lunes, 28 de junio de 2010

COPAN – entre o côncavo e o convexo.

“Edifício Copan entre o côncavo e o convexo”
Ensaio Critico: Arq. Jorge Villavisencio Ordóñez


Introdução
A arquitetura busca encontrar seus significados e significantes dentro de sua mesma essência do seu espaço criado, neste caso e escolhido como tema formal de analise o edifício COPAN, localizado na cidade de São Paulo, mas e evidente que ao escolher esta edificação estamos fazendo a critica da arquitetura, porque a escolha de um edifício paradigmático esta influída na sua própria escolha.

Fotografia 01 – J. Villavisencio em Junho 2010

Um dos elementos de analise e a própria forma que é a relação do espaço vazio e a massa, entre eles é analisado em forma visual que o edifício produz antes as pessoas e claro a cidade também, então faremos algumas perguntas de práxis: Historicamente qual e a importância deste edifício na arquitetura? Porque este edifício termina sendo um elemento iconográfico para a cidade de São Paulo? Qual e seu significado na forma espacial que ele produz? Que e que inspiro ao Prof. Niemeyer a projetar desta maneira? Porque este edifício produz dinâmica na cidade? Qual e grau de importância deste edifício em Latino America? Em fim são tantas perguntas que podem ser formuladas entorno a esta edificação, mais penso firmemente que a arquitetura do COPAN serve como tema analise em todos os tempos de que é a arquitetura, porque tem um valor agregado que esta imbuída na sua essência de sua espacialidade.


Monumento histórico da arquitetura de Latino America
Através do tempo-espaço a arquitetura moderna em Latino America penso que chega tardiamente especificamente em America do Sul, mais é evidente que a vinda de Le Corbusier ao Brasil e de Walter Grophius ao Perú marcarem presença nos seus aspectos fundamentais dos câmbios de uma arquitetura de tradicional, como ruptura de pensamento ao pensamento moderno da arquitetura, assunto já comentado nos na historiografia da arquitetura moderna (Montaner, Frampton, Zevi, Tinem, Benevolo, Argan, R. Venturi, Calabrese, Arnheim, Rossi, Rogers, Martuccelli, L. Venturi, Ludeña, Othake) e tantos outros que se tem manifestado sobre o pensamento da arquitetura moderna.

Fotografia 02 – J. Villavisencio em Junho 2010

O edifício Copan localizado no Centro da cidade de São Paulo projetado por Oscar Niemeyer no ano de 1952 em colaboração Carlos Cerqueira Lemos, ocupa terreno de 6.006,35 m² e é composto por torre residencial com 32 andares, com 1160 apartamentos e área comercial no térreo com 73 lojas, além de cinema. O edifício possui 20 elevadores no total e 221 vagas para automóveis em dois subsolos. (Galvão, 2007)
O edifício Copan foi inaugurado no ano de 1954, para seu 400 centenário da cidade de São Paulo, com uma altura de 115 m., onde moram aproximadamente 5.000 pessoas, distribuídos em 1.160 apartamentos, em seis blocos de A à F, com uma área de construção de 120, 000 m²., se considera ate hoje o maior prédio de Apartamentos em Latino America.


O sinuoso da espacialidade da forma
Muitos dos projetos de Niemeyer em São Paulo tiverem dificuldade na sua proposição este se deve a que sua postura inovadora de sua arquitetura relacionada com seu entorno urbano (Ohtake 2007:27), penso que Niemeyer teve liberdade de expressão na contextualização do urbano com respeito ao edifício projetado e por isso o titulo do presente ensaio “côncavo e do convexo”, assunto que explicará mais adiante, mais considero que para que o edifício faça parte da cidade ou inversamente, deve sim entender estas inter-relações, porque a idéia é também fruto da experiência projetual, mais lembremos que na data que Niemeyer projetou o Copan, não se tinha construído Brasilia, mais sim seu famoso complexo de projetos da Pampulha (1942-1945), que penso que a partir desse momento o Brasil entra na esfera global dos grandes projetos da arquitetura moderna.

Fotografia 03 – J. Villavisencio em Junho 2010 – vista interna do edifício a Av. Ipiranga.

A proposta de Niemeyer no Copan entrega uma maior liberdade, primeiro porque a localizar no térreo as lojas a cidade se integra ao edifício, penso que essa idéia vem primogenitamente da Escola de Chicago na época de Louis Sullivan do final do século XIX, com as novas propostas dos aranhacéus que na maioria tiverem alem de grandes alturas nas escadas dimensionais com respeito na cidade, e o elemento o mistura de comercio, escritórios, e apartamento de moradia. Mais como todos nos sabemos a arquitetura e síntese por isso e de sua forma em S, mais Niemeyer repetidas vezes em seus livros explora esta idéia “que as curvas são as que atraem – e não o ângulo reto”, mais si adentramos neste pensamento lembremos que o inglês William Hogarth em seu excelente livro Analise da Beleza (1753), prefacio da época iluminista, explica bem a necessidade para que o processo projetual se evidencie de uma proposta, penso que seja mais agradável em espaço e forma, mais redundante o seja a sinociedade das curvas, alem e claro onde Niemeyer tira de fato sua experiência da bela paisagem de sua cidade natal de Rio de Janeiro, penso que foi muito bem explicado no seu livro A forma na Arquitetura (1978).


