domingo, 7 de agosto de 2011

Piura: e sua mirada na procura da prospecção urbana.

Piura: e sua mirada na procura da prospecção urbana.
Critica: Arq. Jorge Villavisencio



Recentemente no Colégio de Arquitetos do Peru – Departamento de Piura apresenta três Conferencias sobre a questão da arquitetura e o urbanismo em comemoração aos 30 anos de funcionamento. Sem duvida alguma o seu Decano Regional o Arq. Leopoldo Villacorta faz um esforço, claro junto com toda sua Diretoria em levar este evento que permita ter uma “mirada na procura da prospecção urbana”.

F001. Pôster do evento – Julho 2011.
Fonte Divulgação: Colegio de Arquitectos del Peru – Regional Piura


Para os não conhecem a cidade de Piura (capital do Departamento de Piura) localizado na região norte no Peru, tem uma relação direta com desenvolvimento regional urbano desta parte do pais. A cidade de Piura sua população (a Grande Piura) tem um milhão e meio aproximadamente considerada a segunda cidade em maior população. Mais guarda uma sincronia (penso Eu) com a vida de tradições e comportamentos de sua população, certa amabilidade em “querer mostrar as riquezas desse povo” – entendamos bem que apesar de não ser uma cidade netamente turística (ou por dizer pouco explorado seu potencial – a diferença de sua cidade vizinha de Catacaos) a gentileza das pessoas faz que sua visita seja mais amena.


Cada conferencista trouxe na sua bagagem seu estilo que faz do “caráter” e característica de cada um, entre eles temos ao Arq. Wiley Ludeña Urquizo, importante investigador e critico da arquitetura e urbanismo contemporâneo. O Arq. José Beingoleia – Pepe também amplo investigador y professor da FAU/UNI, gostaria dizer que pela falta de responsabilidade e critério da empresa aérea transportadora para o evento fez com que perdesse sua palestra, mais chegue a falar com Pepe e pedir desculpas, como se diz nestas terras tupiniquins - fico devendo.


F002. Ponte Velha (esta ponte só e utilizado por pedestres) – “Piura sem suas pontes não é Piura”
Fonte: J. Villavisencio (2011)


F003. Ponte Bolognesi. Piura
Fonte: J. Villavisencio (2011)


Também fez uma palestra Enrique Ciriani Suito – arquiteto franco-peruano que trouxe como idéia apresentar sua obra de seus mais de 50 anos de profissão de arquiteto-urbanista, são vários assuntos que me chamarem a atenção de sua palestra, que irei focando no transcurso desta critica, mais o que reserva no inicio suas palavras foi seu lado nostálgico (sem duvida) de sua alma mater. – a FAUA/UNI, donde ele estudo. E da influencia de seus professores Fernando Belaunde, Hector Velarde, Enrique Seoane, Santiago Agurto, Adolfo Cordova, Rafael Marquina, e tantos outros professores da arquitetura que influírem no seu estudo de bacharelado.


Gostaria de destacar aos colegas arquitetos Arq. Federico Couto (Diretor da FAU/Universidade de Sipán) e da Arqta. Carolina Cedano (do Instituto Nacional de Cultura do Peru – INC.), ambos destacados profissionais e investigadores na arte de projetar, parafraseando ao Neufert, alem de serem colegas do Mestrado na FAUA/UNI.


F004. Arq. Federico Couto – Arqta. Carolina Cedano – Arq. Jorge Villavisencio
Fonte Divulgação: Colegio de Arquitectos del Peru – Regional Piura


A idéia desta critica é de poder contar alguns fatos relevantes da cidade de Piura e de alguns alcances que forem temas de discussão dos palestrantes. Sem duvida falar da cidade de Piura estamos falando dos primeiros três fatos; o primeiro foi que na época pré- hispânica se fala de seus primeiros moradores os “Tallanes”, penso que como importantes artesão dedicadas na pesca, atributo fundamental de sua sobrevivência, mais devemos deixar claro do que diz o importante pesquisador e historiador contemporâneo, investigador da espoca pré- hispânica o Arq. José Canziani Amico “que nas culturas mais antigas – se baseavam em um nomadismo” a exemplo dos Tallanes que forem locados por volta do século VI, só que no ano de 1532 chego o colonizador espanhol Francisco Pizarro para fundar a cidade (um ano antes da cidade de Lima) fato relevante, seu nome oficial foi dado como San Miguel. Também na face da Independência (Período Republicano) acontecem meses antes (Abril de 1821).


