Ensaio: Arq. Jorge Villavisencio
Considero que escrever de um dos ícones mais importantes da arquitetura moderna, entrega nas nossas mentes um ato peculiar, e para todos os teorizamos sobre a arquitetura procuramos algum assunto que de alcances infinitos sobre as condutas que derem através do espaço-tempo nas realidades do espaço criado ou projetado, e evidente que o arquiteto Alemão, naturalizado Norteamericano Ludwig Mies van Rohe (1886-1969), nos da essa peculiaridade.
Ludwig Mies van Rohe (1886-1969)
O titulo deste artigo: “entre o espaço e a tecnologia”, é fonte de inspiração fruto de seu trabalho, penso que essa unidade (forma, função, estruturas ou tecnologias) vivida por ele, da um tom especial nos aspetos técnicos do fato de construir, {refiro-me ao ato da maneira da construir edificações}. Assunto, que pareceria que nestas três ultimas décadas o arquiteto tem deixado de lado, e só tem dado ao fato do ato projetual. O que temos lido nas suas narrativas, ou que tem escrito sobre Mies, sua forma de ver a arquitetura esta nos detalhes como a expressa Christian Norberg-Schultz quando escreve sobre Mies van der Rohe e donde Mies diz:” Deus esta nos detalhes”, e com esta frase que da a ideia de síntese do pensamento de Mies, inclusive ao analisar algumas de suas obras, e que vamos poder vislumbrar algumas de suas ideais que se transformam em ideais do que é a arquitetura.
Penso que Mies era favorável a uma arquitetura neoclássica e com um certo formalismo, mais seu emblemático projeto do Seagram (1954-1958), resolve a idéia antifuncional, achou que mais levado ao lado lecorbusiano da planta livre, que era uma forma de expressão de entrega de liberdade nos seus aspectos projetais, alem claro de seu inícios na Alemanha por volta de 1920, do processo da industrialização, “o exemplo de continuidade do método internacional” (Montaner, 1993:22), considerado Mies van der Rohe, como um dos grandes mestres de arquitetura moderna, como Walter Grophius do mesmo pensamento da importante Escola da Bauhaus, e de também Le Corbusier, a eliminação dos elementos alegóricos e decorativos em suas fachadas, e mais preocupados pelo “purismo das formas” (sólidos platônicos), a racionalidade estava presente em suas obras.
Penso que Mies van der Rohe se faz conhecido, penso que na Exposição de Barcelona de 1929, do Pavilhão Alemão, e interessante o dito aquela época onde no pavilhão se diz que: “provocou a saída ate chistosa e pertinente do arquiteto Hans Poelzig – a nossa construção tem que ser simples, custe o que custar” (Deluis, 2008:59). Outras obras também inspirarem a Mies que também são emblemáticas (assim penso) como da obra de Behrens da Embaixada de Alemanha em São Petersburgo (1911-1912), e da obra de Mies da Casa de Tugendhalt (1945-1950) em Checoslováquia, o da obra de Lake Shore Drive (1948-1951) em Chicago.
Imagem 01 – Lake Shore Drive, Chicago (1948-1951) – Edifício de Apartamentos.
Imagem 02 – Planta Baixa - Lake Shore Drive, Chicago (1948-1951)
Para Mies o conceito do espaço universal se faz mais sensível nos seu projeto de vida na arquitetura, e claro depois de sua chegada aos Estados Unidos de norteamerica, quase a término da segunda guerra mundial, onde se naturaliza. Um dos pontos de Mies que gera controvérsia e a idéia do divorcio entre a forma e função considera que faz parte do viver e conviver da arquitetura moderna ou contemporânea, esta simbioses tão dita da forma segue a função ou vice-versa, assunto que será de tema de discussão em todos os tempos.
