viernes, 14 de septiembre de 2018

Pensamentos da habitação coletiva vertical na arquitetura.

Pensamentos da habitação coletiva vertical na arquitetura.
Jorge Villavisencio.

No livro de Hilary French – “Os mais importantes Conjuntos Habitacionais do século XX”, faz uma síntese de varias obras habitacionais, segundo ela o que seriam os mais importantes, penso que muitos dos projetos apresentados tem conotações que podem servir como estudo de caso, assim posteriormente poderão a futuro se converter como estratégias projetuais. Desta maneira aproveitando o livro de French e outras bibliografia dissertaremos sobre os projetos.

A importância do tema da habitação coletiva sempre foi matéria de estudo na arquitetura, tanto assim que recentemente escrevemos sobre os projetos e os pensamentos do arquiteto e professor franco-peruano Enrique Ciriani, isto nos fez que nos motivara, mais ainda se tratando das dificuldades e das necessidades da habitação social.

Conceitos e estratégias na maneira de projetar edifícios desta tipologia podem ou não levar a metapensamentos que servem para tomar a futuro novas ideias, até ideais, na toma de decisão do partido arquitetônico, como indica Ciriani com as três “P” da arquitetura, uma síntese de como se pode realizar um projeto de arquitetura: “a pertinência, a presencia e a permanência”.
Através deste texto veremos alguns projetos de habitação coletiva, segundo Hilary French está dividida em: modernismo europeu; modernismo pós-guerra; as alternativas; o pós-modernismo; e as interpretações contemporâneas.

Para o presente texto temos selecionado as duas últimas, o pós-modernismo e as interpretações contemporâneas, por ser as mais recentes, desta forma temos procurando fazer uma síntese do que consideramos importante (dentro do nosso ponto de vista), queremos deixar claro que nem sempre concordaremos com o dito, mas assim é a arquitetura e o urbanismo, é complexo, mas faz parte do processo de crescimento profissional, a critica da arquitetura tem essa pratica da fenomenologia, como explica o arquiteto Steven Holl, “Mais plenamente que o resto das outras formas artísticas, a arquitetura capta a imediatez de nossas percepções sensoriais. A passagem do tempo, da luz, da sombra e da transparência; os fenômenos cromáticos, a textura, o material e os detalhes…, tudo isso participa na experiência total da arquitetura”.

Como vamos apreciar nos projetos que são apresentados, é na escolha deles, tem uma intenção, mas na arquitetura e o estudo da cidade, sempre existe uma intenção na maneira como se projeta, isto é nossa síntese dos projetos.


Conjunto Habitacional IJ-Plein. (1988)

O conjunto habitacional IJ-Plein feito pelos arquitetos do OMA, fica na cidade de Amsterdã nos Países Baixos, no ano de 1988.

H.01 – Conjunto Habitacional IJ-Plein – OMA.
Fonte: Hilary French.

Considerado uma obra pós-modernista, de índole econômica, o terreno em forma triangular se integra com o espaço urbano, a pesar das dificuldades do terreno que na parte inferior existe um túnel. Sua forma é em fita, e compartem os apartamentos uma parede, penso que isto dificulta a questão da acústica. No telhado existem umas janelas que facilitam a ventilação e iluminação. Existem duas casas que são adaptadas para pessoas com necessidades especiais (cadeirantes). No projeto tem um centro comunitário com escritórios e salão.

Como primeira medida temos uma continuidade espacial no que concerne ao entorno urbano, é como sabemos das dificuldades geográficas desse território, também apresenta “inclusão social” no que se refere as casas adaptadas pessoas com necessidades especiais, em alguns casos apresenta janelas na cobertura o que facilita a ventilação e iluminação que tão necessário para a edificação, e por último a questão da economia dos edifícios de alguma maneira isto diminuem os custos na medida que é necessário para a construção da habitação social, não onerar mais do que se precisa sem perder a qualidade do projeto arquitetônico.


Conjunto Habitacional na Rue de Meaux. (1991)

O conjunto na Rue de Meaux está localizado na cidade de Paris, França, projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano no ano de 1991.

H.02 – Conjunto Habitacional Rue de Meaux – Renzo Piano.
Fonte: Hilary French.

Também considerada uma obra pós-modernista, existe uma escala no entorno urbano, deixa um bom recuo na edificação, tem uma primazia em deixar um pátio central, embaixo dele no subsolo estão os estacionamentos, no térreo existem lojas de varejo. Elementos nas fachadas são pré-fabricadas.

