lunes, 10 de septiembre de 2018

Ainda à arquitetura – Enrique Ciriani.

Ainda à arquitetura – Enrique Ciriani.
Jorge Villavisencio.

No ano de 2014 foi publicado o livro do arquiteto Enrique Ciriani chamado “Totavia la Arquitectura” (versão em espanhol), como resultado de seus escritos vimos a necessidade de fazer algumas reflexões, penso que estes poderão servir para os futuros trabalhos como estratégias projetuais, assim como pesquisas diversas na área da arquitetura e o urbanismo, principalmente no que trata das problemáticas sobre habitação popular entre outros.

Enrique Ciriani nasce na cidade de Lima no Perú no ano de 1936,1960 forma-se com Arquiteto e Urbanista pela Universidade Nacional de Engenharia – Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Artes. Em1964 parte para Paris e cria o escritório de arquitetura, AUA – atelier d´Urbanisme et d´Architecture em conjunto com Michel Corajaud. Já em 1965 é chamado para gerar novas formas pedagógicas na escola de arquitetura Paris-Bellavile. No ano de 1983 ganha o Grande Prêmio Nacional de Arquitetura de França. Recebe em 1988 o Prêmio Palma de Ouro de Habitação, assim em 1988 a Medalha de Ouro pela Academia de Arquitetura dos Estados Unidos. É Membro Honorary Fellow da Royal Institute of British Architects. No ano de 2012 – recebe o Prêmio Nacional Hexágono de Ouro do Colégio de Arquitetos do Perú (Prêmio mais importante do Perú). Chega ao Titulo de Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional de Engenharia do Perú.

Podemos entender que os Prêmios e Títulos obtidos através do tempo mencionados acima são só alguns, como sínteses de seus trabalhos como arquiteto e professor da arquitetura.

Mas destacaremos alguns, primeiro ainda muito jovem se muda para Francia, talvez com o intuito de aprimorar seu trabalho, além claro de poder observar e adquirir as novas experiencias no seu fascínio pela habitação em especial de forma vertical. Segundo ao se associar com Michel Corajaud onde trabalha com uma equipe multicidiplinar, apesar que era no ano de 1964 já vê a necessidade de trabalhar com outros profissionais como sociólogos, psicólogos, geógrafos entre outros, poderíamos indicar que é uma forma de trabalhar hoje na arquitetura contemporânea, este dá a visão mais ampla das necessidades dos ser humano, dificilmente hoje os escritórios de arquitetura trabalham isoladamente.

C.01 – Unidade Habitacional Matute (1963-1964).
Fonte: Enrique Ciriani (blog de arquitetura e urbanismo).

Seu primeiro trabalho de habitação social se dá nos anos 1963-1964 na cidade de Lima, num bairro denominado Matute, são 680 apartamentos habitacionais sociais, penso como podemos ver na imagem (C.01) tem questões que os arquitetos carregam na forma de projetar, são estratégias projetuais que são levadas com o tempo, como: a valorização dos vazios, a pertinência de criar de espaços de convivência que não só serve para a unidade habitacional, mas também para quem mora no entorno urbano, a diferencia de planos em diferentes profundidades, discreto e austero, cores fortes (amarelo, azul, vermelho) mas em forma discreta, entre outros.

C.02 – Unidade Habitacional Noisy-le-Grand, Marne-la-vallée (1975-1989)
Fonte: Enrique Ciriani (blog de arquitetura e urbanismo).

Desta forma podemos visualizar na unidade habitacional Noisy-le-Grand, Marne-la-vallée (1975-1989) similares caraterísticas ao projeto de Matute, mas dando prioridade nas pessoas criando passarelas em diferentes níveis (C.02 e C.08), desta forma cria vinculo espacial entre os edifícios e a cidade.