F005. Casa Republicana século XIX – Piura
Fonte: J. Villavisencio (2011)


Chama-me atenção que vários edifícios antigos da cidade têm características da época republicana, entendemos está por ter sido conservada sua memória “com certa identidade” dos fatos que recalcamos anteriormente. Sem duvida de acordo ao expressado por Bruno Zevi “que a historia da arquitetura se basa nas nos conceitos espaciais”, assim como o dito pelo arquiteto argentino Ramón Gutiérrez “La arquitectura es, en definitiva, un documento extraordinario, pues acumula, sedimentadamente, los testimonios del devenir histórico de una cultura, expresa los diversos modos de vida en distintos momentos históricos, recrea el pasado en el presente y condiciona –si se la preserva – el paisaje habitable del futuro”. (Versão em espanhol, Gutiérrez 1998:110)


Também não tem como no falar da figura do Alm. Miguel Grau Seminário, herói da Guerra do Pacifico Sul por volta do final do século XIX. Vários lugares da cidade fazem homenagem neste ilustre marinho, que de alguma forma fortalece o espírito vivo desta cidade.


F006. Praça Miguel Grau Seminário – Centro – Piura
Fonte: J. Villavisencio (2011)


Nas visões e observações da Piura de hoje (contemporânea) se vislumbra um grande movimento comercial, falo por enquanto “mobilidade comercial” ainda muito longe de ser uma cidade industrial, esta correlação tem a visão da palestra do Arq. Ludeña cujo titulo é: “Patrimonio Industrial Peruano Piura: Memoria y patrimonio por redescubrir”, vários assuntos forem colocados por Ludeña (tenho como proposta a posteriori realizar uma critica de sua palestra), mais por agora como uma critica com “intuito genérico” fará chegar alguns alcances, por exemplo, ao dizer Ludeña que o “processo de industrialização do Peru se da nas cidades no interior do pais”, e claro e importante dizer isto já que como uma das características na nossa America Latina, o desenvolvimento se da através de um “centralismo dados pelas sua Capitais”, sem duvida tem um centralidade que esta exposta em quase todos os pensamento, idéia do “colonialismo” tantas vezes explicados pelos pensadores Picó e Habermas.


F007. Praça Principal (Plaza de Armas)
Fonte: J. Villavisencio (2011)


Para que conhece a trajetória do Prof. Ludeña, não é um homem de fazer de agraciamentos, mais bem como o define na perfeição o Arq. Elio Martuccelli Casanova no prólogo de seu livro: Ideas y arquitectura en el Perú del siglo XX, 1996, e diz: “que com Wiley Ludeña não se conversa se discute”, só que agregaria se discute nas questões inerentes a profissão de arquiteto e urbanista, ou da própria problemática da arquitetura, em especial nas questões urbanas, mais ele como pessoa amável de decisões firmes. Não devemos esquecer que Ludeña vem de seu doutorado feito na Alemanha. Chamo-me a atenção quando a distinção – medalha outorgada Colégio de Arquitetos de Piura: tanta surpresa que faz que o Arq. Wiley Ludeña Urquizo fala-se assim: “não são merecedor de nada, eu faço meu trabalho” é isso meus queridos leitores deste Blog, e digno dos grandes mestres que só aspiram a fazer de publico conhecimento suas visões e percepções de como foi, e como caminha a nossa historia de arquitetura e urbanismo, penso eu como uma visão de ampla forma de colaboração, talvez na procura de um mundo melhor.


F008. Arq. Leopoldo Villacorta Icochea – Decano Regional por Piura do Colegio de Arquitectos del Peru e o homenageado Arq. Dr. Wiley Ludeña Urquizo.
Fonte: J. Villavisencio (2011)


Como era obvio minha pergunta feita a Ludeña tinha mais de ordem “ambientalista” pensamento de como faço para enxergar melhor com qualidade e sustentabilidade a arquitetura e o urbanismo – talvez um sorriso disfarçado pelo palestrante, mais com a certeza de tocar um tema tão importante como a questão ambiental “algo que não podemos arrumar – só nos queda amenizar – o dano já foi feito” (J. Villavisencio, 2010 – EREA/GOIANIA/Maio:2010)