O conjunto habitacional da Rue de Meaux tem altura entre 6 e 7 pavimentos que guarda uma relação na escala de altura no entorno urbano. Ao deixar grandes recuos e o pátio central, entrega prioridade ao transeunte, assim como espaços de convivência social, talvez este seja o intuito de Piano, como comentava no texto de Ciriani dentre suas estratégias projetuais, “promover o orgulho comunitário”. Ao ter no térreo lojas de varejo não só está atendendo as pessoas que moram nos edifícios, mas também aos que moram no entorno urbano. Ao ter no subsolo as vagas de estacionamento onde estes não marcam presença, como é na maioria de edifícios habitacionais onde o carro toma maior importância, dada principalmente hoje com a questão da exploração desmesurada imobiliária. Por último a maneira construtiva nas fachadas em usar pré-fabricados que é uma característica de Piano, onde estes diminuem os custos.


Conjunto Residencial Carabanchel 16. (2007)

O conjunto residencial Carabanchel 16 está localizado na cidade de Madri na Espanha, projeto pelo escritório de arquitetura Foreign Office Architects do ano de 2007.

H.03 – Conjunto Residencial Carabanchel 16 – Foreign Office Architects .
Fonte: Hilary French.

Considerado por French uma obra com interpretações contemporâneas, pontos sustentáveis e inovadores, do tipo de habitação popular, o uso de sistema de ventilação chaminé, mas também tem sistema de ar-condicionado, garagem subterrâneas e extensos jardins, brises para proteção solar e uma postura urbana com o anonimato contemporâneo.

Nosso primeiro ponto trata da questão da sustentabilidade, tema que nestas última duas décadas tem tomado incremento. Segundo Josep Maria Montaner explica: “Após os experimentos pioneiros de meados do século XX, nas últimas décadas tem sucedido diferentes gerações de arquiteturas ecológicas e sustentáveis, desde os primeiros protótipos experimentais da década dos anos 70, até os bairros ecológico contemporâneos, passando por propostas de arquitetura ecológica e tecnológica, chamada de ecotech na década de 1990. Este complexo processo de arquitetura estreitamente ligado com o meio ambiente...”.

Sempre foi de necessidade de construir habitação social, até pelo crescente êxodo rural desde o século passado para as cidades, além claro da crescente demografia da população nas áreas urbanas, enfim, a necessidade real das maiorias, o povo. Também temos no edifício sistema natural de ventilação e mecânica, penso que não só é uma questão tecnologia, mas sim projetar em diversas formas, sem nenhum tipo de preconceito da tecnologia – vale dizer nem tudo, nem nada.
Os extensos jardins que cria uma harmonia com própria convivência dos usuários, e do meio ambiente. É a discrição do anonimato urbano.


Para terminar, no transcurso do nosso texto temos tratado pontos que são relevantes, assuntos como: a experiência total da arquitetura (Holl); a divisão do tempo-espaço dos conjuntos habitacionais (French); a continuidade espacial urbana e dos edifícios, a economia e a inclusão social (OMA); a escala urbana e importância da convivência social (Piano); a questão do meio ambiente e a sustentabilidade (Montaner e Foreign Office Architects); promover o orgulho comunitário, e as três P da arquitetura (Ciriani). Penso que todos estes pensamentos em alguns casos até experimentais podem ser ideias que num futuro muito próximo poderá tornar-se em “ideais” da arquitetura e o urbanismo contemporâneo.


Goiânia, 14 de setembro de 2018.
Arq. MSC. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

FRENCH, Hilary; Os mais importantes Conjuntos Habitacionais do século XX, Editora Bookman, Porto Alegre, 2009.

CIRIANI, Enrique; Todavia la Arquitetura, Ed. DAVAU S.A.C. – Arcadia Mediatica, Lima, 2014.

MONTANER, Josep Maria; A condição contemporânea da arquitetura, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 2016.

HOLL, Steven: https://www.archdaily.com.br/br/01-18907/questoes-de-percepcao-fenomenologia-da-arquitetura-steven-holl (extraído em 11/09/2018).

VILLAVISENCIO, Jorge: http://jvillavisencio.blogspot.com/2018/09/ainda-arquitetura-enrique-ciriani.html (extraído em 13/09/2018).


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