Ciriani explica a essência do ar e das superfícies: “o ar como vazio se nutre da realidade” e a “arquitetura reside no vazio como peculiaridade de determinadas superfícies como muros, janelas e outros, moldei-a o vazio”.
Estes dois pontos nos parecem importantes, na primeira citação: trata de como vazio favorece o vínculo espacial, além claro na realidade da respiração e do ar que são necessários nos edifícios e as cidades. A segunda citação: está mais relacionada a própria forma da edificação, as partes que compõe o edifício, assim como a valorização do vazio.

C.03 – A procura de uma nova atmosfera urbana – Croquis.
Fonte: Livro de Enrique Ciriani (2014).

Outro ponto que merece ser ressaltado no seu livro da necessidade de fazer croquis (C.04) ou diagramas se possam servir na maneira de projetar como indica. O desenho a mão livre é mais um meio de expressão, revela não só meio eficaz de abstração, mas também um autêntico modo de pensar na arquitetura. Alivia a memória, é volcar sobre o papel uma parte de ela, as vezes urgente; poder voltar sobre o que se estava pensando, apreciar o proposto e confronta-lo com outros croquis; poder abandonar com lucides. É sobre tudo: o prazer de constitui-lo na memória do projeto.

C.04 – O Croquis.
Fonte: Livro de Enrique Ciriani (2014).

Ciriani faz uma síntese de como se pode realizar um projeto de arquitetura e propõe as tres “P” como síntese da arquitetura: “a pertinência, a presencia e a permanência”. Pensamos que a primeira está ligada a relação com o entorno urbano e da vida das pessoas, a segunda que a edificação ou as edificações tem que ter presencia como objeto de desejo e de necessidade da população. E a terceira que este vinculado ao tempo-espaço.

Sobre o dinâmico e o estático: Um grande vazio (flexível) representa o estático fisicamente, mas mentalmente figura-se como uma programação dinâmica. A “planta livre” o seja a separação entre a estrutura e a planta é uma expressão da dinâmica, que permite supor verticalmente plantas diferentes. (C.05)

C.05 – Edifício La Haya – Holanda.
Fonte: Enrique Ciriani (blog de arquitetura e urbanismo).

Sobre a questão da liberdade. O espaço aberto se conforma com grandes dificuldades a ideia de liberdade. É fundamental saber introduzir as caraterísticas do aberto no espaço interior. É necessário dilatar para evitar o encerro. O conceito de liberdade significa sobre tudo não ter ataduras. (C.06)

C.06 – Paris, Concuro para a nova cidade de Eury (1988). Em que foi outorgado o Prêmio Palmas de Ouro da Habitação de 1988.
Fonte: Enrique Ciriani (blog de arquitetura e urbanismo).

A procura da noção de intimidade na sua dimensão urbana. Tem uma necessidade de compreender como vivemos. Existem duas qualidades de intimidade, aquela que comparte com a comunidade (C.07 e C.08), e aquela que pertence a célula familiar.

C.07 – Residencial San Felipe, Lima (1965-1970) – espaço público.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014).

A primeira precisa de compreensão de algo que é capaz de geral orgulho coletivo.
A segunda e aquela vivenda mesmo, que está sometida a própria necessidade, mas que esta possa evolucionar com o tempo.

C.08 – Residencial San Felipe, Lima (1965-1970) – passarelas a diferentes níveis.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014).

Como última reflexão temos a imagem (C.07), sem lugar a dividas o espaço publico que não só serva a população que vivem nos edifícios, mas também que possa servir ao entorno urbano, isto o que Ciriani indica como “orgulho coletivo” de que mora nesse lugar.

A imagem (C.08) está relacionada com a vida das pessoas que vivem, priorizando desta maneira facilidades de movimento das pessoas – interação espacial, assim como dando espaço para as pessoas que fazem parte desta respiração do ar e do lazer, que são indispensáveis para a vida cotidiana das pessoas que vivem em suas cidade e seus edifícios.

Goiânia, 10 de setembro de 2018.
Arq, MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia:

CIRIANI, Enrique; Todavia la Arquitetura, Ed. DAVAU S.A.C. – Arcadia Madiatica, Lima, 2014.



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