lugar, nos leva a novas percepções de como nos podem auxiliar para tomar novos conceitos sobre o lugar natural.

Os fenômenos da paisagem cósmica.
Com relação à paisagem “cósmica”, nos indica: “que no deserto... o mundo concreto é reduzido a poucos e simples fenômenos”, a monotonia do deserto está presente em todo momento, como uma linha no horizonte onde nada acontece.

Neste deserto o espaço definido como “territórios qualitativos” criando assim uma ordem “eterna e absoluta”, só a terra e o céu esta presente, inclusive se descreve como um meridiano de leste ao oeste, o dia e a noite com absoluta calma, só indicando os pontos cardinais. Mas indica que o único que acontece a tempestade de areia, mas também de forma monótona, porque “ela esconde o mundo, mas não muda”. Pelo tanto o homem não encontra suas forças com a natureza, mas experimenta as suas mais “absolutas propriedades cósmicas”.

O céu ser torna interminável, ao mesmo tempo abraça o espaço, como si fosse o absoluto. Na imagem do Museu do Sitio de Pachacamac {significado: “alma da terra que anima o mundo”} (ver imagem 01 e 02) na parte litorânea na tablada de Lurín, “... estas regiões da costa litorânea presentam severas limitações de desenvolvimento agrícola, com escassez de agua, solos inadequados para o cultivo. As zonas de cultivo se limitam alguns vales e oásis...” (Canziani, 2009:35).

F.01 - Museu do Sitio de Pachacamac (2016) – arquitetos Llosa & Cortegana.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

F.02 - Museu do Sitio de Pachacamac (2016) – arquitetos Llosa & Cortegana.
Fonte: Jorge Villavisencio (2017)

Como temos podido apreciar na citação de Canziani, a relação com a natureza só se dá em vales e oásis. No entanto para Norberg-Schulz o oásis é um lugar intimo dentro do macromundo cósmico, a palavra oásis vem do egípcio “lugar de habitar”. Poderíamos pensar que o oásis é o único lugar de habitar. Mas lembremos de que na vida no deserto é de forma de nômades, onde só fazem suas paradas justamente nos oásis, para continuar com sua larga jornada no deserto.
Podemos colocar o exemplo o projeto da Rick Joy (ver imagem 03) no Arizona.

F.03 – Casa Avra Verde, Tucson, Arizona – arquiteto Rick Joy.
Fonte: Pinterest (2017)

Nas diferentes culturas do oriente médio, tanto no judaísmo, como no islã e o cristianismo, se originam no deserto. “Quanto mais você penetra no deserto, mais perto de Deus você chega”.
Pensamos que na paisagem cósmica o céu é o importante, uma delgada linha no horizonte embrulhada pelo céu, poderíamos definir: como algo abstrato com ritmo temporal é simples, sem maior matacões, todo acontece com muita calma, é de forma vertical.

Outro exemplo claro de paisagem cósmica seria Brasília (ver imagem 04), um céu azul fulminante, uma secura implacável, o calor e sol faz parte da fenomenologia do território de centro-oeste brasileiro, e uma arquitetura que na sua maioria (inicios dos primeiros edifícios na fundação de Brasília) como flutuante.

F.04 – Brasília 1978.
Fonte: Jorge Villavisencio (1978)

Os contornos naturais da paisagem romântica.
Nesta segunda parte trataremos da paisagem “romântica”, Norberg-Schulz faz analogias com relação à paisagem da floresta nórdica, e claro dos diferentes aspectos que fazem parte deste lugar, como o relevo variado, com rochas, continuidade e de depressões- Além que os bosques, arbustos e moitas criam uma “microestrutura”, e o céu quase não se vê e é continuamente modificado.

Todos os aspectos acima mencionados tem um jogo teatral de seus “contornos naturais”, estes câmbios constantes provocados pelos filtros de luz e sombra. A qualidade de ar muda com seus nevoeiros que se mimetizam na paisagem.

