viernes, 19 de junio de 2020

New Deal – analogias da arquitetura nas épocas da nova pandemia da covid-19.

New Deal – analogias da arquitetura nas épocas da nova pandemia da covid-19.
Jorge Villavisencio.


Sem duvida estamos passando por um momento desastroso e impar da vida destes últimos cem anos, desta maneira não poderíamos eximirmos ante esta nova pandemia do covid-19 ou como popularmente falamos do Coronavírus.

Neste breve texto revisaremos alguns escritos já publicados, é como analogias do que está acontecendo com a saúde pública, em seus edifícios-hospitais, onde não só trata das cidades e seus edifícios, mas também do comportamento das pessoas, que através do espaço-tempo na historia da arquitetura é também a historia da humanidade, porque as cidades e seus edifícios forem feitos pelos homens, para as pessoa, que habitam nestes espaços.

Mas porque o título em inglês de “New Deal”, vejamos, não podemos fazer uma tradução literal do que o New – o novo, através do tempo na historia da arquitetura, esta composta de “ruptura” – segundo o arquiteto e professor peruano Elio Martuccelli Casanova indica:

“Nestes últimos tempos vem-se optado a ver as cidades abandonadas por visões globalizadoras: elas são entendidas melhor como pequenos fragmentos a que os usuários acessam, é que em suas rupturas quedam gravadas suas experiências” (Martuccelli, 2000:10).

A ideia do “Deal” vem a questão do novo trato ou pacto, uma nova forma de pensar, uma nova forma de agir, uma nova forma de interagir, uma nova forma de ver o futuro. Mas chego a pensar que o futuro é agora, um “novo pacto de viver a nova vida” após está terrível pandemia do covid-19.

Só para lembrar que na história da arquitetura por volta da década dos anos 30 do século XX passado isto nos Estados Unidos de Norte América, e no processo de reconstrução por organizações conservadoras liberais o New Deal que aparece entre guerras mundiais, pela severa crises da grande depressão cria polemicas e divergências das formas de pensar deste novo pacto.

“Grande Depressão será aqui tratada enquanto evento de suma importância, exatamente por desencadear um processo político riquíssimo caracterizado por: primeiramente revelar de forma drástica, internacional e explosiva a crise do liberalismo clássico num país que se imaginava detentor do padrão de vida invejado pelo mundo, posteriormente por dar início ao processo de construção de um Estado reformista nos Estados Unidos nos moldes do New Deal, e finalmente por constituir-se no marco inicial da reação conservadora...” (Poggi, 2000:28)

Para o medico Victor Zamora e o historiador Marcos Cueto indicam: “Umas das relações mais frequentes que fazem os políticos das nações industrializadas entre a saúde e a globalização do tema da produtividade econômica e a segurança nacional, pode-se dizer que se consideram urgentes ações sanitárias globais, para enfrentar crescente presença de enfermidades emergentes e ré emergentes...” (Zamora, Cueto, 2006:13).

Não temos dúvida que investigações, pesquisas, artigos, livros e advertências como de Cueto e Zamora tem advertido de forma veemente, sobre estas enfermidades e a globalização pandêmica, como estamos neste desastroso momento da pandemia do novo Covid-19 que assola a humanidade que está vivenciando de forma perplexa ante as autoridades sanitárias do mundo.

A situação da saúde no mundo provocado pela pandemia do novo COVID-19, hoje 19 de junho de 2020, a morte de 450 mil pessoas, é mais de 8,3 milhões de pessoas infectadas (Fonte: OMS, 06/2020), pensamos que sem a vacina, só com esforços de pesquisadores no mundo tudo para conseguir a cura, atuando as vezes com paliativos sem um norte especifico, a atitude do pessoal médico-hospitalário cujos esforços são realmente destemidos e carinhosos com a população afetada com o Coronavírus, explica de por si o caos criado com a saúde pública mundial.

Na nossa tese de mestrado em arquitetura em 2013, sobre “La Arquitectura Hospitalaria y su Evolución Programatica Lima y Callao, 1955-2005” tínhamos algumas hipóteses, que forem demostradas no desenvolvimento da tese, sobre o que poderia acontecer se tivéssemos uma pandemia e suas implicâncias com a contaminação/infeção intra-hospitalar, porque temos que entender que o edifício hospital geral são verdadeiras cidades com vida própria, onde usuários enfermos, assim como o pessoal que trabalha nos hospitais estão propensos a contaminação, como é a voracidade do Covid-19.
A arquitetura de hospitais estuda o caráter exógeno, o endógeno deve ser resolvida com a medicina.

