Ensaio: Arq. Jorge Villavisencio
Considerado um dos arquitetos importantes da arquitetura moderna, o arquiteto Checo Adolf Loos (1870-1933), autor de seu manifesto titulado “Ornamento é Crime” de 1908, pode-se analisar como teórico da arquitetura, no qual ele gera polemica, porque penso que ao criar novas teorias sobre o espaço criado na arte da arquitetura tem como expectativa criar esteticamente conforto ou dês-conforto, é só assim que pode gerar polemica, e inclusive adjudica-se a Loos por querer destruir a arquitetura historicista, assunto que desdobraremos pensamentos ate que ponto foi real. Mais o importante (assim penso) que Adolf Loos abre um novo pensar na arquitetura, tanto assim que influência diretamente a Le Corbusier, e a Walter Grophius da importante Escola da Bauhaus, alem e claro da Escola de Chicago, entre outros.
Poderíamos começar no espaço-tempo de transição de uma arquitetura eclética para uma arquitetura mais racional na pureza de suas formas de condições que se derem na época, das esferas sociais e econômicas que se transformarem em condições culturais, por domínio e intere-se da mesma sociedade, Loos assume como pensamento de vanguarda. Mais ele tinha condições que estavam imbuídas no seu interior (infância) quiçá penso eu dentro do pensamento freudiano ao ter sido surdo na sua infância, faz que seja um tipo de introspecção talvez esta limitação física influa em seu caráter e em seu destino; é um temperamento isolado como homens de antes do que como artista... (Benevolo 2009:298), e importante isso já que posteriormente ele não comulga com as idéias da Escola de Viena, mais e obvio que como personagem de vanguarda teve seu momento de abstração e dedicação a suas próprias fantasias, que considero como arquitetura em sua arte expressiva tem que desligar em alguns momentos das realidades é com ajuda da abstração como elemento importante do arquiteto na sua arte de criar espaços, faz meditar em pensamento, para que posteriormente posa voltar a uma realidade quiçá menos subjetiva (como pensamento moderno), para uma condição mais objetiva, mais considero que sem esse processo dificilmente o arquiteto possa re-criar o criar em base a entregar as novas formas de analise, como todos sabem que a “arquitetura e síntese” de varias condições que se dão, que em minha opinião não são efeitos daquele momento, mais pode se torna atemporais, são com espécies de feedback que vão e voltam nas nossa mentes, e seu uso na forma de criar espaços dependa das condições que se dão em varias direções. A procura de Loos é a pesquisa de um purismo platônico imbuído na sua personalidade, e também como pensamento evolutivo da arquitetura moderna que procura o progresso, peça fundamental no avance da sociedade como calculo expressivo da modernidade, entre outros assuntos. Mais como a arquitetura de Loos fixa-se em um “funcionalismo” titulo deste ensaio crítico, a idéia que se transforma para Loos como ideal projetual basa-se na “organização de espaços”, é também por isso o abandono dos elementos decorativos como exemplo: os estuques nos espaços interiores, e exigia dos seus colegas de profissão uma concentração dos processos técnicos inerentes a sua utilização (Tietz 2008:15).
American Bar {Kärntnerbar} (1907-1908) Viena – Adolf Loos.
Mais considero importante ressaltar que Loos também tem seu processo evolutivo de sua arquitetura, já que nos inícios ele pertence ao movimento do Art Nouveau (ver neste blog ensaio Art Nouveau – arquitetura moderna em Setembro de 2010) e dos ingleses do “Art ande Crafts” através de sua longa amizade do também Checo o satírico dramaturgo Karl Kraus (1874-1936) e também de Josef Hoffmann e Joseph Maria Olbrich, mais como tinha dito anteriormente no final de século XIX Loos os abandona (rejeita) para se tornar em critico da arquitetura, em uma severidade de ajuizar outras formas de analise da arquitetura, como a evolução da nimo de recusa de decoração nos objetos utilitários (Tiezt 2008:15), um pragmatismo que faz que Loos publique que em 1908 seu manifesto “Ornamento e Crime”, considero que substituir os elementos decorativos Ornamento é força de trabalho desperdiçado e assim saúde desperdiçada. Foi sempre assim. Mas hoje também significa material desperdiçado e ambos significam capital desperdiçado (Loos 1908) por uma questão de uso mais correto dos materiais tem uma conotação importante já que é uma forma correta e moral (assim penso) da utilidade dos materiais empregados, Num ambiente extremamente carregado, matizado pelas atividades anárquicas anti-secessionistas do pintor Oskar Kokoschka e do arquiteto Adolf Loos... (Frampton 2008:148) alem e claro da questão de funcionalidade do ato de projetar, Qual é seu uso?, Para que eu uso?, Qual é seu objeto de uso?, Assuntos que serão tema de discussão em todos os tempos, mais a coerência e razão imbuída no pensamento da arquitetura moderna, também poderíamos dizer ate contemporânea faz o processo arquitetural tenha esta condição de prospecção, de alavancar condições que permitam ser mais correto com as necessidades, alem da clarividência perceptiva formal.