Definido por Norberg-Schulz como um “manifesto um mutável e incompreensível”, penso que vemos umas imensidades de atos feitos pela natureza que podem ser importantes para a concepção do partido arquitetônico. Como explica “multidão de forças naturais”, criando desta forma uma empatia com a natureza, apresar claro das dificuldades de entender a diversidade que entranha em si.

Também, explica que neste lugar nórdico existem lendas como de gnomos, gigantes, que está inserido dentro da cultura popular, algo como si estivesse escondido, algo similar de como é as florestas, que um até perde o rumo, de onde está localizado. Mas indica “... que o homem para um passado distante, que é vivenciado mais emocionalmente do que compreendido como alegoria ou história”.

Na cidade de Iquitos no Perú (ver imagem 05), banhada pelo rio Amazonas, tem caraterísticas românticas, não só como historia como indica Norberg-Schulz, mais bem como processo de construção de um passado da própria vivencia e experiência indígena, forem eles que moram vários séculos que traz como premissa seu modus vivendi, com o passar do tempo essas experiências forem transmitidas para o presente, existe sim uma interação do homem com seu ambiente, muito diverso, que estão vinculados enraizados com a terra. Um ambiente denso e difícil de explicar.

F.05 – Cidade de Iquitos, Bairro de Belém.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Em Iquitos a agua e a terra faz parte de seu patrimônio, uma arquitetura orgânica que se adapta muito bem as condições da terra. Um dinamismo na sua cultura e de sua arquitetura original. Que a pesar do tempo forem mudando, mas sua essência espacial continua. Si vemos os recentes projetos contemporâneos como os apresentados na 15° Bienal de Venécia (2016), pelos arquitetos Pierre Crousse e Sandra Barclay (ver imagem 06), projeto denominado de “Nosso Frente Amazónico”. (Villavisencio, 2016).

Para Montaner explica: “... é preciso definir certos conceitos afins que são utilizados para caracterizar a arquitetura bem relacionada com o meio ambiente. Poderíamos dizer que a arquitetura bioclimática é aquela que tradicionalmente construía com materiais do local e se integrava com seu entorno imediato, inspirando-se na arquitetura vernacular”. (Montaner, 2016:113).

F.06 - Escola (2014) no Amazonas – arquitetos Jean Pierre Crousse e Sandra Barclay.
Fonte: MINIEDU (2016)

“Na pintura (ver imagem 07) titulada – O mar glacial – (1824), também conhecida como a esperança frustrada do pintor iluminista o alemão Caspar David Friedrich (1774-1840), leva a pintura ao insuperável do dramatismo” (Toman, 2006:322).

F.07 – Pintura “O mar Glacial” (1824) – Caspar David Friedrich.
Fonte: Rolf Toman (2006)

Desta forma Norberg-Schulz indica: “Multidão de forças naturais”, no sentido intima com a natureza, que requere importância nos elementos de abstração e da ordem.

Este conceito de “conhecer o macro para entender o micro”, é importante porque com o macro entendemos o todo, é no micro as próprias necessidades, desta forma se produz um melhor entendimento e interação entre o homem e seu ambiente.
Outro exemplo da casa da paisagem romântica, seria a casa Möbius (1995-1998), no local Het Gooi nos Países Baixos (ver imagem 08) do arquiteto Bem Van Berkel. Nesta obra o entrelaçamento com a natureza torna-se evidente como esconderijo, como domínio privado.

F.08 – Casa Möbius (1995-1998) – arquiteto Bem Van Berkel.
Fonte: Virtual Scale Model Moebius House – You Tube (2009)

Também explica, que na paisagem nórdica é denominada pela terra. É uma paisagem “tipicamente térrea” que não tende aproximar-se do céu, é sim pelo inúmero de elementos que os rodeiam, elementos substanciais que é a terra.

O equilíbrio da paisagem clássica.
Nesta terceira parte trataremos da paisagem “clássica”, a paisagem não e caraterizada pela monotonia, mais bem existe uma boa convivência com a natureza.