O espaço do côncavo e o convexo
Considero muito interessante como pode ser visualizada a arte da arquitetura, mais considero que ela é feita de partes-partes e parte-todo, e aí nasce a idéia de seu analise do edifício do Copan, lembremos de Frank Rutter em seu livro The Poetry of Architecture de 1924, onde explica que a arquitetura como efeito provocado pelo edifício ou que a “construção e tocada pela emoção” (Zevi 2009:237) , mais si vamos mais adiante vemos o percebemos a “dinâmica” do edifício, assunto imprescindível como tema de analise, penso que a toma das experiências do barroco das paredes onduladas do movimento volumétrico, mais do novo, e não como idéia de auto-suficiente de uma figura netamente estética, penso que profundidade se da na essência de sua espacialidade, da liberdade do tema “edificatorio” na relação estreita edifício-cidade ou cidade-edifício parte integrante do ato projetual deste edifício, e claro da monumentalidade expressada como experiência de amarre tomada pela expectativa da cidade de São Paulo, que se consolida num tema iconográfico, tantas vezes explicado por Susan Sontag – A construção de um ícone (2002).


Fotografia 04 – J. Villavisencio em Junho 2010 – a forma côncava.


Nas interações das formas nas quase se compõem as partes simples e autônomas de fácil compreensão na mente humana como forma e arte arquitetônica pode ser vista por separado cada parte (Arnheim 2001:149), e pode ser julgada e entendida como a própria organização espacial que produz o Copan, si separamos a parte e ficamos com o lado formal do côncavo, que na realidade se produz um espaço vazio, porque entendemos que as paredes côncavas “abre seu edifício para o espaço urbano”, que reconhece a sua presença no espaço cedido a sua expansão – como efeito da própria dinâmica do Copan como força que se da a nos seus planos horizontais, reforçado mais pelo brise-soleil. Penso também que produz um elemento de segurança de abrigo na cidade, como abraço acolhedor do edifício na cidade.

Fotografia 05 – J. Villavisencio em Junho 2010 – a forma convexa.

Por outro lado temos o convexo que faz o efeito expansivo do edifício na relação cidade ou do urbano, penso como algum produto de expansão, claro dentro dos limites permissíveis que a dinâmica do edifício produz. O interessante de todo está, em que produz em ambas as fachadas do edifício dado a sua forma em S, parceira que criaram um equilíbrio das partes, penso que criando assim uma estrutura edificatoria que organiza, completa e sintetiza, alem e claro de que na sua implantação do edifício de relação edifício-cidade que imbui a uma percepção, também do objeto-sujeito que nos pareceria conhecido nas nossas mentes, algo assim que fosse já experimentado entre-nos, “a multiplicidade das visões, a mente sintetiza uma imagem de forma objetiva e tridimensional da escultura do edifício, que contribui na síntese destas diferentes perspectivas...” (Arnheim 2001:90). Penso que a energia gerada pelo edifício Copan nos seus campos de forças nos poderiam levar a um aspecto importante do que a arquitetura o restabelecimento das direções imbuídas (inspiradoras) das relações ou inter-relações de homens, edifícios, cidades.


São Paulo, 18 de Junho de 2010
Arq. Jorge Villavisencio.


Bibliografia
MONTANER
, Josep Maria; Arquitectura y Crítica, Ed. Gustavo Gili, Barcelona, 1999.
HOGARTH, William, Análisis de la Belleza, Ed. Visor Libros, Madrid, 1997 {1753}.
TINEM, Nelci; O alvo do olhar estrangeiro: O Brasil na historiografia da arquitetura moderna, Ed. Manufatura, João Pessoa, 2002.
OHTAKE, Ricardo; Oscar Niemeyer, Ed. Folha, São Paulo, 2007.
ARNHEIM, Rudolf; La forma visual de la arquitectura, Ed. Gustavo Gili, Barcelona, 2001.
FRANPTON, Kenneth; Historia da arquitetura moderna, Ed. Livraria Martins Fontes, São Paulo, 2008.
ZEVI, Bruno; Saber ver arquitetura, Ed. Livraria Martins Fontes, São Paulo, 2009.
GALVÃO, Walter José Ferreira, ORNSTEIN, Sheila Walbe; COPAN/SP: A trajetória de um mega empreendimento da concepção ao uso. Estudo compreensivo do processo com base na Avaliação Pós-Ocupação. Dissertação (mestrado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP, São Paulo, 2007.

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