Ensaio: Arq. Jorge Villavisencio
O arquiteto inglês James Stirling (1926-1992) premio Pritzer da arquitetura no ano de 1981, pode ser considerado como homem polemico, em primeiro lugar por suas teorias sobre a arquitetura posmoderna quando ele foi professor na Universidade de Yale, O protagonista do pós-modernismo preparou sua decisiva mudança de paradigmas da arquitetura deste século. As suas obras são polemicas abertas contra a cristalização do Modernismo (Tietz 2008:96), o que impressiona no primeiro lugar em Stirling e sua capacidade de reflexão sobre a arquitetura, e segundo ao querer demonstrar a negação contraria ao Modernismo, assunto que através do presente ensaio trataremos de vislumbrar seus alcances sobre seus pretensões teóricas e projetuais.
É evidente que em seus inícios Stirling tem influencias de Le Corbusier, mais em referencia quando em Yale a nível teórico tem influências também dos arquitetos Chales Moore e de Kelvin Lynch conduziam a um retorno aos valores negligenciados pelo modernismo: a relação com a historia e a envolvente, assim como força expressiva da arquitetura ao nível das emoções (Tietz 2008:96), primeiro sua negação sobre o modernismo traz como conseqüências outro olhar, mais não como ruptura nem radicalismos mais bem acho como produto de reflexão das condicionantes que vão levando um aprendizado sobre as formas em expressão teórica e quiçá mais sensíveis no seus projetos de arquitetura entre um de seu últimos projetos o edifício da fabrica de Braun AG (1992) em Melsungen na Alemanha, segundo pela forca que esta imbuída em sua arquitetura que “emociona”, assunto já comentado em varias de minhas publicações em que o Maestro Niemeyer diz que “a arquitetura tem que emocionar” – considero este como um canal de reconciliação entre esse re-pensar sobre a arte da arquitetura, como também do lado eminentemente emotivo e sensível que cada arquiteto se entrega a uma argüição artística.
Edifício Fabrica Braun AG (1992) em Melsungen – James Stirling
O ideal para Stirling é estabelecer considerações e relações diretas com o ser humano – quiçá seja a busca de uma humanização espacial? Alem e claro do protagonismo nos usos dos materiais como o concreto armado e o tijolo maciço, que poderia resumir na utilização de variados materiais, e não atrelado a uma só tipologia. Me da impressão que isso enriquece nossa forma de projetar. Atualmente se fala muito da sustentabilidade na elaboração dos projetos da arquitetura, e inclusive posso afirmar neste tão importante tema que a utilização dos materiais poderá ser de foram variada, e não negando nada, mais bem abrindo o horizonte no processo arquitetural.
Cabe indicar que Stirling tem seu momento de reflexão sobre o planejamento urbano, este se deve a que aos poucos aportes sobre o urbanismo na Inglaterra mais a mediados do século XX, finais da Segunda Guerra Mundial nos programas de planejamento urbano a grande escala que se daria na cidade de Londres no ano de 1944, esta realização dos New Town foi uma rica experiência. Com relação a arquitetura vem de lado o problema da geração de novos arquitetos, mais devo incidir quem abre todas essas portas dos novos pensamentos sobre a arquitetura ou pelo menos o que mais influenciarem forem: Le Corbusier, Mies van der Rohe, Frank Lloyd W., e desta maneira que os grandes pensadores acata o elemento de progresso, é assim que no Brasil importantes personagens da arquitetura como Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Alfonso Reidy, Vilanova Artigas, Gregori Warchawchik, Lelé, Paulo Mendes da Rocha; assim no Perú arquitetos com forte consciência intuitiva teórica e projetual nos arquitetos Fernando Belaunde, Emilio Hart-Terré, Jaxa Malachoski, Hector Velarde, Rafael Marquina, Enrique Seoane Ros, Santiago Agurto, evidentemente influencia (penso que ate hoje) a maneira de ver a arquitetura e a cidade, alem devo esclarecer que o edifício e a cidade são elementos que primam e se consolidam em ambas direções uma “não existe sem a outra”.
Complexo Arquitetônico da Siemens AG (1969) em Munique – James Stirling
Entre as varias considerações de Stirling através de suas propostas arquitetônicas era a variedade dos seus elementos utilizados em suas obras, o uso de tijolo aparente, como também de um estilo brutalista – mais o chama a atenção e seu lado historicista, mais de maneira particular, algo assim com se quisesse mascarar, mais a o mesmo tempo que lembra se do passado, penso que como teórico da arquitetura suas leituras do passado-presente se fazem mais evidentes, mais não era uma condição prioritária, mais sim nos aspectos formais, uma preocupação do lado tectônico.
