miércoles, 13 de octubre de 2010

Rafael Marquina – visualizando sua arquitetura hospitalar.

Rafael Marquina – visualizando sua arquitetura hospitalar.
Arq. Jorge Villavisencio


O arquiteto peruano Rafael Marquina (1884-1964) nasceu na cidade de Lima, considerado uns dos importantes arquitetos Latinoamericano não só pelos projetos arquitetônicos apresentados a o longo de sua vida, mais como professor teórico da arquitetura e principalmente como arquiteto representativo, atuante na defensa da nossa profissão.
Abordaremos uma parte de seus projetos apresentados entre os anos de 1900 a 1950 em ênfase a seus projetos arquitetônicos hospitalares, “quando um se refere aos Hospitais – considero que este atrelado ao desenvolvimento da suas regiões e do pais”, neste caso Marquina realiza uma serie de projetos nesta área, que no meu caso é tema constante de investigação, alem e claro da visão de outros projetos com certa sensibilidade social como veremos mais na frete.

Rafael Marquina (1884-1964), {Fonte: Santívañez/Jiménez -2005}

Rafael Marquina ingressa no ano de 1904 a estudar arquitetura na Universidade de Cornell nos Estados Unidos de Norte America, e conclui seu curso no ano de 1909, onde volta para o Perú, dois anos depois apresenta o projeto da Casa Fari (1911) na cidade de Chosica (hoje parte leste do conglomerado urbano de Lima Metropolitana), no mesmo ano faz o Projeto da Central Ferroviária de Desamparado nas margens do Rio Rimac, importante Rio que corta e abastece a cidade de Lima no sentido leste-oeste, no ano de 1914 ingressa a trabalhar por concurso publico na Beneficência Publica de Lima como Chefe da Secção de Obras Publica, penso que apesar de ter permanecido pouco tempo neste cargo abre para Marquina uma sensibilidade com as necessidades da cidade, assim como nos aspectos sociais do povo. No ano de 1919 foi nomeado professor na Escola Nacional de Belas Arte – ENBA, no curso de “Elementos de arquitetura e perspectiva arquitetônica”, intui através de seus projetos que Marquina era um exímio estudioso da “representação gráfica da arquitetura” que era bastante comum na época (lembremos que domínio do desenho e da geometria é importante para poder visualizar o lado formal da arquitetura), posteriormente ingressa no ano de 1928 na Escola de Engenheiros (hoje Universidade Nacional de Engenharia – UNI) na disciplina de “Arquitetura da Habitação”, como tínhamos dito anteriormente o lado pelas necessidades sociais – o homem do povo – e começa a realizar varias obras denominadas “casas dos obreiros” .

Central Ferroviária de Desamparados (1911) de Rafael Marquina {Fonte: José Azcona}

No ano de 1937 participa da criação da Fundação da Sociedade de Arquitetos (hoje Colégio de Arquitetos do Perú) quem foi o seu primeiro Presidente, no ano seguinte foi nomeado membro do Conselho Nacional de Urbanismo do Perú, também Marquina e distinguido (1939) como sócio Honorário da Associação de Arquitetos de Chile pelo seu labor no Conselho Nacional de Restauração e Conservação de Monumentos, no ano seguinte (1940) foi nomeado Presidente deste Conselho, e Presidente da Delegação do Perú ante a V Congresso Panamericano de Arquitetos que se deu em Montevidéu, e no ano de 1945 o Instituto Americano de Arquitetos com Sede em Washington e eleito como Membro Honorífico, e no ano de 1951 e nomeado Chefe e professor honorário da Universidade Nacional de Engenharia – UNI, faleceu na cidade de Lima o dia 22 de Abril de 1964 (Jiménez e Santiváñez 2005:172-173), temos podido apreciar em forma de síntese a vitalidade profissional deste arquiteto, que sem duvida seu esforço em pro da profissão de arquiteto foi enaltecida por Marquina, alem e claro de ter trabalhado em forma conjunta com outros arquitetos peruanos de destaque como: Fernando Belaunde (ex-presidente do Perú em duas oportunidades) Emilio Harth-Terre, Enrique Seoane Ros, Hector Velarde, Ricardo Malachoswski , Adolfo Cordova, Alvarez Calderon, José Orbegoso, Santiago Agurto, José Garcia Bryce e tantos outros arquitetos que tiverem a vontade de deixar uma escola de arquitetura com pensamento moderno. Penso como é comum na historia e na critica da arquitetura moderna Latinoamericana não se tem muita informação sobre estes arquitetos modernos, mais bem são casos isolados por intere-se pessoal que se publica (e quando se publica um livro são edições de baixa quantidade – mais considero na sua maioria de alta qualidade a nível básico) alem de criar pouca interfase entre as publicações, quiçá através deste novo médio de forma virtual possa levantar um maior interfase entre o conhecimento das teorias produzidas, já que as diferentes investigação cientifica está em andamento nas escolas de arquitetura de Latinoamerica.