Agora em minha opinião achou que Mies como tinha dito sua obrigação conceitual estava na pureza das formas, e o feito de liberdade, mais tem uma condição que gera (é também imbui) em ele como produto com condicionantes espacial. Mais o agregado do pensamento de Mies é também o aspecto tecnológico, me parece um conhecimento profundo pelo detalhamento projetual arquitetônico, que evidentemente se traduz em uma obra “sem interrogantes”, e considero que é por o tanto de produzir peles de vidro, mais sim com a posição de “reflexo que se produz o vidro” alem claro da transparência. Mais ele e também criticado pelo custo econômico de suas obras, em especial da casa de Farnsworths (1945-1950), que em minha opinião considero que sendo uma obra com um rico detalhamento do ato projetual arquitetônico, posso intuir que não foi uma incógnita, mais bem como processo de aplicação de novas tecnologias da época, que estas extraordinárias obras geram, tanto assim que transcorrido mais de 60 anos, que esta obra será sempre como tema de analise das escolas de arquitetura. Quiçá em esta frase de Peter Carter da relação da espacialidade arquitetônica com os aspectos tecnológicos da arquitetura possa-se entender analogicamente do fato projetual: “A moldura estrutural e o enchimento de vidro fundem-se arquitetonicamente, cada qual perdendo uma parte de sua identidade especifica ao estabelecer a nova realidade arquitetônica” (Frampton, 2008:284), entendemos esta como a fusão da parte-todo, o que se faz interessante e inspirador, por isso a “unidade” (forma, função e estruturas-tecnologias) esta presente em todo momento nas obras de Mies. Alem e claro onde penso que o sistema modular projetual marca a precisão dos elementos propostos.
Imagem 04 – Casa Farnsworth, Illinois (1945-1950) – Residência Unifamiliar
Imagem 04 – Planta Baixa - Casa Farnsworth, Illinois (1945-1950)
Peso como idéia do Baunkunst (construção simples e lógica – receptiva ao refinamento) imbui nos processo projetual, como foi à obra do ITT – Crow Hall (1952-1956) em Chicago, porque como todos sabem Mies van Rohe foi Diretor desta escola de arquitetura, penso que algum assunto que se tinha guardado quando morava na Alemanha e sucedeu a Walter Grophius da escola de arquitetura da Bauhaus e se translada a Dessau (entendemos isso como processo da guerra – e considero que não deu tempo para desenvolver todas suas idéias, o que se deu quando foi para USA), assunto que no ITT, teve a formalidade de aprimorar, alem e claro da própria experiência adquirida. Esta obra do ITT dos anos 40 de primazia geométrica da forma pura, basicamente em vidro, tijolo cerâmica e o uso metálico.
Imagem 05 – Crown Hall, Illinois Institute of Technology – ITT. Chicago (1952-1956) – Escola de Arquitetura.
Imagem 06 – Planta Baixa - Crown Hall, Illinois Institute of Technology – ITT. Chicago (1952-1956)
Evidente que para Mies van Rohe como colaborador de Art Nouveau de seus inícios do século XX, e inspirado por Peter Behrens, mais tarde Karl Friedrich Schinkel, do Theo van Doesburg (como discussão contemporânea de aquela época), de Georg Kolbe, Hans Pelzig, Walter Grophius (como tradição histórica da Bauhaus), e tantos outros arquitetos, penso que fazem parte do período histórico mais importante da arquitetura moderna internacional, fonte de inspiração da arquitetura contemporânea do século XXI.
Goiania, 10 de Agosto de 2010
Arq. Jorge Villavisencio O.
Bibliografia
MONTANER, Josep Maria; Después del movimiento moderno, Editora Gustavo Gili, Barcelona, 1993.
FRAMPTON, Kenneth; História crítica da arquitetura moderna, Martins Fontes Editora, São Paulo, 2008.
LE CORBUSIER; Por uma arquitetura, Editora Perspectiva, 2009.
TIETZ, Jurgen; História da arquitetura contemporânea, Editora H.F. Ullmann, Tandem Velag Gmbh, 2008.
HOFMANN, Werner; KULTERMANN, Udo, Modern Architeture, The Viking Press Inc., New York, 1969.
Me ajudou muito sua publicação para fazer um trabalho sobre arquitetos modernistas. obrigada.
ResponderBorrarGisele estamos aqui, sempre que seja necessario fazer pesquisa seria.
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