Casa Steiner (1910) Viena – Adolf Loos
Penso que Loos era mais preocupado pelo elemento da estrutura que com a adoção de elementos decorativos Loos sustenta que a arquitetura e as artes aplicadas devem dispensar todo ornamento, considerado como resíduos de atos bárbaros (Benevolo 2009:302). E inclusive o ideal conceitual do “raumplan”, onde consegue ter nos planos as alturas que sejam necessárias no ato projetual, que de fato ao explicar Leonardo Benevolo adere como descobrimento de Bruno Zevi na sua Storia dellárchittetura moderna (1953) ...ter dado o relevo a esse aspecto e tê-lo relacionado com liberdade altimétrica que Loos concede a si mesmo no interior de suas moradias (Benevolo 2009:302), que foi uma contribuição norte americana em sua viagem de 1893 a 1896. A teoria do raumplan se fixa na idéia de usos dos planos este dentro de uma geometria espacial entendida que cada parte do espaço criado, essas partes como função única, um funcionalismo das necessidades das partes, que ao unir todas as partes, se apresenta mais que com uma razão estética, como resultado razão-funcional, em alguns casos discutidos em minhas dissertações na arquitetura hospitalar onde o aspecto físico-funcional se considera “como uso de conveniência arquitetônica” e que nas altimétrica se produz como situações de necessidades contempladas dentro de cada espaço do hospital, a superposição dos planos almeja fundir no seus planos as suas próprias necessidades, assunto que Loos o apresenta como uma necessidade projetual, e claro do bom uso dos materiais a ser empregados. Loos entreve em cada elemento arquitetônico um valor humano, vinculado a essa avaliação imediata e experimental, daí o horror pelo desperdício, técnico e moral ao mesmo tempo, que é provável o motivo inicial de tanta polemica contra o ornamento, quanto da teoria do Raumplan (Benevolo 2009:304). Claro como correspondências das medidas do ser humano, assunto que penso que deu como partida de transcendência para as artes da criação de Le Corbusier, como também como ponto de partida que leva para frente da escola alemã nos inícios do século XX.
O arquiteto Adolf Loos apresenta como objeto de interesse pessoal a obra do edifício de comercio e habitação para sociedade de alfaiataria Goldman & Saltsch na Michaelerplatz (1909-1911) em Viena, exemplo bastante publicado e comentado por vários arquitetos.
Edificio em Michaelerplatz (1909-1911) Viena de Adolf Loos – vista frontal.
Edificio em Michaelerplatz (1909-1911) Viena de Adolf Loos – plantas.
O planejamento dos espaços é a pedra angular na produção do ato projetual, penso baseado em um pré-dimensionamento e de um ajuizado programa de necessidades, que para mim um projeto bem logrado esta direcionado a um programa físico-funcional arquitetônico que seja eficaz, alem claro da estética proposta de filosofia formal, Loos em uma atitude provocatória reafirmou continuamente que o arquiteto não deve projetar plantas e alçados o que devia fazer é projetar espaços. Os projetos de edifícios em que formas geométricas cúbicas se interpretem e são ligadas entre si por escadas como na Casas Moller (Viena, 1928) ou Müller (Praga, 1930), são resultados de suas teorias (Loos, in Tietz 2008:15), e evidente que Loos propõe dois assuntos o primeiro das formas platônicas, e segundo que os aspectos de ligação entre os espaços se dão pela escadaria e do raumplan, assunto que é pertinente pela solução da promenade propostas. Mais no caso Kärntnerbar (1907-1908) integra as necessidades sociais de Norte America, o uso nos serviços do bar americano (poderia se intuir como uma espécie de self-service) como necessidade social que se tornar no futuro em uma forma de cultura de encarar a forma de vida comum.
Gostaria terminar o ensaio critico expressando que o arquiteto Adolf Loos nos apresente uma sensibilidade extrema não só do ato projetual, mais penso que interfere nas decisões da rica teoria da arquitetura moderna, o tema do “desperdício” faz presente na suas palavras como ato ético e moral da ação construtiva de edifícios, de fato como condição atemporal do passado, presente e futuro, como diz o mestre Niemeyer “a gente faz boa o mau arquitetura”, e penso que dentro dos princípios da sustentabilidade o desperdício no ato de construir edificações e fazer má arquitetura, e evidente que Loos nos leva a um re-pensar do que é realmente a arquitetura?, de maneira atemporal.
Brasília, 3 de Outubro de 2010.
Arq. Jorge Villavisencio
Nota:
Créditos das imagens: Modern Architeture (1969) de Werner HOFMANN; Udo KULTERMANN.
Bibliografia
BENEVOLO, Leonardo; Historia da Arquitetura Moderna, Editora Perspectiva, São Paulo, 2009.
TIETZ, Jürgen; História da arquitetura contemporânea, Ed. H.F. Ullmann, Tandem Verlag GmbH, 2008.
FRAMPTON, Kenneth; História crítica da arquitetura moderna, Martins Fontes Editora, São Paulo, 2008.
HOFMANN, Werner; KULTERMANN, Udo, Modern Architeture, The Viking Press Inc., New York, 1969.
LOOS, Adolf; Ornamento e Delito (1908), {tradução de Anja Pratschke}, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
VENTURI, Lionello; Historia da la crítica del arte, Random House Mondadori, Barcelona, 2004.
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