Para Michel Foucault explica sobre o edifício-hospital “...leva os signos: os signos naturais de seu vigor e valentia, as marcas de sua altives de seu corpo e seu escudo de sua força e seu ânimo.” (Foucault, 2009:157)

Nestes momentos quando pensamos que o edifício-hospital, é claro os enfermos e também o pessoal que trabalha nesses espaços falta “tudo”, mais espaços apropriados como as salas de UTI, salas especializadas em triagem, salas de desinfeção especializadas para barrar a contaminação desses ambientes. Porque estar num hospital deveríamos estar seguros, é não criar estigmas que o hospital é inseguro. 

É, o primeiro que vem na minha mente: Porque não existem mais estudos de estes (edifícios) cidades de saúde? Porque não se avança mais sobre o controle de estas infeções hospitalares de caráter exógeno ou endógeno? Sabemos que estas pandemias locais ou mundiais são cíclicas, mais ainda com o mundo globalizado.
Para quem tem vivenciado tudo isto, como é meu caso, fica está “alerta” para que se continuem com estudos, investigações, teses, artigos científicos e bibliografias especializadas sobre hospitais, em fim pesquisas como explicou Foucault “os signos de vigor e valentia”. Será que com está Pandemia do Covid-19 temos aprendido a lição? que ainda estamos vivenciando, ou vamos esperar que nos peguem desprevenidos mais uma vez com outras enfermidades, tenho muita fé e esperança, sou positivo e humanizador (lembrando do querido amigo arquiteto e professor João Filgueiras Lima – Lelé), para que se continuem com os trabalhos sobre hospitais, como Deus manda, necessário e vital. Temos que entender que sem saúde não temos nada, não temos nada mesmo!

Sobre o controle das infecções/contaminação intra-hospitalar e sua assepsia dizemos: “O controle para uma assepsia segura (bio-seguridade) do edifício-hospital, em que deva ser concordante com os espaços e seus fluxos, (entendemos que tem caráter exógeno) tem que ser planejado nos programas médico-arquitetônico” (Villavisencio, 2013:47).

Entendemos que os programas médico-arquitetônico é a base para que tenha as dimensões atual é futuro, a previsão de espaços a futuro em hospitais é indispensável, assim com seu funcionamento em seus ambientes como de seus fluxos fazem que o hospital tenha a sua excelência para cuidar da vida dos enfermos, e das pessoas que trabalham em seus espaços.

Por isso, no edifício-hospital nada deve ser feito sem os projetos de arquitetura executivos e exaustivos, prevendo o futuro, antecipando-se com os estudos profundos e sérios, que visam a saúde das pessoas. Na história da arquitetura podemos fazer analogias com o passado (estudo de caso), porque nos ensina, mais ainda do que trata do edifício-hospital, porque salva vidas, cuida da saúde das pessoas, e das pessoas que trabalham no hospital, não podemos ser legalistas, nem pensar que só cumprir com as normas isso é de praxe, nos sabemos disso para isto estudamos para ser arquitetos nas nossa escolas de arquitetura e urbanismo, sempre falo para meus alunos, ainda podemos fazer mais é melhor!

A visão de futuro sempre existiu na arte da arquitetura, em várias épocas da humanidade os vanguardistas derem esse tom – “fazer mais e melhor”, a prevenção é melhor ferramenta para poder que a humanidade esteja segura, é o edifício-hospital deverá estar presente para melhorar a vida das pessoas.    


Goiânia, 19 de junho de 2020.
Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia:

MARTUCCCELLI, Elio; Arquitectura para uma ciudad fragmentada, Ideas, proyectos y edifícios em la Lima del siglo XX, Ed. Centro de Investigación Universidad Ricardo Palma, Lima, 2000. Tradução: Jorge Villavisencio (pp.2000:10).

POGGI, Tatiana; Os opositores conservadores do New Deal, Revista Eletrônica da Anphlac - número 7, Mestranda do programa de pós-graduação da Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro.

CUETO, Marcos, ZAMORA, Victor; Historia, Salud y Globalización, Ed. Universidad Peruana Cayetano Heredia, Lima, 2006. Tradução: Jorge Villavisencio (pp.2006:13).

FOUCAULT, Michel; Vigilar y Castigar, Siglo XX Editores, Mexico, 2009. Tradução: Jorge Villavisencio (pp.2009:157).

VILLAVISENCIO, Jorge: La Arquitectura Hospitalaria y su Evolución Programatica Lima y Callao, 1955-2005. (Tese de Mestrado em História, Teoria e Critica da Arquitetura), Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Artes, Sección de Posgrado y Segunda Espacialización, Universidad Nacional de Ingenieria – FAUA/UNI, Lima, 2013.




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