martes, 19 de octubre de 2010

Escola de Chicago – entre o lado formal e as novas tecnologias construtivas modernas.

Escola de Chicago – entre o lado formal e as novas tecnologias construtivas modernas.
Ensaio: Arq. Jorge Villavisencio

Depois do incêndio que desbastou a cidade de Chicago em 1871, surge o movimento artístico denominado a “Escola de Chicago” final do século XIX, e evidente que toda ruptura cria novas formas de visão em que gera novas ações no comportamento, é importante dizer que o pensamento moderno já se fazia presente com anterioridade no século XVIII, na época do Iluminismo, a “liberdade, razão e avance” faz que este imbuído todas as formas de condutas em especial a artística (vanguarda), surgem novos arquitetos em Chicago William Le Baron Jenney (1832-1907) quiçá foi o primeiro deste pensamento artístico e tecnológico arquitetônico, também a minha maneira de ver o enigmático e controvertido Louis Sulllivan (1856-1924) reforça nesta ideal do que é arquitetura moderna, na década seguinte William Holabird (1854-1923), Martin Roche (1853-1927), John Root (1850-1891) e Daniel Burnham (1846-1912), alem das propostas formais e das novas técnicas construtivas apresentadas pelos referidos arquitetos a cidade cambia de configuração nos aspectos morfológicos urbanos, como nova proposta urbanística, o sistema de ordenamento urbano produzido nos seus desenhos apresenta-se em forma de “tabuleiro de xadrez”, assunto bastante comentado na historia urbana das cidades – colocamos com exemplo no século XVIII a cidade de Lima no Perú: depois das demolições dos muros que cercavam a cidade produzida pelos abalos da natureza (terremotos e sunamis) no ano de 1746, se apresenta a novas propostas urbanas baseado no “Projeto Borbonico Espanhol”, que em síntese foi à salubridade urbana da cidade (Ramón: 2003) (Lossio:2003). No Brasil também se apresentam varias intervenções no final do século XIX: Francisco Saturnino Rodrigues de Brito (1864-1929), formado na escola Politécnica de Rio de Janeiro... é considerado o fundador da engenharia sanitária brasileira... preocupado com o ambiente da cidade como um todo, predominantemente físico, mas com interfaces sociais (Segawa 1998:21)

Cidade de Chicago (1898) (Fonte: Benevolo 2009:239)

As necessidades urbanas da cidade de Chicago e seu novo estado morfológico de raiz funcionalista, e primado pelas necessidades econômicas objetivam o novo alcance social-econômico, uma nova maneira de ver o ambiente urbano, mais o temor na segurança depois do incêndio fazem uma nova forma tecnológica construtiva baseada no uso de estruturas em aço e do concreto armado. Anteriormente a predominância dos materiais utilizados eram suas estruturas e vedações a base de madeira, que extremamente inflamável. Cabe indicar que nos finais do século XIX a cidade de Chicago se converte em um grande pólo financeiro, onde a cidade assume suas próprias necessidades de criar escritórios, bancos, grandes loja de departamentos, hospitais, e tudo tipo de edificações que outorgue certo conforto urbano, que se traduz em novas edificações arquitetônicas tanto publica como privadas. No ano de 1893 se realiza a Exposição Colombiana de Chicago, como nos sabemos nas exposições geralmente se apresentam, alem das exposições dos projetos arquitetônicos de renomados arquitetos, as propostas das novas tecnologias construtivas, e evidente que os “arranha-céus” como uma novas forma expressiva de fazer arquitetura de forma moderna desperta um intere-se no mundo.

Vista da Exposição Colombiana na Cidade de Chicago (1893) (Fonte: Benevolo 2009:225)

Como é óbvia a exploração imobiliária se faz presente e os custos dos terrenos assumem valores muito elevados e cria-se uma nova cultura de fazer edificações os famosos “arranha-céus” , morfologicamente a cidade se converte em forma “verticalizada”, devemos explicar que era inovador na época, e desta forma cria-se uma nova forma social, econômica e cultural de viver, varias outras cidade nos Estados Unidos de Norte America assumem este valores, posteriormente em outras partes do mundo também adotam estes valores urbanísticas e arquitetônicas.

Lieter Building II (1889) Chicago de William Le Baron Jenney – Vista

Lieter Building II (1889) Chicago de William Le Baron Jenney – Detalhe da Estrutura

Le Baron Jenney entrega na sua arquitetura o “caráter unitário” igualmente os outros colaboradores da Escola de Chicago a idéia do “loop” (gancho) se faz presente por Jenney como fisionomia particular, outorga a Jenney o edifício mais alto com esta nova formal-tecnologia no Centro Comercial de Chicago na Exposição Colombiana de 1893. Mais se apresenta duas tipologias nos seus alcances de trabalho: primeiro como homens de negócios como Dankmar Adler, que teve sociedade com Louis Sullivan, e segundo de homens com idéias renovadoras tecnológicas com a de W.S. Smith e C.L. Ströbel que colaboram no estudo de determinados problemas estruturais... mais também tinha artistas descontentes como Root ou desejosos de sucesso como Burnham (Benevolo 2009:234).