Sem duvida o ultimo dia deste ciclo de Conferencias a presença do arquiteto Enrique Ciriani Suito, tem um significado algo assim “o arquiteto peruano que foi reconhecido pelo seu trabalho não só no exterior (mais na França), mais também no Peru” e obvio que quando um arquiteto chega a certa maturidade (anos vivencia e experiência), e claro de sua experiência como docente da arquitetura penso que sua sensibilidade fica mais aguçada no sentido de querer expor seu trabalho, Ciriani guarda em si como tinha falado no seu inicio uma nostalgia profunda de sua escola alma mater de Lima – FAUA/UNI. Anos atrás (2009) num de seus ateliers de desenho na FAU/UPC também faz referencia a este fato, ao igual que seu Decano o Arq. Miguel Cruchaga Belaunde, então, podemos vislumbrar que em todo momento a Escola de Arquitetura esta presente.


Só para lembrar que neste ano o Premio Pritzker da Arquitetura 2011 foi outorgado ao Arq. Eduardo Souto de Moura, anos atrás foi do também português Álvaro Sissa Vieira , ambos da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Porto, Portugal. Será que é uma simples consciência? A arquitetura pelas suas complexidades essências tem esse valor penso que e um agregado a mais, a busca como diz Zevi, Quantas dimensões tem a mais a arquitetura? Alem claro das quatro conhecidas, para mim e para alguns outros o tema “ambientalista” pode ser que seja uma dimensão a mais, tanto assim que palestra do nosso distinguido mestre Enrique Ciriani, foi solicitado para que encontra-se uma solução aos problemas “pluviais”, sem duvida que deve arquejar a vida da cidade de Piura.


F009. Praça Miguel Cortez - Piura – intento de resolver a dificuldade da problemática
Fonte: J. Villavisencio (2011)


Comentava com meu colega do mestrado o Arq. Federico Couto, da importância desta pergunta, no sentido de não só resolver o problema das chuvas a traves de canalizar o esgoto pluvial, como bem diz o ex-prefeito da cidade de Piura o Eng. Francisco Hilbck Eguigurem, cujo custo sobre passaria um bilhão de dólares, o que fica inviável. Mais isso e uma parte. O problema radica que “por fim” em importantes conferencias como estas se toquem as “problemáticas ambientais”, sem duvida a palavras de ordem para as próximas décadas vai que ter um “olhar esmerado” sobre como minimizar os riscos da questão ambiental.


F010. Arquitetos: Jorge Villavisencio, Enrique Ciriani (homenageado), Leopoldo Villacorta.
Fonte: F. Couto (2011)


Como tinha dito anteriormente “algo que não podemos arrumar, só amenizar”, o descuido do homem sobre o problema ambiental bate firme, a natureza é sabia é tem seu valor agregado, sem água, sem sol não podemos sobre-viver (é só lembrar o dito na Carta de Atenas de 1933 no CIAM), o desleixo das autoridades edilícias por décadas tem trazido conseqüências – correr atrás para amenizar. Si utilizamos a lógica projetual de Bruno Zevi ao dizer que a arquitetura tem muitas dimensões. Será que a questão ambiental tem categoria de dimensão na arquitetura? Si pensamos em questões de sustentabilidade que tem como fundamento o “cuidar e preservar”.


Não tem duvida alguma que nesta conferencia a pesar que o tema central não foi desenvolver idéias sobre a questão ambiental, teve sim no final, na palestra e comentários de Ciriani, considerações amplas sobre o importante tema ambiental, não cabe duvida que os arquitetos estamos cada vez mais conscientes deste assuntos, por isso quedo-me com a proposta projetual do arquiteto Enrique Ciriani “a importância da arquitetura esta nos espaços vazios, o espaços cheios são mais fáceis de trabalhar”.


Piura, 21 de Julho de 2011
Arq. Jorge Villavisencio.

Bibliografía
CANZIANI, José; Ciudad y Territorio en los Andes: Contribuciones a la historia del urbanismo prehispánico, Fondo Editorial de la Pontificia Universidad Católica del Perú, Lima, 2009.
ZEVI, Bruno; Saber ver a arquitetura, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.
GUTIÉRREZ, Ramón (org.); Arquitectura Latinoamericana en el Siglo XX, Epígrafe S.A. Editores, Universidad Ricardo Palma, Lima, 1998.
LUDEÑA, Wiley; Ideas y arquitectura en el Perú del siglo XX, Editora SEMSA, Lima, 1997.


No hay comentarios.:

Publicar un comentario