Projeto Arquitetônico da Universidade de Saint Andrews (1964-1968) Na Escócia – James Stirling – vista parcial
Projeto Arquitetônico da Universidade de Saint Andrews (1964-1968) Na Escócia – James Stirling – a lógica projetual
Na obra da Casa dos Estudantes da Universidade de Saint Andrews (ver imagem acima) e notória sua adequação com o “meio ambiente”, assunto que considero ser relevante em algumas das propostas de Stirling, em primeiro lugar considero que é um tema atual de muita reflexão, pensar e principalmente atuar e interatuar com o respeito que merece – ser ambientalista – penso que tem questões que devam ser propriedades contemporâneas na esfera da projeção projetual em todas suas etapas; segundo penso que existe uma harmonia espacial y das condições que devem ser parte do projeto, como da ventilação e iluminação natural – este no maximo aproveitamento – sua promenade aproveitado nas questões de funcionabilidade esta atrelada a este tema; terceiro a questão espacial integrado a sua topografia – com isso quero dizer: que existe neste projeto a não dêsvirtualização da paisagem, mais bem o aproveitamento da mesma, uma forma clara da harmonia ambiental, é de fato que aproveito estas circunstâncias para poder levar ao leitor a um re-pensar nestes temas ambientais, que para mim segundo o expressa Bruno Zevi “que a arquitetura pode ter mais dimensões” das conhecidas, ver, projetar e construir arquitetura e a cidades com intuições ambientalistas é uma forma correta de fazer bem as coisas, e inclusive se entrega-se a uma concordância espacial-funcional.
Mais James Stirling também teve questões conotativas Por mais que as exigências programáticas tenham sido invariavelmente satisfeitas, a importância de Stirling até o momento está na qualidade imperiosa de seu estilo, no brilho arquitetônico de sua forma mais que seu refinamento consiste daqueles atribuídos a – seu lugar – que, por necessidade, determina a qualidade de vida (Frampton 2008:326), acho que nesta frase expressa em síntese o pensamento
Projeto Arquitetônico da Universidade de Leicester, Inglaterra – Departamento de Engenharia (1960-1963) em Munique – James Stirling e James Gowan – vista
Projeto Arquitetônico da Universidade de Leicester, Inglaterra – Departamento de Engenharia (1960-1963) em Munique – James Stirling e James Gowan – plantas e corte
No projeto arquitetônico do Departamento de Engenharia da Universidade de Leicester (1960-1963) considerada uns dos projetos protótipos das tendências dos anos 60, com uma eficiência tecnológica bastante aprimorada, mas, nos seus elementos formais faz lembrar a os projetos dos anos 30 na extinta União Soviética hoje Rússia, claro em referencia ao projeto da Casa de Cultura (1927-1929) em Moscou de Konstantin Melnikov (1890-1974) a criação que planeja em uma vista consciente arquitetônica uma complexidade na busca de um projeto artístico sobre uma base pré-construída mais objetivamente cientifica (Lissitzky 1970:53), {arquiteto russo Lazar Márkovich Lissitzky 1890-1949}, o edifício com um espírito geométrico em base a uma cultura de entre guerras Todo o domínio da arquitetura torna-se um problema, nestes problemas se pranteia um pais acusado pelas guerras e pela fome, por isso tem-se fechado ao mundo exterior (Lissitzky 1970:7), considero de fato que Stirling tinha em si uma leitura formal da arquitetura construtivista da Rússia, no que refere a este projeto.
O trabalho de James Stirling tem como fundamento um certeiro olhar histórico arquitetural, uma re-leitura num passado que imbuem percepções atuais e futuras, pareceria que estivesse num pensamento conflitante, e isso poderia ser o que abre as portas, o conflito das complexidades essências da arquitetura.
Goiania, 15 de Dezembro de 2010.
Arq. Jorge Villavisencio O.
Bibliografia
TIETZ, Jürgen; Historia da arquitetura contemporânea, Editado H.F. Ullmann Tandem Verlag GmbH, Colônia/São Paulo, 2008.
ZEVI, Bruno; Saber ver a arquitetura, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.
FRAMPTON, Kenneth; Historia crítica da arquitetura moderna, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2008.
LE CORBUSIER; Principios de urbanismo – la Charte DÁthenes, Editorial Ariel, Barcelona, 1975.
LISSITZKY, Lazar; 1929, La reconstrucción de la arquitectura en Rusia y otros escritos: El Lissitzky, Editora Gustavo Gili. Barcelona, 1970.
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