Auditorium Building de Chicago (1886-1889) Dankma Adler e Louis Sullivan – Vista

Auditorium Building de Chicago (1886-1889) Adler e Louis Sullivan – Planta 2 piso

Auditorium Building de Chicago (1886-1889) Adler e Louis Sullivan – Corte

Considero que na minha forma de visão o arquiteto Louis Sullivan era o mais notável no só pelas formas expressivas na sua arquitetura de edificações de pensamento moderno, mais por seu lado com conteúdo “teórico da arquitetura”, penso que sua viagem entre os anos de 1874-1876 para Paris juntamente com Richardson deixa este reflexo, lembremos que o “demolidor de cidades” o Barão Haussmann (1809-1891) ainda vivo presumo que deve ter interferido na forma de pensar de Sullivan, por quando teoriza nos aspectos arquitetônicos e urbanísticos, alguns importantes teóricos se referem de Sullivan como S. Giedion, Hitchcock, o mesmo Frank Lloyd Wrigth que foi aluno se seu mentor o professor Sullivan, no meu caso pessoal o que comove (ate certo ponto do lado neo- romântico) de Sullivan A referencia aos cultos medievais, servem para conferir-lhe – ordem e dignidade – a tradição indígena enquanto que fidelidade aos métodos tradicionais e o gosto nativo pela pedra permitem-lhe dar maior animação aos esquemas estilísticos e obter, por vezes efeitos de singular potencia, sem todavia, jamais sair do mundo cultural do eclecticismo (Benevolo 2009:248), neste pensamento de Benevolo penso que tem como livre arbítrio a vontade imbuída no termo da sustentabilidade da maneira correta de fazer arquitetura, o uso dos materiais naturais e de fácil reaproveitamento dos mesmos faz que na historia da arquitetura de Sullivan tenha esse efeito de retroalimentação da nossa arquitetura contemporânea do século XXI, interfiro neste pensamento como produto quiçá hoje de forma singular ou de poucos, como efeito de poder de idéias que se tornem no futuro “ideais” na aplicação do espaço criado pela arquitetura. Deixo este assunto como reflexão.

Carson Pirie de Chicago (1903-1904) Louis Sullivan – Vista

Carson Pirie de Chicago (1903-1904) Louis Sullivan – Vista

O efeito de projetar uma arquitetura verticalizada pela Escola de Chicago como “invenções técnicas” aperfeiçoados pelo esqueleto em aço, em fundações em pedra (propostos por F. Baumann, in Benevolo:2009), como também em primeira intenção do elevador de carga a vapor por E.G. Otis em 1857 na cidade de New York, e que posteriormente no ano de 1870 C.W. Baldwin inventa e constrói o primeiro elevador hidráulico no ano de 1870 na cidade de Chicago e no ano de 1887 se começa a difundir o elevador elétrico. Também foi significativo o uso do cimento que era trazido desta época da ilha de Portland na Inglaterra (o cimento portland foi inventado e patenteado no ano de 1824 pelo construtor Joseph Aspdin (1778-1855) material indispensável para o uso do concreto (cimento, areia, brita e água), como demos analisar o perfeito uso dos materiais, abre o novo despertar de uma arquitetura que vê o progresso .
A construção de edifícios para escritórios de enorme altura, com estrutura em esqueleto de ferro e aço sustenta as paredes internas e externas, tornou-se um habito em quase todas as cidades americanas. Este estilo de construção nasceu em Chicago, ao menos a o que se refere a sua aplicação na pratica, e essa cidade possui ate agora (1949) mais edifícios do tipo de esqueleto em aço que todas as demais cidades americanas juntas. (F. A. Randall – Historia do desenvolvimento da construção de edifícios em Chicago {1949:18} (Benevolo 2009:234)

Chicago Building (1904) – William Holabird

Penso que a cidade de Chicago cumpre um importante papel na historia de arquitetura moderna, assim como a cidades de New York e São Paulo. A verticalização da arquitetura como uma forma de realização urbana e arquitetônica muda para a visão de novos conceitos de agir, como diz Benevolo “muito mais livre de preconceitos”, as propostas de Le Baron Jenney, Adler e Sullivan como propostas arquitetônicas com visão tecnológica, leva a um novo repensar, penso não só pelo assunto econômico que era gritante na época, mais como uma nova consciência social e cultural imbuída na nova arquitetura de maneira utópica de construir cidades modernas.

Goiânia, 19 de Outubro de 2010.
Arq. Jorge Villavisencio.


Bibliografia
BENEVOLO, Leonardo; Historia da Arquitetura Moderna, Editora Perspectiva, São Paulo, 2009.
FRAMPTON, Kenneth; História crítica da arquitetura moderna, Martins Fontes Editora, São Paulo, 2008.
HOFMANN, Werner; KULTERMANN, Udo, Modern Architeture, The Viking Press Inc., New York, 1969.
SEGAWA, Hugo; Arquiteturas do Brasil, Ed. Universidade de São Paulo, 1998.
LOSSIO, Jorge; Acequias y Gallinazos: salud ambiental en Lima del siglo XIX, IEP Ediciones, Lima, 2003.
RAMÓN, Gabriel, La política borbónica del espacio urbano y el Cementerio General (Lima, 1760- 1820), en: Histórica XXVIII (1), PUCP, Lima, 2003, pp.53-82.

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