As dimensões humanas torna-se fundamental, que constituem o equilíbrio total, as paisagem ser torna delimitada como vales e enseadas. Norberg-Schulz diz como “mundos individuais”. A luz se distribui em todos os cantos, claro com caraterísticas desses diferentes mundos individuais, o ar da mesma maneira é distribuído, outorgando forma escultural. Dando assim sua presença concreta. A paisagem clássica pode ser descrita como uma “ordem significativa de lugares distintos e individuais”.

Se a dimensões humanas são fundamentais, é de bom tom lembrar: “O homem vê os objetos que estão a 1.70 m. do solo. Podemos contar somente com os objetos accessíveis ao olho, com intensões que nos mostram os elementos da arquitetura”. (Le Corbusier, 2000:XXXII).

Consideramos que os gregos são os que personificam as diferentes propriedades naturais e humanas, por tanto existe um companheirismo humano que preserva sua individualidade dentro dessa totalidade.

Por outro lado a boa convivência com o ambiente natural, faz parte desse convívio de boas inter-relações. Segundo Norberg-Schulz: “Diante da natureza, como um parceiro igual”, sem duvida nos leva a ter aquela “vitalidade humana”.

Na pintura “o sonho do arquiteto” (ver imagem 09), do pintor inglês Thomas Cole (1801-1848), podemos apreciar “... revela a desmesurada capitel no que o arquiteto se apoia em uma atitude reflexiva...” (Toman, 2006:350)

F.09 – Pintura “O sonho do arquiteto” (1840) – Thomas Cole.
Fonte: Rolf Toman (2006)

Mas em termos contemporâneos podemos citar a Casa Grelha (2000-2002) da FGMF arquitetos (ver imagem 10), inserida numa topografia acidentada, onde se criam diversos trajetos, por fora e dentro da casa, procurando contemplação em todas suas partes, além de uma boa relação com a natureza. Que na realidade são módulos de 5.5 x 5.5 x 3 metros.

F.10 – Casa Grelha (2000-2002) – FGMF arquitetos.
Fonte: Word Press (2010)

Finalmente as “paisagens complexas” seria a união das antes mencionada, porque Norberg-Schulz, onde adverte: “Como tipos (cósmica, romântica e clássica), no entanto, elas dificilmente aparecem em forma pura, mas participam de vários tipos de sínteses”.

Pensamos que a razão de percepção do espaço como paisagem natural é o que denomina Norberg-Schulz o Genius Loci – o espirito do lugar, como tipologias espaciais de própria natureza nos dá, a nossa interpretação de aquele lugar está sim recheados das forcas que natureza nos traz.

Goiânia, 18 de setembro de 2017.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

NORBERG-SCHULZ, Christian; Genius Loci, Rizzolli Internacional Publications, New York, 1980. (pp.42-48), Tradução: Adriana Andrade.

CANZIANI, Amico José; Ciudad y Territorio en los Andes: Contribuciones a la historia del urbanismo Prehispánico, Fondo Editorial de la Pontificia Universidad Católica del Perú, Lima, 2009.

MONTANER, Josep Maria; A condição contemporânea da arquitetura, Editora Gustavo Gili, São Paulo, 2016.

TOMAN, Rolf; Neoclasicismo y Romanticismo: arquitectura, escultura, pintura y dibujo, Editora Tadem Verlag GmbH, Barcelona, 2006.

LE CORBUSIER; Por uma arquitetura {1923}, Editora Perspectiva, São Paulo, 2009.

FERNANDES, Mario; Brasília, Ed. Instituto Brasileiro de Estatística – IBGE, Rio de Janeiro, 1973.

VILLAVISENCIO, Jorge; Propostas e ideias na arquitetura contemporânea na bacia amazónica no Perú – 15° Bienal de Venécia 2016.
http://jvillavisencio.blogspot.com.br/2016/11/propostas-e-ideias-na-arquitetura.html