Hospital Loayza (1924) de Rafael Marquina – Vista {Fonte: J. Villavisencio – 2008}

Hospital Loayza (1924) de Rafael Marquina – Planta Geral esquemática {Fonte: Santívañez/Jiménez -2005}

O Projeto arquitetônico do Hospital Geral “Loayza” data do ano de 1915 está construído (funciona ate hoje) num terreno de 30.000 m2, e tem uma área construída de aproximadamente 59.000 m2, localizado numa das artérias principais do Centro de Lima na Av. Alfonso Ugarte, considero importante ressaltar que sua construção e de concreto aramado e de tijolos cerâmicos de argila, apesar de que o seu inicio de construção data do ano de 1924 (9 anos depois de iniciado o projeto de arquitetura), a obra e propriedade da Sociedade da Beneficência Publica de Lima, onde Marquina trabalho como funcionário. Alguns fatos interessantes no prédio do hospital é: Marquina ao elaborar projeto de expansão da frente se vio com a necessidade de acrescentar um piso, concluída em 1939 (Jiménez e Santibañez 2005:62), tambem com certa facilidade importou materiais como cimento, vidro, mármore, madeira, telhas e materiais sanitários. Na organização deste conjunto hospitalar é dada pela mesma disposição os elementos volumetricos em forma simetrica em dois corpos, posicionados longitudinalmente e alinhados. Esta organização complementa a clara disposição de calçadas, que define as áreas de fronteira e volumes, e à circulação de veículos, consistindo de uma estrada que circunda o todo e relaciona as várias áreas.
Tratamento de elevações reforça os volumes sólidos nas linhas clássicas e uma dos elementos racionais e purista composicionais empregados (Santibañez Jimenez 2005:63).
Na abordagem de forma funcional é baseado no zoneamentos localizados em diferentes grupos de acordo com suas alas especialidade médica. Em primeira instância no salão abriga as unidades administrativas e unidades de atendimento de pacientes ambulatoriais (ambulatorial), bem como a clínica privada (pagantes), o segundo deve ser localizado a 4 salas de medicina ao serviço hospital de 60 leitos em cada, e um pavilhão na terceira instância, que se especializou em cirurgia - Zoneamento da cirurgia, obstetrícia e esterilização, e outras OB / GYN, com 60 camas cada, ladeada por dois blocos de unidades de Serviços Gerais. Fora de todos os veículos rodoviários com revestimento, são alas de tuberculose e doenças infecto-contagiosas, com 60 camas e 45 camas, respectivamente. Sempre que cada uma opera de forma independente. Finalmente transcurridos seus quasi 90 anos de existencia o Hospital Loayza continua firme no apoio na saude publica, mais considero que deve ser reformulados pelos novas tecnicas-projetuais da arquitetura hospitalar.

Edifício para abrigo de crianças Perez Aranivbar (1917) {Fonte: J. Villavisencio – 2009}

Alem desta produção do Hospital Loayza (1924), o arquiteto Rafael Marquina também realiza vários outros projetos em pro da saúde, como são: Edifício do Dispensário Anti tuberculose (1915); Ampliação do Hospital Dos de Maio (obras) (1916); Edifício para abrigo de crianças Perez Araníbar (1917); Edifício do asilo São Vicente de Paul (1922); Hospital Santo Toribio de Mogrovejo (obras) (1929-1939); Pavilhões do Hospital Larco Herrera (1930; Hospital da Maternidade de Lima (obras) (1915-1931); Hospício Ugarte- La Barreda (nos anos 30); Sanatório Olavegoya (1936); Edifício da Nova Maternidade de Lima (1937); Refeitório Maternal (1938); Hospital Anti tuberculose Hipólito Unanue (1937).

Gostaríamos de finalizar o texto com algumas reflexões, como primeira medida considero a Marquina imbuído em uma arquitetura orgânica, na busca de uma proposta arquitetônica peculiar de origem e inspiração local, baseado no neo-colonial, também um profundo respeito nos aspectos urbanos da sua própria morfologia, em alguns casos na sua arquitetura ele utiliza algumas pitadas em forma muito discreta do Art Déco e do Neoclássico, quiçá pelo seus trabalhos em defensa do patrimônio histórico arquitetônico existe nele uma melancolia projetual baseado na sua concepção na historia da arquitetura, alem é claro de suas dotes de professor da arquitetura, preocupado pela questão da moradia para classes mais necessitadas, e lutador pela representação e defesa da profissão de arquiteto.

Goiania, 13 de Outubro de 2010.
Arq. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

JIMÉNEZ, Luis; SANTIVÁÑEZ, Miguel; Rafael Marquina, Ed. Instituto de Investigaciones de la Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Artes de la Universidad Nacional de Ingeniería –FAUA/UNI, Lima, 2004.
RODRIGUES COBOS; Luis; Arquitectura limeña: paisajes de la utopía, Ed. Colegio de Arquitectos del Perú, Lima, 1983.
BENTIN, José; Enrique Seoane Ros; una búsqueda de la raíces peruanas, Ed. Instituto de Investigaciones de la Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Artes de la Universidad Nacional de Ingeniería –FAUA/UNI, Lima, 1989.
VILLAVISENCIO, Jorge; Ensayo: Una mirada en la arquitectura peruana del siglo XX: Enrique Seoane (1945-1960), trabalho apresentado para o curso de Arquitetura Peruana II sobre a orientação da Arqta, MS. Cristina Dreifuss Serrano no Mestrado em Arquitetura: menção Historia, Teoria e Critica da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Artes da Universidade Nacional de Engenharia – FAUA/UNI, Lima, 2009.

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